Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mediadores da Inflamação e AINEs Prof. Dr. Josué de Moraes Mediadores Químicos da Inflamação Aminas vasoativas PAF Eicosanoides Citocinas Radicais Livres Óxido Nítrico Neuropeptídeos Sistema de Coagulação Sistema Complemento Sistema de Cininas Enzimas Lisossomais Metaloproteinases neutras Mastócitos Basófilos • Receptor H1 Aumento da permeabilidade vascular Contração da musculatura lisa Antagônico: mepiramina • Receptores H2 Células secretoras de ácido do estômago Antagônico: Cimetidina HISTAMINA Peptídeos gerados no plasma por ação de enzimas Substrato: Cininogênios • Receptores B2 Medeiam o aumento da permeabilidade e do fluxo sangüíneo, broncoconstrição e de receptores analgésicos • Receptores B1 BRADICININA - Constitutivos - Induzíveis Mediadores Lipídicos Fosfolipase A2 Ácidos graxos livres Lisofosfolipídeos Ácido Araquidônico (AA) Prostaglandinas Leucotrienos PAF Os produtos derivados do metabolismo do AA são conhecidos coletivamente como eicosanóides produção clivagem de ácido graxo insaturado lipoxigenase ciclooxigenase Prostaglandina Tromboxanas Leucotrienos P-alquil-acil PAF COX-1: presente em tecidos como vasos sanguíneos, plaquetas, intestino e rins. COX-2: está nos locais inflamatórios, presente nos macrófagos e monócitos. Presente também em tecidos e órgãos como: rins, cérebro, ovário, cartilagem, ossos e endotélio vascular. Prostaglandinas Fisiológicas: • Manutenção da integridade do epitélio • Manutenção da função renal • Reprodução – sobrevivência do feto – contração do útero durante o parto Inflamatórias: • Febre • Hiperalgia • Vasodilatação potencialização do edema • Contração ou relaxamento do músculo liso • Efeitos antiinflamatórios mediados por aumento de AMP cíclico • Inibem ativação de macrófagos, linfócitos e neutrófilos Leucotrienos B4 • Aumento da permeabilidade vascular • Migração de neutrófilos • Aumento da expressão de integrinas em neutrófilos • Ativação de células sangüíneas neutrófilos, eosinófilos, macrófagos e células NK • Contração ou relaxamento do músculo liso C4 e D4 • Vasoconstrição • Aumento da permeabilidade vascular • Contração de brônquios • Produção de muco Inflamatórias: PAF • Aumento da permeabilidade vascular • Vasodilatação • Migração de neutrófilos • “Sensibilização” do endotélio e células sangüíneas neutrófilos e macrófagos • Migração e ativação de eosinófilos • Contração de brônquios Inflamatórias: 2) Farmacocinética: Após a absorção, 96 a 99% dos AINEs encontram-se ligados a proteínas plasmáticas. São, na maioria, ácidos fracos, possuindo como característica, grande afinidade por locais inflamados, cujo pH baixo favorece a alta concentração destas substancias. A acidez específica destes compostos também faz com que sejam mais facilmente excretados pela urina básica. No cão a eliminação é pela via biliar, realizando portanto a chamada reciclagem entero-hepática do medicamento, predispondo à maior incidência de lesões na porção inferior do trato gastrointestinal (sangramentos, inflamações, perda proteica). CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS AINEs 1) Ações Terapêuticas: Ações anti-inflamatórias, analgésicas, antitrombóticas, ou podem atuar sobre SNC, promovendo ação antipirética e também analgésica. A maioria destas ações ocorre por parte da inibição das enzimas que degradam o ácido araquidonico. Os AINEs tem maior efeito sobre a dor somática (muscular) do que sobre a dor visceral, porém só são eficazes nas dores potencializadas pela presença de prostaglandinas. A ação anti-inflamatória dos AINEs é particularmente importante em processos inflamatórios de tecidos moles, sobretudo o muscular. 3) O que diferencia as várias formulações comerciais dos AINEs, no que se refere a potencia de inibição nos processos inflamatórios, febris e dolorosos, é a sua ação sobre os diferentes mediadores químicos inflamatórios, a biodisponibilidade, biotransformação e a eliminação nas diferentes espécies. 4) A maioria dos AINEs bloqueiam tanto a COX-1 quanto a COX-2 levando assim a muitos efeitos colaterais como gastrites, úlceras, falhas renais agudas e crônicas, gastroenterites hemorrágicas, síndromes necróticas e nefrites. Também podem ocorrer anormalidades no metabolismo hídrico e desequilíbrio nos níveis de sódio e potássio. 5) Contra Indicações: devido aos danos renais , em geral deve-se evitar associações destas substancias com outras que possam induzir nefrotoxidade, também não se recomenda usar esta classe de substancias em fêmeas prenhes, já que as prostaglandinas estão envolvidas em processos fisiológicos da gestação. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS AINEs Principais AINEs utilizados em Medicina Veterinária 1) DERIVADOS DO ÁCIDO CARBOXÍLICO 1.1) Salicilatos: ácido acetilsalicílico, ácido salicílico,diflunisal, salicilato de sódio, salsalato. Acido acetilsalicílico: Possui propriedades anti-inflamatórias, antipiréticas e analgésicas. além de também promover a inibição da agregação plaquetária. Farmacocinética: absorvido pelo trato gastrointestinal. Cerca de 50 a 70% liga-se a proteínas plasmáticas. A meia vida é deferente de acordo com a espécie animal, em cães é de 8 horas, em equinos de 1 hora e em gatos de 38 horas. Devido ao seu efeito antitrombótico, pode levar ao aumento do tempo de sangramento. Altas doses promovem quadros de acidose metabólica. Possui grupamento fenólicos: contra- indicado em gatos pois não consegue metabolizar de forma eficaz e pode gerar anorexia, hemorragia gástrica, vômitos, anemia, hepatite, febre, etc. 1.2) Ácidos Acéticos: diclofenaco, nitrofenaco, eltenaco, felbinaco, indometacina, sulindaco, oxindanaco, tolmetina. Diclofenaco: possui ação dual e é potente anti-inflamatório e analgésico. Utilizado em miosites e artrite não infecciosa em bovinos e bubalinos, seu uso em pequenos animais tem sido restrito pelo desenvolvimento de efeitos colaterais, principalmente relacionados a lesão da mucosa gástrica. Administração por via oftálmica. 1.3) Ácidos Propiônicos: ibuprofeno, flurbiprofeno, suprofeno, naproxeno, carprofeno, cetoprofeno, fenoprofeno. Ibuprofeno: Inibe COX-1 e COX-2 na mesma proporção e de forma irreversível, além de também inibir a ativação e agregação de neutrófilos, a geração de radicais livres e a liberação de enzimas lisossomais. Meia vida de 3 a 6 horas em cães, por isso nesta espécie a margem de segurança é baixa (pode ocorrer problemas gastrointestinais e nefrotoxidade). Principais AINEs utilizados em Medicina Veterinária 1) DERIVADOS DO ÁCIDO CARBOXÍLICO Cetoprofeno: inibidor de dupla ação, levando ao bloqueio das respostas inflamatórias celulares e vasculares. E o derivado mais potente do grupo do ácido propiônico, de 50-100 vezes mais potente como analgésico do que a fenilbutazona. É aprovado para o uso em equinos para alívio das inflamações e dores relacionadas ao sistema musculoesquelético e cólicas, devendo ser administrado por via intravenosa. Carprofeno: Aprovado para o uso em cães e equinos. Possui efeito analgésico (pré-cirúrgico) e é eficaz no tratamento de osteoartrites. A meia vida em cães é de cerca de 8 a 12 horas, em equinos cerca de 22 horas e em bovinos por volta de 30 horas. Esta substancia possui ação antiedematosa e analgésica, embora tenha fraca ação no que se refere a inibição enzimática, o que indica que sua ação não ocorra somente devidoa inibição de prostaglandinas e por isso tem menos efeitos colaterais em trato gastrointestinal. E um dos AINEs mais seguros. Inibição preferencial COX-2. Não há doses estipuladas em gatos. 1.4) Ácidos Aminonicotínicos: Flunixin meglumin. 1.5) Fenamatos: ácido mefenâmico, ácido meclofenâmico, floctafenina, ácido tolfenâmico, etofenamato. 1.6) Alcalonas: nabumetona Principais AINEs utilizados em Medicina Veterinária 1) DERIVADOS DO ÁCIDO CARBOXÍLICO 2) DERIVADOS DO ÁCIDO ENÓLICO 2.1) Pirazolonas: fenilbutazona, metamizol, isopirina, oxifembutazona, apazone. Fenilbutazona: Utilizada em equinos desde a década 50, principalmente em inflamações ósseas, articulares, claudicações, cólicas agudas e afecções de tecidos moles. Em cães também é aplicado em desordens dolorosas como espasmos musculares, espondilite anquilosante, osteoartrite e artrites reumáticas. Durante a biotransformação a fenilbutazona origina dois metabólitos: a oxifenbutazona e a hidroxifenilbutazona, sendo a primeira um metabólito ativo que aumenta a meia vida do fármaco. A meia vida em cães e equinos varia de 3 a 8 horas e chega a 37 horas em bovinos. Em equinos os efeitos farmacológicos duram de 8 a 12 horas. A fenilbutazona realiza uma extensa ligação com as proteínas, este fator promove a demora de sua absorção, e quando ingerido não é absorvido no estomago e sim em intestino delgado e grosso, levando a ulcerações. 2.2) Oxicans: piroxicam, meloxicam, tenoxicam, droxicam. Meloxicam: potente inibidor das prostaglandinas e tromboxanas, com excelentes propriedades antipiréticas e analgésicas. Considerado inibidor preferencial COX-2. A meia vida em cães é de 12 a 36 horas, em equinos é de aproximadamente 3 horas, em suínos de 4 horas e em bovinos de cerca de 13 horas. Utilizado no tratamento de afecções musculoesqueléticas e possui ação condroprotetora. Administrar doses menores em gatos pois pode causar falha renal. Principais AINEs utilizados em Medicina Veterinária 2) DERIVADOS DO ÁCIDO ENÓLICO 3) INIBIDORES SELETIVOS DA COX-2 Firocoxibe, rofecoxibe, celocoxibe, nimesulida. Firocoxibe: Possui seletividade de 350-450 vezes maior para COX-2 em comparação com a COX-1. Desenvolvido especificamente para o uso na medicina veterinária. Baixa incidência de êmese, anorexia, diarreia. 4) INIBIDORES DA CICLOXIGENASE COM BAIXA AÇÃO ANTI-INFLAMATÓRIA Dipirona, Paracetamol 5) OUTROS AINEs DMSO, Glicosaminoglicanos Indicações Contraindicações Interações medicamentosas Características farmacológicas Farmacodinâmica Farmacocinética Nimesulida Ibuprofeno Cetoprofeno Fenilbutazona Tenoxicam Paracetamol Dipirona Professor, Farmacologia é...
Compartilhar