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Aula 12 - Zootoxinas

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Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari 
Alberto Gonçalves Evangelista 
Toxicologia Veterinária e Plantas Tóxicas 
 
 
1 
ZOOTOXINAS 
Zootoxinas são quaisquer substâncias tóxicas produzidas por animais. Animais peçonhentos são 
aqueles que inoculam o veneno pela mordedura ou ferroada, enquanto os venenosos causam 
intoxicação pela transmissão do veneno pelo tecido. Essa intoxicação pode ser por agressão ou 
por defesa. 
Os animais peçonhentos possuem seu veneno em glândulas ligadas a dentes ocos, ferrões ou 
aguilhões, através dos quais a peçonha passa ativamente. As peçonhas podem ser neurotóxicas, 
hematotóxicas ou citotóxicas. As neurotóxicas atingem o SNC, causando dor, prose palpebral, 
aniscoria e diplopia. As hematotóxicas causam hemorragias locais ou sistêmicas, pois impedem 
a coagulação do sangue. As citotóxicas podem ser proteolíticas (quebrando proteínas), 
miotóxicas (problemas musculares) ou nefrotóxicas (problemas renais). As serpentes podem ser 
peçonhentas ou não, sendo que todas têm veneno, mas somente as peçonhentas o inoculam. 
As serpentes podem possuir fosseta loreal, que permitem a identificação do calor nos 
organismos vivos. Quanto a dentição, as serpentes podem ser áglifas (sem dente inoculador), 
opstóglifas (dente inoculador caudal), proteróglifas (dente inoculador na parte cranial, sendo 
que a peçonha escorre) ou solenóglifas (dente inoculador na parte cranial, sendo que a peçonha 
é inoculada na corrente sanguínea). 
As serpentes da família Boidae e Colubridae não são peçonhentas, sendo áglifas. A família 
Elapidae são peçonhentas, proteróglifas, com hábitos noturnas, cabeça arredondada e sem 
fosseta loreal. A família Viperidae são solenóglifas, com cabeça triangular e com fosseta loreal. 
Grande parte dos acidentes ofídicos com pequenos animais atingem os focinhos e membros 
anteriores, sendo que em grandes animais, as lesões são em cabeça, membros e úbere. 
Acidentes causados pelo gênero Bothrops são conhecidos como acidentes botrópicos, e seus 
efeitos dependem da sensibilidade do animal, do local afetado, da quantidade de veneno 
inoculado e do tempo entre o acidente e o tratamento. Seus sinais são prostração, inapetência, 
apatia, taquipneia, edema e hemorragias. A mortalidade é baixa, mas pode ocorrer com o 
choque hipovolêmico e áreas de necrose mau tratadas. O tratamento é feito com soroterapia, 
sendo proibidos torniquetes, que podem potencializar a ação do veneno na região. O gênero 
Crotalus também é responsável por muitos acidentes, sendo que seus sinais clínicos são 
transtornos de locomoção, flacidez da musculatura facial, sialorreia, ptose palpebral, depressão 
neurológica e insuficiência respiratória. O tratamento é com soroterapia. O soro antiofídico é 
produzido através da inoculação do veneno em cavalos e a posterior retirada do soro com os 
anticorpos neutralizadores. 
Acidentes com escorpiões são comuns em regiões tropicais e subtropicais, sendo comum o 
acidente com o gênero Tytus. Os sinais clínicos são dor local, sudorese, êmese, agitação, 
desorientação e arritmias cardíacas. O tratamento é feito com soro antiescorpiônico. 
A intoxicação por veneno de aranha é comum nos meses de outubro a abril, pois elas estarão 
mais agitadas no período, graças ao ciclo reprodutivo. Os acidentes com o gênero Loxoceles são 
acidentes graves, mas raros, pois são pouco agressivas. Os sintomas são lesões inflamatórias, 
necroses, úlceras, icterícia e hemoglobinúria, com o tratamento baseado em soroterapia. 
Acidentes com o gênero Phuneutria são graves pois sua toxina é neurotóxica, podendo levar a 
morte. Pode causar também arritmia cardíaca, edema pulmonar e convulsões. 
Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari 
Alberto Gonçalves Evangelista 
Toxicologia Veterinária e Plantas Tóxicas 
 
 
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Sapos são animais venenosos que usam a toxina como defesa, sendo que elas podem produzir 
irritação local ou intoxicação sistêmica. Os sinais clínicos são sialorréia, arritmias cardíacas, 
edema pulmonar, convulsões e morte. O tratamento é sintomático, sendo que deve-se lavar a 
boca com bastante água. 
Abelhas podem causar reação tóxicas e alérgicas, sendo que uma única picada pode causar 
desde apenas inflamação local até reação de hipersensibilidade, levando ao choque anafilático. 
Múltiplas picadas podem levar a agitação, êmese, náuseas, hipotensão, fraqueza, tremores, 
mialgia e coma.

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