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DIREITO_DAS_COISAS_-_AULA_3

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DIREITO das COISAS 
AULA N. 3. 
PROF. MARIÂNGELA MILHORANZA 
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I- POSSE 
• C) Perda da Posse – 
• art. 1223: perde-se a posse quando cessa, 
embora contra a vontade do possuidor, o 
poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 
1196. 
 
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I- POSSE 
• Exemplificativamente, perde-se a posse das 
coisas: 
• a) pelo abandono 
• b) pela tradição 
• c) pela perda da própria coisa Ex: gaiola 
• d) pela destruição da coisa Ex: destruição de 
veículo 
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I - POSSE 
• e) pela colocação da coisa fora do comércio – 
Ex: bem que por razões de ordem pública, ou 
de moralidade, ou de higiene ou de segurança 
coletiva passe à categoria de coisa extra 
comércio. 
• f) pela posse de outrem – Ex: invasão 
 
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I- POSSE 
• 1.7. Efeitos da Posse: Interditos, perda e 
deteriorização, frutos e benfeitorias 
• Interditos – Conforme Carlos Alberto Gonçalves, as 
ações tipicamente possessórias (manutenção, 
reintegração e interdito proibitório) são também 
denominadas interditos possessórios LATO SENSU, 
pois constituem formas evoluídas dos antigos 
interditos do direito romano, que representavam 
verdadeiras ordens dos magistrados. 
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2 – PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• - Breves comentários sobre a forma de 
solução dos conflitos: a) autotutela, b) 
autocomposição, c) mediação, d) conciliação e 
e) arbitragem 
• - Breves comentários acerca do conceito de 
jurisdição – Teorias de Chiovenda, Allorio, 
Carnelutti e Ovídio 
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2- PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• Conforme o art. 1210, parágrafo primeiro, do 
CC: 
• “O possuidor TURBADO, OU ESBULHADO, 
poderá manter-se ou restituir-se por sua 
própria força, contando que o faça logo; os 
atos de defesa ou de desforço, não podem ir 
além do indispensável à manutenção, ou 
restituição da posse.” 
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2 – PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• Características das Ações Possessórias: 
Fungibilidade e Caráter Dúplice 
• Fungibilidade – Art. 920 do CPC: “A 
propositura de uma ação possessória em vez 
de outra não obstará a que o juiz conheça do 
pedido e outorgue a proteção legal 
correspondente àquela, cujos requisitos 
estejam provados.” 
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2 – PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• Caráter Dúplice - A Ações Possessórias têm por 
objetivo defender, manter ou reintegrar a posse de 
quem as propõe, ou seja, servem para "cuidar" da 
posse de quem está propondo a ação. Porém, o 
Código de Processo Civil estabelece a possibilidade 
jurídica de o réu também defender sua posse, pois o 
autor pode ser quem está cometendo a ilegalidade. 
Assim, o réu também pode fazer o mesmo pedido do 
autor, ou seja, pedir que o juiz mantenha sua posse, 
justificando o "porquê" disso. 
 
 
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2 – PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• Portanto, se tanto o autor quanto o réu 
podem fazer pedidos possessórios na mesma 
ação, caracteriza-se o CARÁTER DÚPLICE, isto 
é, a dupla possibilidade de pedido 
possessório. 
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2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• 2.1. Ações de manutenção, reintegração e 
proibitório 
• Turbação é todo ato que embaraça o livre 
exercício da posse. 
• O Esbulho consiste no ato pelo qual o 
possuidor se vê privado da posse mediante 
violência, clandestinidade ou abuso de 
confiança. 
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2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• Ação de Manutenção – É a ação possessória utilizada 
quando há turbação da posse. 
• Ação de Reintegração de Posse – É a ação 
possessória utilizada quando há o esbulho da posse. 
• Art. 926. O possuidor tem direito a ser mantido na 
posse em caso de turbação e reintegrado no de 
esbulho. 
 
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2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• Interdito Proibitório – É a ação possessória 
utilizada quando há uma ameaça ao uso da 
posse. Tem caráter preventivo, pois visa a 
impedir que se concretize uma ameaça à 
posse. 
 
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2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• Art. 932. O possuidor direto ou indireto, que 
tenha justo receio de ser molestado na posse, 
poderá impetrar ao juiz que o segure da 
turbação ou esbulho iminente, mediante 
mandado proibitório, em que se comine ao 
réu determinada pena pecuniária, caso 
transgrida o preceito. 
 
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2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• O interdito proibitório distingue-se das demais 
ações possessórias por seu caráter preventivo. 
A ofensa que dá ensejo a sua propositura é 
apenas potencial, podendo-se dizer que se 
presta a combater a menos grave das 
agressões à posse, que é a ameaça. 
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2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• Cabe o interdito proibitório quando não chega 
a ocorrer sequer embaraço ou restrição ao 
exercício do poder fático do possuidor sobre a 
coisa, mas atos ou palavras do ofensor fazem 
prever como iminente a turbação ou quiçá o 
esbulho. 
 
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2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• No interdito proibitório, portanto, a turbação 
ou o esbulho são uma possibilidade futura, 
mas – nas palavras do legislador – “iminente”. 
Porém, a iminência da agressão que a lei exige 
não supõe sua imediatidade: não é preciso 
que se trate de ameaça de ação imediata, 
próxima. Conforme Pontes de Miranda, “o que 
se há de exigir é que a distância, no tempo, 
não seja tal que o interesse se apague.” 
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2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• PROCEDIMENTO: 
• Petição Inicial – Deve atender ao que dispõem 
os arts. 921, 927, 928 e 282 do CPC. 
• Art. 927 do CPC: Incumbe ao autor provar: I – 
a sua posse; II – a turbação ou o esbulho 
praticado pelo réu; III – a data da turbação ou 
do esbulho; IV – a continuação da posse, 
embora turbada, na ação de manutenção; a 
perda da posse, na ação de reintegração. 
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2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• Art. 921. É lícito ao autor cumular ao pedido 
possessório o de: 
• I - condenação em perdas e danos; 
• Il - cominação de pena para caso de nova 
turbação ou esbulho; 
• III - desfazimento de construção ou plantação 
feita em detrimento de sua posse. 
 
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2 - PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• Liminar – Art. 928. Estando a petição inicial 
devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o 
réu, a expedição do mandado liminar de manutenção 
ou de reintegração; no caso contrário, determinará 
que o autor justifique previamente o alegado, 
citando-se o réu para comparecer à audiência que 
for designada. Parágrafo único. Contra as pessoas 
jurídicas de direito público não será deferida a 
manutenção ou a reintegração liminar sem prévia 
audiência dos respectivos representantes judiciais. 
 
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2 – PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• Recurso Cabível da Decisão que Concede ou 
Denega a Liminar – Agravo Retido ou Agravo 
de Instrumento (depende do caso concreto). 
• Contestação – Prazo de 15 dias a contar da 
juntada do mandado de intimação da decisão 
da liminar. 
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2 – PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• Art. 922. É lícito ao réu, na contestação, 
alegando que foi o ofendido em sua posse, 
demandar a proteção possessória e a 
indenização pelos prejuízos resultantes da 
turbação ou do esbulho cometido pelo autor. 
 
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2 – PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• Art. 930. Concedido ou não o mandado 
liminar de manutenção ou de reintegração, o 
autor promoverá, nos 5 (cinco) dias 
subseqüentes, a citação do réu para contestar 
a ação. 
• Parágrafo único. Quando for ordenada a 
justificação prévia (art. 928), o prazo para 
contestar contar-se-á da intimação do 
despacho que deferir ou não a medida liminar. 
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2 – PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
• Sentença - Art. 929. Julgada procedente a 
justificação, o juiz fará logo expedir mandado 
de manutenção ou de reintegração. 
 
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2 – PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
 Execução da Sentença – O juiz emite um 
ordem para que o oficial de justiça expulse 
imediatamente o esbulhador e reintegrea 
posse ao esbulhado, pois a possessória tem 
força executiva, tal como a ação de despejo, 
não existindo instância executória. 
 
 
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2 – PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
ATENÇÃO: 
 * Se na sentença, houver condenação por 
indenização e perdas e danos, o cumprimento 
da sentença se dará de acordo com os arts. 
646, 475-E e 475-F do CPC. 
 
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2 – PROTEÇÃO JUDICIAL DA POSSE 
* Se na sentença houve cominação de astreintes 
para o caso de nova turbação ou esbulho, 
impõe-se ao vencido uma obrigação de não 
fazer dando ensejo à aplicação dos arts. 644 e 
645 do CPC. 
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