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de 
norma e analogia. 
Características 
Não precisam estar expressos em lei 
para existir. 
Exprimem o “espírito do sistema 
jurídico”, como diz Orlando Gomes. 
São histórico-concretos: variam 
conforme a sociedade e o tempo. 
Alguns exemplos vêm do Direito 
Romano: 
Honeste vivere (viver honestamente) 
Alterum non laedere (não lesar o outro) 
Suum cuique tribuere (dar a cada um o 
que é seu) 
Opinião de Orlando Gomes 
Os princípios gerais são ideias jurídicas 
que o juiz usa quando a lei e a analogia 
falham. 
Não são valores universais ou 
metafísicos (como no Direito Natural), 
mas sim construções do Direito 
Positivo. 
Somente ganham força vinculante 
quando são reconhecidos pela lei ou 
jurisprudência. 
Portanto, não são fontes formais do 
Direito, a menos que o sistema os 
reconheça dessa forma. 
 
 
Doutrinadores relevantes 
Orlando Gomes – enfatiza o caráter 
concreto e histórico dos princípios 
gerais. 
Miguel Reale – via princípios como 
pilares da tridimensionalidade do 
Direito (fato, valor e norma). 
Norberto Bobbio – destaca a 
importância dos princípios para a 
unidade do ordenamento. 
justiça do 
caso concreto, ou seja, a justiça além 
da letra fria da lei. 
Não se opõe à justiça legal, mas a 
completa, ajustando a aplicação da 
norma às peculiaridades da realidade. 
Função: Atua como uma forma de 
temperar o rigor excessivo das normas, 
conforme o brocardo latino: summum 
jus, summa injuria (máximo de justiça 
pode gerar máxima injustiça). 
Três formas de decisão envolvendo 
equidade 
Com equidade: respeita os princípios de 
justiça subjacentes à norma. 
Por equidade: julgador decide com base 
em sua consciência de justiça, sem se 
prender estritamente à norma (ex: art. 
723 do CPC/2015). 
Utilizando a equidade como meio 
supletivo: para interpretar ou integrar 
lacunas na lei (ex: art. 85, § 8º do 
CPC/2015). 
Doutrinadores 
Tércio Sampaio Ferraz: equidade é uma 
forma de intuição racionalizada das 
exigências de justiça. 
Luis Recaséns Siches: A equidade é a 
base de toda interpretação jurídica. 
Critica a ideia de que o legislador possa 
impor uma única forma de 
interpretação. 
Destaca a importância do “logos de lo 
humano” (razão vital e histórica). 
Maria Helena Diniz: equidade funciona 
como uma válvula de segurança, 
ajustando a norma quando ela entra em 
conflito com a realidade. 
Advertência Importante 
A equidade não deve ser usada para 
negar a aplicação da lei de forma 
irresponsável. 
Délio Maranhão alerta: o juiz deve 
aplicar a equidade dentro dos limites da 
norma, e não como desculpa para criar 
um “novo direito”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistemas Jurídicos Sistemas Jurídicos 
 
Ambos os sistemas, ainda que distintos 
em sua origem e estrutura, influenciam-
se mutuamente. 
Sistema Romano-Germânico 
Adotado no Brasil e em vários países da 
Europa Continental. 
Caracteriza-se pela positivação do 
direito: o centro do sistema são as leis 
escritas. 
A Constituição é a norma máxima, 
seguida pelas leis infraconstitucionais. 
O juiz aplica a lei com base técnica e 
interpretação doutrinária, não estando 
vinculado a decisões anteriores nem às 
de tribunais superiores (na visão 
tradicional). 
Contudo, o Novo CPC (2015) trouxe 
maior valorização dos precedentes, o 
que revela influência do common law. 
Sistema Anglo-saxão 
Vigente na Inglaterra e nos Estados 
Unidos, baseia-se fortemente na 
jurisprudência. 
As leis são mais escassas e os 
princípios constitucionais são vagos, 
ganhando forma nos julgados. 
 
 
 
Juízes têm papel mais político, 
frequentemente eleitos, sendo a prática 
mais sociológica que técnica. 
Precedentes obrigatórios (stare 
decisis): 
Vinculam tribunais inferiores e o próprio 
tribunal que os criou. 
O essencial é a ratio decidendi – o 
princípio jurídico que fundamenta a 
decisão. 
Os precedentes têm caráter perpétuo, 
podendo ser retomados mesmo após 
muitos anos, desde que úteis ao caso. 
 
precedentes qualificados no Novo CPC, 
o Brasil vem incorporando práticas 
típicas do common law. 
Isso pode representar um movimento 
de transição ou hibridização entre os 
sistemas. 
Ainda assim, a base do sistema 
brasileiro permanece codificada e 
hierarquizada, com a Constituição no 
topo. 
 
 
 
 
 
Código Civil Código Civil 
 
�Conceito 
“Civil” = relativo ao cidadão. 
Direito Civil: ramo do Direito Privado 
que regula relações entre pessoas 
(físicas ou jurídicas), família, 
obrigações e bens (posse e 
propriedade). 
Origem Histórica 
Roma Antiga: jus civile (direito dos 
cidadãos), jus naturale (direito da 
natureza), jus gentium (direito dos 
estrangeiros). 
Corpus Juris Civilis: compilação do 
Direito Romano por Justiniano (séc. VI). 
Glosadores e Pós-Glosadores: juristas 
que interpretaram e adaptaram o Direito 
Romano à realidade da Idade Média e 
Moderna. 
Contribuições fundamentais para a 
técnica jurídica moderna. 
Conteúdo do Código Civil 
Estrutura do Código Civil Brasileiro 
(2002) 
🔹 Parte Geral 
Regras básicas sobre: Pessoas, Bens e 
Fatos jurídicos 
🔸 Parte Especial: 
Direito das Obrigações (arts. 233 a 965) 
Direito de Empresa (arts. 966 a 1.195) – 
novidade do CC/2002 
Direito das Coisas (arts. 1.196 a 1.510) 
Direito de Família (arts. 1.511 a 1.783) 
Direito das Sucessões (arts. 1.784 a 
2.027) 
Novos paradigmas do CC brasileiro 
3.1. SISTEMA ABERTO; 
3.2. CLÁUSULAS GERAIS; 
3.3. CONCEITOS LEGAIS 
INDETERMINADOS; 
3.4. MITIGAÇÃO DA CONCEPÇÃO 
PRIVATISTA DE DIREITO CIVIL 
Teoria Geral do Direito Privado Teoria Geral do Direito Privado 
 
A Teoria Geral do Direito Privado estuda 
os princípios, conceitos e estruturas 
fundamentais que organizam as 
relações entre os particulares (pessoas 
físicas e jurídicas), ou seja, entre 
cidadãos comuns, empresas, etc., sem 
a interferência direta do Estado como 
autoridade soberana. 
Exemplo: contratos, casamentos, 
heranças, propriedade, etc. 
Princípios do Direito Privado 
Autonomia da vontade 
As partes podem livremente estabelecer 
as regras dos seus contratos, dentro da 
lei. 
Ex: duas pessoas podem combinar 
livremente como será feito um contrato 
de prestação de serviços. 
Igualdade entre as partes 
Nenhuma das partes tem poder sobre a 
outra. 
Boa-fé objetiva 
As pessoas devem agir com 
honestidade, lealdade e respeito às 
expectativas legítimas do outro. 
Função social dos direitos 
Um direito só faz sentido se tiver 
utilidade para a coletividade. 
Ex: a propriedade não pode ser usada 
de forma abusiva, prejudicando a 
vizinhança 
 
 
Sujeitos do Direito Privado 
Pessoa Natural (física) 
Todo ser humano com personalidade 
jurídica (desde o nascimento com vida). 
Capacidade: aptidão para exercer 
direitos e cumprir deveres. 
Pessoa Jurídica 
Entidade com existência legal e 
personalidade própria (ex: empresas, 
ONGs, igrejas). 
Dividem-se em direito público (ex: 
municípios) e direito privado (ex: 
sociedades empresárias). 
Fatos, Atos e Negócios Jurídicos 
Fato Jurídico 
Todo acontecimento que produz efeitos 
no mundo do Direito, com ou sem 
vontade humana. 
Ex: nascimento, morte, tempestade que 
destrói um galpão. 
Ato Jurídico 
Ato praticado com intenção de produzir 
efeitos jurídicos. 
Ex: um contrato de aluguel. 
Negócio Jurídico 
Tipo de ato jurídico que depende da 
vontade das partes e é mais complexo. 
Ex: compra e venda, doação, 
casamento. 
Patrimônio, Bens e Obrigações 
🔹 Patrimônio 
Conjunto de bens e dívidas de uma 
pessoa. 
🔹 Bens 
Tudo aquilo que pode ter valor 
econômico. 
Classificação importante: bens móveis 
e imóveis, fungíveis e infungíveis, 
consumíveis e inconsumíveis. 
🔹 Obrigações 
Relação entre credor e devedor, onde 
alguém se compromete a cumprir uma 
prestação (dar, fazer ou não fazer algo). 
Direitos Reais e Pessoais 
 
Direitos Reais Direitos Pessoaiso cidadão, mas 
ensina como usar as leis existentes. 
 
 A LC-95/98 serve para garantir 
clareza, precisão e ordem nos textos 
legais. 
Originalmente, a LINDB tinha apenas 19 
artigos. 
• Porém, ela foi ampliada por leis 
posteriores, especialmente pela Lei nº 
13.655/2018, que acrescentou os 
artigos 20 a 30, com o objetivo de 
orientar a atuação dos agentes 
públicos e a interpretação do Direito 
Público, especialmente no âmbito da 
Administração Pública, do Controle e do 
Judiciário. 
 
A incidência universal da LINDB conta 
com algumas exceções: No campo do 
direito penal e no campo do direito 
tributário: somente se admite a 
analogia como mecanismo de 
integração das normas in bonam 
partem. 
 
 
 
 
Técnica Legislativa e Técnica Legística 
 Técnica Legislativa: São os métodos 
e normas para escrever leis de forma 
clara, correta e sistemática. 
 Técnica Legística: Trata do conteúdo 
das leis — a preocupação com a 
política legislativa, objetivos e 
impactos. 
 
 
 
 
Importância: Facilitar a compreensão e 
a aplicação correta das leis. 
Processo de Elaboração de Leis 
As leis precisam passar por um 
processo formal para existir: 
1 Iniciativa Proposta de 
criação 
2 Discussão e 
deliberação 
Debates e 
votações no 
Legislativo. 
3 Sanção Aprovação pelo 
Poder Executivo. 
4 Promulgação Oficialização da 
nova lei. 
Se faltar uma etapa, a lei pode ser 
considerada inexistente. 
Estrutura Art 121, CP 
Preceito 
primário: 
 "Matar alguém." 
 
Preceito 
secundário: 
"Pena: reclusão 
de 6 a 20 anos." 
 
Estrutura da Lei segundo a LC-
95/1998 
Uma lei deve ser organizada, seguindo 
este modelo: 
Ementa Resumo da lei 
Preâmbulo 
Informações 
introdutórias 
Parte normativa 
Artigos, incisos, 
alíneas, parágrafos 
 
Estrutura da LINDB 
 
Bloco Tema Artigos 
Vigência e 
Interpretação 
da Lei 
Como a lei 
entra em vigor 
e deve ser 
entendida 
1º - 6º 
Direito 
Internacional 
Privado 
Aplicação de 
leis 
estrangeiras e 
conflitos de 
normas 
7º - 19 
Atuação 
Estatal 
Moderna 
Responsabilida
de e segurança 
jurídica na 
atuação do 
Estado 
20 - 30 
Objeto da LINDB 
Regular a vigência, interpretação, 
aplicação e integração das normas 
jurídicas. 
É aplicável em todos os ramos do 
Direito (civil, penal, administrativo etc.). 
Existência 
A lei existe quando cumpre o processo 
legislativo corretamente. 
Se não cumpre, é como se nunca 
tivesse existido no mundo jurídico. 
Validade 
A lei válida precisa ser compatível com 
a Constituição. 
Validade Formal: Correto procedimento 
de criação. 
Validade Material: Conteúdo conforme 
a Constituição. 
Exemplo: Uma lei estadual criando 
crime seria materialmente inválida, pois 
crime é competência da União (art. 22, 
CF). 
Vigência 
Vigência é o período em que a lei está 
em vigor. 
Começa após a publicação, 
normalmente com prazo de 45 dias 
(vacatio legis). 
LC-95/1998: Prefere indicar claramente 
a data de início da vigência para dar 
segurança jurídica. 
Eficácia 
Refere-se à capacidade da lei de 
produzir efeitos. 
Pode haver: 
Eficácia técnica (aptidão jurídica para 
produzir efeitos). 
Eficácia social (se a sociedade 
realmente cumpre a lei). 
 
Vigor 
 
É também chamado de força da norma. 
Tem relação com a força vinculante da 
norma, ou seja, à impossibilidade de os 
sujeitos subtraírem-se ao seu império. 
 
Não se confunde nem com a vigência 
nem com a eficácia, pelo fato de que, no 
vigor, o que se verifica é a realização 
efetiva de resultados jurídicos. 
 
Assim, uma norma já revogada (ou seja, 
não mais vigente) pode continuar sendo 
aplicada em juízo, se disser respeito a 
situações consolidadas sob sua 
vigência, fenômeno que se denomina 
ultratividade da norma. 
 
Revogação e Repristinação 
Revogação 
Extinção da vigência de uma lei. 
Modalidade de Revogação 
 Quanto a extensão: 
Total (ab-rogação): a lei inteira é 
revogada. 
Parcial (derrogação): só parte da lei é 
revogada. 
 Quanto ao modo de revogação: 
Revogação Expressa: a nova lei diz que 
revoga a anterior. 
Revogação Tácita: a nova lei é 
incompatível com a anterior, mesmo 
sem mencionar isso. 
LC-95/98 proibiu revogação tácita 
genérica: hoje o legislador deve dizer 
exatamente o que está revogando. 
Repristinação 
Reviver uma lei antiga que havia sido 
revogada. 
Só acontece se houver previsão 
expressa. 
Antinomias e Solução de Conflitos 
entre Leis 
Quando duas leis entram em conflito, 
resolvemos com critérios: 
Conflito Critério 
Lei posterior 
vs. anterior 
Lex posterior derogat 
priori (a nova prevalece) 
Lei especial 
vs. geral 
Lex specialis derogat 
generali (a especial 
prevalece) 
Lei superior 
vs. inferior 
Lex superior derogat 
inferiori (a superior 
prevalece) 
Em casos complexos, prevalece o 
critério da hierarquia. 
Outras Questões Importantes 
Conhecimento e Obrigatoriedade da 
Lei 
Art. 3º da LINDB: "Ninguém pode alegar 
desconhecimento da lei." 
Mesmo sem conhecer a lei, todos 
devem cumpri-la. 
 
 
Desuso 
Mesmo uma lei que "cai em desuso" 
continua válida, até ser formalmente 
revogada. 
Validade no Espaço 
Princípio da Territorialidade: a lei vale 
no território brasileiro. 
Princípio da Nacionalidade: certas leis 
continuam a valer para brasileiros, 
mesmo fora do Brasil (ex.: voto no 
exterior, crimes internacionais). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ide 
norma e analogia. 
Características 
Não precisam estar expressos em lei 
para existir. 
Exprimem o “espírito do sistema 
jurídico”, como diz Orlando Gomes. 
São histórico-concretos: variam 
conforme a sociedade e o tempo. 
Alguns exemplos vêm do Direito 
Romano: 
Honeste vivere (viver honestamente) 
Alterum non laedere (não lesar o outro) 
Suum cuique tribuere (dar a cada um o 
que é seu) 
Opinião de Orlando Gomes 
Os princípios gerais são ideias jurídicas 
que o juiz usa quando a lei e a analogia 
falham. 
Não são valores universais ou 
metafísicos (como no Direito Natural), 
mas sim construções do Direito 
Positivo. 
Somente ganham força vinculante 
quando são reconhecidos pela lei ou 
jurisprudência. 
Portanto, não são fontes formais do 
Direito, a menos que o sistema os 
reconheça dessa forma. 
 
 
Doutrinadores relevantes 
Orlando Gomes – enfatiza o caráter 
concreto e histórico dos princípios 
gerais. 
Miguel Reale – via princípios como 
pilares da tridimensionalidade do 
Direito (fato, valor e norma). 
Norberto Bobbio – destaca a 
importância dos princípios para a 
unidade do ordenamento. 
justiça do 
caso concreto, ou seja, a justiça além 
da letra fria da lei. 
Não se opõe à justiça legal, mas a 
completa, ajustando a aplicação da 
norma às peculiaridades da realidade. 
Função: Atua como uma forma de 
temperar o rigor excessivo das normas, 
conforme o brocardo latino: summum 
jus, summa injuria (máximo de justiça 
pode gerar máxima injustiça). 
Três formas de decisão envolvendo 
equidade 
Com equidade: respeita os princípios de 
justiça subjacentes à norma. 
Por equidade: julgador decide com base 
em sua consciência de justiça, sem se 
prender estritamente à norma (ex: art. 
723 do CPC/2015). 
Utilizando a equidade como meio 
supletivo: para interpretar ou integrar 
lacunas na lei (ex: art. 85, § 8º do 
CPC/2015). 
Doutrinadores 
Tércio Sampaio Ferraz: equidade é uma 
forma de intuição racionalizada das 
exigências de justiça. 
Luis Recaséns Siches: A equidade é a 
base de toda interpretação jurídica. 
Critica a ideia de que o legislador possa 
impor uma única forma de 
interpretação. 
Destaca a importância do “logos de lo 
humano” (razão vital e histórica). 
Maria Helena Diniz: equidade funciona 
como uma válvula de segurança, 
ajustando a norma quando ela entra em 
conflito com a realidade. 
Advertência Importante 
A equidade não deve ser usada para 
negar a aplicação da lei de forma 
irresponsável. 
Délio Maranhão alerta: o juiz deve 
aplicar a equidade dentro dos limites da 
norma, e não como desculpa para criar 
um “novo direito”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistemas Jurídicos Sistemas Jurídicos 
 
Ambos os sistemas, ainda que distintos 
em sua origem e estrutura, influenciam-
se mutuamente. 
Sistema Romano-Germânico 
Adotado no Brasil e em vários países da 
Europa Continental. 
Caracteriza-se pela positivação do 
direito: o centro do sistema são as leis 
escritas. 
A Constituição é a norma máxima, 
seguida pelas leis infraconstitucionais. 
O juiz aplica a lei com base técnica e 
interpretação doutrinária, não estando 
vinculado a decisões anteriores nem às 
de tribunais superiores (na visão 
tradicional). 
Contudo, o Novo CPC (2015) trouxe 
maior valorização dos precedentes, o 
que revela influência do common law. 
Sistema Anglo-saxão 
Vigente na Inglaterra e nos Estados 
Unidos, baseia-se fortemente na 
jurisprudência. 
As leis são mais escassas e os 
princípios constitucionais são vagos, 
ganhando forma nos julgados. 
 
 
 
Juízes têm papel mais político, 
frequentemente eleitos, sendo a prática 
mais sociológica que técnica. 
Precedentes obrigatórios (stare 
decisis): 
Vinculam tribunais inferiores e o próprio 
tribunal que os criou. 
O essencial é a ratio decidendi – o 
princípio jurídico que fundamenta a 
decisão. 
Os precedentes têm caráter perpétuo, 
podendo ser retomados mesmo após 
muitos anos, desde que úteis ao caso. 
 
precedentes qualificados no Novo CPC, 
o Brasil vem incorporando práticas 
típicas do common law. 
Isso pode representar um movimento 
de transição ou hibridização entre os 
sistemas. 
Ainda assim, a base do sistema 
brasileiro permanece codificada e 
hierarquizada, com a Constituição no 
topo. 
 
 
 
 
 
Código Civil Código Civil 
 
�Conceito 
“Civil” = relativo ao cidadão. 
Direito Civil: ramo do Direito Privado 
que regula relações entre pessoas 
(físicas ou jurídicas), família, 
obrigações e bens (posse e 
propriedade). 
Origem Histórica 
Roma Antiga: jus civile (direito dos 
cidadãos), jus naturale (direito da 
natureza), jus gentium (direito dos 
estrangeiros). 
Corpus Juris Civilis: compilação do 
Direito Romano por Justiniano (séc. VI). 
Glosadores e Pós-Glosadores: juristas 
que interpretaram e adaptaram o Direito 
Romano à realidade da Idade Média e 
Moderna. 
Contribuições fundamentais para a 
técnica jurídica moderna. 
Conteúdo do Código Civil 
Estrutura do Código Civil Brasileiro 
(2002) 
🔹 Parte Geral 
Regras básicas sobre: Pessoas, Bens e 
Fatos jurídicos 
🔸 Parte Especial: 
Direito das Obrigações (arts. 233 a 965) 
Direito de Empresa (arts. 966 a 1.195) – 
novidade do CC/2002 
Direito das Coisas (arts. 1.196 a 1.510) 
Direito de Família (arts. 1.511 a 1.783) 
Direito das Sucessões (arts. 1.784 a 
2.027) 
Novos paradigmas do CC brasileiro 
3.1. SISTEMA ABERTO; 
3.2. CLÁUSULAS GERAIS; 
3.3. CONCEITOS LEGAIS 
INDETERMINADOS; 
3.4. MITIGAÇÃO DA CONCEPÇÃO 
PRIVATISTA DE DIREITO CIVIL 
Teoria Geral do Direito Privado Teoria Geral do Direito Privado 
 
A Teoria Geral do Direito Privado estuda 
os princípios, conceitos e estruturas 
fundamentais que organizam as 
relações entre os particulares (pessoas 
físicas e jurídicas), ou seja, entre 
cidadãos comuns, empresas, etc., sem 
a interferência direta do Estado como 
autoridade soberana. 
Exemplo: contratos, casamentos, 
heranças, propriedade, etc. 
Princípios do Direito Privado 
Autonomia da vontade 
As partes podem livremente estabelecer 
as regras dos seus contratos, dentro da 
lei. 
Ex: duas pessoas podem combinar 
livremente como será feito um contrato 
de prestação de serviços. 
Igualdade entre as partes 
Nenhuma das partes tem poder sobre a 
outra. 
Boa-fé objetiva 
As pessoas devem agir com 
honestidade, lealdade e respeito às 
expectativas legítimas do outro. 
Função social dos direitos 
Um direito só faz sentido se tiver 
utilidade para a coletividade. 
Ex: a propriedade não pode ser usada 
de forma abusiva, prejudicando a 
vizinhança 
 
 
Sujeitos do Direito Privado 
Pessoa Natural (física) 
Todo ser humano com personalidade 
jurídica (desde o nascimento com vida). 
Capacidade: aptidão para exercer 
direitos e cumprir deveres. 
Pessoa Jurídica 
Entidade com existência legal e 
personalidade própria (ex: empresas, 
ONGs, igrejas). 
Dividem-se em direito público (ex: 
municípios) e direito privado (ex: 
sociedades empresárias). 
Fatos, Atos e Negócios Jurídicos 
Fato Jurídico 
Todo acontecimento que produz efeitos 
no mundo do Direito, com ou sem 
vontade humana. 
Ex: nascimento, morte, tempestade que 
destrói um galpão. 
Ato Jurídico 
Ato praticado com intenção de produzir 
efeitos jurídicos. 
Ex: um contrato de aluguel. 
Negócio Jurídico 
Tipo de ato jurídico que depende da 
vontade das partes e é mais complexo. 
Ex: compra e venda, doação, 
casamento. 
Patrimônio, Bens e Obrigações 
🔹 Patrimônio 
Conjunto de bens e dívidas de uma 
pessoa. 
🔹 Bens 
Tudo aquilo que pode ter valor 
econômico. 
Classificação importante: bens móveis 
e imóveis, fungíveis e infungíveis, 
consumíveis e inconsumíveis. 
🔹 Obrigações 
Relação entre credor e devedor, onde 
alguém se compromete a cumprir uma 
prestação (dar, fazer ou não fazer algo). 
Direitos Reais e Pessoais 
 
Direitos Reais Direitos Pessoais(Obrigacionais) 
Relação direta 
com a coisa (ex: 
propriedade, 
usufruto). 
Relação entre 
pessoas (ex: 
contrato de compra 
e venda). 
Oponível a todos 
(erga omnes). 
Oponível só entre as 
partes. 
 
 
 
 
Evolução do Direito Privado 
Idade Antiga e Roma: forte proteção à 
propriedade e à autonomia da vontade. 
Idade Moderna (liberalismo): destaque 
ao contrato e à liberdade econômica. 
Idade Contemporânea: equilíbrio entre 
autonomia e proteção do mais 
vulnerável (ex: consumidor, 
empregado). 
A Teoria Geral do Direito Privado é a 
base para compreender como o Direito 
regula as relações entre pessoas 
comuns. Sem entender seus princípios, 
sujeitos, fontes e institutos, fica difícil 
avançar nos estudos de Direito Civil, 
Empresarial, Contratual, entre outros. 
Unificação do Direito Privado 
Unificação do Direito Privado é o 
processo de reunir em um único código 
jurídico as normas que tratam das 
relações privadas, especialmente as do 
Direito Civil e do Direito Comercial (ou 
Empresarial). 
O Direito Privado era dividido em: 
Direito Civil (1916) – relações comuns 
entre pessoas (família, propriedade, 
contratos). 
Direito Comercial (1850) – relações 
empresariais (atividade mercantil, 
sociedades, títulos de crédito). 
O Código Civil de 2002 unificou o Direito 
Privado 
 
 
 
Teoria do Direito Civil Teoria do Direito Civil 
 
 
Definição 
Direito Civil como ramo do direito que 
disciplina todas as relações jurídicas da 
pessoa, seja uma com as outras (físicas e 
jurídicas) envolvendo relações familiares e 
obrigacionais ou com as coisas 
(propriedade e posse). 
Também chamado de direito 
comum, pois regem relações entre 
particulares, é o conjunto de 
regras que disciplina a vida das 
pessoas desde a concepção até 
a morte, e ainda depois dela. 
Objetivo 
Buscar a compreensão dos 
fundamentos e princípios que 
orientam a aplicação do direito 
privado em casos concretos, afim 
de garantir a segurança jurídica e a 
proteção dos direitos das partes 
envolvidas. 
Origem 
No Brasil, colônia de Portugal até 1822, 
por muitos anos aplicaram-se as 
Ordenações do Reino, dentre elas, as 
Ordenações Filipinas. 
Logo após a Independência, em 1823, foi 
promulgada pelo governo imperial “[...] 
uma lei que mantinha em vigor no 
território brasileiro as Ordenações 
Filipinas e toda a legislação Portuguesa 
anterior a 25 de abril de 1821, enquanto 
 
 
não se organizasse um novo código civil e 
desde que não fossem especialmente 
alteradas por outra lei.” (ROBERTO, 2011, p. 
54). 
A organização de uma legislação cível 
própria que coadunasse com a situação 
brasileira era tão necessária que a 
Constituição de 1824 (Constituição do 
Império) determinou no art. 179, XVIII, que 
“organizar-se-há (sic) quanto antes um 
Código Civil, e Criminal, fundado nas 
sólidas bases da Justiça e 
Equidade.” (BRASIL, 1824). 
Após anos de tramitação, em 1916 
foi promulgado o primeiro Código 
Civil brasileiro, sendo inspirado 
nos códigos civis da França e da 
Alemanha. Continha uma premissa 
ideológica de base patrimonialista e 
individualista. 
Em 2002, após a conclusão dos estudos 
feitos pela comissão formada por Miguel 
Reale, surgiu um novo Código Civil. 
 Reale e sua comissão tiveram como ponto 
de partida o Código de 1916 e 
apresentaram a proposta de um novo 
Código em 1975. 
Após diversas revisões e procedimentos de 
tramitação, a Lei n.º 10.406 foi aprovada 
em 10 de janeiro de 2002 e continua em 
vigor até os dias atuais. 
O código Civil é a verdadeira Constituição 
do Direito Privado 
 
 
História do Direito Civil História do Direito Civil 
Direito Romano 
 Institutas 
Pessoas, Coisas e ações 
Direito Francês (C Napoleão) 
 Pessoas 
 Bens e modos de aquisição 
Direito Germânico (Alemão) 
 Parte Geral 
 Parte Especial 
 
O direito civil passou por um processo de 
reconstrução de suas bases. Houve uma 
mudança de perspectiva em seu traço 
ideológico 
 Início da codificação do Direito Civil 
(1804) 
 Surge o Código Civil Francês 
(Napoleônico). 
Centralidade no patrimônio como foco das 
relações jurídicas. 
Ideologia: o código seria imutável, perene 
e resolveria todos os conflitos sociais 
(visão universalista e técnica). 
Codificação no Brasil (Século XIX – início 
do XX) 
Em 1850, o Brasil inicia seu processo de 
codificação. 
Clóvis Beviláqua elabora o anteprojeto do 
Código Civil em 1899. 
O Código Civil Brasileiro é aprovado em 
1916 e entra em vigor em 1917 (CC/16). 
Influência direta do modelo francês. 
Acreditava-se que o código resolveria as 
questões sociais. 
Transformações sociais no século XX 
Avanços tecnológicos, revoluções sociais, 
movimentos feministas, guerras. 
Essas transformações tornam o modelo 
codificado insuficiente para tratar da 
complexidade das novas relações sociais. 
 
 
 
O "caso das codificações" 
Após a 1ª Guerra Mundial na Europa e a 
partir da década de 1930 no Brasil, 
o código perde o status de resolver todos 
os litígios. 
Início da descentralização do Direito Civil, 
com o surgimento das leis especiais. 
De um monossistema a um polissistema 
O CC/16 passa a coexistir com leis 
específicas: 
Ex.: CDC, ECA, Lei de Registros Públicos, 
Lei de Investigação de Paternidade. 
Surge o conceito de polissistema jurídico: 
múltiplas fontes normativas convivendo. 
 
Criação do novo Código Civil (CC/02) “O 
ser” 
Miguel Reale começa a redigir o 
anteprojeto em 1969 (em plena ditadura). 
Em 1997, é modernizado com base na 
CF/88. 
Apesar do contexto de descrença na 
codificação, o Código Civil de 2002 é 
aprovado e entra em vigor em 
11/01/2003. 
 
 
 
 
 
Mudança na autonomia privada 
Antes: autonomia da vontade (liberdade 
absoluta de contratar, baseada no 
individualismo). 
Hoje: autonomia privada – limitada 
pelos princípios constitucionais e pelo 
dirigismo contratual (intervenção do 
Estado). 
A vontade contratual não é mais soberana: 
ela deve ser avaliada à luz da dignidade a 
da pessoa humana. 
 
 
A constitucionalização do Direito Civil A constitucionalização do Direito Civil 
Resumo 
Direito Civil evoluiu de um modelo 
patrimonialista e técnico para um sistema 
que coloca a pessoa humana no centro. 
Passamos de um Direito centrado em 
normas frias para um Direito Civil 
comprometido com valores 
constitucionais e justiça social. 
A dignidade humana se tornou o pilar 
central da interpretação civil 
contemporânea. 
 
 
 
Processo já presente em constituições 
anteriores, mas consagrado pela CF/88. 
A CF/88 se torna o vetor central de 
interpretação de todo o Direito Civil. 
Ocorre a "emigração" dos institutos civis 
fundamentais (como contrato, 
propriedade, família, empresa) para a 
lógica constitucional. 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL – NORMA 
SUPREMA DO ESTADO, NORMA 
NORMARUM; 
DESCODIFICAÇÃO – MICROSSISTEMAS; 
DIREITO CIVIL CONSTITUCIONAL; 
Eficácia horizontal dos direitos 
fundamentais, ex: o CDC está ao lado do 
CC, não é menos ou mais importante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Princípios fundamentais do CC/02 
(influência constitucional) 
O Código de 2002 é orientado por três 
grandes princípios (Miguel Reale): 
SOCIALIDADE 
O Direito Civil deve promover o bem 
comum e a função social dos institutos 
jurídicos (como propriedade, contratos, 
etc). 
ETICIDADE 
Valoriza a boa-fé objetiva, confiança e 
lealdade nas relações privadas. 
OPERABILIDADE 
Sistema mais flexível e aberto, com 
cláusulas gerais (como função social e 
boa-fé), permitindo adaptação ao caso 
concreto. 
 
 
LINDB & LC-95/88LINDB & LC-95/88 
 
 
 
Introdução 
Por que estudar a LINDB e a LC-95? 
A LINDB é um conjunto de regras 
fundamentais que orienta como as leis 
devem ser criadas, aplicadas, 
interpretadas e integradas no Brasil. Já 
a LC-95/1998 fixa padrões de técnica 
legislativa para a organização e 
redação das leis. 
Essência: 
 A LINDB não cria direitos e deveres 
diretamente parao cidadão, mas 
ensina como usar as leis existentes. 
 
 A LC-95/98 serve para garantir 
clareza, precisão e ordem nos textos 
legais. 
Originalmente, a LINDB tinha apenas 19 
artigos. 
• Porém, ela foi ampliada por leis 
posteriores, especialmente pela Lei nº 
13.655/2018, que acrescentou os 
artigos 20 a 30, com o objetivo de 
orientar a atuação dos agentes 
públicos e a interpretação do Direito 
Público, especialmente no âmbito da 
Administração Pública, do Controle e do 
Judiciário. 
 
A incidência universal da LINDB conta 
com algumas exceções: No campo do 
direito penal e no campo do direito 
tributário: somente se admite a 
analogia como mecanismo de 
integração das normas in bonam 
partem. 
 
 
 
 
Técnica Legislativa e Técnica Legística 
 Técnica Legislativa: São os métodos 
e normas para escrever leis de forma 
clara, correta e sistemática. 
 Técnica Legística: Trata do conteúdo 
das leis — a preocupação com a 
política legislativa, objetivos e 
impactos. 
 
 
 
 
Importância: Facilitar a compreensão e 
a aplicação correta das leis. 
Processo de Elaboração de Leis 
As leis precisam passar por um 
processo formal para existir: 
1 Iniciativa Proposta de 
criação 
2 Discussão e 
deliberação 
Debates e 
votações no 
Legislativo. 
3 Sanção Aprovação pelo 
Poder Executivo. 
4 Promulgação Oficialização da 
nova lei. 
Se faltar uma etapa, a lei pode ser 
considerada inexistente. 
Estrutura Art 121, CP 
Preceito 
primário: 
 "Matar alguém." 
 
Preceito 
secundário: 
"Pena: reclusão 
de 6 a 20 anos." 
 
Estrutura da Lei segundo a LC-
95/1998 
Uma lei deve ser organizada, seguindo 
este modelo: 
Ementa Resumo da lei 
Preâmbulo 
Informações 
introdutórias 
Parte normativa 
Artigos, incisos, 
alíneas, parágrafos 
 
Estrutura da LINDB 
 
Bloco Tema Artigos 
Vigência e 
Interpretação 
da Lei 
Como a lei 
entra em vigor 
e deve ser 
entendida 
1º - 6º 
Direito 
Internacional 
Privado 
Aplicação de 
leis 
estrangeiras e 
conflitos de 
normas 
7º - 19 
Atuação 
Estatal 
Moderna 
Responsabilida
de e segurança 
jurídica na 
atuação do 
Estado 
20 - 30 
Objeto da LINDB 
Regular a vigência, interpretação, 
aplicação e integração das normas 
jurídicas. 
É aplicável em todos os ramos do 
Direito (civil, penal, administrativo etc.). 
Existência 
A lei existe quando cumpre o processo 
legislativo corretamente. 
Se não cumpre, é como se nunca 
tivesse existido no mundo jurídico. 
Validade 
A lei válida precisa ser compatível com 
a Constituição. 
Validade Formal: Correto procedimento 
de criação. 
Validade Material: Conteúdo conforme 
a Constituição. 
Exemplo: Uma lei estadual criando 
crime seria materialmente inválida, pois 
crime é competência da União (art. 22, 
CF). 
Vigência 
Vigência é o período em que a lei está 
em vigor. 
Começa após a publicação, 
normalmente com prazo de 45 dias 
(vacatio legis). 
LC-95/1998: Prefere indicar claramente 
a data de início da vigência para dar 
segurança jurídica. 
Eficácia 
Refere-se à capacidade da lei de 
produzir efeitos. 
Pode haver: 
Eficácia técnica (aptidão jurídica para 
produzir efeitos). 
Eficácia social (se a sociedade 
realmente cumpre a lei). 
 
Vigor 
 
É também chamado de força da norma. 
Tem relação com a força vinculante da 
norma, ou seja, à impossibilidade de os 
sujeitos subtraírem-se ao seu império. 
 
Não se confunde nem com a vigência 
nem com a eficácia, pelo fato de que, no 
vigor, o que se verifica é a realização 
efetiva de resultados jurídicos. 
 
Assim, uma norma já revogada (ou seja, 
não mais vigente) pode continuar sendo 
aplicada em juízo, se disser respeito a 
situações consolidadas sob sua 
vigência, fenômeno que se denomina 
ultratividade da norma. 
 
Revogação e Repristinação 
Revogação 
Extinção da vigência de uma lei. 
Modalidade de Revogação 
 Quanto a extensão: 
Total (ab-rogação): a lei inteira é 
revogada. 
Parcial (derrogação): só parte da lei é 
revogada. 
 Quanto ao modo de revogação: 
Revogação Expressa: a nova lei diz que 
revoga a anterior. 
Revogação Tácita: a nova lei é 
incompatível com a anterior, mesmo 
sem mencionar isso. 
LC-95/98 proibiu revogação tácita 
genérica: hoje o legislador deve dizer 
exatamente o que está revogando. 
Repristinação 
Reviver uma lei antiga que havia sido 
revogada. 
Só acontece se houver previsão 
expressa. 
Antinomias e Solução de Conflitos 
entre Leis 
Quando duas leis entram em conflito, 
resolvemos com critérios: 
Conflito Critério 
Lei posterior 
vs. anterior 
Lex posterior derogat 
priori (a nova prevalece) 
Lei especial 
vs. geral 
Lex specialis derogat 
generali (a especial 
prevalece) 
Lei superior 
vs. inferior 
Lex superior derogat 
inferiori (a superior 
prevalece) 
Em casos complexos, prevalece o 
critério da hierarquia. 
Outras Questões Importantes 
Conhecimento e Obrigatoriedade da 
Lei 
Art. 3º da LINDB: "Ninguém pode alegar 
desconhecimento da lei." 
Mesmo sem conhecer a lei, todos 
devem cumpri-la. 
 
 
Desuso 
Mesmo uma lei que "cai em desuso" 
continua válida, até ser formalmente 
revogada. 
Validade no Espaço 
Princípio da Territorialidade: a lei vale 
no território brasileiro. 
Princípio da Nacionalidade: certas leis 
continuam a valer para brasileiros, 
mesmo fora do Brasil (ex.: voto no 
exterior, crimes internacionais). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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