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OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO Os empresários estão sujeitos às seguintes obrigações: 1) registrar-se na Junta Comercial antes de dar início à exploração de sua atividade; 2) manter escrituração regular de seus negócios; 3) levantar demonstrações contábeis periódicas. 1)REGISTRO DE EMPRESAS O registro público de interesse para os empresários é denominado "registro de empresas mercantis e atividades afins", e está disciplinado pela Lei n. 8.934/94 (Lei de Registro de Empresas). Existe uma Junta Comercial em cada Estado e uma no Distrito Federal. A partir desta lei, as sociedades com finalidade econômica, independentemente do objeto a que se dedicam, devem se registrar na Junta Comercial do Estado em que estão sediadas. Porém, com a entrada em vigor do Código Civil de 2002, o âmbito do registro pelas Juntas Comercial voltou a se restringir, em seu artigo 998. Apenas as sociedades empresárias devem ser registradas nas Juntas. As sociedades simples devem ser registradas no Registro Civil de Pessoas Jurídicas e as voltadas à prestação de serviços de advocacia devem ter seus atos constitutivos levados à Ordem dos Advogados do Brasil. "Os órgãos do registro de empresas são, em nível federal, o Departamento Nacional do Registro do Comércio – DNRC, e, em nível estadual, as Juntas Comerciais. Aos primeiros cabem funções de disciplina, supervisão e fiscalização do registro de empresas; às Juntas, compete executá-lo." São três os atos compreendidos pelo registro de empresas: a matrícula, o arquivamento e a autenticação. A principal sanção imposta à sociedade empresária que funciona sem registro na Junta Comercial é a responsabilidade ilimitada dos sócios pelas obrigações da sociedade. 2)ESCRITURAÇÃO A segunda obrigação do empresário é o dever de manter a escrituração dos negócios de que participam de maneira regular, conforme disposto no art. 1.179, do Código Civil de 2002. Isso significa que o exercício regular da atividade empresarial pressupõe a organização de uma contabilidade, a cargo de profissionais habilitados. Para tanto o empresário deve providenciar o preenchimento dos livros empresariais. Sendo assim, os empresários estão obrigados a manter livros, ou outra modalidade de instrumento de escrituração. Os livros são documentos unilaterais, que registram atos e fatos reputados importantes pela lei para o funcionamento regular da empresa. A escrituração possui três funções: gerencial (serve de instrumento para a tomada de decisões administrativas, financeiras e comerciais, por parte dos empresários e dos dirigentes de empresas); documental (serve de suporte para informações do interesse de terceiros, como sócios, investidores, parceiros empresariais, bancos credores ou órgão publico licitante); e fiscal (serve também para a fiscalização do cumprimento de obrigações legais, inclusive e principalmente de natureza fiscal). A falta de escrituração gera dois tipos de conseqüências: as sancionadoras e as motivadoras. As primeiras importam a penalização do empresário, inclusive pela imputação da responsabilidade penal; as outras apenas negam o acesso do empresário a um benefício de que poderia usufruir caso tivesse cumprido a obrigação. 3)DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PERIÓDICAS O art. 1.179, do Código Civil de 2002, traz a terceira obrigação do empresário, que é a de fazer balanços periódicos. A elaboração das demonstrações contábeis, em regra, é feita anualmente. Porém, as instituições financeiras e as sociedades anônimas, estão obrigadas a fazer tal levantamento em cada semestre. - Sociedade limitada: a obrigação se resume ao levantamento do balanço geral do ativo (todos os bens, dinheiro e créditos) e passivo (todas as obrigações de que é devedora) e as demonstrações de resultados (lucros e perdas), observadas as técnicas aceitas pela contabilidade (CC, 1.188). -Sociedade anônima: a lei é bem mais detalhada. O balanço patrimonial deve apresentar determinadas contas de ativo (circulante, realizável a longo prazo e permanente) e de passivo (líquido, subdividido este último em capital social, reservas e lucros ou prejuízos acumulados). A lei também exige, além do balanço patrimonial, o levantamento de outras três demonstrações contábeis: lucros ou prejuízos acumulados, resultado do exercício, dos fluxos de caixa e valor adicionado. As conseqüências para a falta das demonstrações contábeis periódicas são as seguintes: a) o empresário terá dificuldade de acesso ao crédito bancário, ou a outros serviços prestados pelos bancos que se valem do balanço como instrumento de aferição da idoneidade econômica e patrimonial de seus clientes; b) não poderá participar de licitação promovida pelo Poder Público, tendo em vista as exigências da legislação própria; c) os administradores de sociedade anônima e os administradores da limitada responderão, perante os sócios, por eventuais prejuízos advindos da inexistência do documento.
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