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Ação Conceito: é o direito de ser assegurada a prestação da tutela jurisdicional pelo Estado. Teorias da Ação 1)Teoria imanentista (= teoria civilista). Defendida por Celso e Savigny. Existiria necessariamente uma correlação entre o direito material e a ação. Nesse sentido, não haveria direito sem ação nem ação sem direito. Exceção dessa correlação seria a prescrição, em que o decurso do tempo de certo lapso inviabiliza a concretização do direito material. 2)A polêmica Windscheid-Muther A polêmica entre os alemães Windscheid e Muther levou à conclusão que existiria uma distinção entre direito material e direito de ação. Muther distinguiu nitidamente direito lesado e ação, ambos de natureza pública: o direito do ofendido à tutela jurídica do Estado (dirigido contra o Estado) e o direito do Estado à eliminação da lesão, contra aquele que a praticou. Por fim, Windscheid admitiu se tratar a ação de um direito de agir, exercitável contra o Estado e contra o devedor. 3)A ação como direito autônomo e concreto. Defendida por Wach e Bullow. O direito de ação seria distinto do direito material. No entanto, somente haveria ocorrido o exercício do direito de ação com o proferimento de uma sentença favorável. A ação passa a ser considerada como direito subjetivo à prestação tutela jurisdicional, tendo, pois, como sujeito passivo o Estado. 4)A ação como direito potestativo. Defendida por Chiovenda. Direitos subjetivos não correspondem a uma obrigação, implicando tais direitos como correspondente imediato apenas um estado de sujeição da outra pessoa, sem qualquer concurso de sua vontade. Tal categoria de direito subjetivo recebeu o nome de potestativa. 5)A ação como direito autônomo e abstrato. Defendida por Degenkolb e Plósz. 2 O direito de ação é exercitado independentemente da obtenção de uma sentença favorável ou desfavorável. Assim, mesmo que o juiz profira uma sentença desfavorável, houve obviamente o exercício do direito de ação, ou seja, ocorre a satisfação do direito de ação. 6)O poder constitucional de ação Com base nas teorias anteriores e na sua evolução, a ação passou a ser aceita como um direito subjetivo à prestação da tutela jurisdicional pelo Estado. Trata-se de um direito subjetivo público ou cívico, porque tem no seu pólo passivo o Estado, como devedor de uma prestação positiva (solucionar a lide Trata-se de um poder constitucionalmente conferido aos cidadãos, colocando o Estado em situação de dever de prestar a jurisdição, bem como de fazê-lo da forma mais eficiente para o exercício da cidadania. Para Enrico Tullio Liebman, o processualista italiano que mais influenciou a formação do direito processual civil brasileiro, a ação é o direito subjetivo que consiste no poder de produzir o evento a que está condicionado o efetivo exercício da função jurisdicional. Natureza jurídica: a faculdade de agir do indivíduo é substituída pela faculdade de exigir do Estado a prestação jurisdicional. Art. 5º, XXXV e LIV da CF/1988 A garantia constitucional da ação em como objeto o direito ao processo, garantindo às partes o direito de sustentar suas razões (o devido processo legal). Condições da ação: são requisitos de ordem processual, intrinsecamente instrumentais e existem, em última análise, para se verificar se a ação deverá ser admitida ou não. São requisitos meios, para o julgamento a posteiori do mérito. São elas: a) Possibilidade jurídica do pedido: b) Interesse de agir: necessidade e adequação c) Legitimidade “ad causam” (de parte) Podemos afirmar que: 3 a) o reconhecimento da ausência de pressupostos processuais leva ao impedimento da instauração da relação processual ou nulidade do processo; b) o da ausência das condições da ação redunda em declaração de carência de ação; c) o da ausência do direito material subjetivo conduz à declaração judicial de improcedência do pedido, e não da ação, como é de praxe viciosa e corriqueira na linguagem forense. Isto porque, uma vez admitida a ação (ou seja, uma vez presentes as condições da ação), nunca poderá ser ela considerada improcedente, posto que sua existência independente do direito material disputado, na forma já demonstrada. Pressupostos processuais: a) de existência b) de desenvolvimento Pressupostos subjetivos (relacionados ao juiz e às partes): a) competência do juiz para a causa; b) a capacidade civil das partes; c) sua representação por advogado. Pressupostos objetivos (relacionados à forma procedimental e fatos impeditivos de constituição do processo): a) a observância da forma processual adequada à pretensão; b) a existência nos autos do instrumento de mandato conferido ao advogado; c) a inexistência de litispendência, coisa julgada, compromisso, ou de inépcia da petição inicial; d) a inexistência de qualquer das nulidades previstas na legislação processual. Observação: É imprescindível a leitura dos artigos 3º e seguintes do CPC, bem como da doutrina para a melhor compreensão do assunto. Processo Processo: é o método, isto é, o sistema de compor a lide em juízo através de uma relação jurídica vinculativa de direito público. Procedimento: é a forma material com que o processo se realiza em cada caso concreto; é a maneira pela qual os atos processuais vão tendo seqüência até o exaurimento da prestação jurisdicional; é o rito a ser seguido. 4 Espécies de processo: a) de cognição ou conhecimento: se há uma pretensão jurídica contestada, compõe-se o litígio declarando a vontade concreta da lei através do processo de conhecimento. Declara-se, pela sentença, a efetiva situação jurídica das partes; b) de execução: quando há certeza prévia do direito do credor e a lide se resume na insatisfação do crédito, o processo limita-se a tomar conhecimento liminar da existência do título do credor (título executivo judicial ou extrajudicial), utilizando-se e aplicando a coação estatal sobre os bens do devedor e independente da sua vontade. c) cautelar: quando o processo é utilizado para prevenir, em caráter emergencial e provisório, a situação da lide contra as alterações de fato ou de direito que possam ocorrer antes que a solução de mérito (a ser dada no processo principal, que é processo de conhecimento) seja prestada pela Justiça. Funções do processo: a) verificar a efetiva situação jurídica das partes (processo de cognição ou conhecimento); b) realizar efetivamente a situação jurídica apurada (processo de execução) c) estabelecer as condições necessárias para que se possa, num ou noutro caso, pretender a prestação jurisdicional (condições da ação).
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