Buscar

Pragmatica_ A teoria dos atos de fala

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
Pragmática
A Teoria dos atos de fala
*
*
John Austin, filósofo de Oxford
	“ Pronunciar palavras é comumente um acontecimento capital, ou mesmo o acontecimento capital, na execução (Performance) do ato (de apostar ou de que ainda?), execução que constitui em parte o alvo da enunciação; mas ela está longe de constituir comumente – se é que isso se faz – o único elemento necessário para que se possa considerar o ato como executado. 
*
*
	Digamos, de modo geral, que é sempre necessário que as circunstâncias nas quais as palavras são pronunciadas sejam de uma determinada maneira (ou de várias maneiras) apropriadas, e que é habitualmente necessário que a própria pessoa que fala, ou outras pessoas, executam também outras ações determinadas – ações ‘físicas’ ou ‘mentais’, ou mesmo atos que consistem a pronunciar posteriormente outras palavras.” (AUSTIN, Quand dire c’est faire. Paris: Seuil, 1970, 1ª Conferência, p.43.).
*
*
	“Desde o momento que se compreende que o objeto a ser estudado não é a frase mas a produção de uma enunciação na situação de discurso, não se pode deixar de observar que: afirmar é executar [perform] um ato.” .” (AUSTIN, Quand dire c’est faire. Paris: Seuil, 1970, p. 143).
*
*
1 - Ato locutório: “ato de dizer alguma coisa”;
2 - Ato ilocutório: “ato efetuado dizendo alguma coisa”;
3- Ato perlocutório: produzindo um ato locutório e, dessa forma, produzindo, também um ato ilocutório, produz, ainda um terceiro ato, o perlocutório. 
*
*
	“Dizer alguma coisa provocará frequentemente – de forma mais frequente - certos efeitos sobre os sentimentos, os pensamentos, os atos do auditório, ou daquele que fala, ou de outras pessoas ainda.” (AUSTIN, Quand dire c’est faire. Paris: Seuil, 1970. Quinta conferência, p. 114 ).
*
*
	Armengaud (A pragmática. São Paulo: Parábola, 2006) observa que:
	“Muitos atos ilocucionários, começando simplesmente com afirmar, são realizados em vista de produzir efeitos perlocucionários. Por isso as primeiras teorias behavioristas não os distinguiam. 
*
*
	 Mas os teóricos dos atos de fala consideram essencial distinguir um ato ilocucionário, que é rigorosamente um ato de fala, da obtenção de efeitos aparentemente perlocucionários e que podem provir de meios não necessariamente linguísticos.” (ARMENGAUD, 2006, p. 101)
*
*
	Exemplos:
Por favor, sirva-se de mais caldeirada!
Você vai se servir de mais caldeirada.
Você vai se servir de mais caldeirada?
	Três atos ilocucionários: uma solicitação, uma predição, uma pergunta. 
	O fato de eles se destinarem a produzir o mesmo ato perlocucionário (fazer a pessoa se servir de caldeirada) não anula suas diferenças de atos ilocucionários. (ARMENGAUD, 2006, p. 101-102)
*
*
Distinção entre as enunciações constativas e performativas:
Enunciação constativa: o que é justo (right) dizer em todas as circunstâncias, com qualquer finalidade, a qualquer pessoa etc. 
Enunciação performativa: levar em conta, ao máximo, o valor ilocutório da enunciação, deixando de lado a dimensão da correspondência com os fatos. 
*
*
	Austin chega à conclusão de que:
	 “O ato locutório é apenas em geral uma abstração, assim como o ato ilocutório: todo ato de discurso autêntico compreende os dois elementos ao mesmo tempo.” (AUSTIN, Quand dire c’est faire. Paris: Seuil, 1970. 11ª conferência, p. 147). 
	
*
*
A dicotomia performativo/constativo deve ser abandonada em proveito da classificação de famílias mais gerais de atos de discurso, ligados entre eles e que se recobrem uns aos outros. (AUSTIN, Quand dire c’est faire. Paris: Seuil, 1970. 12ª conferência, p. 152-153). 
*
*
	Searle (também da Escola de Oxford) vai criticar as classificações propostas e apresentar outra.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais