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O Ensino da Contabilidade de Custos : Uma Análise através das Ementas Divulgadas nas Universidades Federais do Brasil Resumo O presente trabalho tem por objetivo analisar o conteúdo ofertado pelas Universidades Federais do Brasil nas disciplinas de contabilidade custos. Para tanto, o estudo analisou as ementas destas disciplinas através das informações divulgadas nos sites das Universidades Federais no ano de 2011. A pesquisa adotou uma perspectiva descritiva realizada por meio da análise de conteúdo. A partir das informações coletadas nos sites destas instituições analisaram-se as ementas das disciplinas para identificar quais os conteúdos ministrados, e os diferenciais ofertados entre as instituições. Os resultados apontam que os conteúdos ministrados nas disciplinas de custos apresentam-se de forma que atendem a contabilidade de custos tanto para fins fiscais, como para fins de controle e tomada de decisão, embora de forma um pouco diferenciada entre as instiuições. Um ponto que chama atenção são os custos de qualidade, que se apresentam apenas nas universidades UFPE e UFMG e o conteúdo sobre custos estimados presentes apenas na UNIR e UFRGS. Palavras-chave: Ensino; Contabilidade de Custos; Ementas 1. Introdução Até a revolução industrial no século XVIII, era empregada em massa a Contabilidade Geral, caracterizada pelo que se denominou de Era Mercantilista. Segundo a literatura, as primeiras técnicas da Contabilidade de Custo surgiram no início do século XIX. Isto aconteceu segundo, Eldenburg e Wolcott (2005), em função fato de que “à medida que as empresas foram ficando maiores, também foi aumentando a necessidade de mensurar, monitorar o desempenho”. Nesse contexto, de evolução das informações advindas da contabilidade de custos, Tcheo (2002) expõe que o conhecimento do comportamento dos custos é útil para o planejamento e controle das atividades organizacionais, servindo de apoio ao processo decisório quanto à melhor escolha. Assim se torna relevante repensar o ensino superior em contabilidade, segundo Vasconcelos, Santos e Lagioia (2008), pois o mesmo “passa por um processo de transformação, em virtude da própria evolução das necessidades dos usuários, em consequência da globalização, e sua relação com as exigências do mercado”, buscando um perfil do profissional contador com capacidades científicas associadas às habilidades sociais. Uma dessas ferramentas que compõe o perfil deste profissional, e que se tem tornado cada vez mais estratégica para obtenção de bons resultados é a gestão de custos, que para Silva, 1999), vem se modificando com as novas características do sistema econômico representado pela globalização. Essa busca de informações que atendam esse nova exigência, o sistema de ensino utilizam-se de diversas ferramentas para atingir um objetivo principal que é dar ao profissional uma condição diferenciada no mercado, para que ela tenha uma vantagem competitiva em relação a seus concorrentes. Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo analisar o que tem sido fornecido como conteúdo pelas Universidades Federais, na área de custos por meio da análise das ementas das disciplinas de custos evidenciando os principais assuntos tratados que são ofertados a estes futuros profissionais. O estudo justifica-se, tendo em vista a importância da gestão de custos nas empresas. Estudos como o realizado por por Siegel, Kulesza e Sorensen (1997), nos Estados Unidos da América, com 800 contadores públicos e outros profissionais da área já revelava que o estudo dos sistemas contábeis de custos era perspectiva de desenvolvimento profissional e que seria valorizado pelos seus empregadores nos próximos anos. Assim o estudo pretende responder a pergunta: Que informações tem sido fornecidas pelas Universidades Federais, na área de custos, aos futuros profissionais contadores? O presente o artigo está estruturado nas seguintes seções: introdução, referencial teórico, procedimentos metodológicos, apresentação e análise de resultados e considerações finais. 2. Referencial Teórico 2.1 O curso de Ciências Contábeis no Brasil A legislação atual que normatiza o funcionamento do ensino superior no Brasil, foi promulgada em 1996 com a Lei 9.394, que estabeleceu as Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, introduzindo novas alterações no ensino superior, tais como: qualificação docente, produção intelectual, docentes com regime de tempo integral e perfil profissional ligado à formação da cultura regional e nacional. A LDB estabelece que as IES possuem autonomia para fixar seus currículos de seus cursos, entretanto precisam observar as Diretrizes Curriculares gerais. Conforme Gil (2008), as Diretrizes Curriculares são definidas pelo Conselho Nacional de Educação para os diferentes cursos e asseguram às Instituições de Ensino Superior ampla liberdade na composição da carga horária a ser cumprida para a integralização dos currículos, assim como na especificação das unidades de estudo a serem ministradas. O planejamento do ensino, de acordo com Gil (2008), em nível mais concreto, fica sob a responsabilidade dos professores, e são alicerçados nos planejamentos curriculares.Assim,os professores decidem sobre os objetivos a serem alcançados pelos alunos, o conteúdo programático a ser desenvolvido e os recursos que irão utilizar. Gil (2008) explica que “a tendência atual é enfocar os conteúdos numa perspectiva mais dinâmica”, ou seja, os conteúdos deixam de ser vistos como meros orientadores do planejamento e passam a ser elementos que contribuem para a concretização dos objetivos de aprendizagem. Lowman (2004) explica que, embora uma seleção criteriosa de objetivos, conteúdo e métodos contribuam para um curso, quando as surpresas ocorrem, o valor de uma estratégia depende da qualidade da execução e flexibilidade desse planejamento. Diante disso, convém destacar que estas diretrizes determinam, entre outros aspectos, os conteúdos de formação para os cursos de graduação em ciências contábeis. Assim, conforme o art. 5º da Resolução CNE/CES nº 10/2004, os currículos devem estar estruturados de forma que contemplem: conteúdos de formação básica, profissional e teórico prática, conforme destaca-se a seguir: I – conteúdos de Formação Básica: estudos relacionados com outras áreas do conhecimento, sobretudo Administração, Economia, Direito, Métodos Quantitativos, Matemática e Estatística; II – conteúdos de Formação Profissional: estudos específicos atinentes às Teorias da Contabilidade, incluindo as noções das atividades atuariais e de quantificações informações financeiras, patrimoniais, governamentais e não-governamentais, de auditorias, perícias, arbitragens e controladoria, com suas aplicações peculiares ao setor público e privado; III – conteúdos de Formação Teórico Prática: Estágio Curricular Supervisionado, Atividades Complementares, Estudos Independentes, Conteúdos Optativos, Prática em Laboratório de Informática utilizando softwares atualizados para Contabilidade. Com relação aos conteúdos, o comitê executivo do American Institute of certified Public Accountants - AICPA, em 1988, apud Marion (2001) definiu para o curso de Ciências Contábeis dos Estados Unidos da América, uma carga horária de 46% para educação geral, 30% para administração e negócios e 24% de contabilidade. Marion (2001) expôs sobre uma pesquisa que elaborou no final da década de 70, e início da de 80 constatando dificuldades de aprendizagem nas contabilidades aplicadas, tais como: comercial, industrial, pública e decustos. O autor atrelou esta dificuldade à falta de base, ou seja, conhecimento contábil de embasamento, como disciplinas pré-requisitos por exemplo. 2.2 A Contabilidade de Custos e sua funções Para o gerenciamento de custos, o contador deve estar em constante evolução e atualização, tanto de técnicas contábeis quanto de tendências do mercado relacionadas à economia de uma forma geral e principalmente na área de atuação da sua empresa. Para Leone (2000), a Contabilidade de Custos é parte integrante da Contabilidade, e corroborada por Medeiros (1997) como uma ciência que registra, estuda e analisa os fatos financeiros e econômicos que envolvem a situação patrimonial das pessoas físicas e jurídicas seja públicas ou privadas. A Contabilidade de Custos, portanto, é um instrumento que utiliza em seu desenvolvimento os princípios, os conceitos e os procedimentos fundamentais da Ciência Contábil (LEONE, 2000). Com os avanços tecnológicos e o mercado globalizado e cada vez mais competitivo a contabilidade de custos assume um papel cada vez mais importante, pela necessidade da gestão eficiente dos custos, que se torna uma ferramenta de apoio à gestão das empresas e dos negócios. (SCARPIN; GRANDE, 2007). Conforme Hernandez, Peleias e Barbalho (2006), apud SCARPIN; GRANDE, (2007) o professor de Contabilidade “[...] precisa transmitir os conteúdos aos alunos e oferecer uma visão realista das empresas no atual cenário de negócios, no qual novas técnicas surgem a todo instante”. O ensino de custos deve ir além da para avaliação de estoques e apuração do resultado. Deve ir muito além, voltada ao auxílio à tomada de decisão. Perez, Oliveira e Costa (2003) dizem sobre o auxílio na tomada de decisões gerenciais: Muitas são as possibilidades de a contabilidade de custos auxiliar na tomada de decisões gerenciais. Dentre as mais comuns, podem-se citar a fixação de preço de venda, o cálculo da lucratividade de produtos, a seleção do mix de produtos, etc. Ainda cita-se que o método de custeio direto ou variável pode gerar informações mais adequadas e ágeis para tomada de decisões. Corroborando, com essa idéia Martins (2006) afirma que a contabilidade de custos passou de mera auxiliar na avaliação de estoques e lucros globais para importante arma de controle e decisões gerenciais. Com os processos da contabilidade se modernizando, surgem sistemas de informações que permitem o melhor gerenciamento de custos com base nesse enfoque. A despeito disto, estudo de Silva e Vasconcelos (2002) sobre o perfil profissional de custos do estado de Pernambuco, identificaram que 25% dos profissionais responsáveis pela área de custos não são contadores, identificando assim que uma lacuna na formação dos contadores, pode estar existindo, visto que suas funções estão sendo ocupada por outros profissionais. Maher (2001) reforça: “Contadores de custos devem constantemente analisar operações e custos para identificar como as operações e a qualidade dos produtos podem ser melhoradas, ao tempo em que custos são reduzidos.” Dessa forma, é necessário que este profissionias se preparem para as funções que lhe são demandadas atualmente, até mesmo pela notada escassez de estudos que apontem dados mais específicos sobre os profissionais de custos. 3. Metodologia Este pesquisa caracteriza-se como exploratória e descritiva, pois investiga e descreve os aspectos referentes as ementas da disciplinas referente a Contabilidade de Custos abordadas nas matrizes curriculares do cursos de graduação da Universidades Federais do Brasil. Para Vianna (2001), a pesquisa exploratória “possibilita uma explicação maior e um aprofundamento de estudo sobre um determinado assunto ou área, com vistas ao seu entendimento mais qualificado ou descoberta de novas relações”. Já a pesquisa descritiva, Triviños (2006) afirma que ,” pretende descrever com exatidão os fatos e fenômenos de determinada realidade”do problema. A pesquisa foi realizada através de um levantamento feito junto aos sites das universidades federais brasileiras. A delimitação às universidades federais deveu-se a forma de funcionamento e gestão das mesmas, além de estarem presentes em todas as regiões do país, o que possibilita um parâmetro de comparação mais solidificado. Inicialmente buscou-se verificar quais das universidades federais ofereciam o curso de Ciências Contábeis. De posse destas informações foram selecionadas para a pesquisa as universidades que disponibilizavam nos seus sites a ementa das disicplinas realtivas a contabilidade de custos que se apresentavam com as seguintes denominações: Custos, Contabilidade de Custos e Análise de Custos. A pesquisa foi realizada no mês de maio de 2011 e das sessenta universidades federais brasileiras listadas no site do Ministério da Educação (http://reuni.mec.gov.br), foi possível identificar o curso de graduação em ciências contábeis em trinta e quatro instituições. No entanto, através do site das instituições de ensino, foi possível identificar a disciplinas referente a contabilidade de custos de apenas 14 universidades que disponibilizavam as ementas Assim foram pesquisadas todas as Universidades Federaais no país, sendo que foram encontradas ementas de disciplinas referentes a Contabilidade de Custos nas referidas universidades: Quadro 1 – Universidades que apresentaram ementas no seus sites distribuídas por região UNIVERSIDADES REGIÃO Fundação Universidade Federal de Rondônia - UNIR Região Norte Universidade Federal do Amazonas - UFAM Universidade Federal de Pernambuco - UFPE Região Nordeste Universidade Federal de Alagoas - UFAL Universidade Federal de Sergipe - UFS Universidade Federal da Bahia –UFBA Universidade de Brasília – UNB Região Centro – Oeste Universidade Federal de Goiás – UFG Universidade Federal de Mato Grosso - UMT Universidade do Espírito Santo – UES Região Sudeste Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Universidade de Minas Gerais - UMG Universidade Federal de São João Del-Rei - UFSJ Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS Região Sul Fonte: Dados da pesquisa Obteve-se como resultado destas buscas a divulgação de quatorze ementas, tendo neste caso uma amostragem 41,17% em relação ao número de cursos de ciências contábeis ofertados nas Instituições Federais Brasileiras. Num segundo momento da metodologia foram averiguados os conteúdos comuns a todas as ementas apresentadas, o que será demonstrada na análise dos resultados. Assim, o estudo limita-se às informações apresentadas pelas informações fornecidas pelas universidades, através de seu site, e as conclusões resultarão da confrontação destas, através das informações comuns e análise dos dados que apresentem-se como outliers. Com relação à de análise de dados, recorreu-se à técnica de análise de conteúdo, que conforme Bardin (1977, ) expõe é: “conjunto de técnicas de análise das comunicações”, configurando-se como um recurso útil nas ocasiões em que se pretende lidar com comunicações, especialmente em situações cuja pretensão está centrada na compreensão para além dos seus significados imediatos. 4. Descrição e análise dos resultados As universidades federais analisadas estão distribuídas pelas cinco regiões do Brasil, conforme observou-se na pesquisa, dos 14 cursos de ciências contábeis que apresentaram sua matriz curricular, todos ofertaram disciplinas referentes a custos. A única variação foram as nomenclaturas da disciplina com as seguintes denominações: Custos, Contabilidade de Custos e Análise de Custos. As únicas exceçõesforam a Universidade Federal de Pernambuco com a denominação: Tópicos Avançados em Contabilidade de Custos e na Universidade de Brasília, sob o nome de Custos Agroindustriais. Neste caso, percebe-se que pelo menos na amostra analisada, todas as instiuições estão em conformidade com a resolução CNE/CES 10 de 16 de dezembro de 2004 que determina a obrigatoriedade da inserção desta disciplina na grade curricular do curso de ciências contábeis. Uma observação a ser feita é o fato de as informações serem coletadas nos sites das instituições e se estes estiverem desatualizados podem os resultados não representarem fidedignamente a realidade brasileira. No quadro abaixo, pode-se observar o conteúdo das ementas das quatorze instituições na qual foi possível se fazer a coleta para esta pesquisa. Quadro 2 - Conteúdo das ementas das disciplinas de custos das Universidades Federais do Brasil. Instituição Ementas da Disciplina de Custos UNIR A contabilidade de custos, a contabilidade financeira e a contabilidade gerencial. Terminologia contábil básica. Princípios contábeis aplicado a custos. Algumas classificações e nomenclaturas aplicadas a custos. Esquema básico da contabilidade de custos (simples). Esquema básico da contabilização de custos (departamentalização). Critério de rateio dos custos indiretos. Custos baseado em atividades (ABC) abordagem inicial. Aplicação dos custos indiretos de produção. Materiais diretos. Mão de obra direta. Problemas especiais de produção por ordem. Problemas especiais de produção contínua. Produção conjunta e problemas fiscais na avaliação de estoques industriais. UNIR - 2 Custo fixo, lucro e margem de contribuição. Margem de contribuição e limitações na capacidade de produção. Custeio variável. Margem de contribuição, custos fixos identificados e retorno sobre o investimento. Fixação do preço de venda e decisão sobre compra ou produção. Custos imputados e custos perdidos. Alguns problemas especiais: custo de reposição e mão-de-obra direta como custo variável. Relação custo/volume/lucro – considerações iniciais. Considerações adicionais sobre custo/volume/lucro. Custeio baseado em atividade (ABC), abordagem gerencial e gestão estratégica de custos. Controle de custos controláveis e custos estimados. Custo padrão. Análise das variações de materiais e mão de obra. Análise das variações de custos indiretos. Contabilização do custo padrão. Implantação de sistemas de custos. UFAM Introdução à Contabilidade dos Custos - Esquema da Contabilidade de Custos - Materiais Indiretos - mão-de-obra Direta Custos indiretos de Fabricação - Custo para o Controle. UFAM -2 Relação custo/volume/lucro - Sistemas de Custeamento: Custo-Padrão - Custo por Ordem de Produção - Custo por Processo - Implantação de Sistemas de Custo. UFPE Terminologia. Sistemas e métodos de Apuração de Custos e Contabilização e Métodos de Apuração de Custos. Contabilização de Custos-Padrão. Custos para Tomada de Decisão (Relação Custo, Volume, Lucro e formação de preços). UFPE -2 Utilização de Informação de custos para tomada de decisão e gestão estratégica. Custo-meta. Utilização de Custeio ABC na Gestão Estratégica das Organizações. Custos de Qualidade. Custos na cadeia de Valor. Aplicações da relação custo, volume e lucro na análise do Mix de Produção. UFAL Introdução à Contabilidade de Custos. Princípios Fundamentais de Contabilidade. Aplicados aos Custos. Terminologia Contábil Aplicada. Classificação de Custos. Contabilização de Custos. Departamentalização. Critérios de Rateios. Custos para avaliação de estoques e apuração de resultado. Custeio por absorção. Custeio Baseado em Atividades (ABC). Recapitulação sobre objetivos da contabilidade de custos. Custos para decisão. Métodos UFAL -2 de custeamento: variável e por absorção. Custo fixo, lucro e margem de contribuição. Produção e Contribuição Marginal. Relação Custo/Volume/Lucro. Ponto de Equilíbrio: Contábil, Econômico, Financeiro e Mix. Fixação de preços de venda e decisão sobre fabricar ou comprar. Custo de reposição. Custos para planejamento e controle. Custo Padrão. Análise das Variações de Materiais e Mão-de-obra. Análise das Variações de custos indiretos. Implantação de Sistemas de Custos. UFS Introdução aos conceitos de custo: conceituação. Objetivos. Elementos de custo de produção. Custo de produtos, Custos periódicos, Classificação dos cistos: Custos diretos, Custos indiretos, custos fixos, custos variáveis, custo unitário. Custos e responsabilidade: análise de lucro. Sistemas de custeamento: abordagem geral. Cálculo e contabilização de custos. UFBA Terminologia de Custos; Sistemas de Custos; Contabilidade dos Elementos de Custos; Método de Custeio; Sistema de Custeio; Sistemas de Acumulação de Custos; Produção Conjunta. UFBA -2 Custo para tomada de decisão: Custeio variável; Margem de Contribuição; Análise Custo- Volume-Lucro; Estimação de Custos; Análise diferencial. Decisões de Preço e Rentabilidade; Custos para Controle e Planejamento: controlabilidade de custos. Sistema de Custo-Padrão. UNB Analise de custos nas empresas. Ponto de equilíbrio: analise custo - volume - lucro. Custeio padrão. Custeio variável. Custeio por absorção. Margem de contribuição. UNB-2 Tipos de custos, Metodologia de apuração de custos, Análise de margem de contribuição, Sistemas de Avaliação de Estoques, Relação Custo/Volume/Lucro: o Ponto de Equilíbrio, Métodos de Custeio, Implantação de Sistemas de Custeio. UFG Introdução à contabilidade de custos. Conceitos, terminologia e classificação de custos e despesas. Sistema de acumulação de custos. Métodos de custeio. Contabilização e avaliação de estoques em empresas industriais. UFG 2 Métodos de custeio: custeio variável, ABC, TOC. Centro de Custos. Centro de Lucro. Custo padrão. Relação custo-volume-lucro. Custos para tomada de decisão. Métodos quantitativos aplicados a decisões de custos. Formação de preço de venda. UFMT Introdução à contabilidade de Custos: Origens dos Custos, Evolução da Contabilidade, Conceitos Básicos em Contabilidade de Custos; Tipos de Produção (Por Ordem ou Encomenda; Contínua ou por Processo), Derivados da Produção (Co-produtos; Subprodutos; Sucatas); Critérios de Avaliação dos Estoques (PEPS, UEPS, MPM, MPF); Princípios Fundamentais de Contabilidade Aplicados à Contabilidade de Custos; Classificação e Nomenclatura dos Custos; Demonstração de Resultados; Cálculo dos Preços de Vendas; Métodos de Custeios (Kaizen; Pleno; Absorção; Variável; ABC; Padrão; Target Cost), Custeio do Ciclo de Vida do Produto; Relação de Custo-Volume-Lucro (Margem de Contribuição; Pontos de Equilíbrio Operacional; Contábil; Econômico; Financeiro; Financeiro 2);Grau de Alavancagem Operacional, Margem de Segurança, Visão Estratégica de Custos; Mapas e Relatórios de Produção;Departamentalização ( Departamentos; Centro de Responsabilidade; Centro de Custos; Centro de Receitas; Centro de Resultados; Centro de Investimentos; Centro de Lucros. Estudo de Caso. UFES A Contabilidade de Custos, a Financeira e a Gerencial. Terminologia e Implantação de Sistemas de Custos. Princípios Contábeis aplicados a Custos. Classificações de Custos. Esquema Básico e Departamentalização. Critérios de Rateio. Custos Indiretos de Fabricação. Materiais Diretos e Mão-de-obra Direta. Produção por Ordem e Produção Contínua. UFES -2 Produção Conjunta e Problemas Fiscais na Avaliação de Estoques. Custeio variável. Diferenças entre os custeios: variável e absorção. Custo Fixo, Lucro e Margem de Contribuição. Margem de Contribuição quando há limitações na capacidadede produção. Margem de Contribuição, Custos Fixos Identificados e Retorno sobre o Investimento. Fixação do Preço de Venda e decisão sobre Compra ou Produção. Custos Imputados e Custos Perdidos. UFRJ Objetivos da Contabilidade de Custos. Custeio por Absorção. Conceitos básicos em custo. Departamentalização. Sistema de Acumulação de Custos - Produção Contínua e Produção por Ordem. UFRJ Conceito de margem de contribuição. Produtos Conjuntos e Subprodutos. Custeio variável. Análise da relação custo-volume-lucro. Ponto de Equilíbrio. Cálculo e Análise de variâncias. Custo Padrão. UFMG A empresa como um sistema de atividades. Margem de contribuição, ponto de equilíbrio e análise custo-volume-lucro. Custeio variável. Cadeia de valor. Custeio baseado em atividades. Análise diferencial de custos e receitas. Métodos de custeio focados no suporte gerencial. Comparações entre diferentes métodos de custeio. Custos relevantes para suporte a decisões de produção. Análise de variações de custos. Formação de preços de produtos e serviços. UFMG -2 Conceitos fundamentais de custos e da contabilidade de custos. Classificações de custos. Comportamento de custos. Modelos de sistemas de custos. Custeio de materiais diretos. Custeio por encomenda e custeio por processo. Perdas na produção e administração da qualidade. Custeio por absorção: Alocação de materiais diretos. Mão-de-obra direta e custos indiretos de produção. Escrituração contábil de operações relacionadas com custos de produção e de serviços. UFSJ Natureza da Contabilidade de Custos, sistemas de produção: noções básicas de custos. Tipos de custeio e apropriação. Análise de custos. Processos produtivos: análise e contabilização. Integração da contabilidade de custos com a contabilidade industrial. Sistema de Custeamento por Ordem de Produção. Custeio dos Produtos Conjuntos e de Subprodutos. Métodos de Custeio. Aspectos Técnicos e Práticos de Sistemas de Custos UFSJ -2 Modelos de apoio à decisão gerencial do profissional de ciências contábeis em cujas questões operacionais e estratégicas os conceitos de custo são ferramentas importantes UFRGS Conceitos básicos de custos. Classificação dos custos. Métodos de apuração e registro da utilização dos materiais, da mão-de-obra e dos custos indiretos da produção. Formas do custeio e métodos do cálculo industrial. Amortização, depreciação e juros. Custos estimados. Custos por processo. Custos por ordem específica da produção. UFRGS -2 Centro de custos. Métodos de rateio de apropriação dos custos indiretos. Mapa de localização dos custos. Custo padrão. Fluxograma de contabilidade industrial. Custos comerciais. Custos financeiros. Produção conjunta. Relatórios de custo. UFRGS Análise da relação custo-volume-rédito. Análise do ponto de equilíbrio. Gráficos custo-rédito. Informações para decisões. Métodos de custeio integral. Custeio direto e custeio de absorção. Análise de variâncias. Análise dos custos de distribuição. Casos especiais de análise de custos. Fonte: Dados da Pesquisa Através da análise de Conteúdo, verificou-se os assuntos mais tratados nas ementas das instituições, que são mostradas a seguir: Quadro 3 – Análise dos Conteúdos mais frequentes apresentados na ementas das Universidades Federais CONTEÚDO U N IR U F A M U F P E U F A L U F S U F B A U N B U F G U F M T U F E S U F R J U F M G U F S J U F R G S T O T A L % Terminologia Contábil/Conceitos em custos X X X X X X X X X X X X X 13 92,8 Classificação dos Custos X X X X X X X X 8 57,1 Princípios Contábeis Aplicados a Custos X X X X 4 28,5 ABC X X X X X 5 35,7 Margem de Conribuição X X X X X X X X 7 50 Análise Custo/Volume/Lucro X X X X X X X X X X X 11 78,5 Contabilização de custos/Apuração de custos X X X X X X X X X X X X X 13 92,8 Custo-padrão X X X X X X X X 8 57,1 Preço de Venda X X X X X X X X 8 57,1 Custos para Controle X X X X 4 28,5 Custos para avaliação de Estoque X X X X X 5 35,7 Custeio Variável X X X X X X X X 8 57,1 Métodos de Custeio X X X X X X X X X 9 64,2 Produção por ordem/produção contínua, e ou Sistemas de Acumulação de Custos X X X X X X X X X X X X 11 78,5 Ponto de Equilíbrio X X X X X 5 35,1 Implantação de Sistemas de Custos X X X X X 5 35,1 Produção conjunta X X X X X 5 35,1 TOTAL APROXIMADO % 94 35 24 70 23 64 59 59 76 59 47 59 23 47 - - Após análise das ementas, verifiou-se os assuntos mais evidenciados, que estão demonstrados no quadro acima. Nenhuma assunto, foi tratado em 100% das instiuições. O assunto terminologia foi o que mais teve frequência, com 92,8% de frequencia, não aparendo apenas na UNB. Os autores analisaram se havia outra nomenclatura que poderia incluir o conteúdo de terminologia ou conceituação de custos, verificou-se que pode estar contempladas sob a denominação de Metodologia de Apuração de Custos, mas sem forma de que isso possa ser comprovado. Observou-se que a contabilização de custos também foi apontado como um outro conteúdo que com presença em 92,8% das instituições e, embora não apareça na URRJ, deduz-se que está incluso dentro dos outros conteúdos apresentados. Dentre os itens que menos são evidenciados nas ementas analisadas estão os Princípios Contábeis aplicados a custos e, o Custos voltados para Controle, com respectivamente 28,5% cada um. Dos 17 itens analisados a instiuição que apresentou a maior quantidade deles foi a UNIR com evidenciação de 94% deles e a UFMT, com 76% deles. Fica evidente, que o enfoque dado pelas instituições através das ementas, é voltado para contabilização dos custos e apresentação de métodos de custeio, mais precisamente o custeio variável e por absorção. Em relação a isso quando citado os metódos de custeio, nas ementas apenas a UFMT cita o Kaizen, Pleno e Target Cost e a UFPE o custo-meta.Em relação ainda aos métodos de custeio o custeio variável é citado como um assunto separado, dos demais métodos como se vê no quadro acima, em 57,1% das universidades. Um ponto que chama atenção são os custos de qualidade, que se apresentam apenas nas universidades UFPE e UFMG.Este resultado se contrapõe a vários estudos que ilustram a importância apuração e gestão dos custos da qualidade. CROSBY(1992). O assunto custos estimados, també merece destaque, visto que só são apresentados pela UNIR e UFRGS. Sobre isso, Maher (2001) afirma que “estimativas precisas melhoram o processo de tomada de decisão; estimativas imprecisas resultam em ineficiências e aumentam a quantidade de decisões que não adicionam valor”, importante para aperfeiçoamentos, refinamentos e correções nos custosmédios passados, em função de expectativas de mudanças. Fica a indagação de um assunto tão importante então, ter tão pouca presença nas ementas analisadas. 5. Conclusões O objetivo principal deste estudo foi verificar oque tem sido fornecido à título de informações pelas Universidades Federais, na área de custos por meio da análise das ementas das disciplinas de custos evidenciando os principais assuntos tratados que são ofertados a estes futuros profissionais. Para isso, foram selecionadas as universidades federais brasileiras que oferecem em sua grade curricular a disciplina de custos. Dentre estas, utilizou-se na análise das informações apenas as instituições que publicaram a ementa da disciplina no site do curso. Como resultado, percebeu-se que grande parte das universidades prevalece assuntos relacionados a contabilização tradicional, visando atender objetivos fiscais e societários profissionais, visto que, o assunto que mais apareceu foi a contabilização de custoscom 92,8%. Porém, existem outras assuntos consideradas importantes pelos estudiosos e que foram abordadas com pouca ênfase pelas universidades, sendo elas: e Custos de qualidade – presentes apenas na UFPE e UFMG e custos estimados presentes apenas na UNIR e UFRGS. Em linhas gerais, os conteúdos ministrados nas disciplinas de custos apresentam-se de forma que atendem a contabilidade de custos tanto para fins fiscais, como para fins de controle e tomadas de decisões. As conclusões deste trabalho restringem-se porém a ementas divulgadas pelas universidades. E, essas questões quanto ao ensino de Contabilidade de Custos, podem e devem ser ampliadas quanto à sua abrangência e profundidade. Espera-se que este estudo tenha dado sua contribuição no sentido de motivar que outros estudos de mesma natureza sejam desenvolvidos sobre o tema. Referências BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70. 1977. BRASIL. Lei 9.394 de 20 de Dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília. Diário Oficial da União. 23 dez. 1996. _______. Resolução n. 10 de 16 de dezembro de 2004. Institui as diretrizes curriculares nacionais para o curso de graduação em ciências contábeis. Brasília. DOU Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rces10_04.pdf> . Acesso em 10.mai, 2011. CROSBY, P. B. Qualidade é investimento: a arte de garantir a qualidade. Tradução de Áurea Weissenberg. Rio de Janeiro: José Olympio, 1992. ELDENBURG, Leslie G. WOLCOTT, Susan K. 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