Buscar

APOSTILA TREINAMENTO DE MARCHA

Prévia do material em texto

Prof. Ms. Marcelo Lima 
Site: www.profmarcelolima.webnode.com.br 
E-mail: profmarcelolima@yahoo.com.br 
 1 
1. CONSIDERAÇÕES SOBRE A MARCHA EM CASOS DE FRATURAS DO MEMBRO 
INFERIOR. 
Quando ocorre uma fratura envolvendo o membro inferior, a reeducação do padrão 
de marcha normal até o nível da função anterior à lesão é um dos principais objetivos. A 
marcha após uma fratura dependerá do seu tipo, da técnica de estabilização e da fase 
de consolidação. 
 
1.1.Tipos de Marcha 
Segundo Lech e colaboradores (2003) os diferentes tipos de marcha são: 
 Sem sustentação. 
 Com sustentação parcial. 
 Com sustentação completa do peso corporal. 
 
1.2. Padrões de Marcha 
De acordo com Hoppenfeld e colaboradores (2001) os padrões de marcha mais 
comuns depois de uma fratura pode ser classificado pelo número de pontos de contato 
utilizados para dar um passo: 
 Marcha 2 pontos – As muletas e o membro inferior fraturado forma um ponto, e 
o membro inferior sadio, outro. É um dos tipos mais usados pois permite 
velocidade e pouca sustentação de peso no membro afetado. 
 Fig. 1 
Prof. Ms. Marcelo Lima 
Site: www.profmarcelolima.webnode.com.br 
E-mail: profmarcelolima@yahoo.com.br 
 2 
 Marcha 3 pontos – As muletas funcionam como um ponto, o membro inferior 
envolvido é o segundo e o sadio é o terceiro ponto. Neste tipo de marcha a 
sustentação de peso é maior que a de dois pontos e a velocidade é menor. É 
geralmente utilizada associada a andadores. 
 Fig. 2 
 
 Marcha 4 pontos – O primeiro ponto é a muleta do lado acometido, o segundo é 
o membro inferior sadio, o terceiro é o membro inferior acometido e o quarto é a 
muleta do lado não acometido. É usado geralmente em pacientes com 
problemas secundários, por exemplo, franqueza ou ansiedade. Este tipo de 
marcha não é eficaz, mas melhora efetivamente a estabilidade ou o equilíbrio, 
passando segurança para o paciente, principalmente um idoso. 
 Fig. 3 
Prof. Ms. Marcelo Lima 
Site: www.profmarcelolima.webnode.com.br 
E-mail: profmarcelolima@yahoo.com.br 
 3 
1.3. Marcha em Superfícies Desniveladas 
É preciso ensinar ao paciente como lidar com superfícies desniveladas, como 
escadas ou meios-fios. 
 Subir escadas ou meios-fios – Para reduzir ou eliminar a sustentação de peso na 
extremidade fraturada, o paciente sobe o degrau primeiramente com o membro 
não afetado, elevando o membro fraturado ao encontro do membro intacto, 
simultaneamente com as muletas. 
 Fig. 4 
 Para descer escadas ou meios-fios - O paciente desce o degrau com as muletas 
primeiro, e em seguida o membro fraturado é descido (um degrau por vez) e o 
membro não afetado desce por ultimo. 
 Fig. 5 
 
Prof. Ms. Marcelo Lima 
Site: www.profmarcelolima.webnode.com.br 
E-mail: profmarcelolima@yahoo.com.br 
 4 
1.4. Evolução do treinamento de marcha sugerida pelo Prof. Marcelo Lima. 
Para que o paciente tenha uma boa evolução, o treinamento de marcha deve seguir 
uma seqüência. O tempo de cada fase depende de fatores como o tipo de fratura, a 
região fraturada, tipo de tratamento, segurança do paciente, resposta ao tratamento e 
habilidade motora do paciente. 
Fases do treinamento de marcha: 
 Marcha com duas muletas axilares sem apoio do membro acometido. 
 Marcha com duas muletas axilares ou canadenses, 3 pontos, com apoio apenas 
do antepé do membro acometido. 
 Marcha com duas muletas axilares ou canadenses, 3 pontos, com apoio total do 
pé do membro acometido. 
 Marcha com duas muletas axilares ou canadenses, 2 pontos, com apoio apenas 
do antepé do membro acometido. 
 Marcha com duas muletas axilares ou canadenses, 2 pontos, com apoio total do 
pé do membro acometido. 
 Marcha com uma muleta canadense com apoio do antepé do membro 
acometido. 
 Marcha com uma muleta canadense com apoio total do pé do membro 
acometido. 
 Treinamento de marcha sem muletas. 
 
OBS 1: As muletas devem ser retiradas de forma progressiva, respeitando a capacidade do 
paciente. 
OBS 2: Durante a evolução, pode-se iniciar uma nova fase do treino de marcha com a passada até 
a altura do membro inferior contralateral e evoluir para uma passada além da altura do membro 
inferior contralateral. 
 
2. DISPOSITIVOS DE AJUDA À DEAMBULAÇÃO 
Freqüentemente há necessidade do uso de dispositivos de ajuda à deambulação, 
para eliminar ou reduzir a sustentação de peso sobre uma extremidade inferior 
fraturada, lesionada ou simplesmente com fraqueza muscular. 
 
Prof. Ms. Marcelo Lima 
Site: www.profmarcelolima.webnode.com.br 
E-mail: profmarcelolima@yahoo.com.br 
 5 
2.1. Bengalas 
São de vários tipos e podem eliminar de 0% a 20% do peso corporal. É usada 
normalmente em pacientes idosos em uma fase em que a fratura já está estável, no 
entanto, o paciente ainda não tem segurança suficiente para andar sozinho. 
As bengalas devem ser ajustadas de forma que o apoio da mão fique 
aproximadamente na altura do trocânter maior, para permitir 30 de flexão de cotovelo. 
 
 
 
 Fig. 6 
 
Funções: 
Aumentar a base de sustentação (BS) 
Melhorar equilíbrio 
Indicadas: 
Quando não há restrições de sustentaçãodo peso; 
Quando diminuição do equilíbrio e⁄ou força muscular. 
Usada no lado oposto ao membro afetado, no padrão recíproco da marcha normal. 
BENGALAS COM BASE AMPLA 
Prof. Ms. Marcelo Lima 
Site: www.profmarcelolima.webnode.com.br 
E-mail: profmarcelolima@yahoo.com.br 
 6 
 Fig. 6.1 
 
Segundo Hoppenfeld e colaboradores (2001) a bengala deve ser usada e segurada 
pela mão oposta ao lado fraturado ou membro inferior mais fraco, e avançada 
simultaneamente com o membro fraturado. 
 Fig. 7 
 
 
Prof. Ms. Marcelo Lima 
Site: www.profmarcelolima.webnode.com.br 
E-mail: profmarcelolima@yahoo.com.br 
 7 
2.2. Muletas 
As muletas podem ser do tipo axilar ou canadense (Lofstrand). Quando utilizadas 
corretamente, podem eliminar completamente a sustentação de peso sobre uma 
extremidade inferior durante a marcha. 
As muletas devem ser ajustadas de forma que o apoio da mão fique 
aproximadamente na altura do trocânter maior, para permitir 30 de flexão de cotovelo. 
As muletas axilares (fig. 8) são mais utilizadas nas fraturas de membros inferiores, pois 
permitem melhor suporte do peso corporal.Permite menor gasto energético, comparada 
a Canadense. O uso inadequado deste tipo de muleta pode levar a lesões do plexo 
braquial. 
As muletas canadenses (fig. 9) são usadas em pacientes jovens, em casos que a 
sustentação de peso é parcial (pé comprometido toca o solo). Para fazer uso deste tipo 
de muleta, o paciente deve possuir grau mínimo de força igual ou superior a IV. 
Muleta Axilar 
Funções: 
Alívio completo da sustentação do peso sobre um membro inferior (MMSS 
transferem peso corporal para o solo). 
Indicadas: 
Quando há restrição total da sustentação do peso; 
Quando há diminuição de força nos membros superiores; 
Usada somente bilateralmente. 
 Fig. 8 
Prof. Ms. Marcelo Lima 
Site: www.profmarcelolima.webnode.com.br 
E-mail: profmarcelolima@yahoo.com.br 
 8 
 
 
 Fig. 9 
 
Muleta Canadense 
Funções: 
Aumentar equilíbrio; 
Aumentam a BS; 
Melhoram estabilidade lateral; 
Alívio parcial da sustentação do peso sobre um membro inferior (MMSS transferem 
peso corporal para o solo). 
Indicadas: 
Quando há restrição parcial da sustentação do peso; 
Quando há diminuição do equilíbrio e⁄ou força muscular; 
Pode ser usada uni ou bilateralmente. 
 Fig. 10 
Ajuste 
de altura. 
Modo de ajuste da muleta axilar deverespeitar as recomendações abaixo. 
Prof. Ms. Marcelo Lima 
Site: www.profmarcelolima.webnode.com.br 
E-mail: profmarcelolima@yahoo.com.br 
 9 
Obs: Quando usadas unilateralmente as muletas devem seguir o critério de utilização 
das bengalas. 
 
2.3. Andadores 
Os andadores são mais usados em pacientes idosos com comprometimentos do 
equilíbrio ou do controle motor, pois permitem uma ampla base de sustentação. As 
quatro pernas do andador podem vir equipadas com pés de borracha, pés metálicos ou 
rodinhas. 
O andador deve ser sempre usado no padrão 3 pontos. Os andadores devem ser 
ajustados de forma que o apoio da mão fique aproximadamente na altura do trocânter 
maior, para permitir 30 de flexão de cotovelo. 
Funções: 
Aumentar maximamente o equilíbrio; 
Aumentam a BS; 
Melhoram estabilidade; 
Alívio parcial da sustentação do peso sobre um membro inferior (MMSS transferem 
peso corporal para o solo) 
Indicadas: 
Déficit importante de equilíbrio ou força muscular; 
Senilidade; 
Doenças ou lesões neurológicas com déficit motor. 
 Fig. 11 
Andador com 3 rodas 
Prof. Ms. Marcelo Lima 
Site: www.profmarcelolima.webnode.com.br 
E-mail: profmarcelolima@yahoo.com.br 
 10 
Os andadores podem ser dos seguintes tipos: fixos, c/ rodas anteriores, c/ 4 rodas e 
c/ 3 rodas. Ainda existe a opção do andador com bancos para sentar em momentos em 
que o cansaço for grande (3º andador da fig. 12) ou mesmo possuir uma bolsa ou “porta 
trecos” (4º andador da fig. 12). 
A indicação de cada tipo de andador depende de muitos fatores que vão desde a 
habilidade motora até o espaço que se tem disponível para deambular. O fisioterapeuta 
deve levar em consideração os aspectos funcionais e sociais do paciente para que a 
indicação seja bem sucedida. 
 
 
Fig. 12

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes