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Direito Penal I
Prof. Alexandre Leopoldo
Aula 5
	Consiste num sistema conceitual- conjunto de conhecimentos ordenados de forma lógico-abstrata, segundo princípios, que estabelece os antecedentes genéricos de punibilidade de uma infração penal garantindo a segurança jurídica- certeza e uniformidade da aplicação do direito.
Teoria do Delito
Tem por objetivo salientar as características essenciais do crime e dos seus autores, comuns à todos fatos puníveis.
Seus componentes são Conduta, tipicidade ilicitude e culpabilidade, comum de todos ilícitos penais, possibilitando uma jurisprudência racional, objetiva e igualitária. O ponto de partida é o Direito Positivo..
Objeto Jurídico e Material do Crime
Objeto Jurídico: É o interesse ou bem que a norma penal tutela. É o bem jurídico que se constitui em tudo que é capaz de satisfazer as necessidades do homem, como a vida, a integridade física, o patrimônio, a liberdade.
Objeto Material : É a pessoa ou a coisa sobre o qual recai a conduta do sujeito ativo. Ex: O homem vivo no crime de homicídio, a coisa alheia móvel no crime de furto, o documento no crime de documento falso.
Sujeito Ativo: É aquele que realiza a ação ou a omissão descrita na lei como crime. É que realiza a ação nuclear do crime.
Sujeito Passivo : É aquele que sofre a conduta criminosa do sujeito ativo. É o titular do bem jurídico protegido pela norma.
Obs: De certa forma o Estado também pode ser considerado Sujeito Passivo do crime, porém de forma indireta, pois é o titular do ius puniendi e criador da norma jurídica.
Sujeitos do crime.
Infrações Penais: Nosso sistema jurídico penal adotou, de um lado adotou as palavras crime e delito como sinônimas e de outro lado as contravenções penais.
Nosso sistema fez a opção pelo CRITÉRIO BIPARTIDO de infrações penais, ou seja, entende que no nosso sistema existem os CRIMES e as CONTRAVENÇÕES PENAIS.
Diferença entre crime e contravenção penal:
Artigo 1. do Decreto Lei 3914/41- Lei de Introdução ao Código Penal.
Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.
Formal: É crime definido sob o ponto de vista legal. Definido sob o ponto de vista do direito positivo, fixando seu campo de abrangência. Função de Garantia. Artigo 1° Código Penal e Artigo 5° XXXIX CRFB. 
 
É todo fato humano proibido pela lei penal
 
CONCEITOS DE CRIME 
Material: Diz respeito ao conteúdo do ilícito penal, caráter danoso da ação e o seu desvalor social - quer dizer, o que determinada sociedade, em dado momento histórico, considera que deve ser proibido pela lei penal.
Em princípio são socialmente danosas as condutas que afetem de forma intolerável a estabilidade e o desenvolvimento da vida em comunidade, só sendo admissível o emprego da lei quando haja necessidade essencial de proteção da coletividade ou de bens vitais do individuo. Dessa forma, subministra-se ao legislador uma orientação político criminal sobre o que pode ser punido e o que deve deixar de punir
Assim, o aspecto material do crime constitui lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico penal de caráter individual, coletivo ou difuso.
Conceito analítico de crime: Decompõem –se o crime em suas partes constitutivas- estruturadas axiologicamente em uma relação lógica. Torna a subsunção mais racional e segura.
Assim concebido o crime como FATO TÍPICO, ILÍCITO E CULPÁVEL
De conformidade com o exposto, esses elementos estão em uma sequência lógica necessária, quer dizer, só uma ação ou omissão pode ser típica; só esta ultima pode ser ilícita e apenas quando ilícita tem a possibilidade de ser culpável.
No Brasil, a obscura previsão do art. 225, §3º, da CF, relativamente ao meio ambiente, tem levado alguns penalistas a sustentarem, que a Carta Magna consagrou a responsabilidade penal da pessoa jurídica. No entanto, essa responsabilidade penal ainda se encontra limitada à responsabilidade subjetiva e individual
Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica.
Para combater a tese de que a atual Constituição consagrou a responsabilidade penal da pessoa jurídica, é necessário analisar o disposto no art. 173, § 5º, CF, que estabelece: 1.º) a responsabilidade pessoal dos dirigentes não se confunde com a responsabilidade da pessoa jurídica; 2.º) a Constituição não dotou a pessoa jurídica de responsabilidade penal, ao contrário, condicionou a sua responsabilidade à aplicação de sanções compatíveis com a sua natureza. 
De acordo com o art. 3º da Lei nº 9.605/98, “as pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade”. 
Com efeito, no julgamento do Resp n° 889.528/SC, DJU de 18/06/2007, “admite-se a responsabilidade penal da pessoa jurídica em crimes ambientais desde que haja a imputação simultânea do ente moral e da pessoa física que atua em seu nome ou em seu benefício, uma vez que não se pode compreender a responsabilização do ente moral dissociada da atuação de uma pessoa física, que age com elemento subjetivo próprio”.
Classificação das infrações penais
Crimes de Resultado ou de Dano ou de Lesão ou materiais: A Lei prevê um resultado típico natural ou material. Ex: Artigo 121 do CP, em que a consumação se dá com a morte da pessoa .
Classificação das infrações penais
Crimes Formais (de consumação antecipada) são aqueles cuja consumação ocorre com a realização da ação, pouco importando, para tanto o resultado, que constitui, em conseqüência mero exaurimento do crime já previamente consumado.
Ex: 316(Concussão), Ex: 158, a eventual obtenção da vantagem constituirá mero exaurimento do crime
Crimes de Mera Conduta: (Crimes sem resultado), o tipo somente descreve uma ação positiva ou negativa sem aludir a qualquer resultado, de modo que a consumação se da com a pratica da ação. Assim o entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente em casa alheia (150 CP), o devassar correspondência alheia( 151) praticar ato obsceno( 233), em que so a realização de tais atos basta para consumar o crime.
Crimes Comissivos: São crimes cujos tipos descrevem um comportamento positivo, consistindo assim num fazer o que a lei proíbe( matar, furtar, etc).
Nos omissivos próprios ( é a exceção), contrariamente, o tipo alude a uma abstenção de conduta( conduta negativa) um não fazer, ou seja, o agente deixa de praticar aquilo que a lei determina( omissão de socorro) e a omissão de notificação de doença
Finalmente os omissivos impróprios (ou comissivos por omissão) são em verdade crimes comissivos, mas realizados ( excepcionalmente de forma omissiva), como no caso da mãe que querendo matar o próprio filho deixa de amamentá-los ou alimentá-los, situação em que responderá por homicídio, isto é, por crime comissivo por omissão (ou impropriamente omissivo, já que propriamente é um crime comissivo- Matar alguém).
Releva notar que para a caracterização de um crime omissivo impróprio, é necessário que, alem de um dever legal de agir, tenha o agente o dever de evitar o resultado (13 § 2° do CP).. Assim, por exemplo, se A, salva vidas, deixa de socorrer uma criança, que se afoga, respondera por homicídio, por tero dever legal de evitar o resultado morte; se porem, não é salva vidas, nem tem, para com a criança o dever de cuidado, proteção e vigilância ( por exemplo, é um estranho que passeava pela praia) respondera apenas por omissão de socorro, por não ter o dever legal de evitar o resultado morte, mas o simples dever legal de agir.
Crimes Comuns e Especiais
Comum: É aquele em que o tipo não exige condição especial alguma do sujeito ativo, podendo ser praticado, assim por qualquer pessoa, a exemplo do homicídio, furto ou do estelionato.
Especial ou Próprio: diferentemente o tipo faz referencia a uma qualidade especial do agente,
só podendo em conseqüência, ser praticado por algumas pessoas em particular, a exemplo do peculato, da concussão( 312 e 316 do patrocínio infiel (355) que só podem ser praticados respectivamente, por funcionário publico e advogado.
A doutrina refere-se, ainda como espécie de crime especial, os crimes de Mao própria, que são aqueles que exigem, de parte do autor, a realização pessoal do tipo, não se admitindo por isso a realização por interposta pessoa( autoria mediata) como Bigamia, adultério, falso testemunho. Ao contrario do que comumente se afirma porem a participação nos crimes de Mao própria é possível de forma irrestrita, visto que o participe coopera na ação do outro e em conseqüência não precisa ter a qualidade de autor.
Crimes principais e acessórios
Principais: São os crimes cuja existência não dependem Instantâneos da ocorrência de qualquer outra infração penal ( homicídio, lesão corporal, furto e estelionato) vez que são criados autonomamente.
Acessórios: São os que pressupõem a existência de outro crime, de cuja existência dependem, como por exemplo a receptação.que somente se caracteriza quando a coisa é produto de crime.
Instantâneos: são os crimes cuja consumação se da com a ocorrência do resultado, independentemente do fator temporal, ou seja, é o que se consuma instantaneamente com a pratica de uma conduta típica ( matar, roubar, furtar).
Crimes Instantâneos e permanentes
Permanente (é a exceção), diferentemente, é o crime cuja consumação se protrai no tempo, enquanto perdurar a vontade do agente de realizar a conduta típica, de seqüestrar, de manter em cárcere privado. Portanto, enquanto nos crimes instantâneos a ofensa ao bem jurídico cessa com a produção do resultado, nos permanentes a ofensa se renova no tempo, enquanto não cessa a atividade típica lesiva.
Fala-se ainda de crimes instantâneos de efeitos permanentes, quando embora consumado o crime de forma instantânea, seus efeitos permanecem, porem( homicídio e estupro)
Simples: descrevem uma única lesão jurídica
Compostos ou complexos: Quando o tipo alude a mais de uma lesão jurídica, são crimes que resultam enfim da fusão de mais de um tipo penal.
A importância dessa classificação decorre, sobretudo, do disposto no artigo 101 do CP, que dispõe que “quando a lei considera como elemento ou circunstancia do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes,cabem ação penal em relação aquele, desde que , em relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do MP.
Simples e Compostos
Crimes de Dano e de Perigo
Dano: A conduta somente assume relevância jurídica quando se verifica efetivo dano( roubo, furto, homicídio)
Perigo: O legislador ao descrever o tipo, contenta-se so com o perigo que a ação representa ao bem jurídico. O perigo será concreto quando a descrição do tipo aludir a um perigo ocorrido, real, de lesão, devendo, portanto ser comprovado. O perigo é abstrato ou presumido quando o legislador tipifica a condutapor julga-la perigosa em si, independentemente de qualquer risco efetivo, isto é, a lei o presume jure et de jure.
Unissubjetivos: Em regra são crimes realizáveis por uma única pessoa, podendo haver concurso(eventual) de agentes, a exemplo dos crimes de homicídio e lesão.
Plurissubjetivos: ( de concurso necessário) exigem necessariamente para sua caracterização, a intervenção de mais de uma pessoa. Ex: 288
Pode o concurso segundo os interesses dos concorrentes, ser paralelo( bando ou quadrilha) convergente( adultério, bigamia) ou divergente( rixa).
Crimes de ação única e acao múltipla
Única: Único Verbo
Multipla:Varios verbos incriminados
Crimes Habituais: São aqueles cuja realização típica pressupõe necessariamente a pratica de atos sucessivos, de modo que cada ato isoladamente considerado constitui um indiferente penal, ou seja, são crimes que, por traduzirem, em geral, modo de vida, reclamam habitualidade. Ex: Casa de prostiuicao. Curandeirismo.

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