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Introdução ao Direito Civil

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Universidade Estácio de Sá
Curso de Direito
Professora Lucy Figueiredo
 
1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Na Disciplina Direito Civil I estudaremos a Parte Geral do Código Civil brasileiro de 2002, cuja compreensão é de fundamental importância por trazer conceitos pertinentes e necessários para a compreensão de todo o Direito Privado.
O DIREITO CIVIL
O Direito Civil é o principal ramo do direito privado. Trata-se do conjunto de normas (regras e princípios) que regulam as relações entre os particulares, que comumente se encontram em uma situação de equilíbrio de condições. O direito civil é o direito do dia a dia das pessoas, em suas relações privadas cotidianas.
As demais vertentes do direito privado, como o direito do trabalho, o direito comercial e o direito do consumidor encontram sua origem no direito civil, do qual se separam a fim de disciplinar de forma específica certas categorias de relações jurídicas, tendo como objetivos específicos, por exemplo, buscar a proteção a uma das partes presumivelmente mais fraca que a outra na relação obrigacional de trabalho e de consumo (como é o caso o trabalhador e do consumidor), ou conferir tratamento especial a certas atividades em razão de sua relevante função sócio-econômica (como é o caso da atividade comercial ou empresarial).
O direito civil tem como finalidade estabelecer padrões normativos que regem as relações jurídicas das pessoas físicas e jurídicas. Por isso, estabelece os termos em que os membros de uma comunidade estabelecem entre si relações jurídicas, nas mais variadas esferas e nos mais diversos sentidos.
Desta forma, o Direito Civil compreende as relações entre os indivíduos, as relações entre estes e as associações particulares, as destas entre si, as entre os indivíduos ou associações particulares e as associações publicas, quando são sujeitos de Direitos ou de obrigações, do mesmo modo que o pode ser o individuo. 
O objeto do Direito Civil é a tutela da personalidade humana, disciplinando a personalidade jurídica, a família, o patrimônio e a sua transmissão. 
Conteúdo: o conjunto de direitos, relações e instituições que formam o seu ordenamento jurídico, o seu sistema legal.
Sob o ponto de vista objetivo, compreende as regras sobre a pessoa, a família, o direito das coisas, o direito das obrigações e o direito das sucessões, ou seja: a personalidade, as relações patrimoniais, a família e a transmissão dos bens por morte.
2. O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
Marcos Históricos da Codificação Civil no Brasil
Código Civil de 1916
1822 - Independência do Brasil - Ordenações Filipinas
1824 – Constituição - tentativa de consolidação das leis por Teixeira de Freitas
1889 – Proclamação da República – Projeto de Clóvis Beviláqua 
1916 – Aprovação do projeto Clóvis Beviláqua 
1917 – (01/01) Entrada em vigor 
Código Civil de 2002 
1967 – Nomeada Comissão de Juristas para elaboração de um novo Código Civil, coordenada por Miguel Reale.
1972 – apresentação de um anteprojeto pela comissão
1984 – Publicação no DOU do Projeto de Lei n 634-B/75
2002 – Publicado no DOU A Lei n 10.406 – O Novo Código Civil
2003 – Entrada em vigor do Novo Código Civil (01/01/2003)
O Código Civil brasileiro- Lei nº 10.406, de 10.01.2002 tramitou no congresso Nacional desde 1968 e representa a consolidação das mudanças sociais e legislativas surgidas nas últimas nove décadas, incorporando outros novos avanços na técnica jurídica. Entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003,
Características das duas codificações
	Código de 1916
	Código de 2002
	Influência predominante francesa (individualismo – conteúdo do código) + influência germânica (estruturação formal do Código. O CC/1916 tem uma parte geral, tal qual a codificação alemã – BGB. O Código dos Franceses não tem parte geral)
Idéia da codificação total. Completude. O Código Civil era uma lei completa, não precisava de leis especiais.
Diferenças dos momentos históricos em cada codificação: séculos XIX e XX 
Reforma das situações jurídicas – Novos fatores sociais (CF/88, lei do divórcio – 5.5151/77; lei dos conviventes 9.278/96 e lei do inquilinato). 
	Estrutura Semelhante - Parte geral e Especial
Adicionou as obrigações “mercantis” (comerciais) as cíveis.
Prestígio aos microssistemas 
Recodificação (prestigiou as matérias e as interpretações consolidadas a partir do CC/1916).
2.1 A ESTRUTURA DO CÓDIGO CIVIL.
O Código Civil brasileiro contém 2.046 artigos, organizados da seguinte maneira:
Parte Geral
I - Das Pessoas 
II - Dos Bens 
III - Dos Fatos Jurídicos 
Parte Especial 
Livro I - Do Direito das Obrigações 
Livro II - Do Direito de Empresa 
Livro III - Do Direito das Coisas 
Livro IV - Do Direito de Família 
Livro V - Do Direito das Sucessões 
Parte Final ou Das Disposições Finais e Transitórias. 
2.2 OS FUNDAMENTOS PRINCIPIOLÓGICOS DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO.
O Código Civil Brasileiro fundamenta-se em três princípios:
Princípio da Eticidade: prioriza o critério ético, a boa-fé e a equidade 
Princípio da Socialidade: É o sentido social das relações. O interesse coletivo prevalece sobre o interesse individual. 
Princípio da Operabilidade: buscou-se simplificar o direito material para que a eventual relação jurídica material seja mais simples.
a) O PRINCÍPIO DA ETICIDADE
O princípio da eticidade - a eticidade no Novo Código Civil visa imprimir eficácia e efetividade aos princípios constitucionais da valorização da dignidade humana, da cidadania, da personalidade, da confiança, da probidade, da lealdade, da boa-fé, da honestidade nas relações jurídicas de direito privado. 
b) O PRINCÍPIO DA SOCIALIDADE
O princípio da socialidade reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, sem perda, porém, do valor fundamental da pessoa humana; vem tentar a superação do caráter manifestamente individualista do Diploma revogado, reflexo mesmo da publicização do Direito Civil, admitindo ainda a propriedade pública dos bens cuja apreensão individual configuraria um risco para o bem comum. 
Alguns exemplos do Princípio da socialidade no Código Civil 
c) O PRINCÍPIO DA OPERABILIDADE
O princípio da operabilidade leva em consideração que o direito é feito para ser efetivado, para ser executado. Por essa razão o Código Civil de 2002 evitou as complexidades. Diversas soluções normativas foram tomadas no sentido de possibilitar uma compreensão maior e mais simplificada para sua interpretação e aplicação pelo operador do Direito. 
O Princípio da operabilidade no Código Civil 
distinções mais claras entre prescrição e decadência e os casos em que são aplicadas; 
diferença objetiva entre associação e sociedade, servindo a primeira para indicar as entidades de fins não econômicos, e a última para designar as de objetivos econômicos.
Uso de conceitos vagos como as cláusulas gerais para a melhor aplicação do Código.
Cláusulas gerais: são normas que não prescrevem uma certa conduta, mas, simplesmente, definem valores e parâmetros hermenêuticos. Servem assim como ponto de referência interpretativo e oferecem ao intérprete os critérios axiológicos e os limites para a aplicação de demais disposições normativas. São normas com diretrizes indeterminadas, que não trazem expressamente uma solução jurídica (consequência). A norma é inteiramente aberta. Ex: o princípio da boa-fé objetiva art. 422,CC.
Objetivo: possibilitar a evolução do pensamento e do comportamento social, com segurança jurídica. Assim, somente com "flexibilização" e a mesmo tempo "segurança" teremos um sistema eternamente em construção. 
2.3 A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL.
O Código Civil de 1916, surgiu fortemente influenciado pelo Código Napoleônico de 1804 e pelo BGB da Alemanha de 1896. Com aspirações de um jusnaturalismo racionalista, o Código Civil de 1916 defende os valores do patrimonialismo e de um excessivo individualismo inerentes às codificações liberais. 
* Liberalismo é uma doutrina política e econômica defendida pela burguesia. Prega basicamente a livreconcorrência, a livre iniciativa e o direito a propriedade privada (são os pilares do capitalismo, mas nem sempre funcionaram nessa essência).
Assim, pelo liberalismo, a Constituição exerceria um papel meramente interpretativo, somente podendo ser aplicada diretamente em casos excepcionais de lacunas dos códigos, a quem realmente caberia a missão de regular e equilibrar as relações interpessoais. 
Antes do Código Civil de 2002 havia uma verdadeira cisão na estrutura jurídica liberal, o Código Civil era o centro normativo de direito privado, preocupando-se em regular com inteireza e completude as relações entre particulares cabendo-lhe o regime das relações humanas, o espaço sagrado e inviolável da autonomia privada, à Constituição caberia apenas se preocupar em regular a dinâmica organizacional dos poderes do Estado, a Constituição exerceria um papel meramente interpretativo, somente podendo ser aplicada diretamente em casos excepcionais de lacunas dos códigos, essa era a lógica do Código Civil de 1916.
Aos poucos o Código Civil foi perdendo o seu papel de “Constituição” do direito privado. A ideia de código concebido como um sistema fechado foi sendo destruída, surgindo diversas leis especiais e, ao poucos, o Direito Civil foi se fragmentando. 
A Constituição assume um novo papel de regência das relações privadas, conferindo uma nova unidade do sistema jurídico. A posição hierárquica da Constituição e sua ingerência nas relações econômicas e sociais possibilitam a formação de um novo centro unificador do sistema, definindo seus verdadeiros pilares e pressupostos de fundamentação. 
A Constituição, por ser um sistema de normas, é dotada de coercibilidade e imperatividade e, sendo assim, é perfeitamente suscetível de ser aplicada nas relações de direito privado. 
Constitucionalização do direito civil x publicização do direito privado.
A Constitucionalização do Direito Civil é a analise do direito privado com base nos fundamentos constitucionalmente estabelecidos. É a aplicação dos mandamentos constitucionais no direito privado. 
A Publicização do direito privado é o processo de intervenção estatal no direito privado, principalmente mediante a legislação infraconstitucional. 
2.4. DIREITO CIVIL E CONSTITUIÇÃO DE 1988.
A Constituição de 1988, refletindo as mudanças nas relações familiares ocorridas ao longo do século XX deu um novo perfil aos institutos do direito de família.
Assim o novo CC teve que adaptar-se aos novos ditames constitucionais aprofundando-os:
União Estável- reconhecida; (atualmente também para pessoas do mesmo sexo) 
Maioridade Civil – aos 18 anos;
Regime de bens – pode ser alterado por acordo entre os cônjuges; 
Exames de DNA para comprovação de paternidade – a recusa implica em reconhecimento da filiação; 
Filhos nascidos fora do casamento – não há mais distinção entre filhos; 
Guarda dos filhos em caso de separação -  os filhos podem ficar com o pai ou a mãe; 
Testamento – não mais precisa ser feito à mão pelo testador;
Sucessão  - o cônjuge passa a ser herdeiro necessário.
Importância jurídica e social: representa a consolidação das mudanças sociais e legislativas surgidas nas últimas nove décadas, incorporando outros novos avanços na técnica jurídica.
O princípio da eticidade funda-se no valor da pessoa humana como fonte de todos os demais valores. Prioriza a equidade, a boa-fé, a justa causa e demais critérios éticos. 
O princípio da socialidade altera a visão individualista constante no Código Civil/1916, partindo-se da premissa de que devem prevalecer os valores fundamentais da pessoa humana, dando a estes sentido social. 
Com o princípio da operabilidade busca-se que as matérias dispostas no Código Civil fossem de fácil aplicação, não causando embaraço na sua execução. 
Esses três princípios visam garantir uma interpretação ética, operacional e social, o que só poderá ser alcançado se em consonância com a principiológia da constituição, mais precisamente se erigida sempre à categoria de interesse que deve preponderar a dignidade da pessoa humana.
A constitucionalização do Direito privado tem por objetivo conferir uma releitura dos velhos institutos e conceitos do âmbito privado, visando à concretização dos valores e preceitos constitucionais. 
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