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PRÁTICA PENAL – FASE PROCESSUAL – APELAÇÃO comentada

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22/11/2015 PRÁTICA PENAL – FASE PROCESSUAL – APELAÇÃO (09) « PARA ACESSAR O MATERIAL ATUALIZADO, ACESSE: www.forumcriminal.c…
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Apelação
Fundamento: artigos 593 do CPP e 82 da Lei 9.099/95 (JECRIM).
Conceito: com base no artigo 593 do CPP, podemos dizer que é o recurso cabível contra
as  seguintes  decisões:  a)  definitivas  de  absolvição  ou  condenação,  proferidas  por  juiz
singular (de primeira instância); b) do Tribunal do Júri[1], nas hipóteses previstas no artigo
593, III, do CPP; c) definitivas, quando não for o caso de “rese” (portanto, residual) [2]; d)
com força de definitivas ou interlocutórias mistas, salvo na hipótese de “rese”.
[1] Decisões em plenário, por Conselho de Sentença (jurados).
[2] Para não confundir as hipóteses de “rese” com as de apelação, entenda: o recurso em
sentido  estrito  é  cabível  somente  naquelas  situações  elencadas  no  artigo  581  do  CPP
(exceção: há um “rese” no CTB). Caso o problema não se encaixe em nenhum dos incisos,
a peça cabível será a apelação, que funciona de forma residual.
Prazo: para a interposição, 05 (cinco) dias; para as razões, 08 (oito) – salvo nos processos
de contravenção, em que o prazo será de 03 (três) dias. As razões podem ser oferecidas
diretamente  ao  Tribunal  (artigo  600,  §  4º,  CPP).  Se  o  processo  for  de  competência  do
JECRIM, o prazo será de 10 (dez) dias (artigo 82, § 1º, da Lei 9.099/95).
Como identificá­la: o problema certamente dirá que o acusado foi  intimado da sentença
condenatória.
Dica: se a peça for a apelação, haverá, sem dúvida alguma, teses preliminares a serem
alegadas (nulidades, por exemplo).
Importante: se  a  condenação  for  resultante  de  julgamento  do  Tribunal  do  Júri,  caberá
apelação  quando:  a)  ocorrer  nulidade  posterior  à  pronúncia;  b)  for  a  sentença  do  juiz­
presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; c) houver erro ou injustiça no
tocante à aplicação da pena ou da medida de  segurança;  d)  for  a  decisão dos  jurados
manifestamente contrária à prova dos autos. Atenção ao pedido: na hipótese “a”, deverá
ser pedida a anulação de todos os atos desde o vício; sendo “b” ou “c”, deverá ser pedida a
retificação  ao  Tribunal;  por  fim,  se  “d”  fundamentar  a  apelação,  deverá  ser  requerida  a
realização de um novo júri.
Atenção: ao contrário da sentença de pronúncia, em que a peça cabível é o “rese” (artigo
581,  IV,  CPP),  contra  a  sentença  de  impronúncia  ou  de  absolvição  sumária  a  peça
adequada é a apelação (artigo 416 do CPP).
Comentários:  a  apelação  é  uma  forte  candidata  para  a  segunda  fase.  Isso  porque  o
CESPE  sempre  optou  por  aquelas  peças  que  comportam  pluralidade  de  teses  –
preliminares e de mérito. Com a FGV, isso não deve mudar. Por isso, é mínima a chance de
ser exigida, por exemplo, uma  liberdade provisória,  pois a única  tese é a ausência dos
requisitos da prisão preventiva.
 
Apelação – Problemas
PROBLEMA 01
22/11/2015 PRÁTICA PENAL – FASE PROCESSUAL – APELAÇÃO (09) « PARA ACESSAR O MATERIAL ATUALIZADO, ACESSE: www.forumcriminal.c…
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(OAB/SP – 125º Exame de Ordem) João foi acusado de ter subtraído, no dia 5 de janeiro de
2003,  vinte mil  dólares  de  seu  pai,  Fábio,  com  cinqüenta  e  oito  anos  de  idade.  Houve
proposta de suspensão condicional do processo, não aceita pelo acusado. Ouvidas duas
testemunhas  de  acusação,  disseram  que,  realmente,  houve  a  subtração,  por  elas
presenciada. O pai, vítima, confirmou o fato e a propriedade dos dólares. Por outro lado, o
acusado e duas testemunhas de defesa afirmaram que os dólares não pertenciam ao pai
do acusado, mas à sua mãe, que, antes de falecer, os dera para o filho. Não foi  juntada
prova documental a  respeito da propriedade do dinheiro. O  juiz, no dia 4 de  janeiro de
2005, condenou João pelo crime de furto simples às penas de 1 (um) ano de reclusão e 10
dias­multa,  no  valor  mínimo,  substituindo  a  pena  de  reclusão  pela  restritiva  de  direitos
consistente em prestação de serviços à comunidade. QUESTÃO: Como advogado de João,
verifique o que pode ser feito em sua defesa e, de forma fundamentada, postule o que for
de seu interesse por meio de peça adequada.
SOLUÇÃO – PEÇA COMENTADA
Interposição:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA
DE ____.
Obs.: a) o uso do “doutor” não é uma exigência; b) se o problema não informar a Vara ou a
Comarca, não  invente dados; c) atenção à competência da JF: se houver dúvida,  faça a
leitura do artigo 109 da CF.
Processo número: ____.
JOÃO, já qualificado nos autos do processo criminal em epígrafe, por seu advogado, nos
autos da ação penal que lhe move o Ministério Público, não se conformando, “data vênia”,
com  a  respeitável  sentença  condenatória,  vem  respeitosamente,  à  presença  de  Vossa
Excelência interpor RECURSO DE APELAÇÃO, com fulcro no artigo 593, I, do Código de
Processo Penal.
Obs.: a) como já há um processo em trâmite, não há razão para qualificar  réu novamente;
b)  não  se  preocupe  em  decorar  os  modelos.  Com  a  prática,  é  interessante  que  o
examinando desenvolva a sua própria redação; c) evite a expressão “Justiça Pública”; d)
não abrevie (diga “Código de Processo Penal”, e não “CPP”).
Destarte,  requer  seja  recebida  e  processada  a  presente  apelação,  e,  posteriormente,
encaminhada ao Egrégio Tribunal de Justiça.
Obs.: a) quando o processo  for da JF, diga  “Egrégio Tribunal Regional Federal da ____
Região”; b) na apelação, não cabe juízo de retratação, como ocorre com o “rese”.
Termos em que,
Pede deferimento.
Comarca, data.
Advogado,
OAB/____ n. ____.
Obs.: não invente dados! Se o problema informar a comarca, ou exigir que a interposição
ocorra em certa data, utilize as informações. Caso contrário, diga apenas “comarca, data”.
O mesmo vale para o nome do advogado e para o número da OAB.
22/11/2015 PRÁTICA PENAL – FASE PROCESSUAL – APELAÇÃO (09) « PARA ACESSAR O MATERIAL ATUALIZADO, ACESSE: www.forumcriminal.c…
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Razões:
Razões de Apelação
Apelante: João.
Apelado: Ministério Público.
Processo n.:____
Egrégio Tribunal de Justiça,
Colenda Câmara,
Douta Procuradoria de Justiça,
Obs.: se a apelação  for  julgada pelo TRF, a saudação deve ser  feita da seguinte  forma:
“Egrégio Tribunal Regional Federal, Colenda Turma, Douto Procurador da República”.
Em que pese o ilibado saber jurídico do Meritíssimo Juiz de Direito da ____ Vara Criminal
da Comarca ____, a respeitável sentença penal condenatória não merece prosperar pelas
razões de fato e de direito a seguir expostas:
I. Dos Fatos
Segundo a denúncia, no dia 05 de janeiro de 2003, o apelante teria subtraído a quantia de
vinte mil dólares pertencentes ao Sr. Fábio, seu genitor, que possuía 58 (cinquenta e oito)
anos na data dos fatos.
Por essa razão, o Ministério Público ofereceu denúncia em seu desfavor (fls. ____/____),
com fulcro no artigo 155 do Código Penal.
Encerrada  a  instrução,  o  Meritíssimo  Juiz  da  ____  Vara  Criminal  da  Comarca  ____
condenou o apelante à pena de 01 (um) ano de reclusão e 10 (dez) dias­multa pela prática
do crime de furto.
Obs.: não dedique muito tempo à narrativa dos fatos. A razão é simples: não vale ponto.
Ademais, tempo é o bem mais precioso na segunda fase. Não o desperdice!
II. Do Direito
Entretanto,  a  respeitável  peça  acusatória  não  merece  prosperar,  pois  não  está  em
harmonia com os ditames legais.
Isso  porque,  deacordo  com  o  artigo  181,  II,  do Código  Penal,  é  isento  de  pena  quem
comete o crime de  furto em prejuízo de “ascendente ou descendente, seja o parentesco
legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural”.
No caso em debate, temos, indubitavelmente, a ocorrência da causa de isenção de pena
do artigo 181, II, do Código Penal, pois réu e vítima são, respectivamente, filho e pai.
Ademais, vale ressaltar que a suposta vítima possuía 58 (cinquenta e oito) anos na data
dos fatos. Logo, está excluída a incidência do artigo 183, III, do Código Penal.
“Ex positis”, requer seja conhecido e provido o presente recurso, para que se determine a
absolvição do apelante, com fundamento no artigo 386, VI, do Código de Processo Penal,
como medida de Justiça.
Termos em que,
Pede deferimento.
22/11/2015 PRÁTICA PENAL – FASE PROCESSUAL – APELAÇÃO (09) « PARA ACESSAR O MATERIAL ATUALIZADO, ACESSE: www.forumcriminal.c…
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Comarca, data.
Advogado,
OAB/____ n. ____.
PROBLEMA 02
(OAB/SP – 121º Exame de Ordem) Xisto e Peter  combinaram entre  si  a prática de  furto
qualificado,  consistente  na  subtração,  mediante  arrombamento,  do  toca­fitas  de  veículo
estacionado  na  via  pública.  Ao  iniciarem  o  furto,  aparece  o  dono  do  veículo.  Xisto  sai
correndo, enquanto Peter enfrenta a vítima e, usando de uma arma de fogo que portava, o
que não era do conhecimento de Xisto, vem a matar a vítima. A sentença condenatória do
MM. Juiz de Direito da 5.ª Vara Criminal da Capital aplicou a pena de 20 anos a cada um
dos acusados. Os advogados foram intimados da decisão há dois dias. Na qualidade de
defensor de Xisto, apresentar a peça jurídica competente.
SOLUÇÃO
Não se aperfeiçoou o concurso de agentes (artigo 29, § 2º, do CP), pois Xisto não sabia
que Peter estava armado. O acordo entre ambos limitava­se ao furto. Na apelação, peça a
desclassificação de latrocínio consumado para furto qualificado (na forma tentada).
PROBLEMA 03
(OAB/SP – 108º Exame de Ordem) Aurélio, em sede de  inquérito policial,  reservou­se o
direito de permanecer calado. Na fase judicial, foi condenado como incurso no art. 157, §
2º, incisos I e II, c.c. o art. 14, inciso II, do Código Penal, às penas de 01 ano, 09 meses e 10
dias de reclusão e 04 dias­multa. Embora frágeis as provas produzidas, o MM. Juízo da 15ª
Vara Criminal Central  da Comarca da Capital  fundamentou a decisão na presunção de
culpa,  pelo  silêncio  de Aurélio  na  fase  policial.  A  sentença  foi  publicada  há  cinco  dias.
QUESTÃO: Como advogado de Aurélio, adote a medida judicial cabível, justificando­a.
SOLUÇÃO
Interposição e razões de recurso de Apelação. Desenvolver a tese de regular exercício do
direito previsto no art. 5º, LXIII, da Constituição Federal, que não pode ser interpretado em
desfavor  do  acusado,  transformando  o  seu  silêncio  na  polícia  em  presunção  de  culpa.
Pedido  de  absolvição  por  insuficiência  de  provas  –  art.  386,  inciso  VI,  do  CPP.  A
impetração  de  habeas­corpus  deverá  ser  considerada  errada  e  suficiente  para  a
reprovação do candidato.
PROBLEMA 04
(OAB/SP – 108º Exame de Ordem) Gaio  foi  denunciado como  incurso no art.  121, § 2º,
inciso  II,  c.c.  o art.  29,  todos do Código Penal. Em Plenário,  sustentou a Defesa, dentre
outras,  a  tese  da  ausência  do  animus  necandi. Os  Jurados,  por  significativa maioria  de
votos, rejeitaram todas, sendo certo que não foi formulado quesito acerca da referida tese
defensiva, fato que não foi objeto de reclamação na oportunidade. A sentença, proferida no
julgamento  realizado  há  três  dias,  condenou  Gaio  a  cumprir  a  pena  de  12  anos  de
reclusão, em regime fechado. QUESTÃO: Como advogado de Gaio, ajuíze a providência
judicial adequada, justificando­a.
SOLUÇÃO
22/11/2015 PRÁTICA PENAL – FASE PROCESSUAL – APELAÇÃO (09) « PARA ACESSAR O MATERIAL ATUALIZADO, ACESSE: www.forumcriminal.c…
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Interposição  e  razões  de  recurso  de  apelação  –  competência  do  Tribunal  de  Justiça.
Pedido  de  anulação  do  julgamento  por  deficiência  dos  quesitos.  Vício  insanável  do
questionário, que independe de reclamação oportuna. (art. 564, parágrafo único, do CPP).
A  impetração  de  habeas­corpus  deverá  ser  considerada  errada  e  suficiente  para  a
reprovação do candidato.
PROBLEMA 05
(OAB/SP  –  123º  Exame  de  Ordem)  João  Alves  dos  Santos  foi  condenado,  no  dia
05.01.2004,  por  apropriação  indébita  porque,  como  marceneiro,  recebera,  no  dia
06.02.2002,  importância  de  seu  cliente,  Antonio  Aparecido  Almeida,  como  pagamento
adiantado  pelos  serviços  que  prestaria  em  sua  residência.  Entendeu  o Magistrado  que
João cometera o crime porque  ficou com o valor  recebido, não executando os  trabalhos
pelos quais foi contratado. Ele e seu advogado foram intimados da sentença condenatória,
no dia 20.05.04. QUESTÃO: Como advogado de João,  verifique a medida cabível  e,  de
forma fundamentada, postule o que for de seu interesse por meio de peça adequada.
SOLUÇÃO
Peça: Apelação
Pedido: Reforma pelo tribunal;  Absolvição.
Fundamento  –      Quando  alguém  recebe  valor  em  dinheiro  como  pagamento  de  seus
serviços e não os executa não comete apropriação  indébita. O dinheiro que é entregue
passa a ser de sua propriedade. A questão, assim, é estritamente civil, não penal.

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