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PESQUISA CLÍNICA DA KETTY Página 1 QUESTIONÁRIO DE PESQUISA CLÍNICA 1 – Quais são os tipos de pesquisa cientifica e quais são suas características? Pesquisa Básica: Estuda os aspectos celulares em geral do problema, a nível molecular e bioquímico. Ex.: Alterações genéticas, dosagens de hormônios, expressão de proteínas, contagem celular, etc. Pesquisa Clínica: Estuda os aspectos clínicos de um problema (em geral doenças e condições gerais de saúde) como sintomas, características clínicas (peso, idade, sexo, etnia, tabagismo, etilismo, etc), porém sem relação com os aspectos moleculares, bioquímicos e celulares. Ex.: Qualidade de vida de pacientes com determinada doença; adesão ao tratamento (farmacológico); relacionar uma determinada doença com o surgimento de outras comorbidades. Pesquisa Translacional: Estuda os aspectos moleculares, bioquímicos e/ou celulares relacionando-os com os aspectos clínicos da doença como sintomas, características clínicas (peso, idade, sexo, etnia, tabagismo, etilismo, etc). 2 – Quais foram os principais eventos da evolução histórica da pesquisa clínica no Brasil? A criação do CEP (Comite de Ética de Pesquisa) e CONEP (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) 3 – O que é BPC? E qual é a importância? As Boas Práticas Clínicas (GCP) são um padrão de qualidade ética e científica para o planejamento, condução, registro e relato de estudos clínicos que envolvam a participação de seres humanos. Adesão a este padrão garante que os direitos, a segurança e o bem-estar dos pacientes estão protegidos, de acordo com os princípios originados da Declaração de Helsinque, e assegura a credibilidade dos dados do estudo clínico. 4 – O que é biodisponibilidade e bioequivalência? Biodisponibilidade: É um termo farmacocinético que descreve a velocidade e o grau com que uma substância ativa ou a sua forma molecular terapeuticamente ativa é PESQUISA CLÍNICA DA KETTY Página 2 absorvida a partir de um medicamento e se torna disponível no local de ação. A avaliação da biodisponibilidade é realizada com base em parâmetros farmacocinéticos calculados a partir dos perfis de concentração plasmática do fármaco ao longo do tempo. Bioequivalência: Um estudo de bioequivalência tem por objetivo comparar as biodisponibilidades de dois medicamentos considerados equivalentes farmacêuticos ou alternativas farmacêuticas e que tenham sido administrados na mesma dose molar. Entende-se por equivalentes farmacêuticos os medicamentos que contêm a mesma substância activa, na mesma dose e na mesma forma farmacêutica. 5 – O que é ensaio clínico? Um ensaio clínico é um estudo sistemático de medicamentos e/ou especialidades medicinais em voluntários humanos que seguem estritamente as diretrizes do método científico. “Qualquer investigação em seres humanos, objetivando descobrir ou verificar os efeitos farmacodinâmicos, farmacológicos, clínicos e/ou outros efeitos de produto(s) e/ou identificar reações adversas ao produto(s) em investigação, com o objetivo de averiguar sua segurança e/ou eficácia.” (EMEA, 1997) 6 – Quais são as fases de um estudo clínico e quais são suas características? Fase Pré-Clínica - Aplicação de nova molécula em animais, após identificada em experimentações in vitro como tendo potencial terapêutico. Informações preliminares sobre atividade farmacológica e segurança Mais de 90% das substâncias estudadas nesta fase, são eliminadas: não demonstram suficiente atividade farmacológica/terapêutica ou demasiadamente tóxicas em humanos Atividade farmacológica específica e perfil de toxicidade aceitável = passam à fase seguinte Fase I - < 100 pessoas. É o primeiro estudo em seres humanos em pequenos grupos de pessoas voluntárias, em geral sadias de um novo princípio ativo, ou nova formulação pesquisada geralmente em pessoas voluntárias. Estas pesquisas se propõem a estabelecer uma evolução preliminar da segurança e do perfil farmacocinético e quando possível, um perfil farmacodinâmico. PESQUISA CLÍNICA DA KETTY Página 3 Verificam a tolerância em voluntários saudáveis: Maior dose tolerável Menor dose efetiva Relação dose/efeito Duração do efeito Efeitos colaterais Fase II (Estudo Terapêutico Piloto) De 100 a 300 pessoas. É um estudo terapêutico piloto. Primeiros estudos controlados em pacientes, para demonstrar efetividade potencial da medicação. Objetivos: Indicação da eficácia Confirmação da segurança Biodisponibilidade e bioequivalência de diferentes formulações Fase III ≥ 800 pessoas. É um estudo terapêutico ampliado. Estudos internacionais, de larga escala, em múltiplos centros, com diferentes populações de pacientes para demonstrar eficácia e segurança (população mínima aprox. 800). São estudos realizados em grandes e variados grupos de pacientes, com o objetivo de determinar: O resultado do risco/benefício a curto e longo prazos das formulações do princípio ativo. De maneira global (geral) o valor terapêutico relativo Exploram-se nesta fase o tipo e perfil das reações adversas mais frequentes, assim como características especiais do medicamento e/ou especialidade medicinal, por exemplo: interações clinicamente relevantes, principais fatores modificantes do efeito tais como idade. Elaboração da bula preliminar Fase IV. Após aprovação o produto é comercializado. Nesta fase os seguintes fatores são analisados: Detectar eventos adversos pouco frequentes ou não esperados (vigilância pós- comercialização) Estudos de suporte ao marketing PESQUISA CLÍNICA DA KETTY Página 4 Estudos adicionais comparativos com produtos competidores Novas formulações (palatabilidade, facilidade de ingestão) São pesquisas realizadas depois de comercializado o produto e/ou especialidade medicinal. Geralmente são estudos de vigilância pós-comercialização, para estabelecer o valor terapêutico, o surgimento de novas reações adversas e/ou confirmação da frequência de surgimento das já conhecidas, e as estratégias de tratamento. Nas pesquisas de fase IV devem-se seguir as mesmas normas éticas e científicas aplicadas às pesquisas de fases anteriores. 7 – Quais são as principais atribuições do CEP? Salvaguardar a dignidade, os direitos, a segurança e o bem estar de todos os sujeitos de pesquisas = principalmente pessoas vulneráveis. As metas da pesquisa, embora sejam importantes, nunca devem ser colocadas acima da saúde, do bem-estar e do cuidado dos sujeitos de pesquisa. O CEP deve adotar o princípio da justiça. A justiça exige que os benefícios e os riscos da pesquisa sejam distribuídos de forma equitativa entre todos os grupos e classes sociais, considerando idade, sexo, situação econômica, cultura e etnia; O CEP é responsável por avaliar a pesquisa proposta antes que se inicie. Deve, ainda, verificar a avaliação periódica dos estudos aprovados já em andamento (Relatórios anuais) CEP tem autoridade para aprovar, solicitar mudanças (antes da aprovação), negar permissão ou suspender um ensaio clínico (Uma vez negado, o estudo clínico deve ser suspenso) 8 – O que é um TCLE? E quais seus elementos fundamentais? TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Processo no qual o sujeito confirma voluntariamente seu desejo de participar de um estudo, particularmente após ter sido informado sobre todos os aspectos relevantes à sua decisão de participar. Elementos Fundamentais: Deve conter informações de identificação do paciente como nome, nº de documento, DN, data. Deve conter também informações sobre o pesquisador = nome, telefone, endereço e e-mail. Objetivo ou propósito do estudo. PESQUISA CLÍNICA DA KETTY Página 5 Informar sobre os riscos e se será coletado algum tipo de materialbiológico = se haverá procedimento invasivo. Informar quaisquer desconfortos da coleta se houver. Informar se o voluntário receberá algum pagamento ou reembolso ou não. Benefícios razoavelmente esperados. Quando não se pretender um benefício clínico ao sujeito, ele terá de estar ciente disso; Informar que ele pode desistir a qualquer momento de participar, ou seja, que sua participação é voluntária. Informar o sigilo absoluto das informações fornecidas. Circunstâncias antecipadas e/ou motivos por que a participação de um sujeito no estudo pode ser encerrada; Deve conter informações do CEP: endereço, telefone e e-mail. 9 – Quais são as principais responsabilidades do pesquisador? Deve ser qualificado para a realização e/ou coordenação da pesquisa = comprovado por curriculum vitae. Deve manter uma lista de profissionais com qualificação adequada para delegar tarefas referentes à pesquisa. Pode delegar tarefas, mas não responsabilidades! Deve permitir auditoria por parte do CEP ou do patrocinador. Deve possuir infraestrutura adequada. Ter tempo suficiente para conduzir apropriadamente o trabalho e concluí-lo dentro do prazo estipulado. Treinamento adequado dos profissionais envolvidos. Deve cumprir os prazos de entrega de relatório do andamento do ensaio clínico. Todos os documentos referentes ao ensaio clínico devem ser arquivados por pelo menos dois anos após seu término. 10 – Quais são as principais responsabilidade do patrocinador? O patrocinador é responsável por implementar e manter sistemas de garantia de qualidade e controle de qualidade dos protocolos de ensaio clínico. Gerenciamento da Pesquisa Clínica, Manuseio de dados, Manutenção de registros = sistema online. Manter a segurança dos dados PESQUISA CLÍNICA DA KETTY Página 6 O patrocinador é responsável por selecionar o pesquisador/instituição Somente pesquisadores com excelente produtividade são aprovados. Os aspectos financeiros da pesquisa clínica devem ser documentados em um acordo entre o patrocinador e o pesquisador/instituição. Somente excelentes projetos são financiados por agências de fomento Patrocinadores: �Fapesp �CNPq �Empresas Privadas (Ex.: Farmacêuticas principalmente e bancos como o Santander). Financiam não só o projeto, mas também pagam bolsas aos pesquisadores envolvidos. Monitoramento do andamento da pesquisa e do cumprimento das BPC = relatórios Auditoria = Fiscalizar os pesquisadores quanto à prestação de contas. Descumprimento do protocolo = penalidade e devolução da quantia cedida (projeto e bolsa). 11 – Por que o Brasil ainda não é o líder no ranking de pesquisa cientificas mundial? A ausência de empresas privadas na lista dos maiores detentores de patentes reflete um aspecto negativo do país. Como a demora na tramitação do processo pode chegar a oito anos, muitas empresas desistem, pois a tecnologia pode acabar se tornando obsoleta antes de a patente sair.
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