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CADERNO DE CONSTITUCIONAL I

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DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professor Evandro Gomes 
egomes@fgz.com.br / 98854-9014 
 
Universidade Estácio de Sá – Campus Duque de Caxias – 2015 Página 1 
Data: 23.02.15 AULA 1 
 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS CONSTITUIÇÕES 
ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
 
A primeira constituição criada foi a Magna Carta, de 1215 da Inglaterra, cujo objetivo era 
limitar a função do poder estatal do rei. 
 
 ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA CONSTITUIÇÃO 
1º - Elemento limitador – Serve para limitar a atuação do poder estatal (Art. 5º caput da CRFB/88) – 
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes”. 
- 
2º - Elemento orgânico – É a forma de a constituição organizar o Estado ( Art. 18 da CRFB/88) – “A 
organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição”. 
3º - Elemento socioideológico – É aquele que fixa uma ideologia estatal, ou seja, o espírito que a 
constituição deseja conduzir a sociedade – (Art. 3º da CRFB/88 – Constituem objetivos fundamentais 
da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o 
desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade 
e quaisquer outras formas de discriminação. 
4º Elemento de estabilização constitucional – É aquele que prevê direito a constituição de 
determinados casos o Estado intervir dentro da própria estrutura do Estado, quando há 
instabilização constitucional. Intervenção federal-Art. 34; estado de defesa-Art.136; estado de sítio-
Art.137). 
 
 
 
Obs.: Segurança Jurídica serve para dar confiabilidade do Estado aos seus administrados.- Quando Estado 
julga, está julgado (coisa julgada); se o Estado concede o direito, o direito pertence a pessoa (direito 
adquido); se os tramites necessário ocorrem de acordo com o Estado, nada mudará (ato jurídico perfeito) – 
Esses tres elementos são as exteriorizações da segurança jurídica – LINDB. Art. 6º - A lei em vigor terá efeito 
imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professor Evandro Gomes 
egomes@fgz.com.br / 98854-9014 
 
Universidade Estácio de Sá – Campus Duque de Caxias – 2015 Página 2 
 ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO 
A constituição é estrutura da seguinte forma: Preâmbulo, Parte Permanente (art. 1º ao art. 250) 
e Parte Temporária (ADCT – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias). 
O ADCT é um conjunto de normas constitucionais temporárias ou excepcionais, que tem 
natureza jurídica de norma constitucional, sendo, portanto, objeto de emenda constitucional. 
O Preâmbulo é a carta de intenções, é o que o poder constituinte queria com a nova 
constituição. Diferente da ADCT o Preâmbulo não é norma constitucional e, sendo assim, não pode 
ser objeto de emenda constitucional, isto é, não pode ser alterado por emenda constitucional. Ele 
ainda não é obrigatório nas constituições, embora todas as constituições brasileiras o tiveram. Por 
não ser norma constitucional não pode ser utilizado como parâmetro. Mesmo contando a palavra 
Deus no Preâmbulo, não tira a laicidade do Estado. 
 
 CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
1) Quanto ao conteúdo: 
a) Formal – Aquela que traz normas de conteúdo constitucional e outros assuntos diversos. 
(CRFB/88). 
b) Material – Aquela que traz apenas normas constitucionais. 
2) Quanto à forma 
a) Escrita – É aquela que tem o seu texto reduzido ao termo. (CRFB/88). 
b) Não escrita – É aquela que é pautada nos usos e costumes. Em regra é uma constituição 
principiológica. 
3) Quanto ao modo de elaboração 
a) Dogmática – É aquela fruto de um trabalho legislativo específico. (CRFB/88). 
b) Histórica – É aquela que vem através de uma evolução histórica ao longo do tempo. 
4) Quanto à origem 
a) Promulgada – É aquela com base num processo legislativo democrático. (CRFB/88). 
b) Outorgada – É aquela imposta pelo governante, determinando que a partir de então aquela 
será a constituição. 
c) Cesarista (Bonapartite) – É aquela que é inicialmente imposta pelo governante, e após é 
submetida a apreciação do povo através de um referendo. 
d) Pactuada – É aquela que é fruto de um acordo entre forças políticas. 
5) Quanto a sua extensão 
a) Analítica – É uma constituição prolixa, extensa. (CRFB/88). 
b) Sintética – É aquela constituição que prevê um número reduzido de artigos. Costuma ser 
uma constituição principiológica. 
 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professor Evandro Gomes 
egomes@fgz.com.br / 98854-9014 
 
Universidade Estácio de Sá – Campus Duque de Caxias – 2015 Página 3 
6) Quanto a sua função 
a) Garantista – É aquela que visa defender os direitos fundamentais. 
b) Dirigente – É aquela que além de visar os direitos fundamentais, também visa dirigir o Estado 
para um determinado destino. O que caracteriza uma constituição dirigente é aquela 
pautada em normas programáticas. Normas programáticas são normas que fixam deveres 
estatais para alcançar os objetivos previstos na constituição. No caso da constituição 
brasileira os objetivos estão previstos no artigo 3º. (CRFB/88). 
7) Quanto à sistemática 
a) Unitária – É aquela constituição em que todo o seu texto constitucional está encontrado em 
um único documento. 
b) Variada – É aquela em que o seu texto constitucional está fragmentado em vários 
documentos diferentes. 
c) Bloco de constitucionalidade – É aquela em que a constituição possui um texto principal, mas 
admite outros textos em apenso, fazendo parte do mesmo documento. (CRFB/88). 
8) Quanto ao sistema da constituição 
a) Principiológica – É aquela que somente contém princípios. 
b) Preceitual – É aquela que preponderam normas, ou seja, traz mais normas do que princípios. 
(CRFB/88). 
9) Quanto à essência 
a) Semântica – É aquela constituição que esconde a realidade do Estado. Em regra, é criada 
mediante outorga. 
b) Nominal – É aquela constituição pautada em resolver os problemas futuros. 
c) Normativa – É aquela constituição pautada em resolver os problemas atuais sem esconder os 
problemas do Estado. A Constituição Brasileira de 1988 quando foi promulgada foi 
constituída com base nominal, mas atualmente é uma constituição normativa. (CRFB/88). 
========================================= / / ====================================== 
 
Data: 02.03.15 AULA 2 
EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
Classificação das Normas Constitucionais 
1) Norma de Eficácia Plena – É aquela norma constitucional que produz todos os seus efeitos, não 
podendo ser restringida; não sendo passível de restrição por norma infraconstitucional e nem 
necessitando de complementação. 
 
 
 
Constituição Federal/88 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. 
§ 1º - Brasília é a Capital Federal. 
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2de fevereiro a 17 de 
julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
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Universidade Estácio de Sá – Campus Duque de Caxias – 2015 Página 4 
2) Norma de Eficácia Contida – É aquela norma que produz todos os seus efeitos, mas é passível de 
ser restringida por lei infraconstitucional. 
 
3) Norma de Eficácia Limitada – São aquelas que para produção ampla de seus efeitos necessitam 
de norma infraconstitucional para que venham complementá-las. Assim sendo, enquanto não 
existir a legislação infraconstitucional elas não produzirão efeitos integrais, por isso sua 
aplicabilidade é indireta, mediata e reduzida. 
Elas se dividem em: Norma de Eficácia Limitada de Princípio Programático e Norma de Eficácia 
Limitada por Princípio Institutivo. 
 Norma de Eficácia Limitada de Princípio Programático – São aquelas que caracterizam uma 
espécie de constituição – a constituição dirigente. As normas de eficácia limitada por princípio 
programático são aquelas que fixam programas estatais, com o objetivo de dirigir o país para um 
determinado objetivo. Entende-se a melhor doutrina que a norma de eficácia limitada de 
princípio programática cria o direito subjetivo porque o Estado tem o dever de zelar pelo mínimo 
existencial (o mínimo que a pessoa precisa para viver). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Constituição Federal/88 
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e 
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. 
 
Lei 9.099/95 - Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. 
Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, 
podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória. 
Constituição Federal/88 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação. 
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e 
cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de 
nações. 
 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua 
condição social: 
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades 
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, 
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder 
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; 
 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas 
que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e 
serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
 
 
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 Norma de Eficácia Limitada por Princípio Institutivo – São aquelas normas que produzem 
poucos efeitos porque precisam de uma complementação, ou seja, elas por si só não fazem nada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs. 1: Toda norma de eficácia limitada por princípio institutivo que não tiver uma lei a 
complementando será considerada uma lei inconstitucional, e essa inconstitucionalidade se dará por 
omissão (ato que se abstém de fazer), devido o Congresso Nacional não ter editado a lei 
complementar. Sempre que houver inconstitucionalidade por omissão serão aplicados dois institutos 
jurídicos; poderão ser aplicados: ADIn por Omissão (Ação Direta de Inconstitucionalidade por 
Omissão) ou Mandado de Injunção. 
 
Obs. 2: Todo tributo é uma norma de eficácia limitada. 
 
 A ADIn por Omissão só pode ser proposta por um dos 9 legitimados pelo art. 103 da Constituição 
Federal, cuja decisão fará com que informe a Casa Legislativo a sua omissão. 
 
 
 
Constituição Federal/88 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: 
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; 
 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua 
condição social: 
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, 
participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; 
 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. 
Constituição Federal/88 
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de 
constitucionalidade: 
 I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professor Evandro Gomes 
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Universidade Estácio de Sá – Campus Duque de Caxias – 2015 Página 6 
 O Mandado de Injunção, diferentemente da ADIn, tem efeitos concretistas; além de informar ao 
Legislativo a sua omissão, sana o problema temporariamente (Mandados de Injunção nº 708 e nº 
712) propostos para discutir a omissão legislativa do artigo 37, inciso VII; cuja decisão do STF 
informou ao Legislativo Federal a sua omissão. Assim, esses mandados de injunção autorizou que 
a lei geral de greve (somente para celetistas) será aplicada por analogia aos agentes públicos. 
 
Obs.: Diferença entre Norma de Eficácia Contida e Norma de Eficácia Limitada. A Norma de Eficácia 
Contida produz seus efeitos, mas, é passível de ser restringida por norma infraconstitucional e a 
Norma de Eficácia Limitada, por si só, não consegue produzir todos os seus efeitos. 
 
4) Norma de Eficácia Absoluta – É a norma que produz todos os seus efeitos e não é passível de ser 
suprimida ou abolida, apenas ampliada. 
 
 
 
 
 
5) Norma de Eficácia Exaurida – É aquela norma que já produziu todos os seus efeitos no mundo 
jurídico. 
 
 
 
 
 
Obs.: A doutrina minoritária entende que os artigos 2º e 3º da ADCT não é norma de eficácia 
exaurida, pois, por não serem cláusulas pétreas são passíveis de serem emendadas. 
 
 
 
Constituição Federal/88 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: 
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;Constituição Federal/88 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
Atos das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCTR 
 Art. 2º. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma (república ou 
monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem 
vigorar no País. 
 Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da 
Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
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HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL 
Hermenêutica Constitucional nada mais é do que a forma de interpretar a Constituição, 
pautada em uma linguagem técnica – hermenêutica e interpretação são expressões sinônimas. 
 
MÉTODOS – Existem quatro métodos: 
1) Método jurídico ou Hermenêutico Clássico – este método é o mesmo método de interpretação 
das leis. E divide-se em: 
 Gramatical – Compõe-se da análise do valor semântico das palavras empregadas no texto, da 
sintaxe, da pontuação etc.. de acordo com Eduardo Espínola expõe que a letra em si é 
inexpressiva; a palavra, como conjunto de letras ou combinações de sons, só tem sentido pela 
ideia que exprime, pelo pensamento que encerra, pela emoção que desperta. 
 Lógico – Pressupõe vontade e raciocínio. O texto legislativo exige os subsídios da logica para a 
sua interpretação. A interpretação do Direito deve elvar em consideração as finalidades das 
normas jurídicas. 
 Sistemático – Este método considera os métodos gramatical e logico, consiste na pesquisa do 
sentido e alcance das expressões normativa, considerando-as em relação a outras expressões 
contidas na ordem jurídica mediante comparações como distinguir regra de exceção, do geral do 
particular etc. 
 Histórico – Este método dedica-se a investigação das origens do Direito de uma sociedade 
especifica ou de todos os povos, com a preocupação de estudar o desenvolvimento das 
instituições e dos sistemas. 
 Teleológico – Consiste no estudo dos fins colimados pela lei. Investiga os fins que a lei visa atingir 
ou alcançar. 
 
2) Tópico Problemático – O interprete parte de um problema para se chegar a uma norma 
constitucional. 
3) Hermenêutico Concretizador – O interprete parte de uma pré-compreensão da norma para fazer 
um circulo hermenêutico. 
4) Normativo Estruturante – é o método hermenêutico mais utilizado. Parte do princípio de uma 
distinção entre texto e norma. Texto é o que esta positivado e norma é a interpretação do texto 
pautado na técnica hermenêutica. 
 
 
5) 
Obs.: Ao analisar o art. 52, inciso X da CR chegou a seguinte conclusão: Compete ao Supremo 
Tribunal Federal criar resolução suspensiva cabendo ao Senado Federal apenas a sua cumpricidade. 
Constituição Federal/88 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: 
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do 
Supremo Tribunal Federal; 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
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Universidade Estácio de Sá – Campus Duque de Caxias – 2015 Página 8 
Obs.: O texto constitucional não se confunde com a norma constitucional, sendo o texto apenas a 
ponta do iceberg. 
 
 
PRINCÍPIOS HERMENÊUTICOS 
1) Princípio da Unidade – Ao interpretar a Constituição deve-se levar em conta que ela é um todo 
coerente e coeso, devendo o intérprete procurar harmonizar todas as suas normas de forma a 
não estabelecer contradições. 
2) Princípio da Concordância Prática – É o princípio que nasce do princípio da unidade e visa 
solucionar o conflito aparente entre normas constitucionais. 
3) Princípio do Efeito Integrador – Este princípio diz que havendo conflito entre normas deve ser 
utilizada a norma que integre a Constituição ás politicas públicas adotadas. 
4) Princípio da Justeza ou Conformidade Funcional – Este princípio visa coibir o intérprete para que 
ele não altere as competências trazidas pela Constituição. 
5) Princípio da Eficiência ou Máxima Efetividade – O intérprete deve buscar a maior eficácia das 
normas constitucionais, em especial as normas programáticas. 
6) Princípio da Força Normativa da Constituição – Este princípio visa inibir o intérprete no sentido 
de fazer com que este busque uma longevidade das normas constitucionais, evitando assim, as 
suas emendas. 
7) Princípio da Presunção da Constitucionalidade – Este princípio visa presumir que os atos, as leis, 
os tratados e as emendas são constitucionais até que se prove o contrario em razão do princípio 
da presunção da constitucionalidade, a menos que seja declarada inconstitucional, 
principalmente, através de uma ADIn (Ação Direta de Inconstitucionalidade). 
8) Princípio da Supremacia da Constituição – Com base na pirâmide de Kelsen os atos e as leis 
devem buscar o seu termo de validade na Constituição e não o contrário. 
 
 
 
RESPOSTA DO CASO CONCRETO DA AULA 1 
Caso 1 – Tema: Classificação das constituições 
A Constituição de 1988 desenhou em seu texto um Estado de bem-estar social, consagrando 
princípios próprios do modelo liberal clássico de forma conjugada com outros, típicos do modelo 
socialista. Esse pluralismo principiológicos se faz sentir ao longo de todo o texto constitucional, 
especialmente no art. 170, CRFB, que adota a livre iniciativa como princípio da ordem econômica, 
sem desprezar, no entanto, o papel do Estado na regulação do mercado. Considerando tal 
constatação, responda: 
 
 
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a) Como o pluralismo principiológicos pode favorecer a estabilidade da CRFB/88? 
Resposta: Essa conciliação de princípios liberais com princípios socialistas é capaz, num primeiro 
momento, de acomodar os anseios das diversas correntes sociais, favorecendo a ideia de uma 
democracia pluralista e, num segundo momento, propicia uma maior estabilidade da Constituição 
diante de possíveis mudanças – geralmente cíclicas – de ideologia no governo. Essas seriam as 
vantagens mais significativas dessa conciliação principiológica. 
b) Diante de tal característica, como a doutrina classificaria a CRFB/88? 
Conteúdo: Formal – Porque traz normas de conteúdo constitucional e outros assuntos diversos 
Forma: Escrita – Devido ter o seu texto reduzido ao termo. 
Modo de elaboração: Dogmática – Porque é fruto de um trabalho legislativo específico. 
Origem: Promulgada – Fruto de um processo legislativo democrático. 
Extensão: Analítica – Devido ser prolixa, extensa. 
Função: Dirigente – Visa os direitos fundamentais e também visa dirigir o Estado para um 
determinado destino. 
Sistemática: Bloco de constitucionalidade – Porque possui um texto principal, mas admite outros 
textos em apenso, fazendo parte do mesmo documento. 
Sistema da constituição: Preceitual – Porque preponderam normas, ou seja, traz mais normas do que 
princípios. 
Sua essência: Normativa – Devido ser pautada em resolver os problemas atuais sem esconder os 
problemas do Estado. A constituição Brasileira de 1988 quando foi promulgada foi constituída com 
base nominal, mas atualmente é uma constituição normativa.========================================= / / ====================================== 
 
Data: 09.03.15 AULA 3 
FENÔMENOS CONSTITUCIONAIS 
Recepção, Repristinação e Desconstitucionalização. 
 
Todas as normas procuram o seu termo de validade na Constituição, mas nem todas as leis 
são constitucionais. Há duas hipóteses da lei está de acordo com a Constituição: ela pode ser 
constitucional ou pode ser recepcionada. 
Lei recepcionada e lei constitucional dizem está de acordo com a Constituição, a diferença 
entre elas é o marco temporal (1988). 
 
 
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Toda lei criada após a Constituição de 1988 são constitucionais. Já as leis criadas antes da 
Constituição de 1988 e forem compatíveis com a constituição serão chamadas de leis recepcionadas. 
Recepção – É o instituto jurídico que determina a compatibilidade de determinada lei criada antes da 
Constituição em vigor com a constituição vigente. Se essa lei não for compatível com a Constituição 
ela será chamada de lei Não Recepcionada. Se ela for compatível com a Constituição será chamada 
de Lei Recepcionada. 
Repristinação – A lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. 
 
Desconstitucionalização – Na vigência da nova Constituição, dispositivos da constituição anterior são 
mantidos no ordenamento jurídico, mas perdem seu status de norma constitucional e viram norma 
infraconstitucional. 
 
========================================= / / ====================================== 
 
PODER CONSTITUINTE AULA 4 
Poder Constituinte é o poder que o Estado tem de criar ou modificar uma Constituição. 
Existem dois gêneros de poder constituinte: Poder constituinte Originário e poder 
Constituinte Derivado. 
 Poder Constituinte Originário – É o poder que o Estado tem de criar uma Constituição, cujas 
caraterística são inicial e incondicionado. Inicial porque inicia um novo ciclo no ordenamento 
jurídico. Incondicionado porque não sofre qualquer limitação dos seus dispositivos, dos seus 
textos ou de suas normas constitucionais. 
Obs. A doutrina mundial já diz que o poder constituinte originário sofre mitigação; vedação ao 
retrocesso dos direitos fundamentais. 
 Poder constituinte Derivado – Diferentemente do Poder constituinte Originário, o Poder 
Constituinte Derivado se submete o que a Constituição permite. Ele possui duas subespécies: 
Poder Constituinte Derivado Decorrente e Poder Constituinte Derivado Reformador. 
 Poder Constituinte Derivado Decorrente – É o que possibilita os estados membros a criarem 
a sua própria constituição. Tendo como guardião da constituição estadual o Tribunal de 
Justiça de cada estado membro. No Brasil há 26 constituições estaduais, porém, o distrito 
Federal possui uma lei orgânica com natureza jurídica de constituição estadual. 
 Poder Constituinte Derivado Reformador – É aquele poder que a própria Constituição previu 
para alterar o seu texto constitucional. Ou seja, é o que permite que o Legislativo Federal 
Decreto Lei nº 4.657/42 – LINDB 
Art. 2º - Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. 
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a 
vigência. 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
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venha alterar a constituição em vigor através de uma PEC (Projeto de emenda 
Constitucional). 
Obs.: Um Projeto de Emenda Constitucional precisa ser aprovado nas duas casas do Congresso 
Nacional, ou seja, tanto na Câmara dos Deputados Federais quanto no Senado Federal, duas vezes e 
em dois turnos em cada casa legislativa, e pela maioria mínima de 3/5 
 
 Característica do Poder Constituinte Derivado 
 Condicionado – Porque a sua forma é pré-estabelecido na Constituição 
 Limitado – Porque a própria Constituição veda o que ele pode ou não fazer e quando ele 
pode ou não fazer. 
 
 Revisão Constitucional 
A revisão constitucional foi um instituto trazido para o Brasil em 1988 e inserido nos artigos 2º e 3º 
da ADCT 
 
 
 
 
 
 
Constituição Federal/88 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, 
cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou 
de estado de sítio. 
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, 
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. 
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal, com o respectivo número de ordem. 
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto 
de nova proposta na mesma sessão legislativa. 
Atos das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCTR 
 Art. 2º. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma (república ou 
monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem 
vigorar no País. 
 Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da 
Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. 
 
 
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 Poder Constituinte Difuso = Mutação Constitucional 
É uma forma de se alterar a Constituição. Diferentemente das demais formas que visam 
alterar o texto constitucional, o Poder Constituinte Difuso visa alterar a norma constitucional, ou 
seja, não visa a alteração do texto e sim alterar a interpretação do texto constitucional. 
No artigo 52, inciso X da Constituição, onde se lê compete ao Senado Federal criar resolução 
suspensiva, o STF entendeu que se trata do Supremo tribunal Federal, isto é, compete 
privativamente ao Supremo tribunal Federal criar resolução suspensiva. 
 
 
 
 
 
RESPOSTA DO CASO CONCRETO DA AULA 2 
Caso 1 – Tema: Aplicabilidades das normas constitucionais 
Numa audiência no Juizado Especial Cível, em cujo processo o autor pleiteava uma reparação por 
danos morais no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), o advogado da empresa demandada, com 
amparo no art. 133 da Constituição da República, pleiteou a extinção do processo sem apreciação de 
mérito (CPC, art. 267, IV), sob o fundamento de que o advogado é essencial à administração da 
justiça. O autor, mesmo não tendo formação jurídica, ofereceu defesa alegando que a Lei n.º 
9.099/95 lhe garantia a possibilidade de postular em juízo sem assistênciade defensor técnico. 
Diante de tal hipótese, considerando a aplicabilidade do art. 133, CRFB, seria correto afirmar que a 
Lei n.º 9.099/95 padece de vício de inconstitucionalidade? 
Resposta: Mesmo considerando a aplicabilidade do art. 133, CRFB, a Lei n.º 9.099/95 não padece de 
vício de inconstitucionalidade. Devido o artigo 133 da Constituição ser uma norma de eficácia 
contida. Norma de eficácia contida é aquela norma que produz todos os seus efeitos, mas é passível 
de ser restringida por lei infraconstitucional. O artigo 133 da CRFB traz em seu texto constitucional a 
seguinte expressão “nos limites da lei”. Norma de eficácia contida traz as expressões “na forma da 
lei”, “conforme a lei”, “nos limites da lei”. 
Caso 2 – Tema: Recepção 
A Emenda Constitucional nº 1/69 permitia a criação, em sede de Lei infraconstitucional, de 
monopólios estatais. Com o advento da Constituição da República de 1988, a possibilidade de criação 
de monopólios por lei não foi mais contemplada. 
À luz da teoria da recepção, é possível sustentar a manutenção de monopólios estatais criados em 
sede infraconstitucional pelo ordenamento pretérito e não reproduzidos pela Constituição de 1988? 
Resposta: À luz da teoria da recepção é possível sustentar a manutenção de monopólios estatais. A 
ADPF 46 – STF mantém monopólio dos Correios para correspondências pessoais. Por seis votos a 
quatro, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou que a Lei 6.538/78, que trata do 
Constituição Federal/88 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: 
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do 
Supremo Tribunal Federal; 
 
 
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monopólio dos Correios, foi recepcionada e está de acordo com a Constituição Federal. Com isso, 
cartas pessoais e comerciais, cartões-postais, correspondências agrupadas (malotes) só poderão ser 
transportados e entregues pela empresa pública. Por outro lado, o Plenário entendeu que as 
transportadoras privadas não cometem crime ao entregar outros tipos de correspondências e 
encomendas. (http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=111512). 
Recepção é a verificação da compatibilidade da lei anterior com a Constituição. 
 
 
RESPOSTA DO CASO CONCRETO DA AULA 3 
Caso 1- Tema: Interpretação Constitucional 
Ronaldo, militar do exército, estava matriculado no Curso de Direito numa Universidade Particular de 
Pernambuco, quando foi transferido ex oficio da Unidade sediada em Boa Viagem para a Unidade 
localizada no Município do Rio de Janeiro. 
Por conta do seu deslocamento e da necessidade de dar continuidade aos estudos na Cidade do Rio 
de Janeiro, o militar solicitou à Sub-reitoria de Graduação da UERJ, transferência do curso de Direito 
da referida Universidade Particular para o mesmo curso na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 
com base na Lei n° 9.536/97. 
O pedido do militar foi indeferido pela Sub-reitora da UERJ, com fulcro no ato normativo interno 
desta Universidade (Deliberação n° 28/2000), o qual regula esta matéria, uma vez que a Universidade 
de origem do militar era uma instituição de ensino superior particular. 
O militar impetra mandado de segurança alegando, em sua defesa, os seguintes argumentos: 
I - que o seu direito está amparado pelo parágrafo único do artigo 49 da Lei Federal n° 9536/97 – 
dispositivo este que regulamenta o parágrafo único da Lei Federal n° 9.394/96 (estabelece as 
diretrizes e bases da educação nacional); 
II - que a norma restritiva do art. 99 da Lei 8.112/90 (entidades congêneres) não se aplica aos 
militares; 
III - que o ato normativo n° 28/2000, no qual o sub-reitor se baseou para indeferir o pedido de 
transferência, “tem vício de ilegalidade a negativa de matrícula”, pois contraria o conteúdo da Lei nº 
9536/97, uma vez que a Lei federal não exige o caráter congênere entre instituições de ensino; 
Diante da situação acima descrita, questiona-se: qual a interpretação constitucional mais adequada 
para a solução deste conflito? 
Resposta: A questão já foi examinada ADI nº 3.224, onde decidiu que para transferência de 
instituição de ensino dever-se-á observar o caráter congênere das instituições sob pena da violação 
do princípio da isonomia e da impessoalidade e do mérito ao acesso as universidades públicas. 
 
 
 
 
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Caso 2- Tema: Princípio da razoabilidade 
O Estado do Tocantins publicou edital no Diário Oficial do Estado de concurso público para o 
preenchimento de vagas para o cargo de policial. Uma das provas é a realização de testes físicos e 
um dos testes exige que os candidatos façam a seguinte atividade: “Flexões abdominais: consiste em 
o candidato executar exercícios abdominais, por flexão de braços, deitado em decúbito ventral, em 
um maior número de repetições dentro de suas possibilidades, no período de um minuto, 
obedecendo à tabela de pontuação abaixo: ...” 
Em função da redação incoerente do texto desse teste, o Estado publicou uma errata do edital no 
mesmo órgão oficial de imprensa, duas semanas antes de iniciarem as provas, com a seguinte 
redação: “Flexões abdominais: consiste em o candidato executar exercícios abdominais, por flexão 
de tronco, em decúbito dorsal em um maior número de repetições tocando os cotovelos nos joelhos 
ou coxas, no período de um minuto.” 
Como os candidatos já haviam se inscrito na prova no momento da percepção do equívoco da 
referida redação, muitos deles se consideraram surpreendidos, no dia da realização desse teste 
físico, pois não tomaram conhecimento da errata do edital. 
Alguns desses, que não conseguiram passar na prova de esforço físico, ingressaram com mandado de 
segurança com a alegação de que esse teste deve ser desconsiderado como critério de aprovação, 
pois foi incluído após as inscrições, apenas duas semanas antes do começo das provas e porque não 
foi publicado num jornal de grande circulação para que todos tivessem a chance de tomar 
conhecimento da modificação. Assim, alegam que houve ofensa ao princípio da razoabilidade. 
A quem assiste razão no caso? Dê os fundamentos jurídicos cabíveis (fundamentos normativos, 
jurisprudenciais e doutrinários). 
Resposta: A razão consiste para o Estado do Tocantins. Pois embora houvesse o vicio – erro material. 
Quando se lê flexão de abdome entende-se pela explicação do que se dizia que era flexão de abdome 
que na verdade tratava-se em flexão de braços. Embora o nome não fosse condizente com a 
atividade proposta estava escrito no próprio edital como seria feito a flexão de abdome, portanto, o 
erro material não tem o condão de trazer vício ao edital. 
 
RESPOSTA DO CASO CONCRETO DA AULA 4 
Caso 1 – Tema: Cláusulas Pétreas ou Superconstitucionais 
Tramita no Congresso Nacional proposta de Emenda Constitucional convocando uma nova Revisão 
Constitucional nos moldes do artigo 3º da ADCT. A referida proposta de Emenda Constitucional prevê 
a realização de Referendo para a entrada em vigor dos dispositivos alterados pela Assembleia 
Revisora. É legítima tal proposta? 
Resposta: A questão é polêmica. Segundo a doutrina majoritária sustenta que o artigo 3º da ADCT é 
norma de eficácia exaurida, uma vez que ela já produziu os seus efeitos e tal dispositivo é uma 
cláusula pétrea implícita. No entanto há uma corrente que nega que o dispositivo seja uma cláusula 
pétrea e que seu texto poderia ser alterado por emenda Constitucional.DIREITO CONSTITUCIONAL I 
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Caso 2 - Tema: Poder Constituinte Decorrente 
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, no exercício do Poder Constituinte Derivado 
Decorrente inseriu no texto da Constituição Estadual norma que assegurava aos candidatos 
aprovados em concurso público, dentro do número de vagas obrigatoriamente fixado no respectivo 
edital, o direito ao provimento no cargo no prazo máximo de cento e oitenta dias, contado da 
homologação do resultado. É Constitucional a o artigo 77, VII da Constituição do Estado do Rio de 
Janeiro? 
Resposta: O artigo 77, inciso VII da Constituição do Estado do Rio de Janeiro foi declarado 
inconstitucional. O Supremo Tribunal Federal, através da ADIn 2.931-2 que por maioria declarou a 
inconstitucionalidade deste inciso. Uma vez que a Constituição do Estado não pode estabelecer um 
prazo menor do que está estabelecido na Constituição Federal. 
Decisão 
O Tribunal, por maioria, julgou procedente a ação para declarar a inconstitucionalidade do inciso VII 
do artigo 77 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, nos termos do voto do relator, vencidos os 
Senhores Ministros Março Aurélio, Celso de Mello e Sepúlveda Pertence. Votou o Presidente, 
Ministro Nelson Jobim. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Eros Grau. Plenário, 
24.02.2005. 
 
======================================== / / ==================================== 
 
Data: 16.03.15 AULA 5 
 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS E DOS DIREITOS HUMANOS 
Conceito: 
Os Direitos Fundamentais são conceituados como direitos subjetivos, assentes do direito 
objetivo positivado num texto constitucional ou não, com aplicação das pessoas com o Estado ou na 
sociedade. 
 
Natureza Jurídica: 
 Perspectiva Subjetiva – Os direitos fundamentais conferem aos titulares a pretensão a que se 
adote um determinado comportamento, positivo ou negativo, em respeito à dignidade da pessoa 
humana. 
 Perspectiva Objetiva – Os direitos fundamentais compõem a base da ordem jurídica, sendo este 
condição de legitimação do Estado Democrático de Direito. 
 
 
 
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 Positivação – Art. 5º, §2º, CRFB/88 – Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não 
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja arte. Desta forma, o rol dos direitos 
fundamentais não é taxativo. 
 
 
 
 
 
 CF/88 – Art. 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
 
 Direito Fundamental – Tem natureza jurídica declaratória, ou seja, norma de conteúdo 
declaratório (art. 5º, XV) 
 
 
 
 
 Garantia Fundamental – Tem natureza jurídica assecuratória, ou seja, norma de conteúdo 
assecuratório (habeas Corpus – art. 5º, LXVIII) 
 
 
 
 
A garantia fundamental tem apenas um objetivo: garantir que o direito fundamental não seja 
violado. (Ex.: Habeas Corpus – garante o direito de locomoção; Habeas Data – garante o direito de 
informação; Mandado de Segurança – garante o direito liquido e certo (não precisa de dilação 
probatória, ou seja, não precisa de prova); e, Mandado de Injunção – garante a pessoa um 
determinado direito não regulamentado pela legislação). 
 
 
 
Constituição Federal de 1988 
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantido-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito a vida, a liberdade, a igualdade, 
a segurança e a propriedade, nos termos seguintes: 
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do 
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do 
Brasil seja parte. 
Constituição Federal de 1988 
Art. 5º - Todos soa iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantido-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito a vida, a liberdade, a igualdade, 
a segurança e a propriedade, nos termos seguintes: 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos 
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 
Constituição Federal de 1988 
Art. 5º - Todos soa iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantido-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito a vida, a liberdade, a igualdade, 
a segurança e a propriedade, nos termos seguintes: 
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer 
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 
 
 
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Classificação dos Direitos Fundamentais segundo a CF/88 
 Direitos e garantias individuais e coletivos – art. 5º. (Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantido-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, 
a inviolabilidade do direito a vida, a liberdade, a igualdade, a segurança e a propriedade, nos 
termos seguintes) 
 Direitos sociais – art. 6º ao art. 11. – (Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a 
alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.) 
 Direitos de nacionalidade – art. 12 e art. 13. (Art. 12. São brasileiros: I – natos, II – naturalizados) 
 Direitos políticos e partidos políticos – art. 14 e art. 17. (Art. 14. A soberania popular será 
exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos 
termos da lei, mediante: I – plebiscito (consulta popular prévia); II – referendo (consulta popular 
após a criação da lei); III - iniciativa popular). 
 
Classificação Doutrinária 
 Direitos de 1ª Dimensão – São aqueles que primeiro surgiram. São chamados também de 
direitos individuais ou liberdades públicas. O Estado tem o dever principal de não fazer. 
 Direitos de 2ª Dimensão – São os direitos sociais. Ex.: Saúde, educação, trabalho, etc. o Estado 
tem o dever positivo de fazer. 
 Direitos de 3ª Dimensão – São os chamados metaindividuais, transindividuais. Ex.: direitos 
difusos e coletivos. Na CF/88 o direito de meio ambiente sadio, art. 225. 
 
 
 
 
 
 
=================================== / / ======================================= 
 
 
 
 
 
Constituição Federal de 1988 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do 
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
 
 
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Data: 23.03.15 (Continuação) AULA 5 
 
ALGUNS IDENTIFICAM OS DIREITOS DE QUARTA DIMENSÃO. EXISTEM DUAS POSIÇÕES: 
Uma corrente minoritária reconhecem a 4ª Dimensão. Dentro dessa corrente minoritária há duas 
doutrinas, uma majoritária e outra minoritária: 
1ª) Majoritária – Decorrem da evolução da ciência. Ex.: Clonagem; transgênicos. 
2ª) Minoritária – (Paulo Bonavides, Sarlet) – Direitos ligados à democracia. Ex.: Plebiscito, 
referendum. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS STATUS DE JELLINEK 
 Status negativo: O Estado tem o dever de não fazer (liberdades públicas). 
 Status positivo: O Estado tem o dever de fazer (direitos sociais). 
 Status ativo: É a possibilidade de interferir nas decisões do Estado (direitos políticos). 
 Status passivo: É aquele em que a pessoa tem um dever imposto com relação ao Estado (art. 
229, CF/88). 
 
 
 
 
TITULARIDADE 
 Pessoas – Segundo o STF, pelo princípio da Universalidade, todos que estão no território 
brasileiro, domiciliado ou não no Brasil, até mesmo o apátrida, são titulares de direitos 
fundamentais. 
 
 
 
 Animais – Os animais, como bens de uso comum do povo ou bens semoventes passíveis de 
direitos reais, não são sujeitos de direitos fundamentais. 
 
 Obs.: A 1ª Grande Onda – Não distinguir pessoas em razão da sua raça (abolição ao racismo). A 
2ª Grande Onda – Não distinguir pessoas em razão do sexo (sexismo). A 3ª Grande Onda – Não 
distinguir animais (humanos e animais) em razão da sua espécie (especismo). 
Constituição Federal de 1988 
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o 
dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. 
Constituição Federal de 1988 
Art. 5º - Todos soa iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantido-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito a vida, a liberdade, a igualdade, 
a segurança e a propriedade, nos termos seguintes: 
 
 
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 Pessoa Jurídica é titular de direitos fundamentais? Sim. Pessoa Jurídica é titular de alguns 
direitos fundamentais. 
Obs.: Alguns direitos são específicos da pessoa jurídica (Ex.: Nome empresarial). 
STF – A pessoa jurídica de direito público também é titular de alguns direitos fundamentais (Gilmar 
Mendes). Ex.: Municípios. 
Obs.: Alguns direitos são incompatíveis com a natureza da pessoa jurídica (Ex.: liberdade de 
locomoção). 
STF – Não cabe habeas corpus em favor de pessoa jurídica. 
 
 Embrião é titular de direitos fundamentais? O STF julgou, depende do embrião: 
 No ventre materno – É titular de alguns direitos constitucionais, sobretudo, essencialmente 
sobre a vida. 
 Fora do ventre materno – Não são titulares de direitos fundamentais e, por isso, a lei de 
biossegurança é constitucional. 
 O morto é titular de direitos fundamentais? 
É titular de alguns direitos fundamentais. 
STJ – Imagem, dignidade da pessoa humana. 
 Características dos Direitos Fundamentais 
 Historicidade – Decorrem de uma evolução histórica. Ao longo do tempo ganha-se mais 
direitos fundamentais. 
 Universalidade – Pertence a todos. Ou seja, todos tem direitos fundamentais. 
 Concorrência – Podem ser usufruídos simultaneamente. 
 Relatividade – Não são absolutos. Ex.: a vida (a própria declarada); liberdade de religião (se a 
sua religião consiste em sacrificar crianças para oferecer a deuses, usar drogas, não haverá 
liberdade de religião). 
Obs.: Quando dois princípios entrarem em colisão, usa-se o princípio da concordância prática. É 
o princípio que nasce do princípio da unidade e visa solucionar o conflito aparente entre 
normas constitucionais. 
Obs.: Parte da doutrina identifica alguns direitos ABOLUTOS. Exemplo: art. 5º, III, CF/88 
(Vedação à tortura). 
Constituição Federal de 1988 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, 
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; 
 
 
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 Inalienabilidade – Não se pode renunciar aos direitos fundamentais. 
 Vinculação aos três poderes – Vinculação aos três poderes: 
1. Legislativo: Leis devem respeitar os direitos fundamentais; deve regulamentar os direitos 
fundamentais previstos na CF/88. Proibição do retrocesso – se o legislador já regulamentou um 
direito fundamental, não pode revogar esse regulamentação. Ex.: CDC. 
2. Executivo: Todos os seus atos devem respeitar os direitos fundamentais. 
3. Judiciário: Fiscalizam os demais poderes quanto ao respeito dos direitos fundamentais (Ex.: 
anulação de licitação, lei inconstitucional); decisões devem respeitos os direitos fundamentais. 
 
Existe uma Teoria Norteamericana: Teoria do Cenário da Bomba Relógio. 
 
 Eficácia dos Direitos Fundamentais 
 Vertical – É a relação entre o Estado e as pessoas. Ex.: A vida, a propriedade, a saúde, a 
educação. 
 Horizontal – É a aplicação dos direitos fundamentais nas relações privadas, esse tema deve ser 
visto como cautela em razão do princípio da autonomia privada. Aqui é relação pessoa-pessoa. 
 Mediata ou Indireta – Os direitos fundamentais se aplicam às relações privadas por meio de 
lei infraconstitucional. Ex.: O Código Penal. 
 Imediata ou Direta – Os direitos fundamentais se aplicam às relações privadas sem 
necessidade de lei infraconstitucional, ou seja, é o artigo da CF se aplicando diretamente nas 
Relações Privadas. Ex.: STF – Para se excluir um associado de uma associação, deve-se 
respeitar o contraditório. Na relação empregado/empregador, deve-se respeitar a intimidade 
– Caso da Lingerie. Na relação empregado/empregador, deve-se respeitar a igualdade – Caso 
Air France. 
 
======================================== / / ==================================== 
AULA 6 
DIREITO À VIDA 
Vida (art. 5º, caput, CF) – Há duas acepções: 
 
 
Constituição Federal de 1988 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, 
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
 
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 Direito a uma vida digna. 
 Direito de continuar vivo (o direito de não ser morto). 
 No Brasil somente há pena de morte em caso de guerra declarada e em duas hipóteses: 
Genocídio provado por militar em período de guerra ou traição a pátria. 
 
O Pacto de São José da Costa Rica determina que seja desde a concepção. 
Exemplos de tutela da vida intrauterina: 
 Aborto é crime; 
 Alimentos gravídicos. 
 
 Exceções ao direito à vida 
 A Constituição Federal admite a pena de morte em caso de guerra declarada (art. 5º, XLVII). 
Obs.: Código Penal Militar e Código de Processo Penal Militar. 
 
 O Código Penal prevê duas hipóteses de aborto legal: 
1. Aborto necessário (salvar a vida da gestante). 
2. Aborto sentimental (gravidez oriundade estupro). 
3. Aborto do feto anencefálico: O CP considera crime. Há discussão no STF – ADPF 54. 
 
 O Código Brasileiro de aeronáutica permite o abate de aeronaves hostis (“lei do abate”). 
 
 Eutanásia – Causa a morte por piedade (Ex.: “menina de ouro”). Homicídio privilegiado – é fato 
típico (art. 121, §1º, CP) – Relevante valor moral. 
Decreto-Lei Nº 2.848/40 – Código Penal 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o 
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de 
um sexto a um terço. 
Constituição Federal de 1988 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, 
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis; 
 
 
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 Ortotanásia – Causa a morte por omissão (Ex.: desligar os aparelhos hospitalares) – é fato 
atípico. Resolução 1.805 do Conselho Nacional de Medicina. 
 
IGUALDADE 
 Igualdade Formal – Consiste em dar a todos o mesmo tratamento. 
 Igualdade Material – Consiste em dar aos desiguais um tratamento desigual na medida de sua 
desigualdade. 
 A igualdade material é a que deve ser buscada. Exemplos: 
 
 
 
 Inclusão e Acessibilidade 
Ações Afirmativas – São políticas públicas destinadas a certos grupos historicamente 
desprestigiados. 
 
 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 Princípio da Legalidade 
Art. 5º, II, CF – Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de 
lei. 
Está é no sentido amplo, Lei, Medida Provisória, decreto, etc. 
 
 Princípio da Reserva Legal 
Algumas matérias só podem ser disciplinadas por meio de lei. 
Esta lei é no sentido estrito legislativo. Ex.: Direito Penal. 
 
Princípio da Reserva Legal, tipos: 
 Absoluta: a lei vai regular integralmente a norma constitucional. 
 Relativa: além da lei, atos infralegais poderão regulamentar a norma constitucional. 
 Simples: a norma constitucional não fixa uma finalidade especifica da lei. 
 Qualificada: a norma constitucional fixa as diretrizes da norma regulamentadora. 
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O foro por 
prerrogativa 
da função 
Imunidade 
parlamentar 
Serviço militar 
obrigatório 
(art. 143) 
Idade para 
aposentadoria 
entre homem 
e mulher 
Lei 11.340/06 
Maria da 
Penha 
 
 
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Data: 30.03.15 CONTINUAÇÃO DA AULA ANTERIOR 
 
VEDAÇÃO A TORTURA 
 Art. 5º, III – Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. 
 A tortura é crime equiparado a hediondo. São eles TTT (Tráfico, Tortura e Terrorismo) – Lei 
9.455/97 (Lei da Tortura). 
 São vedadas: Anistia, Graça, Fiança. 
É imprescritível? Não. Segundo a CF é prescritível. Uma vez que a Constituição só prevê dois crimes 
imprescritíveis: O racismo e o de grupos armados contra o Estado Democrático. 
 
OFENSA À HONRA 
Art. 5º, X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado 
o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
 Havendo ofensa à honra é assegurada indenização por danos morais e materiais e direito de 
resposta (este deverá ser proporcional ao agravo – quem foi ofendido tem o direito de responder no 
mesmo veículo, no mesmo local e no mesmo tempo em que ocorreu a ofensa). 
 
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RESPOSTA DOS CASOS CONCRETOS DO PLANO DE AULA 5 
Caso 1 - A União Brasileira de Artesãos, sociedade civil sem fins lucrativos, por decisão de sua 
diretoria determinou a exclusão de alguns de seus sócios sem garantia da ampla defesa e do 
contraditório. Entendendo que os direitos fundamentais assegurados pela Constituição não vinculam 
somente os poderes públicos, estando também direcionados à proteção dos particulares nas 
relações privadas, tais sócios buscam tutela jurisdicional no sentido de invalidar a referida decisão. 
Diante do que dispõe o art. 5º, XIX, CRFB, poderia o Poder Judiciário invalidar a decisão da diretoria 
da entidade? 
Resposta: Sim. Ela versa sobre a eficácia dos direitos fundamentais das relações privadas, ou seja, 
fala sobre a eficácia horizontal. REsp. 201819 – Relator Ministro Gilmar Mendes. 
EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES PRIVADAS. As violações a direitos 
fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas 
igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os 
direitos fundamentais assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes 
públicos, estando direcionados também à proteção dos particulares em face dos poderes privados. 
 OBS: Esse recurso refere-se a União Brasileira de Compositores e a relatora foi Ellen Gracie. 
 
 
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Caso 2 – A ABRATI – Associação Brasileira das Empresas de Transporte Rodoviário Intermunicipal, 
Interestadual e Internacional de Passageiros - ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade no 
Supremo Tribunal Federal onde pedia a declaração de inconstitucionalidade da Lei 8.899/1994. 
Tal norma assegura o direito ao passe livre às pessoas portadoras de deficiência, desde que 
comprovadamente carentes, no sistema de transporte coletivo interestadual. Segundo a ABRATI, a 
norma viola os seguintes dispositivos constitucionais: art. 1ª, IV; art. 5º, XXII; art. 170, II e art. 195, § 
5º. Alega, em síntese, violação do direito de propriedade e da livre iniciativa, direitos fundamentais 
que devem ser protegidos pelo Supremo Tribunal Federal. 
Em parecer, o Procurador-Geral da República manifestou-se pela improcedência da ação, uma vez 
que a Constituição consagra como Direito Fundamental a proibição de discriminação e a norma em 
xeque procura realizar a efetiva inclusão social dos deficientes físicos com carências econômicas, 
razão pela qual, numa ponderação entre os direitos em conflitos estes deveriam prevalecer em 
detrimento do direito à propriedade. 
 Analise o conflito acima, assinalando se a Lei 8.899/1994 deve realmente ser declarada 
inconstitucional. Para a solução deste caso procure utilizar a técnica da ponderação de interesses. 
Resposta: Em 2007, o Brasil assinou, na sede das Organizações das Nações Unidas, a Convenção 
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, comprometendo-se a implementar medidas para dar 
efetividade ao que foi ajustado. A Lei n. 8.899/94 é parte das políticas públicas para inserir os 
portadores de necessidades especiais na sociedade e objetiva a igualdade de oportunidades e a 
humanização das relações sociais, em cumprimento aos fundamentos da República de cidadania e 
dignidade da pessoa humana. O Tribunal, por unanimidade e por maioria julgou-a improcedente,vencido o Senhor Ministro Março Aurélio. Votou o Presidente, Ministro Gilmar Mendes. Ausentes, 
justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello, Joaquim Barbosa e Eros Grau. Falaram: pela 
requerente, o Dr. Flávio Botelho Maldonado e, pela Advocacia-Geral da União, o Ministro José 
Antônio Dias Toffoli. Plenário, 08.05.2008. (ADIn 2649). 
 
RESPOSTA DO CASO CONCRETO DO PLANO DE AULA 6 
Caso – A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro abriu edital para concurso público para 
provimento de vagas para Primeiro-tenente, médio e dentista, do seu quadro de oficiais de saúde. 
De acordo com as regras do edital seriam admitidos apenas candidatos do sexo masculino, uma vez 
que a Polícia Militar, por sua natureza de ser uma polícia de confronto, poderia diferenciar quanto ao 
gênero na contratação de seus oficiais. 
Inconformada com a restrição do edital, Alethéia Maria, dentista regularmente inscrita no CRO 
(Conselho Regional de Odontologia) e com mais de dez anos de experiência na área de saúde, 
procura seu escritório de advocacia em busca de uma orientação jurídica quanto a legalidade do 
edital da PMERJ. 
É constitucional a restrição imposta pelo edital do concurso? 
Resposta: A restrição imposta pelo edital do concurso é inconstitucional, a discriminação aqui 
apresenta clara violação ao princípio da razoabilidade e da igualdade entre gêneros masculino e 
feminino. 
 
 
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RESPOSTA DO CASO CONCRETO DO PLANO DE AULA 7 
Caso – Num sábado à noite um cidadão recebe a visita de um Oficial de Justiça que havia se dirigido 
até sua residência com o fim de citar sua esposa, que se encontrava enferma e acamada. 
Preocupado com o estado de saúde de sua mulher, o cidadão não permitiu a entrada do Oficial de 
Justiça em sua casa, e quando este tentou ingressar forçosamente, foi repelido com um empurrão. 
Foi o cidadão então indiciado pelo crime de desobediência (art. 330, Código Penal). O Juiz de 
primeira instância o absolveu, entendendo ter o agente agido com inexigibilidade de conduta 
diversa, em face do exposto no art. 5º, XI da Constituição da República. 
No entanto, provendo apelo do Ministério Público, o Tribunal de Justiça reformou a decisão de 
primeiro grau, entendendo que o autor atuou com violência contra agente público competente que 
executava ordem com amparo legal. Ressaltou o Tribunal que o Oficial de Justiça encontrava-se de 
posse de mandado de citação que continha autorização expressa para cumprimento em domingo ou 
em dia útil, em horário diverso do estabelecido no caput do art. 172 do Código de Processo Civil, nos 
termos do § 2º deste mesmo artigo, condenando-o assim nas penas do crime de desobediência. 
Dessa decisão do Tribunal de Justiça o advogado interpôs Recurso Extraordinário, pedindo a reforma 
da decisão do TJ com o restabelecimento da sentença de 1º grau. 
Analise tecnicamente as possibilidades de sucesso desse recurso, conforme a jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal. 
Resposta: Posicionamento do STF, REx. nº 460880-4, que diz basicamente que houve inegável 
violação ao preceito ao o art. 5º, inciso XI, CF/88, tal dispositivo constitucional é claro ao afirmar que 
só pode entrar forçosamente na casa de pessoa com ordem judicial durante o dia. O mandado 
judicial possibilitava o oficial de justiça citação da ré na sua casa em qualquer horário, é claro que 
isso não poderia se dar em horário noturno, sob pena do ato por inconstitucionalidade. Sendo assim, 
não houve desobediência, e o recurso extraordinário deve prosperar. 
A garantia constitucional do inciso XI do artigo 5º da Carta da Republica, a preservar a inviolabilidade 
do domicílio durante o período noturno, alcança também ordem judicial, não cabendo cogitar de 
crime de resistência. 
 
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REVISÃO DA PROVA AV1 
1) Para que serve uma constituição? Limitar a atuação do poder estatal (elemento limitador); 
Organizar o Estado (elemento orgânico); Conduzir a sociedade para um objetivo (elemento 
socioideológico) e; Estabilizar o Estado quando há instabilização constitucional, através de 
Intervenção federal, estado de defesa ou estado de sítio (elemento de estabilização 
constitucional). 
2) Quando será utilizada a estabilização constitucional? Será utilizada em três oportunidades: 
Intervenção Federal; Estado de Defesa e Estado Sítio. 
 
 
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3) O que é o Neoconstitucionalismo? Nada mais é do que a elevação dos direitos fundamentais a 
uma categoria supranacional. 
4) Dê pelo menos 8 classificações da constituição brasileira: 
 Formal – Porque traz normas de conteúdo constitucional e outros assuntos diversos 
 Escrita – Devido ter o seu texto reduzido ao termo. 
 Dogmática – Porque é fruto de um trabalho legislativo específico. 
 Promulgada – Fruto de um processo legislativo democrático. 
 Super rígida – De difícil alteração de suas normas constitucionais. 
 Analítica – Devido ser prolixa, extensa. 
 Dirigente – Visa os direitos fundamentais e também visa dirigir o Estado para um determinado 
destino. 
 Bloco de constitucionalidade – Porque possui um texto principal, mas admite outros textos em 
apenso, fazendo parte do mesmo documento. 
 Preceitual – Porque preponderam normas, ou seja, traz mais normas do que princípios. 
 Normativa – A constituição nasceu nominal, se preocupando com os problemas do futuro, mas, 
agora é normativa, por se pautar em resolver os problemas atuais sem esconder os problemas do 
Estado. A constituição Brasileira de 1988 quando foi promulgada foi constituída com base 
nominal, mas atualmente é uma constituição normativa. 
 
5) Como se altera uma constituição? Através de emenda constitucional. 
6) O que é uma norma de eficácia limitada? São aquelas que para produção ampla de seus efeitos 
necessitam de norma infraconstitucional que as venham complementar, enquanto não existir a 
legislação infraconstitucional elas não produzirão efeitos integrais, por isso sua aplicabilidade é 
indireta, mediata e reduzida. Se dividem em: norma de eficácia limitada por princípio 
programático – São aquelas que caracterizam uma espécie de constituição – a constituição 
dirigente. E norma de eficácia limitada por princípio institutivo – São aquelas normas que 
produzem poucos efeitos porque precisam de uma complementação, ou seja, ela por si só não 
fazem nada. 
7) O que é o Princípio da Unidade? Ao interpretar a Constituição deve-se levar em conta que ela é 
um todo coerente e coeso, devendo o intérprete procurar harmonizar todas as suas normas de 
forma a não estabelecer contradições. 
8) É possível existir duas normas de direito fundamental que entrem em conflito? Como se 
resolve isto? Sim, é possível. E se resolve pelo Princípio da Concordância Prática – É o princípio 
que nasce do princípio da unidade e visa solucionar o conflito aparente entre normas 
constitucionais. 
9) Quais são as categorias de direitos fundamentais existentes? Em regra são três categorias de 
direitos fundamentais existentes: primeira dimensão, visa defender os direitos individuais e 
liberdades públicas; segunda dimensão: visa defender os direitos sociais e; terceira dimensão: 
visa defender os direitos difusos. E a quarta dimensão defendida pela corrente minoritária possui 
dois posicionamentos: há quem defenda que é oriundo da ciência e há quem defenda que são os 
direitos da democracia.DIREITO CONSTITUCIONAL I 
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10) O que é uma norma de eficácia exaurida? É aquela que já produziu todos os seus efeitos no 
ordenamento jurídico. 
11) Os artigos 2º e 3º da ADCT, qual a sua classificação quanto a eficácia das normas? Norma de 
eficácia exaurida. 
12) É possível fazer uma alteração da constituição modificando os artigos 2º e 3º da ADCT? Não. 
Porque os artigos 2º e 3º da ADCT são considerados cláusulas pétreas implícitas. Embora há 
quem defenda que não são cláusulas pétreas e portanto passiveis de alteração. 
13) Quem é o Poder Constituinte Difuso? Em regra existem dois poderes constituintes: o originário e 
o derivado. O terceiro é utilizado como difuso ou mutação constitucional, que é a alteração da 
interpretação constitucional sem alteração de texto. 
14) Quais são as características do Poder Constituinte Originário? São duas: inicial, porque inicia um 
novo ordenamento jurídico e incondicional, porque não sofre qualquer limitação. No entanto, a 
doutrina mundial já diz que o poder constituinte originário sofre mitigação, ou seja, uma 
limitação que é a vedação ao retrocesso de direitos fundamentais. 
15) O que é uma cláusula pétrea? É aquela norma que não é passível de ser suprimida ou abolida, 
somente pode ser alterada para ser ampliada. 
16) Quais são as características dos direitos fundamentais? Inalienável, porque não pode dispor 
dela; Imprescritível, porque não prescreve pelo decurso do tempo; Histórico, porque decorrem 
de uma evolução histórica e ao longo do tempo ganha-se mais direitos fundamentais; Universal, 
porque pertence a todos, ou seja, todos têm direitos fundamentais; Concorrente, porque podem 
ser usufruídos simultaneamente e Relativo, porque não são absolutos. Com exceção a vedação a 
tortura, que um direito fundamental absoluto. 
17) O que é o Poder Constituinte Derivado? Ele se divide em duas espécies: Poder Constituinte 
Derivado Reformador é aquele que permite alteração da constituição e, Poder Constituinte 
Derivado Decorrente é aquele que permite que os estados criem suas próprias constituições. Os 
estados tiveram 30 dias para criarem suas constituições. 
18) Qual a diferença entre Eutanásia e Ortotanásia? A eutanásia causa a morte por piedade; e a 
ortotanásia causa a morte por omissão. 
19) O Código Penal em vigor hoje no Brasil foi objeto de ADIn para discutir sua constitucionalidade 
ou inconstitucionalidade, qual será a decisão proferida pelo STF no que concerne a ADIn para 
discutir a constitucionalidade ou não do código penal? O Código Penal não é constitucional, 
porque só se discute constitucionalidade de norma que ingressou no ordenamento jurídico após 
a constituição. Se ele é anterior a Constituição se discute se ele foi recepcionado. 
20) Qual é a diferença entre texto e norma constitucional? Texto é o que está escrito; norma é o 
que se interpreta do texto. 
21) Como a constituição divide os direitos fundamentais? Direitos e garantias individuais e coletivos 
– art. 5º.; Direitos sociais – art. 6º ao art. 11.; Direitos de nacionalidade – art. 12 e art. 13.; 
Direitos políticos e partidos políticos – art. 14 e art. 17. 
 
 
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22) O que é isonomia? Consiste em dar aos desiguais um tratamento desigual na medida de sua 
desigualdade. 
23) Quais são as formas admitidas na Constituição atual de mitigação ao direito a vida? Pena de 
morte em caso de guerra declarada; aborto (necessário; sentimental e bebês anencéfalos); e, lei 
do abate. 
24) O que é uma Constituição Cesarista? É uma constituição, outorgada em princípio, mas é 
submetida ao povo para referendar. 
25) O que é uma norma de eficácia absoluta? É aquela que não pode ser suprimida, apenas 
ampliada (cláusulas pétreas). 
26) Quais as características do Poder Constituinte Derivado? Condicionado e Limitado. 
27) Qual é o princípio hermenêutico da máxima efetividade? O intérprete deve buscar a maior 
eficácia das normas constitucionais, em especial as normas programáticas. 
28) Qual a diferença entre direito fundamental e garantia fundamental? Direito fundamental tem 
natureza jurídica declaratória e garantia fundamental tem natureza jurídica assecuratória. Na 
prática, o direito fundamental é aquele posto e a garantia fundamental é a defesa desse direito. 
29) O que é o direito de liberdade de locomoção? É o direito de ir, vir e permanecer. 
30) O que é mutação constitucional? É a alteração da interpretação da norma constitucional sem 
alterar o texto. 
31) Quais são as 4 hipóteses de limitação do Poder Constituinte Derivado Reformador? Material, 
são aquelas matérias que não podem ser suprimidas; Circunstancial, são circunstâncias nas quais 
não podem emendar a constituição; Formal, é o procedimento mais rigoroso para alteração; e, 
Implícita não pode ser alterada as regras de alteração da constituição e nem intitular o poder 
constituinte. 
32) Onde estão previstas as cláusulas pétreas? No art. 60, parágrafo 4º da constituição. 
33) Qual é a forma de Estado do Brasil? É possível alterar a forma de Estado do Brasil? Forma 
Federativa. Não pode alterar a forma de Estado do Brasil, por ser cláusula pétrea. (art. 60, 
parágrafo 4º, I). 
34) Qual é o sistema de governo do Brasil? É passível de alteração? Presidencialista. É passível de 
alteração. 
35) Qual é a forma de governo no Brasil? É passível de alteração? República. Não pode ser alterada 
por ser uma cláusula pétrea implícita. 
36) O que é o fenômeno da recepção? É a verificação da compatibilidade da lei anterior com a 
constituição. 
37) O que é repristinação? É quando a lei revogada volta a vigorar por ter a sua lei revogadora 
revogada. 
38) O que é norma de eficácia contida? É aquela norma que produz todos os seus efeitos, mas é 
passível de ser restringida por lei infraconstitucional. 
 
 
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39) Quando o Estado tem o dever de fazer alguma coisa, esse dever se classifica em qual estado de 
Jellinek? Positivo, em regra são os direitos sociais. E quando tem o deve de não fazer, em regra 
são os direitos individuais e de liberdade pública. 
40) Pessoa jurídica tem direito fundamental? Animal tem direito fundamental? Morto tem direito 
fundamental? Pessoa jurídica tem direitos fundamentais, próprios da pessoa jurídica. Animal 
não tem direito fundamental porque a natureza jurídica do animal é de coisa. Morto tem direito 
fundamental. 
41) O que é eficácia vertical dos direitos fundamentais? É a relação do Estado e a pessoa. 
42) O embrião tem direito fundamental? Depende. Se tiver vida intrauterina tem direito 
fundamental. Porque atualmente o Brasil adota a teoria concepcionista. 
43) Pessoa jurídica de direito público tem direito fundamental? Sim, tem direitos fundamentais. 
44) O poder executivo deve respeitar os direitos fundamentais? Sim. Porque dentro das 
características dos direitos fundamentais, tem vinculação aos três poderes. 
45) Qual é o único direito fundamental que não é relativo, e sim, absoluto? Vedação a tortura. 
46) Qual a diferença de legalidade para reserva legal? Legalidade, em sentido amplo é a Lei, Medida 
Provisória, decreto, etc.; Reserva legal em sentido estrito, somente a lei. 
47) Para que serve um Habeas Corpus? Um Habeas Corpus é uma medida assecuratória que visa 
defender o direito de locomoção pautado no sentido de ir, vir e permanecer.

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