Buscar

adrenergicoseantiadrenergicos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
1 
 
 
Universidade Federal do Paraná 
Setor de Ciências da Saúde 
Curso de Farmácia 
Disciplina de Química Medicinal Farmacêutica 
 
Adrenérgicos e antiadrenérgicos 
 
Transmissão adrenérgica 
Sistema Nervoso: divisão e anatomia 
 
Fibras sensoriais 
(aferentes) 
 Sistema nervoso central 
Sistema Nervoso Voluntárias 
 
 Fibras motoras Simpáticas 
 (eferentes) 
 Involuntárias Sistema nervoso 
 autônomo 
 Parassimpáticas 
 
 
 
 
Figura: Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático
____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
2 
Sistema Nervoso Autônomo Simpático: Neurotransmissores e Receptores 
Medula
Fibra 
pré-ganglionar
Fibra 
pós-ganglionar
ACh NE
M. E. cardíaca
M. lisa
G. secretoras
Gânglio 
simpático
Receptor 
nicotínico (N)
Receptor 
adrenérgico (α, β)
 
Medula ACh Medula 
suprarenal
Receptor 
nicotínico (N)
Adrenalina - 80%
Noradrenalina - 20%
 
 
 
Transmissão adrenérgica: transmissor químico: levarterenol, norepinefrina ou 
noradrenalina (menor importância: dopamina e adrenalina). Chamadas de catecolaminas, devido 
à presença do núcleo catecólico. 
 
HO
HO
N
OH
H
H
H
H
H
H
����
����
����
����
Norepinefrina (forma l)
 
HO
HO
grupo catecol: o-diidroxibenzeno
 
 
Liberado pelas fibras pós-ganglionares do Sistema Nervoso Simpático. 
 
 
Biossíntese do neurotransmissor 
 
 
 
A norepinefrina é biossintetizada no neurônio adrenérgico, próximo do terminal do axônio e 
da junção neurônio-célula efetora. Na medula da adrenal, a biossíntese da norepinefrina tem uma 
etapa adicional, a conversão da norepinefrina em epinefrina (adrenalina), por ação da 
feniletanolamina-N-metiltransferase. 
OH
COOH
NH2 OH
COOH
NH2
OH
OH
NH2OH
OH
NH2OH
OH
tirosina hid rox ilase
am inoácido 
arom ático 
descarbox ilase
dopam ina 
β-hidrox ilase
L-Tirosina L-Dopa
Dopamina
Norepinefrina
(vesícula de estocagem)
 
____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
3 
NorepinefrinaOH
NH2OH
OH
OH
NHOH
OH
CH3
fen ile tano lam ina-
N -m etiltransferase
(medula da adrenal)
Epinefrina
 
 
. 
Armazenamento e liberação do neurotransmissor 
 
 A norepinefrina formada é estocada em vesículas em um complexo com ATP (4:1) até a 
despolarização do neurônio iniciar o processo de fusão da vesícula com a membrana plasmática e 
liberação do neurotransmissor para a fenda sináptica. Estima-se que em cada vesícula sejam 
armazenadas de 6.000 a 15.000 moléculas de norepinefrina. 
 
 
 
Receptores adrenérgicos 
 
A principal classificação farmacológica subdivide-os nos subtipos α e β, baseados
 
originalmente na ordem de potência dos agonistas e posteriormente, em antagonistas seletivos. 
Existem dois subtipos principais de receptores α-adrenérgicos (α1, α2) e três subtipos de 
receptores β-adrenérgicos (β1, β2, β3). Estudos de clonagem demonstraram que todos têm uma 
estrutura semelhante e pertencem a superfamília dos receptores acoplados a proteína G. 
Os receptores α1 ativam a fosfolipase C e assim, produzem trifosfato de inositol (IP3) e 
diacilglicerol (DAG) como segundos mensageiros. 
Os receptores α2 inibem a adenilato ciclase e assim, diminuem a formação de AMPc. 
Todos os tipos de receptores β estimulam a adenilato ciclase. 
Os principais efeitos da ativação de receptores são: 
• Receptores α1 – vasoconstrição, relaxamento da musculatura lisa gastrointestinal, secreção 
salivar e glicogenólise hepática. 
____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
4 
• Receptores α2 – inibição da liberação dos neurotransmissores (inclusive liberação de 
noradrenalina e de acetilcolina) dos nervos autônomos, agregação plaquetária, contração da 
musculatura lisa vascular. 
• Receptores β1 – aumento da freqüência e da força cardíacas, relaxamento da musculatura lisa 
gastrointestinal. 
• Receptores β2 – broncodilatação, vasodilatação, relaxamento da musculatura lisa visceral, 
glicogenólise hepática e tremor muscular. 
• Receptores β3 – lipólise. 
 
 Receptor adrenérgico 
 α1 α2 β1 β2 
Agonistas 
 
Noradrenalina +++ +++ ++ + 
Adrenalina ++ ++ +++ +++ 
Isoprenalina - - +++ +++ 
Fenilefrina ++ - - - 
Metilnoradrenalina + +++ - - 
Clonidina - +++ - - 
Salbutamol - - + +++ 
Terbutalina - - + +++ 
Dobutamina - - +++ + 
Antagonistas 
 
Fentolamina +++ +++ - - 
Fenoxibenzamina +++ +++ - - 
Ergotamina ++PA ++ - - 
Diidroergotamina ++ ++ - - 
Ioimbina + +++ - - 
Prazosina +++ + - - 
Indoramina +++ + - - 
Propranolol - - +++ +++ 
Oxprenolol - - +++PA +++ 
Atenolol - - +++ + 
Butoxamina - - + +++ 
Labetalol + + ++ ++ 
PA - agonista parcial 
 
 
____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
5 
Recaptação e metabolismo do neurotransmissor 
 
 Um fator determinante da finalização da ação da NE é a recaptação pelo nervo terminal. 
Esse processo é chamado recaptação 1 e envolve um sistema dependente de energia com alta 
afinidade por NE. O sistema de recaptação abrange também o transporte de outras aminas, 
envolvendo inclusive a cocaína e os antidepressivos tricíclicos. Uma parte dessa quantidade 
recaptada é transportada para os grânulos de estoque com o auxílio de um composto estável de 
ATP e proteína. Existe outro processo de recaptação de NE extraneural, chamado recaptação 2. 
Esse processo está presente num número variado de células, incluindo as da glia, hepáticas e do 
miocárdio. Apresentam baixa afinidade por NE e embora sua importância farmacológica não 
esteja bem esclarecida, é provável que essa via seja percorrida por catecolaminas circulantes 
visto que são liberadas de tecidos não neuronais e metabolizadas rapidamente. 
 As duas principais enzimas de metabolização de catecolaminas são a monoaminoxidase 
(MAO) e a catecol-O-metiltransferase (COMT). A MAO é associada primariamente na membrana 
externa da mitocôndria, enquanto que a COMT é encontrada primariamente no citoplasma. O fato 
da COMT não ser encontrada nos neurônios simpáticos e a MAO estar presente nas mitocôndrias 
neuronais, indica que a MAO também detém um papel principal no metabolismo de catecolaminas 
intraneuronais. 
 Nenhuma das duas enzimas apresenta um alto grau de especificidade ao substrato. A 
MAO proporciona uma desaminação oxidativa de uma variedade de compostos que contém um 
grupo amino ligado a um carbono terminal. Há dois tipos de MAO, inclusive apresentando 
seletividades diferenciadas. De forma similar, a COMT catalisa a metilação de um número variado 
de moléculas que contém o grupamento catecol. 
 
 
 
____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
6 
Estrutura e propriedades físico-químicas 
 
Como já citado, a norepinefrina é o neurotransmissor dos neurônios pós-ganglionares 
simpáticos. Como resultado da estimulação nervosa simpática, ela é liberada das terminações 
nervosas simpáticas para a fenda sináptica, onde interage com os receptores específicos pré ou 
pós-sinápticos. Outro agonista de receptores adrenérgicos endógeno é a epinefrina: ela não é 
liberada das terminações nervosas simpáticas periféricas,mas sim sintetizada e estocada na 
medula adrenal, de onde é liberada para a circulação – inclusive há referências que a citam como 
neuro-hormônio. Em alguns neurônios do SNS existe a biossíntese de epinefrina e de 
norepinefrina. 
A epinefrina e a norepinefrina pertencem à classe das substâncias conhecidas por 
catecolaminas. Esse nome foi dado porque estes compostos contêm um grupamento amino ligado 
a um anel aromático que por sua vez, detém dois grupamentos hidroxila ligados em posição orto 
um ao outro, semelhante ao arranjo encontrado na molécula de catecol. Essas catecolaminas são 
muito susceptíveis a oxidação, por exemplo, em presença de oxigênio do ar, produzindo quinonas 
orto substituídas, sendo necessária a presença de compostos antioxidantes, como o ácido 
ascórbico ou bissulfito de sódio em formulações destas substâncias. 
Norepinefrina
OH
NH2OH
OH
 
OH
OH
catecol
 
O
O
orto-quinona
 
Tanto a epinefrina quanto a norepinefrina possuem um átomo de carbono quiral, podendo 
então apresentar pares isoméricos: o isômero com configuração R é produzido pelo organismo e 
detém a atividade biológica. Além disso, são substâncias polares que contém um grupo ácido (as 
hidroxilas aromáticas) e um grupo básico (amina alifática). O pKa do cátion epinefrina é 8,7 e 9,9, 
sendo isso atribuído à hidroxila fenólica e o grupamento amina protonado, respectivamente. Em 
pH 7,4 encontra-se 95% na forma de cátion; já a forma “zwitterion” (ionização intramolecular), 
onde a amina é protonada e uma das hidroxilas fenólicas está ionizada, participa com somente 
3% do total. As formas não ionizadas nesse pH estão presentes em aproximadamente 2% do 
total. Isso explica o alto grau de solubilidade em água que as catecolaminas apresentam. 
 
OH
NHOH
OH
R
forma neutra (2%)
 
OH
N+OH
OH
R
H
H
forma catiônica (95%)
 
O
N+O
OH
R
H
H
forma "zwitterion" (3%)
H
-
 
 
Relação estrutura-atividade 
 
A potência global e a especificidade das substâncias que exercem seus efeitos por meio 
da interação com os receptores adrenérgicos dependem de diversos fatores: 
• Afinidade aos receptores adrenérgicos; 
• Interação com o sistema de recaptação neuronal (recaptação 1); 
• Metabolização pela MAO (monoaminoxidase); 
• Metabolização pela COMT (catecol-O-metiltransferase) 
____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
7 
A relação desses diferentes fatores com a estrutura química é complexa, mas existem 
determinadas generalizações úteis. A molécula de noradrenalina pode ser modificada de várias 
formas para gerar compostos que interajam com receptores adrenérgicos, tais como as descritas 
a seguir: 
 
• O aumento do volume dos substituintes no átomo de nitrogênio produz compostos com uma 
potência relativamente maior como agonistas β e menos susceptíveis à recaptação 1 e à MAO 
(ex: adrenalina, isoprenalina e salbutamol); 
• O acréscimo de um grupamento α-metila aumenta a seletividade para o receptor α e torna os 
compostos resistentes à MAO, apesar de serem susceptíveis à recaptação 1 (ex: α-
metilnoradrenalina, metaraminol); 
• A remoção do grupamento β-OH reduz muito a interação com os receptores adrenérgicos. A 
maioria das aminas simpatomiméticas de ação direta e dos antagonistas dos receptores β 
(com exceção de alguns antagonistas do receptor α) mantém esse grupamento (ex: 
dopamina); 
• A substituição de grupamentos OH do catecol por grupamentos semelhantes capazes de 
retirar elétrons, ou sua transferência para posições diferentes no anel torna os compostos 
resistentes à COMT, mas costuma manter sua atividade no receptor. Esta modificação 
costuma gerar compostos que não são substratos para a recaptação 1 (ex: salbutamol e 
muitos antagonistas do receptor β); 
• A remoção de um ou de ambos os grupamentos OH do catecol abole a afinidade pelos 
receptores, apesar desses compostos continuarem a ser animas simpatomiméticas de ação 
indireta e substratos da recaptação 1 (ex: tiramina, anfetamina, efedrina); 
• A extensão da cadeia lateral alquila, com uma substituição por isopropila no átomo de 
nitrogênio e modificação do grupamento OH do catecol produz poderosos antagonistas dos β-
receptores (ex: propranolol, oxprenolol). 
 
 
____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
8 
Fármacos adrenérgicos 
 
Conceito: “São agentes que exercem seus principais efeitos farmacológicos na porção 
simpática do sistema nervoso autônomo, o qual emprega a norepinefrina como mediador químico 
entre um neurônio e sua célula efetora.” (FOYE, 1995) 
“São fármacos que produzem efeitos similares às respostas dos estímulos de nervos 
adrenérgicos.” (KOROLKOVAS, 1982) 
Também chamados de adrenomiméticos ou simpatomiméticos. 
Usos: Vasopressores (α1), broncodilatadores (β2), descongestionantes nasais (α1), midriáticos 
(α1), descongestionantes oftálmicos (α1), anorexígenos (β1), antiarrítmicos (β1), estimulantes do 
SNC (α), vasodilatadores periféricos (β2). 
 
Classificação 
 
a) Adrenérgicos de ação direta 
 
Substâncias que atuam por complexação com receptores específicos da NE (α, β ou 
ambos). O composto inicial para alterações de estrutura-atividade é a β-feniletilamina. 
NH2
para
meta
β
α
β-feniletilamina
 
Para a ação simpatomimética direta, a atividade máxima é alcançada por meio de 
derivados que contenham grupos hidroxilas em posições meta e para do anel catecólico e um 
grupamento hidroxila em β com configuração estereoquímica correta na porção etilamínica da 
molécula. 
 
Protótipos: norepinefrina (NE), epinefrina (E) e isoproterenol. 
 
HO
HO
NH2
OH
Norepinefrina Epinefrina
HO
HO
NH
OH
CH3
Isoproterenol
HO
HO
NH
OH
 
 
Substituintes adequados: 
- Grupo catecólico e hidroxila em β → importantes, mas existem exceções. 
- Aminas primárias e secundárias são mais potentes que aminas terciárias e quaternárias para 
atividade agonista direta. 
- Amina separada do núcleo catecólico por dois carbonos → atividade ótima. 
____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
9 
- Quanto maiores os substituintes do nitrogênio, menor é a atividade α-agonista e maior a 
atividade β-agonista e na questão de atividades β-agonista, já foi detectado que substituintes 
do tipo do terc-butila aumentam a seletividade ao receptor β2. 
- Substituintes volumosos no grupamento amínico impedem a degradação pela MAO. 
- Substituição no carbono α da etilamina com metila ou etila diminui a atividade agonista nos 
dois tipos de receptores 
- Com relação ao grupamento catecol, se as hidroxilas estiverem em meta (anel derivado do 
resorcinol), a degradação por COMT será diminuída e a ação agonista em β2 será aumentada, 
apresentando melhor absorção e maior tempo de duração. Substituição de uma das hidroxilas 
fenólicas meta-dirigidas por hidroximetila (-CH2OH) aumenta a seletividade em β2. A ausência 
de uma das hidroxilas fenólicas prejudica a ação em α2. 
- Estereosseletividade (nos receptores α e β): R-(-) é mais potente que S-(+), principalmente em 
β. Ex: R-(-)-epinefrina é 45 vezes mais ativa que S-(+)-epinefrina como broncodilatadora; R-(-)-
isoprenalina é 800 vezes mais ativa que S-(+)-isoprenalina. 
 
Essa questão da estereoseletividade é crítica: os agentes que possuem essa quiralidade 
no grupo hidroxila em β possuem uma alta estereoseletividade com relação aos seus efeitos 
agonistas, tanto em receptores α quanto em β. Essa questão é baseada na interação presumida 
dos três tipos de grupos farmacofóricos e as três áreascomplementares do receptor, conhecida 
por hipótese de Easson-Stedman. 
 
 
Outro composto do qual se pode obter agonistas adrenérgicos são as imidazolinas; 
entretanto, o mecanismo de ação dessas é diferente dos derivados de β-feniletilamina, sendo 
mais ativos em receptores α-adrenérgicos. 
 
N
N
H
XAr
grupo 
aromático unidade 
ligante
anel 
imidazolínico
 
 
 
Estrutura geral dos agonistas α-
adrenérgicos imidazolínicos 
____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
10 
Agonistas αααα-adrenérgicos (preferencialmente): 
 
NHR
OH
1 grupo OH 
em m- ou p-
H ou CH 3
H ou CH3 (Et, no máximo)
����
����
���
���
����
 
 
Exemplos: fenilefrina, metoxamina – não são metabolizadas pela COMT e não apresentam 
grupos no anel em para, tendo seletividade para receptores α1 
A nafazolina, a tetra-hidrozolina e outros derivados imidazolínicos têm acesso limitado no 
SNC visto que no pH fisiológico apresentam-se protonados, devido à elevada basicidade do anel 
imidazolínico (pKa= 9 a 10). 
N
N
H
R CH2R =
R =
Nafazolina
Tetra-hidrozolina
 
A clonidina é um exemplo de derivado fenilimino-imidazolínico que possui seletividade pelo 
receptor α2 adrenérgico. Isso não é conseguido pela seletividade ao tipo de receptor, pois atua em 
ambos (α1 e α2), proporcionando hipotensão, mas sim pela habilidade da clonidina em penetrar no 
SNC e estimular os receptores α2 localizados no cérebro, resultando num efeito hipotensor com 
maior tempo de ação. Essa característica se deve à diminuição da basicidade do grupo guanidina 
(tipicamente pKa= 13,6), para um pKa= 8,0, pela ligação direta da guanididina com o anel 
diclorofenila, que exerce efeito retirador de elétrons. 
N
Cl
Cl
N
H
N
H
Clonidina
 
 
Agonistas ββββ-adrenérgicos (preferencialmente): 
 
NHR
OH
HO
outro grupo polar
H ou CH 3
outro grupo alquila ou 
arilalquila muito volumoso
����
���
���
 
 
Exemplos: isoproterenol (degradado muito rápido pela COMT e com pouco tempo de 
duração), metaproterenol e terbutalina, sendo esses dois últimos com menor afinidade pelo 
receptor β2, entretanto mais efetivo quando dado via oral e com um tempo de duração maior – 
____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
11 
sem metabolização pela COMT ou MAO. O albuterol apresenta maior afinidade pelo receptor β2 
visto que a substituição no anel é com um grupo hidroximetila. Aumento do tempo de ação do 
albuterol é conseguido pelo aumento da lipossolubilidade, no caso do salmeterol 
NH
C(CH3)3
OH
OH
OH
Terbutalina
 
NH
OH
OH
OH O
Salmeterol
 
NH
CH(CH3)2
OH
OH
OH Metaproterenol
 
NH
CH(CH3)2
OH
OH
OH
Isoproterenol
 
O bitolterol é um caso de latenciação de drogas, na qual a hidrólise da ligação éster 
propicia a liberação de uma molécula de colterol (N-terc-butil-norepinefrina), agente agonista 
muito potente em receptores β2 pela presença do grupamento terc-butil ligado ao N. A latenciação 
é feita com o intuito de aumentar a lipossolubilidade. 
NH
C(CH3)3
O
O
OH
O
O
CH3
CH3 Bitolterol
Colterol
NH
C(CH3)3
OH
OH
OH O
CH3
OH
Ác. p-tolúico
+ 2
 
 
b) Adrenérgicos de ação indireta 
 
Atuam aumentando a liberação de catecolaminas, especialmente a NE, dos grânulos de 
armazenamento nas terminações nervosas simpáticas. 
Protótipos: tiramina e anfetamina. 
HO
NH2
Tiramina Anfetamina
NH2
CH3
 
 
Relação estrutura-atividade: 
- Grupo metila em α aumenta a atividade e grupo metila em β diminui a atividade. 
- Aumento do substituinte na amina diminui atividade (terciárias são inativas). 
- A hidroxianfetamina não apresenta efeito no SNC. 
- Pseudoefedrina: isômero (S,S) da efedrina, com ação indireta. 
 
OH
NH2
CH3
Hidroxianfetamina
 
OH
CH3
NH
CH3
SS
L-(+)-Pseudoefedrina
 
____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
12 
c) Adrenérgicos de ação mista 
 
Agem tanto por ação direta quanto por ação indireta. Protótipo: efedrina. 
OH
CH3
NH
CH3R
S
D-(-)-Efedrina
 
Relação estrutura-atividade: 
- Usualmente não tem grupo OH no anel aromático. 
- Usualmente tem grupo OH em β. 
 
d) Inibidores da MAO 
 
Diminuem o metabolismo do levarterenol (NE). 
NH2
N
NH2
H
N C
CH3
CH
Tanilcipromina Fenelzina Pargilina
 
 
e) Inibidores da recaptação neuronal de NE 
 
NCH3 C
O
O
OCH3
O
���
Cocaína
N
N
CH3
CH3
Imipramina
 
 
f) Antagonistas αααα2 
NH
N
H
H
H
OH
CH3O
O
�����
�����
 Ioimbina 
(alcalóide da Rauwolfia e 
Pausinystlia yohimbe)
Usos: impotência masculina e 
 hipotensão postural 
 (proibido pelo FDA)
 
Para inibir o receptor α1 (atividade antiadrenérgica), muda-se o plano do carbono 
assimétrico que contém a carboxila – no mesmo plano do anel é a ioimbina e no plano axial é 
chamado de corinantina – inibidor seletivo α1. 
____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
13 
Agentes antiadrenérgicos 
 
 
Conceito: “São fármacos que inibem seletivamente determinadas respostas do estímulo 
simpático por complexarem com receptores da NE.” (KOROLKOVAS, 1982) 
 
Usos: Tratamento da hipertensão, doenças vasculares periféricas, arritmias, angina. 
 
 
Classificação 
 
a) Agentes bloqueadores αααα-adrenérgicos 
 
Interagem com receptores α, bloqueando-os; substâncias estruturalmente não 
relacionadas à NE, relacionadas com os derivados imidazolínicos. Ex.: prazosina, ergotamina, 
hidralazina*, fentolamina*, fenoxibenzamina*, tolazolina, clorpromazina (*estrutura na tabela 
anexa). 
N
N N
N
O
NH2
H3CO
H3CO
O
Prazosina
 
N
H
N
Tolazolina
 
S
N
N
CH3
CH3Clorpromazina (neuroléptico)
 
Existem bloqueadores α1-adrenérgicos altamente seletivos - as quinazolinas. São 
constituídas de um anel quinazolínico, piperazínico e uma região acíclica. O grupo piperazínico 
pode ser substituído por um piperidínico, sem perda de afinidade. Apresentam vantagem em 
relação aos α-bloqueadores gerais porque possibilitam a vasodilatação sem aumentar o débito 
cardíaco. Exemplos incluem a prazosina, teratozina e a doxazosina. 
N
N N
N
O
NH2
H3CO
H3CO
O
Prazosina
 
N
N N
N
O
NH2
H3CO
H3CO
O
Terazosina
 
N
N N
N
O
NH2
H3CO
H3CO
O
O
Doxazosina
 
____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
14 
b) Agentes bloqueadores ββββ-adrenérgicos 
 
Interagem com receptores β; análogos estruturais da NE. São atualmente divididos em 
bloqueadores não-seletivos e bloqueadores seletivos β1. Exemplos de β-bloqueadores não-
seletivos: propranolol, nadolol, timolol, pindolol, metipranolol, pembutolol, carteolol, levobunolol. 
β-Bloqueadores não-seletivos: 
O
OH
NH
CH(CH3)2
Propranolol
 
O
OH
NH
C(CH3)3
OH
OH
Nadolol
 
Timolol
O
OH
NH
C(CH3)3
N
N
S
N
O
 
 
Pembutolol
O
OH
NH
C(CH3)3
 
Pindolol
O
OH
NH
CH(CH3)2
N
H
 
Metipranolol
O
OH
NH
CH(CH3)2
CH3
CH3
OCOCH3
CH3
 
 
Deve ter um anel ou substituinte adequado, que possibilite interações hidrofóbicas com o 
receptor.Os bloqueadores seletivos à β1 são mais seguros a pacientes com asma ou bronquite, pois 
não inibem os receptores β2, responsáveis pela broncodilatação. Entretanto, percebe-se que ao 
aumentar a dose, a seletividade diminui. Exemplos de bloqueadores β1-seletivos: 
O
OH
NH
CH(CH3)2
CH2CONH2
Atenolol
 
O
OH
NH
CH(CH3)2
NHCOCH2CH2CH3
O
CH3
Acebutolol
 
O
OH
NH
CH(CH3)2
CH2CH2OCH2
Betaxolol
 
 
O
OH
NH
CH(CH3)2
CH2OCH2CH2OCH(CH3)2
Bisoprolol
 
O
OH
NH
CH(CH3)2
CH2CH2CO2CH3
Esmolol
 
O
OH
NH
CH(CH3)2
CH2CH2OCH3
Metoprolol
 
 
c) Agentes bloqueadores αααα1 e ββββ-adrenérgicos 
 
Essa classe foi desenvolvida visto que o bloqueio de receptor α1 produz vasodilatação e o 
efeito do bloqueio do receptor β previne a taquicardia reflexa usualmente associada com a 
vasodilatação. Exemplos: labetalol e carvedilol. 
____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
15 
NH
O
NH2
OH
OH
CH3
Labetalol
 
O
OH
NH
N
H
O
H3CO
Carvedilol
 
 
d) Agentes bloqueadores de liberação de NE 
 
Impedem a liberação de NE pelo neurônio adrenérgico; semelhantes às aminas 
simpatomiméticas. Entram na célula via recaptação 1 e se acumulam nas vesículas, tornando-as 
menos sensíveis aos impulsos nervosos. A habilidade de fusão da vesícula com a membrana é 
diminuída, resultando numa diminuição da liberação de NE na fenda sináptica. Esses agentes não 
conseguem penetrar no SNC pelo alto pKa que apresentam (maior do que 12). Ex.: bretílio, 
guanetidina (apresentam porção terminal constituída de N quaternário ou guanidínica). 
 
N
NH NH2
NH
Guanetidina
 
Tosilato de bretílio
Br
N
+
CH3
CH3
CH3
CH3
SO3
-
 
 
e) Inibidores da captação vesicular da NE 
 
Impede o armazenamento da NE do citoplasma dentro das vesículas de armazenamento 
(depleção de NE). O mecanismo consta da ligação entre o transportador monoamímico ligado a 
ATP que transporta a NE e outras aminas biogênicas do citoplasma para as vesículas de 
estocagem. Essa ligação causa um bloqueio do transportador, levando a NE, situada no 
citoplasma, a uma degradação pela MAO. Ex: reserpina*, guanetidina*, deserpidina, rescinamina 
(*estrutura na tabela anexa). 
 
f) Inibidores da biossíntese da NE 
 
- α-metildopa: Inibe a dopa-descarboxilase. 
- Carbidopa: Usada em associação com a levodopa, para retardar o metabolismo da mesma, 
no tratamento do mal de Parkinson. 
COOHHO
HO
NHNH2
CH3
��
��
Carbidopa
COOHHO
HO
NH2
CH3
��
��
α-metildopa
 
____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
16 
g) Bloqueadores irreversíveis 
 
O bloqueio adrenérgico proporcionado pelas β-haloalquilaminas é prolongado e não se 
reverte com a presença de epinefrina. Ex: fenoxibenzamina. Esta é usada no feocromocitoma 
(tumor das células cromafins da medula da adrenal devido ao aumento da produção da epinefrina 
e norepinefrina → hipertensão e estimulação simpática generalizada). Alivia os efeitos do 
feocromocitoma por alquilação dos receptores α-adrenérgicos (infelizmente, outras moléculas 
também são alquiladas). 
N
Cl
CH3
O
N
CH3
O
N
X-α-receptor
CH3
O
�� ��� ����
����
+
���� ����
α-receptor-X
����
����
����
���
���
Fenoxibenzamina Receptor alquilado
 
 
h) Alcalóides do ergot 
 
Foram os primeiros antagonistas α-adrenérgicos identificados. Ergotamina (fungo 
Claviceps purpurea): aumenta a contração uterina (α) (antagonista). 
 
Ergotamina
NCH3
HN
H
O
O
HO
CH3
O
NO
NNH
��
��
��
�����
����
 
 
Os alcalóides presentes na fração não hidrossolúvel detém atividade antagonista α-
adrenérgica. Alguns alcalóides do ergot presentes na fração hidrossolúvel apresentam fraca ou 
nenhuma ação bloqueadora de receptores α-adrenérgicos (ex: ergonovina, metilsergida). 
 
Bibliografia 
 
JOHNSON, R. L. Adrenergic agents. In: DELGADO, J. N.; REMERS, W. A (ed.) Wilson and 
Gisvold’s textbook of organic medicinal and pharmaceutical chemistry. 10th ed. Philadelphia: 
Lippincott Willians & Wilkins, 1998. Cap. 16, p. 479. 
GRIFFITH, R. K; JOHNSON, E. A. Adrenergic drugs. In: FOYE, W. O. et al. Principles of medicinal 
chemistry. 4th ed. Media: Williams e Wilkins, 1995. Cap. 18, p. 345. 
KOROLKOVAS, A.; BURCKHALTER, J. H. Química Farmacêutica. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 1988. p. 318. 
____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
17 
 
 
____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
18 
 
 
____________________________________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Angela C. L. B. Trindade - UFPR 
19

Outros materiais