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QUESTÕES DE FIXAÇÃO DE PENAL I

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QUESTIONÁRIO – CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES
1 – COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUANTO AO SUJEITO ATIVO (aqueles que podem ser praticados por qualquer pessoa, aqueles que só podem ser praticados por uma classe de pessoas e aqueles que só podem ser praticados pessoalmente, pela pessoa)?
CRIME COMUM - pode ser praticado por QUALQUER PESSOA. A lei não exige nenhuma qualidade especial do agente. Exemplo: homicídio.
CRIME PRÓPRIO - São aqueles que exigem ser o agente portador de uma capacidade especial. O tipo penal limita o círculo do autor, que deve encontrar-se em uma posição jurídica, como funcionário público, médico, ou de fato, como mãe da vítima (art. 123), pai ou mãe (art. 246) etc.
CRIME DE MÃO PRÓPRIA - embora passíveis de serem cometidos por qualquer pessoa – ninguém os pratica por intermédio de outrem. Como exemplos têm-se o de falsidade ideológica de atestado médico e o de falso testemunho ou falsa perícia.
2 – O QUE SÃO CRIMES DE MÃO PROPRIA? EXEMPLIFIQUE. 
CRIME DE MÃO PRÓPRIA - Trata-se de crime que só pode ser praticado pelo agente pessoalmente, não podendo utilizar de outra pessoa. Como exemplos têm-se o de falsidade ideológica de atestado médico e o de falso testemunho ou falsa perícia.
3 – COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUANTO AO RESULTADO NATURALÍSTICO (conforme a exigência ou não de resultado naturalístico para a consumação do crime)?
Material
Trata-se da descrição da conduta cujo o resultado integra o próprio tipo penal, isto é, para a sua consumação é indispensável a produção de um resultado naturalístico separado do comportamento que o procede. A não ocorrência do resultado, caracteriza tentativa. Ex. homicídio.
Formal
O tipo penal descreve conduta + resultado naturalístico. O resultado naturalístico é dispensável, pois a consumação do crime se dá com a simples conduta. A consumação se antecipa à conduta, por isso que é chamado de “crime de consumação antecipada”. Se o resultado naturalístico acontecer será considerado mero exaurimento, devendo o juiz utilizá-lo na fixação da pena (causa de aumento de pena). Ex: art. 158 – extorsão.
De mera conduta
Aqui o legislador descreve somente o comportamento do agente, sem se preocupar com o resultado. Ex: violação de domicílio – art. 150 do CP.
4 – O QUE DISTINGUE O CRIME MATERIAL DO CRIME FORMAL, DO PONTO DE VISTA DO MOMENTO CONSUMATIVO DO CRIME?
No crime material, o tipo descreve a conduta e o resultado, exigindo sua produção para consumação.
No crime formal o tipo menciona o comportamento e o resultado, mas não exige produção deste último para a sua consumação.
5 – O QUE SÃO CRIMES DE DANO? EXEMPLIFIQUE. 
São os que se consumam com a efetiva lesão a um bem tutelado. A consumação é necessária à superveniência de um resultado material que consiste na lesão efetiva do bem jurídico, ou seja, só se consumam com a efetiva lesão do bem jurídico. Ex: Lesão corporal, Homicídio.
6 – O QUE SÃO CRIMES DE PERIGO? EXEMPLIFIQUE. 
Consiste na simples criação do perigo real para o bem jurídico protegido, sem produzir um dano efetivo. O elemento subjetivo nestes crimes é o dolo de perigo, cuja vontade limita-se à criação da situação de perigo, não querendo o dano, nem mesmo eventualmente. CONCRETO – Precisa ser provado. EX: Dirigir Embriagado. ABSTRATO – Presumido. EX: O abandono.
7 – COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUANTO AO MOMENTO CONSUMATIVO E SEUS EFEITOS NO TEMPO? (se a consumação se dá em único momento ou se prolonga no tempo)
Classificam-se em crimes instantâneos, crimes permanentes e crimes instantâneos de natureza permanente. 
8 – O QUE SÃO CRIMES PERMANENTES? EXEMPLIFIQUE. 
São crimes cuja consumação se prolonga no tempo por vontade do agente. Ex: Sequestro ou cárcere privado. 
9 – COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUANTO A CONDUTA PUNÍVEL (se um fizer ou um não fizer)? Exemplifique. 
a) comissivos são os que exigem uma atitude positiva do agente.
b) omissivos próprios consistem em omissão; atitude contrária ao que a lei determina que se faça.
c) omissivos impróprios consistem na omissão de impedir um resultado, da qual tinha o dever jurídico de impedir.
10 – COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUANTO AO NÚMERO DE AGENTES EXIGIDOS NA DESCRIÇÃO TÍPICA?
Em crimes unissubjetivo e plurissubjetivo. 
11 – COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUE EXPÕEM A PERIGO DE DANO MAIS DE UM BEM JURÍDICO? CITE UM EXEMPLO DE CRIME COM ESTA CARACTERÍSTICA. 
Crimes pluriofensivos. Ex: latrocínio. 
12 – CITE UM EXEMPLO DE CRIME COMUM E JUSTIFIQUE (classificação quanto ao número de agentes).
São crimes que podem ser praticados por qualquer pessoa. Ex: homicídio. 
13 – CITE UM EXEMPLO DE CRIME PRÓPRIO E JUSTIFIQUE (classificação quanto ao número de agentes).
Peculato (furto cometido por funcionário público); estupro (sujeito ativo tem que ser homem).
14 – O QUE É CRIME DE MERA CONDUTA? EXEMPLIFIQUE. 
Crime cujo tipo penal apenas descreve a conduta, não contemplando o resultado. Ex: crime de omissão de socorro (art. 135).
15 – COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES OMISSIVOS? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
Os crimes omissivos próprios quando a omissão está prevista no tipo penal (omissão de socorro art. 135). Trata-se de simples infração da ordem ou comando de agir, independentemente do resultado. Os crimes omissivos impróprios a conduta descrita é comissiva, mas o resultado ocorre porque aquele que tinha dever jurídico de impedir omite-se. O omitente responde não só pela omissão, mas também pelo resultado, salvo se não lhe puder lhe ser atribuído por dolo ou culpa. Ex. art. 13, § 2°. 
16 – O QUE SÃO CRIMES INSTANTÂNEOS? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
É aquele que, uma vez consumado, está encerrado, a consumação não se prolonga. Isso não quer dizer que a ação seja rápida, mas que a consumação ocorre em determinado momento e não mais prossegue. Ex: Homicídio.
17 – O QUE SÃO CRIMES INSTANTÃNEOS DE EFEITOS PERMANENTES? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
Ocorrem quando, consumada a infração em dado momento, os efeitos permanecem, independentemente da vontade do sujeito ativo. Na bigamia (art. 235), não é possível aos agentes desfazer o segundo casamento.
18 – O QUE É UM DELITO PUTATIVO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
Dá-se quando o agente imagina que a conduta por ele praticada constitui crime mas em verdade constitui uma conduta atípica, ou seja não há punição para o ato praticado.
19 – DISTINGUA O FLAGRANTE ESPERADO DO FLAGRANTE PREPARADO E APONTE AQUELE QUE É ADMITIDO NO DIREITO BRASILEIRO?
Crime de Flagrante Esperado: Ocorre quando o indivíduo sabe que vai ser a vítima de um delito e avisa a Polícia, que põe seus agentes de sentinela, os quais apanham o autor no momento da prática ilícita; não se trata de crime putativo, pois não há provocação. Esse é admitido no direito brasileiro. Crime de Flagrante preparado: Alguém, de forma insidiosa, provoca o agente à prática de um crime, ao mesmo tempo em que toma providências para que o mesmo não se consuma. Não é aceito no direito brasileiro. 
20 – O QUE É CRIME IMPOSSÍVEL? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
Aquele que jamais poderia ser consumado em razão da ineficácia absoluta do meio empregado ou pela impropriedade absoluta do objeto. A ineficácia do meio se caracteriza quando o instrumento utilizado não permite que o delito possa ser consumado. Por exemplo: usar um alfinete para matar uma pessoa adulta ou produzir lesões corporais mediante o mero arremesso de um travesseiro de pluma, etc. A impropriedade do objeto se caracteriza quando a conduta do agente não pode provocar nenhum resultado lesivo à vítima. Por exemplo: matar um cadáver.
21 – O QUE É QUASE CRIME? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
São os definidos no Código Penal no art. 17 (crime impossível) e art. 31 (participação impunível).
22 – COMO SE DEFINE O CRIME CONSUMADO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
Ato que já reuniu todos os elementos da definição legal de um crime.
23 – COMO SE DEFINE O CRIME TENTADO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
O ato que, tendo sua execução iniciada, por circunstâncias alheias à vontade do agente não chega a reunirtodos os elementos da definição legal de um crime.
24 – O QUE É CRIME FALHO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
Em sendo a tentativa perfeita, o resultado não se verifica por circunstâncias alheias à vontade do agente. Vale salientar que em tal crime o agente esgota todo o seu potencial lesivo, sem contudo, alcançar o resultado esperado.
25 – O QUE DISTINGUE A TENTATIVA PERFEITA DA IMPERFEITA?
Tentativa imperfeita - o agente não termina a execução por motivos alheios a sua vontade, por exemplo: alguém desarmar o agente.
Já a tentativa perfeita - o agente termina a execução e mesmo assim o crime não se consuma por motivos alheios a sua vontade. Não foi perfeita porque deu certo, afinal o crime não se consumou, mas foi perfeita porque se perfez todo o caminho, todos os atos de execução dos quais o agente dispunha foram realizados. Ex: tinha seis tiros, deu os seis tiros, mas a vítima foi socorrida, ou os seis tiros pegaram na parede.
26 – O QUE É UM CRIME UNISSUBSISTENTE? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
É o que se perfaz com um único ato, como a injúria verbal.
27 – QUE É UM CRIME PLURISSUBSISTENTE? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
É aquele que exige mais de um ato para sua realização. Ex: Estelionato (art. 171).
28 – O QUE É UM CRIME UNISSUBJETIVO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
Os crimes unissubjetivos (ou monossubjetivos, ou de concurso eventual) são aqueles que podem ser praticados por apenas um sujeito, entretanto, admite-se a co-autoria e a participação. (exemplo: estelionato).
29 – O QUE É UM CRIME PLURISSUBJETIVO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
Os crimes plurissubjetivos (ou de concurso necessário) são aqueles que exigem dois ou mais agentes para a prática do delito em virtude de sua conceituação típica. Eles subdividem-se em três espécies de acordo com o modus operandi:
- crimes de condutas paralelas: quando há colaboração nas ações dos sujeitos (a exemplo da associação criminosa, antiga figura da quadrilha).
- crimes de condutas convergentes: onde as condutas encontram-se somente após o início da execução do delito, pois partem de pontos opostos. Ex: bigamia. 
- crimes de condutas contrapostas: onde as condutas desenvolvem-se umas contra as outras. Ex: Rixa (art. 137).
30 – O QUE É CRIME DE CONCURSO NECESSÁRIO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
É o que exige pluralidade de sujeitos ativos. Ex: Rixa (art. 137).
31 – O QUE É CRIME DE CONCURSO EVENTUAL? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
Crime unissubjetivo ou monossubjetivos. Praticado por uma pessoa, mas que eventualmente podem ser praticados por duas ou mais pessoas. Aplica-se: Art. 29, caput do CP - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
32 – O QUE É CRIME DE DUPLA SUBJETIVIDADE PASSIVA? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
É aquele que, obrigatoriamente, em razão do tipo, tem pluralidade de vítimas. Podemos citar como exemplos o crime de violação de correspondência, previsto no artigo 151 do Código Penal, pois apresenta duas vítimas, quais sejam, o destinatário e o remetente. Ainda, o crime previsto no artigo 125 do referido diploma legal, abortamento provado por terceiro, em que são vítimas a gestante e o feto.
33 – O QUE É CRIME EXAURIDO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
É aquele em que o agente, mesmo após atingir o resultado consumativo, continua a agredir o bem jurídico. Não caracteriza novo delito, e sim mero desdobramento de uma conduta já consumada. Influencia na dosagem da pena, porque pode agravar as consequências do crime, funcionando como circunstância judicial desfavorável. Por exemplo crime de extorsão (art.158 do CP) consuma-se com o constrangimento da vítima, porem o exaurimento do delito se da quando o agente obtém a vantagem econômica pretendida.
34 – O QUE DISTINGUE O CRIME CONSUMADO DO CRIME EXAURIDO?
Crime Consumado: Ato que já reuniu todos os elementos da definição legal de um crime.
Crime Exaurido: É aquele em que o agente, mesmo após atingir o resultado consumativo, continua a agredir o bem jurídico. Não caracteriza novo delito, e sim mero desdobramento de uma conduta já consumada. Influencia na dosagem da pena, por pode agravar as consequências do crime, funcionando como circunstância judicial desfavorável.
35 – DEFINA O CRIME DOLOSO. 
Teoria da Vontade: Dolo é a vontade de realizar a conduta e produzir o resultado.
Teoria da Representação: Dolo é a vontade de realizar a conduta, prevendo a possibilidade de produção do resultado.
Teoria do Assentimento: Dolo é a vontade de realizar a conduta, assumindo o risco pela produção do resultado.
Teorias Adotadas pelo CP: O art. 18, I, do CP, diz que há crime doloso quando o agente quer o resultado (dolo direto) ou quando assume o risco de produzi-lo (dolo eventual). Na hipótese de dolo direto, o legislador adotou a teoria da vontade e, no caso de dolo eventual, consagrou-se a teoria do assentimento.
36 - DEFINA O CRIME CULPOSO.
No Crime Culposo, o agente não quer nem assume o risco de produzir o resultado, mas a ele dá causa, nos termos do art. 18, II, do CP, por imprudência, negligência ou imperícia.
37 – DEFINA O CRIME PRETERDOLOSO. 
É apenas uma das espécies dos chamados crimes qualificados pelo resultado. Estes últimos ocorrem quando o legislador, após descrever uma figura típica fundamental, acrescenta-lhe um resultado, que tem por finalidade aumentar a pena. O resultado vai além do dolo do agente. Ex: O agente desfere um soco na vítima, apenas com a intenção de agredi-lo fisicamente, porém, a vítima sofre uma hemorragia e vem a óbito.
38 – O QUE É CRIME QUALIFICADO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
É aquele em que ao tipo básico a lei acrescenta circunstância que agrava sua natureza, elevando os limites da pena. Não surge a formação de um novo tipo penal, mas apenas uma forma mais grave de ilícito. Chama-se homicídio qualificado, por exemplo, aquele praticado “mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe”. (art. 121, parágrafo 2º, I).
39 – O QUE É CRIME DE FORMA LIVRE? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
É o praticado por qualquer meio de execução. Ex: O crime de homicídio (art. 121) pode ser cometido de diferentes maneiras, não prevendo a lei um modo específico de realizá-lo.
40 - O QUE É CRIME DE FORMA VINCULADA? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
O tipo já descreve a maneira pela qual o crime é cometido. Ex: O curandeirismo é um crime que só pode ser realizado de uma das maneiras previstas no tipo penal (art. 284 e incisos, CP).
41 – O QUE DISTINGUE O CRIME DE AÇÃO SIMPLES DO CRIME DE AÇÃO MÚLTIPLA OU DE CONTEÚDO VARIADO. 
Crime de ação simples aquele cujo tipo penal contém apenas uma modalidade de conduta, expressa no verbo que constitui o núcleo da figura típica.
Crime de ação múltipla ou de conteúdo variado é aquele em que a lei descreve várias condutas (vários verbos), que são separadas pela conjunção alternativa "ou". Assim, nestes casos, a prática de mais de uma conduta pelo agente, em relação à mesma vítima, constitui crime único. Podemos citar como exemplo o crime de participação em suicídio, previsto no artigo 122 do Código Penal, que ocorre quando o agente induz, instiga ou auxilia outrem a cometer suicídio. Nesta hipótese, se o agente praticar os três verbos contra a mesma vítima terá praticado apenas um delito.
42 - O QUE DISTINGUE O CRIME À DISTÂNCIA DO CRIME PLURILOCAL? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
Crime a Distância: É aquele em que a execução do crime dá-se em um país e o resultado em outro. Ex: O agente escreve uma carta injuriosa em SP e remete a seu desafeto em Paris. Aplica-se a teoria da ubiquidade, e os dois países são competentes para julgar o crime.
Crime Plurilocal: É aquele em que a conduta se dá em um local e o resultado em outro, mas dentro do mesmo país. Aplica-se a teoria do resultado, e o foro competente é o do local da consumação.
43 – O QUE SÃO CRIMES PLURIOFENSIVOS? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
São os que lesam ou expõem a perigo de dano mais de um bem jurídico (ex. art.157, par.3)
44 – QUAIS SÃO AS HIPÓTESES LEGAIS DENOMINADAS “QUASE CRIME”? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.É aquele ato que jamais poderia ser consumado em razão da ineficácia absoluta do meio empregado ou pela impropriedade absoluta do objeto. Em resumo, é um crime impossível de se realizar, cujas duas hipóteses legais estão previstas no artigo 17 do código penal.
Assim, temos as duas hipóteses, ou condições:
Delito impossível por ineficácia absoluta do meio - a ineficácia absoluta do meio se traduz na impossibilidade do instrumento utilizado consumar o delito de qualquer forma. São exemplos deste tipo: usar um alfinete ou palito de dente para matar uma pessoa adulta ou querer produzir lesões corporais mediante o mero arremesso de um travesseiro de pluma. Delito impossível por impropriedade absoluta do objeto material - ocorre quando a conduta do agente não é capaz provocar qualquer resultado lesivo à vítima. Outro exemplo bastante utilizado neste caso é a ação destinada a matar um cadáver.
45 – O QUE É CRIME DE TIPO FECHADO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
São aqueles que apresentam a definição completa, como homicídio.
46 – O QUE É CRIME DO TIPO ABERTO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
Os crimes de tipo aberto são aqueles cuja definição emprega termos amplos, trata-se de norma proibitiva violada pelo agente que não está clara. A conduta típica não está completa, logo caberá ao juiz fazer uma análise valorativa do caso concreto. Crimes omissivos impróprios são exemplos, além dos crimes culposos (art. 121, § 3º, do CP: “se o homicídio é culposo”). 
47 – O QUE É NORMA PENAL EM BRANCO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
Trata-se da lei cujo preceito primário é incompleto, embora o preceito secundário seja determinado. Tal lei tem de ser completada por outra, já existente ou futura, da mesma hierarquia ou de hierarquia inferior. Exemplo: os tipos penais da Lei n. 11.343/2006 são leis penais em branco, uma vez que punem condutas relacionadas com drogas ilícitas sem descrever quais seriam essas substâncias (tal informação se encontra em ato administrativo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária — ANVISA.
48 – O QUE É TENTATIVA BRANCA? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
O agente pratica todos os atos executórios, mas não logra êxito em causar qualquer lesão ao objeto material do crime. Um exemplo de tentativa branca ocorre quando o agente pretende matar a vítima com uma faca e, na hora do golpe, a vítima consegue dominá-lo e depois escapa.
49 – COMO SE CLASSIFICA O CRIME DE HOMICÍDIO DO PONTO DE VISTA DO RESULTADO NATURALÍSTICO?
O resultado naturalístico ou material, segundo clássica definição, corresponde à modificação no mundo exterior provocada pela conduta; isto é, aquilo que se modificou no mundo fenomênico em decorrência do comportamento praticado pelo sujeito ativo. No homicídio, por exemplo, o resultado material é a morte, traduzida por um corpo sem vida, que surge como decorrência do comportamento do homicida.
50 - COMO SE CLASSIFICA O CRIME DE HOMICÍDIO DO PONTO DE VISTA DO MOMENTO CONSUMATIVO?
O crime se considera consumado, de acordo com a definição contida no art. 14, I, do CP, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. A maioria dos crimes tem seu momento consumativo verificado de modo instantâneo; outros têm uma consumação que se prolonga no tempo. O homicídio, por exemplo, é um crime instantâneo porque a morte ocorre no momento certo sem continuidade temporal. 
51 – COMO SE CLASSIFICA O CRIME DE HOMICÍDIO DO PONTO DE VISTA DO NÚMERO DE AGENTES EXIGIDO PELA DESCRIÇÃO TÍPICA?
Trata de crime monossubjetivo (de concurso eventual), ou seja, pode ser praticado por um só agente, de modo que é possível que haja a participação e a co-autoria – concurso de agentes ou de pessoas.
52 – COMO SE CLASSIFICA O CRIME DE HOMICÍDIO DO PONTO DE VISTA DA NATUREZA DO COMPORTAMENTO NUCLEAR? (se admite ou não qualquer meio executório).
O homicídio (CP, art. 121) é crime de forma livre, uma vez que existem inúmeras formas de praticá-lo (com emprego de veneno, mediante asfixia, com utilização de fogo ou explosivo, disparos de arma de fogo ou golpes de faca etc.).
53 – COMO SE CLASSIFICA O CRIME DE HOMICÍDIO DO PONTO DE VISTA DO NÚMERO DE VERBOS NUCLEARES?
No que concerne à pluralidade de verbos nucleares, os crimes podem ser de ação simples (quando possuírem apenas um verbo nuclear) ou de ação múltipla (se possuírem dois ou mais). O homicídio possui apenas um verbo que é matar alguém (art. 121), sendo, portanto, de ação simples. 
54 – CITE UMA SITUAÇÃO QUE EXEMPLIFIQUE UMA CONDUTA CULPOSA, E JUSTIFIQUE (a justificativa é a parte mais importante).
Crime culsposo é o resultante da inobservância do cuidado necessário do agente, o qual não intenta nem assume o risco do resultado típico, porém a ele dá causa por imprudência, negligência e imperícia. Ou seja, é um agir descuidado que acaba por gerar um resultado ilícito não desejável, porém previsível. Ocorre crime culposo, por exemplo, quando o motorista, trafegando por via pública em alta velocidade, agindo com imprudência, atropela um pedestre que circulava pelo local.
55 – O QUE É CRIME DE OPINIÃO? DÉ UM EXEMPLO.
Abrange todas as infrações penais decorrentes do abuso de liberdade do pensamento. Não importa o meio pelo qual seja praticado (por palavras, pela imprensa ou qualquer outro veículo de comunicação). Como exemplo há o caso do crime de injúria – art. 140.
56 – O QUE É UM CRIME CONTINUADO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
Compreende uma pluralidade de atos criminosos da mesma espécie, praticados sucessivamente e sem intercorrente punição, a que a lei imprime unidade em razão de sua homogeneidade objetiva. Assim, por exemplo, se uma empregada doméstica decidir subtrair as cento e vinte peças do faqueiro de sua patroa, levando uma a cada dia, até completar o jogo, não terá cometido um só furto, mas cento e vinte (a cada dia ocorreu um furto autônomo). De ver que, nesse caso, ela pratica diversos crimes, mas somente recebe a pena de um furto, aumentada de um sexto até dois terços.
57 – O QUE É UM CRIME HABITUAL? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
Constituído de uma reiteração de atos, penalmente indiferentes, que constituem um todo, um delito apenas, traduzindo geralmente um modo ou estilo de vida. Embora a prática de um ato apenas não seja típica, o conjunto de vários, praticados com habitualidade, configurará o crime. Ex: Curandeirismo, Exercer ilegalmente a medicina.
58 – QUE É UM CRIME PROFISSIONAL? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
Qualquer delito praticado por aquele que exerce uma profissão, utilizando-se dela para a atividade ilícita. Assim, o aborto praticado por médicos ou parteiras, o furto qualificado com chave falsa ou rompimento de obstáculos por serralheiro, etc.
59 – O QUE DISTINGUE O CRIME HABITUAL DO CRIME CONTINUADO? 
No crime habitual cada um dos episódios agrupados não é punível em si mesmo, vez que pertencem a uma pluralidade de condutas requeridas no tipo para que configure um fato punível. Por outro lado, nos delitos continuados cada um dos atos agrupados, individualmente, reúne, por si só, todas as características do fato punível.
60 – LEIA O TIPO PENAL DESCRITO NO ART. 312 E CLASSIFIQUE O CRIME QUANTO O AGENTE ATIVO. JUSTIFIQUE. 
É classificado em crime próprio em que a lei requer alguma qualidade ou condição especial do sujeito ativo, motivo por que somente determinadas pessoas podem cometê-lo. É o caso do peculato (CP, art. 312), em que só o funcionário público pode cometê-lo. 
61 - LEIA O TIPO PENAL DESCRITO NO ART. 175 E CLASSIFIQUE O CRIME QUANTO O AGENTE ATIVO. JUSTIFIQUE. 
É classificado em crime próprio porque somente quem possui a condição de comerciante ou comerciário pode praticá-lo.
62 – LEIA O TIPO PENAL DESCRITO NO ART. 341 E CLASSIFIQUE O CRIME QUANTO AO SUJEITO ATIVO. JUSTIFIQUE. 
Este tipo penal pode ser qualquer pessoa, desde que não tenha sido autor, co-autor ou partícipe; se estiver em qualquer dessas situações poderá ser beneficiado com a atenuante genérica da "confissão".
63 - LEIA O TIPO PENAL DESCRITO NO ART. 320 E CLASSIFIQUE O CRIME QUANTO AO TIPO DE CONDUTA (se positivaou negativa). 
Pune-se o Funcionário Público que deixa, por indulgência (tolerância, clemência, perdão), de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo. Trata-se de crime negativo por ser uma omissão. 
64 – O QUE VOCÊ ENTENDE POR CRIME DE ATIVIDADE? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
São os crimes formais em que a consumação do crime não depende do resultado pretendido pelo agente. A prática da conduta apenas implica no crime consumado. Ex: ameaça, art. 147 (independe que a vítima efetivamente fique intimidada). 
65 - O QUE VOCÊ ENTENDE POR CRIME DE RESULTADO? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE.
São os crimes materiais em que há a necessidade de um resultado externo à ação, descrito na lei. Ex: morte (homicídio), subtração (furto, roubo). 
66 – COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUANTO A ADMISSÃO OU NÃO DE FRACIONAMENTO DA CONDUTA?
Crime unissubsistente é aquele que é realizado por ato único, não sendo admitido o fracionamento da conduta, como, por exemplo, no desacato (artigo 331 do Código Penal Brasileiro) praticado verbalmente.
67 – LEIA O TIPO PENAL DESCRITO NO ART. 124 E CLASSIFIQUE O CRIME QUANTO A POSSIBILIDADE OU NÃO DE FRACIONAMENTO DA CONDUTA?
Crime plurissubsistente é aquele cuja ação é representada por vários atos, ou seja, a conduta é um processo executivo composto por fases que podem ser fracionadas, e, por isso, admite a tentativa. 
68 – LEIA O TIPO PENAL DESCRITO NO ART. 140 (MODALIDADE VERBAL) E CLASSIFIQUE O CRIME QUANTO A POSSIBILIDADE OU NÃO DE FRACIONAMENTO DA CONDUTA ( da conduta ser praticada em vários atos ou não).
É um delito Unissubsistente, pois é realizado por ato único, não sendo admitido o fracionamento da conduta.
69 – LEIA O TIPO PENAL DESCRITO NO ART. 284, I E CLASSIFIQUE O CRIME QUANTO AO MODO PELO QUAL A CONDUTA DEVE SER PRATICADA. 
A conduta deve ser praticada através da ação do agente, isto é, conduta positiva de praticar os verbos do inciso I. 
70 - LEIA O TIPO PENAL DESCRITO NO ART. 121 E CLASSIFIQUE O CRIME QUANTO AO MODO PELO QUAL A CONDUTA DEVE SER PRATICADA (fazer ou não fazer).
A conduta no caso do homicídio pode ser por ação ou omissão.
71 – O QUE SÃO CRIMES VAGOS? EXPLIQUE E EXEMPLIFIQUE. 
É aquele que tem por sujeito passivo entidade sem personalidade jurídica, como a coletividade em seu pudor. É o caso do crime de ato obsceno (art. 223).
72 – LEIA O TIPO PENAL DESCRITO NO ART. 210 E CLASSIFIQUE O CRIME QUANTO AO SUJEITO PASSIVO. 
Quanto ao sujeito passivo, é a coletividade, entidade sem personalidade jurídica, a família e os amigos do morto.
73 – O QUE SÃO CRIMES MULTITUDINÁRIOS?
Cometido por influência de multidão em tumulto (linchamento).
74 – O QUE SÃO CRIMES DE SIMPLES DESOBEDIÊNCIA?
É o crime que se consuma com a simples realização da conduta proibida, não se exigindo qualquer afetação concreta ao bem jurídico. Consuma-se com o simples desvalor da ação. Entram nessa categoria os crimes de perigo abstrato (que são contestados atualmente diante do princípio da ofensividade).
75 – O QUE SÃO CRIMES FALIMENTARES?
São certos atos, previstos em lei, praticados pelo comerciante antes ou depois de decretada sua falência, como por exemplo, o desvio de bens, ou qualquer outro ato fraudulento, que cause ou possa causar prejuízo aos seus credores. “Os delitos falimentares são os chamados crimes do colarinho branco. Isto porque, a prática criminosa pelo empresário possui certos requintes que a distingue da delinquência comum”.
76 – O QUE É DELITO TRANSEUNTE?
É aquele que não deixa vestígios.
77 – O QUE É CRIME DE RESPONSABILIDADE?
Este tipo de crime é alvo de discussões, pois esta classificação suscita dúvidas no que concerne a sua interpretação. Por vezes é entendido como crimes e infrações de natureza político-administrativas não sancionadas com penas de natureza criminal. Damásio de Jesus define, em sentido amplo, “como um fato violador do dever do cargo ou da função, apenado com uma sanção criminal ou de natureza política”. Divide ainda este tipo de crime em duas espécies: próprio, que constitui delito, e impróprio, que diz respeito à infração político-administrativa.
78 – COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES DO PONTO DE VISTA DO ELEMENTO SUBJETIVO OU NORMATIVO DA CONDUTA?
A conduta humana componente do fato típico precisa estar agregada de elemento subjetivo, consistente no dolo ou na culpa. Caso contrário, seria permitida a responsabilidade penal objetiva, ou seja, punição penal pela mera causação de resultado (ação ou omissão ligada ao resultado pelo nexo de causalidade). Desse modo, imprescindível a existência do tipo subjetivo para a configuração da infração penal.
79 – COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUANTO A CONDIÇÃO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO DO AGENTE?
São aqueles cuja transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
80 – COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUANTO À OBJETIVIDADE JURÍDICA (se protegem um ou vários bens jurídicos)?
É o bem ou interesse que a lei penal visa proteger quando incrimina determinada conduta. Por exemplo: no furto, o patrimônio.
81 – COMO SE CLASSIFICAM OS CRIMES QUANTO AO ITER CRIMINIS?
Utilizada no direito penal para se referir ao processo de evolução do delito, ou seja, descrevendo as etapas que se sucederam desde o momento em que surgiu a ideia do delito até a sua consumação.

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