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CONTINUIDADE E DESCONTINUIDADE

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3 - CONTINUIDADE E DESCONTINUIDADE: TIPOS E GENESES
3.1 – Introdução
Os conceitos de continuidade e descontinuidade se aplicam as relações genéticas entre as partes superpostas de uma seção estratigráfica, bem dentro de uma unidade estratigráfica, coincidindo com os limites das duas unidades. Os termos continuidade e descontinuidade têm uma aplicação direta e de grande importância, na relação entre unidades litoestratigráfica superpostas.
Denomina-se Continuidade a relação genética entre duas unidades litoestratigráfica superpostas entre as quais não tenha havido uma interrupção sedimentar medível, de maneira que tenha havido só acontecido uma mudança das condições sedimentares que implica na mudança de litofácies.
Denomina-se Descontinuidade a relação genética entre duas unidades litoestratigráficas superpostas entre cujo depósito respectivo tenha havido uma interrupção sedimentar medível. 
As denominações anteriores são muito simples e sua aplicação a meios atuais é fácil na escala de afloramento. Sua aplicação em caso reais em seções estratigráficas implica, com freqüência, dificuldades, até o ponto em que a distinção entre uma e outra, em muitos casos, resulta em bastante complexidade. A dificuldade está na medida da interrupção sedimentar e no limite a partir da qual se considera continuidade e descontinuidade. Esta dificuldade se acentua no caso de referir-se a descontinuidade dentro de uma mesma unidade litoestratigráfica, já que nesse caso separa materiais de mesma fácies, e que pode passar desapercebida.
Na interpretação do registro estratigráfico a distinção entre continuidade e descontinuidade se baseia na possibilidade de medir a interrupção sedimentar. São muitos os critérios mediante os quais se podem reconhecer uma interrupção sedimentar prolongada e situar exatamente a posição de uma mesma em uma seção estratigráfica.
O critério mais confiável de todos é o bioestratigráfico, cuja aplicação consiste em considerar uma superfície de estratificação como uma descontinuidade. Outros critérios de diferenciação consiste no reconhecimento da arquitetura deposicional, textura, geoquímica, etc.
3.2 – Hiato, Vazio Deposicional e Lacuna Estratigráfica
Em uma seção estratigráfica concreta, em que existam duas unidades litoestratigráficas superpostas separadas por uma discontinuidade, haverá um intervalo de tempo não representado, na qual será mais novo que a unidade infrajacente e mais antigo que a unidade superior.
Em uma seção estratigráfica concreta no tempo geológico que falta no registro estratigráfico, ligado a uma descontinuidade se chama Lacuna Estratigráfica. Sua magnitude pode variar de maneira notável ao longo da superfície de descontinuidade, em especial no caso de haver discordância.
Alguns autores consideram o termo Hiato como sinônimo de Lacuna Estratigráfica. No glossário de geologia (Bates & Jackson, 1987 in: Veras, 1996) se define Hiato com duas acepções:
como uma ruptura ou interrupção da continuidade no registro geológico devido a ausência de material estratificado que em condições normais deveriam estar presentes, por não haver depositado ou por ter sido erodido antes do material sobrejacente;
como um intervalo de tempo não representado por rochas em uma descontinuidade, que compreende um intervalo de tempo sem depósito ou sem depósito ou erosão.
Na figura 3.1, se representa uma seção geológica hipotética elaborada a partir dos dados de campo e de subsolo, em que se mostra a relação entre as unidades litoestratigráficas separadas por uma descontinuidade, em que um setor está relacionada com uma discordância e outro com uma concordância.. Em ambas unidades se representam linhas de estratificação, que são linhas isócronas, que corresponderiam a linhas horizontais, de acordo com o principio da continuidade lateral e horizontalidade dos estratos.
Cada intervalo limitado por superfícies de estratificação está numerado desde 1 até 14 e de 23 a 30, delimitando-se unidades de tempo relativo, desde a amais antiga a mais moderna, de maneira que pode se ver o valor da lacuna estratigráfica em cada ponto. A relação entre as unidades estratigráficas também pode ser mostrada em uma seção cronoestratigráfica, colocando a coordenada tempo na vertical, com as linhas isócronas na horizontal. O intervalo de tempo que não está representado em nenhum ponto (15-22) e (9-14) deixa-se vazio. Para cada uma das verticais, que seriam possíveis seções estratigráficas, o tempo geológico que falta é uma Lacuna Estratigráfica, na qual varia desde pontos onde compreende os términos 15-22 a outros pontos 9-22.
Na interrupção sedimentar que provoca uma descontinuidade podem diferenciar-se dos outros processos: a própria interrupção da sedimentação e a possível erosão dos materiais infrajacentes podem ocorrer durante o mesmo processo. Isto implica que o tempo que falta em uma discordância pode desdobrar-se em dois conceitos diferentes: o Hiato não Deposicional que corresponde ao tempo sem depósito e o Hiato Erosional que seria o intervalo de tempo não representado por ter sido erodido durante a interrupção. Em cada seção estratigráfica concreta a soma dos dois hiatos é a lacuna estratigráfica ( ou hiato). O termo Vazio Erosional pode ser usado como sinônimo de Hiato Erosional.
3.2.1- Relações entre Continuidade-Concordância e Descontinuidade-Discordância
Na figura 3.2 mostra-se os diversos tipos de relações entre continuidade e descontinuidade. Na maioria dos casos, as continuidades coincidem com concordâncias (fig 3.2a), no entanto não se pode dizer, que as concordâncias coincidam com as continuidades, já que há freqüentes relações com concordância implicam em descontinuidade.
Figura 3.1 – Conceitos de Hiato ou Lacuna Estratigráfica, Hiato não Deposicional e Hiato erosional.
As descontinuidades podem ter relação de concordância ou de discordância. As descontinuidades com concordância são aquelas em que entre o depósito das unidades, há uma interrupção sedimentar, que pode estar acompanhada de erosão. Se diferenciam em dois tipos em função da geometria e características das superfícies de separação: as paraconformidades quando a superfície de separação entre ambas unidades é plana e paralela a estratificação de ambas as unidades (fig 2b) e as desconformidades quando entre ambas unidades existe uma superfície irregular de marcado caráter erosivo (fig 2c).
As Descontinuidade com Discordância são aquelas nas quais há uma interrupção sedimentar e uma etapa de erosão. Entre os depósitos de ambas as unidades, tem lugar uma deformação das rochas infrajacentes, por dobramento ou basculamento. Pode ser diferenciada em função da geometria da superfície de discordância: as discordâncias angulares em que a superfície de separação é plana, de maneira que corta em ângulo os estratos da rocha infrajacente (fig 2d) e as discordâncias angulares erosivas em que a superfície de separação é irregular e erosiva ( fig 2e).
As chamadas Discordâncias Progressivas são discordâncias em que se observam discordâncias angulares e que lateralmente passam a superfícies de concordância (Fig 2f). Já as Discordâncias Basais são discordâncias de uma unidade litoestratigráfica que se superpõe a um embasamento cristalino, essa discordância são chamadas de Não-Conformidade.
3.3 – Descontinuidade com Concordância
Neste tipo de descontinuidade, as superfícies de estratificação dos materiais inferiores e superiores são PARALELOS. De acordo com as características geométricas da superfície de separação entre ambas unidades se diferenciam dois tipos: as Paraconformidades e as Disconformidades.
O termo Paraconformidade foi introduzido na literatura para chamar as descontinuidades em que os Hiatos tem a mesma duração em amplos setores. Uma Paraconformidade é uma descontinuidade em que há paralelismo entre duas unidades superpostas. Este paralelismo dificulta, em muitos casos seu reconhecimento, já que podem ser confudidos com Contiuidade.
O termo Diastema foiintroduzido na literatura para denominar pequenas interrupções sedimentares. A duração da interrupção sedimentar em um Diastema é muito menor que uma Paraconformidade.
Uma Paraconformidade reflete uma superfície concreta, diferenciável em uma seção estratigráfica, que em muitos casos marcam o limite entre duas unidades litoestratigráficas. Já os Diastema reflete as superfícies de estratificação.
Uma Paraconformidade se reconhece mediante critérios bioestratigráficos, sedimentológicos, geométricoe e geoquímicos. O Hiato ligado a paraconformidade tem 
Figura 3.2 – Gráficos onde se mostram as relações de continuidade e descontinuidade. A – Continuidade com Concordância; B- Paraconformidade; C – Disconformidade; D – Discordâncias angulares; E – Discordância Angular erosiva; F – Discordância Progressiva e G - Incoformidade.
uma amplitude semelhante a diferentes seções estratigráficas e corresponde a um Hiato não deposicional cuja magnitude é uniforme.
3.3.1 – Critérios de Reconhecimento de Paraconformidades
Critérios Bioestratigráficos
São os critérios mais confiáveis de detecção de uma Paraconformidade e consiste na constatação a partir do estudo bioestratigráfico detalhado da falta de uma ou mais biozonas.
Critérios Estratigráfico-Sedimentológico
Compreendem todos os aspectos geométricos, litológicos , texturais,etc, observáveis em uma superfície de estratificação e que pode indicar uma interrupção. Dividem-se em : Superfícies de erosão, de omisão, Níveis condesados, Níveis fosfatados e Diques.
As superfícies de erosão são superfícies que mostram irregularidades em qualquer tipo de rocha – Figura 3.3a. As superfícies de omissão são superfícies de interrupção submarinas onde se constatam efeitos de erosão e dissolução submarinas de pequena envergadura – Figura 3.3b. Os níveis condesados são superfícies decorrentes de longos períodos de interrupção sedimentar onde ocorre diversas reações químicas e que facilita a precipitação ou fixação de minerais dissolvidos na água. Também podem ocorrer atividade biogênica – Figura 3.3c. Os Níveis Fosfatados podem estar relacionados com níveis condesados ou com Hardground. Sua gênese esta ligada a interrupções sedimentares acompanhadas da subida do nível do mar. Já os Diques, são cavidades formadas por dissolução durante uma interrupção sedimentar e que posteriormente se preenchem quando volta a sedimentação – Figura 3.3d.
Existem ainda os critérios de reconhecimento em meios continentais que são: os paleosolos, calcretes, paleokarst e argilas residuais.Estes critérios podem ser observados nas figuras 3.3e,f e g.
Uma Disconformidade é uma descontinuidade com concordância em que entre as duas unidades superpostas tenha se verificado uma interrupção sedimentar acompanhada de uma erosão dos materiais inferiores, de maneira que a superfície de separação seja claramente erosiva.
Os critérios de reconhecimento de disconformidades são geralmente: os conglomerados basais, superfícies perfuradas, paleosolos, etc.
3.4 – Descontinuidade com Discordância
São descontinuidades que separam materiais em que não há paralelismo entre matérias inferiores e superiores e o material inferior encontra-se deformados – Figura 3.4.
Figura 3.3 – Critérios estratigráficos e sedimentares que permitem reconhecer superfícies de paraconformidade.
Figura 3.4 –Descontinuidades com discordância. Diferentes caminhos seguidos para a formação dos diferentes tipos geométricos de discordância.
 - Mudanças Laterais das Superfícies de Descontinuidade
Os diferentes tipos de descontinuidades anteriormente descritas, correspondem a geometria observáveis em seções estratigráficas ou em perfis sísmicos em extensões reduzidas. A visão das superfícies de descontinuidade ao longo de grandes extensões no campo e especialmente em perfis sísmicos 3D, dão uma nova visão muito interessante das descontinuidades.
Em muitos casos, se podem observar o passo lateral entre todos os tipos descritos. Assim, uma bacia sedimentar se pode ter um discordância angular que passa lateralmente a uma disconformidade, em seguida a uma paraconformidade e depois a uma conformidade. Figura 3.5.
Figura 3.5 – Relação lateral entre os diferentes tipos de descontinuidade (com concordância e com discordância) e as superfícies de descontinuidade correlativas. Observe como a lacuna estratigráfica na paraconformidade só afeta no final da camada 10, e a disconformidade a partir da 10. A seta indica a superfície de continuidade correlativa.
3. 5 – Interpretação Genética das Descontinuidades
A interpretação genética das descontinuidades observáveis nas seções estratigráficas levantadas numa bacia sedimentar têem um grande interesse, já que permite detectar os intervalos de tempo em que há interrupção sedimentar, deformação e/ou erosão dos materiais previamente depositados, dados imprescindíveis para análise de bacias.
São vários os objetivos parciais e complementares que devem ser abordados para a interpretação correta das descontinuidades:
Tipo de descontinuidade e mudanças laterais dos mesmos;
Idade da interrupção sedimentar
Idade da fase de deformação tectônica;
Dedução da área afetada pela descontinuidade.
Nas margens continentais passivas as mudanças relativas do nível do mar, produzidos por causas tectônicas ou por causas eustáticas podem produzir descontinuidades que são claramente marcadas nos perfis sísmicos. Esses tipos de descontinuidades iremos ver quando do capítulo de estratigrafia de seqüências.
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