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Direito de Família 9 sem 2014 1

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Prévia do material em texto

Por Rommel Andriotti Direito de Família 1 
 
 
Direito de Família 
 
"Paz, harmonia e amor: eis a verdadeira riqueza de uma família." 
Benjamin Franklin 
 
 
Por Rommel Andriotti 
1º semestre de 2014 
 
 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 2 
 
 
NOTA DA EDIÇÃO 
Olá caro colega, e seja bem-vindo ao maravilhoso mundo do Direito! 
O resumo que você tem em mãos foi confeccionado com o maior esmero possível, e é resultado 
do meu entendimento das aulas que assisti e das pesquisas que realizei sobre o tema. 
Em razão disso, nenhum professor, aluno, instituição, é responsável por este conteúdo. Ele foi 
elaborado como um caderno de estudante, e por isso não há garantia de isenção de erros. 
Entretanto, conforme mencionado, o que você lerá foi confeccionado com muita dedicação, e 
por isso certamente poderá acrescentar valor aos seus estudos. 
É importante ressaltar ainda que esse material não tem fins lucrativos. Você tem minha 
autorização para utiliza-lo como desejar, bem como para divulgar esse material a vontade. 
Conhecimento é para ser disseminado, multiplicado e perpetuado! 
Por fim, com a devida vênia, gostaria de com essas poucas palavras dedicar este material à minha 
amada, Giulia Caruso, cuja imagem carrego sempre comigo, cujo sorriso esteve em minha 
mente ao escrever cada palavra deste caderno. 
Como ler esse material 
Cada aula é iniciada com um título grande que indica o número da aula, a data que ela me foi 
lecionada, e seu tema principal. 
Ex.: 
AULA C4 (12.12.2013) - OS REGIMES DE CASAMENTO 
Depois, vocês verão textos corridos, eventualmente divididos por outros títulos e subtítulos, 
como esse: 
1. As citações 
Quando eu for citar algum autor, jurisprudência, notícias, etc., eu seguirei padrões para facilitar 
a identificação do que está sendo lendo. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 3 
 
 
O layout normal é este que você está lendo agora. Quando eu fizer um comentário pessoal, 
ele estará escrito dessa forma, como anotações em um caderno. 
Se eu transcrever uma citação ou dica especifica do professor, a observação estará assim, 
em giz. 
Quando transcrevermos um artigo de lei, ele estará assim: 
CF. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade (...) 
Ao transcrevermos uma sumula ou jurisprudência o layout será esse: 
STF Súmula nº 691 - 24/09/2003 - DJ de 9/10/2003, p. 5; 
DJ de 10/10/2003, p. 5; DJ de 13/10/2003, p. 5. 
Competência - Conhecimento de Habeas Corpus Contra 
Indeferimento de Liminar em HC Impetrado em Tribunal 
Superior. 
Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de 
habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, 
em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere 
a liminar. 
(Conhecimento na Hipótese de Flagrante 
Constrangimento Ilegal - HC 85185, HC 86864 MC-DJ de 
16/12/2005 e HC 90746-DJ de 11/5/2007)! 
Se eu for citar um filosofo ou mesmo um cientista antigo, a fonte será essa, como 
se escrito em papiro. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 4 
 
 
Se faremos uma citação jornalística, a forma será a seguinte, em homenagem à máquina de 
escrever: 
Folha de São Paulo - 23/08/2013 - 23h40 
Brigas de Joaquim Barbosa com membros do STF são tema de matéria do 'New York 
Times' 
As brigas entre Joaquim Barbosa e os demais membros do (STF) Supremo Tribunal 
Federal foram tema de matéria do jornal americano "The New York Times" nesta sexta-
feira (23). À publicação, o chefe do Judiciário brasileiro voltou a dizer que não pretende 
se candidatar a nenhum cargo. 
A matéria caracterizou Barbosa como uma pessoa "direta" e "sem medo de aborrecer o 
status quo". "Quando o presidente do Tribunal, Joaquim Barbosa, adentra a corte, os outros 
dez ministros se preparam para o que pode vir depois", escreveu o correspondente 
americano Simon Romero, que viajou do Rio à Brasília para a entrevista.1 
Por fim, estrangeirismos estarão em itálico (fumus boni iuris et Periculum in mora), e partes 
importantes estarão devidamente destacadas. 
Você pode ajudar na confecção desse resumo notificando quaisquer erros que você encontre ou 
me enviando material para complementarmos a aula. Estarei disponível 24/7 no e-mail: 
rommel.andriotti@outlook.com 
Enfim, espero que vocês gostem e aproveitem este material. 
Bons estudos! 
 
Rommel Andriotti 
 
 
 
1 Obviamente, citações bibliográficas ou jornalísticas estarão devidamente apontadas em notas de rodapé como 
essa. No caso, a notícia acima foi encontrada em: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/08/1331441-brigas-
de-joaquim-barbosacom-membros-do-stf-e-tema-de-materia-do-new-york-times.shtml 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 5 
 
 
1 SUMÁRIO 
2 Família ................................................................................................................................... 12 
2.1 Matriarcal ....................................................................................................................... 12 
2.2 Patriarcal ........................................................................................................................ 12 
2.2.1 Hebreus ................................................................................................................... 12 
2.2.2 Gregos e Romanos .................................................................................................. 13 
2.3 Famílias admitidas pelo ordenamento jurídico brasileiro atual .................................... 13 
2.3.1 Casamento .............................................................................................................. 13 
2.3.2 A união estável ........................................................................................................ 14 
2.3.3 Ascendentes e descendentes ................................................................................. 14 
2.3.4 Outros tipos de família............................................................................................ 14 
3 Parentesco ............................................................................................................................ 15 
3.1 Parentescos Naturais ..................................................................................................... 15 
3.1.1 Ascendentes ............................................................................................................ 15 
3.1.2 Descendentes .......................................................................................................... 15 
3.1.3 Colaterais ................................................................................................................ 16 
3.2 Parentesco Civil .............................................................................................................. 16 
3.3 Parentescos Sócio Afetivos ............................................................................................ 16 
3.4 Forma de contagem ....................................................................................................... 16 
3.5 Planejamento Familiar ................................................................................................... 17 
4 A Solidariedade nas relações familiares ............................................................................... 18 
4.1 A solidariedade em foco ................................................................................................. 19 
4.2 Responsabilidade civil nas relações familiares.............................................................. 20 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 6 
 
 
4.3 A responsabilização por danos morais ........................................................................... 23 
5 Alimentos – A Responsabilidade civil por danos patrimoniais ............................................. 24 
5.1 Obrigações que antecedem a responsabilização civil .................................................... 24 
5.1.1 Os alimentos Naturais ............................................................................................. 25 
5.1.2 Os alimentos civis .................................................................................................... 25 
5.2 Início do direito à alimentos........................................................................................... 26 
5.3 Maioridade ..................................................................................................................... 27 
5.4 Os dois aspectos dos alimentos ..................................................................................... 27 
5.4.1 Aspecto subjetivo .................................................................................................... 27 
5.4.2 Aspecto patrimonial ................................................................................................ 28 
5.5 Requisitos para a concessão dos alimentos ................................................................... 28 
5.5.1 Possibilidade do alimentante .................................................................................. 28 
5.5.2 Necessidade do alimentando ................................................................................. 28 
5.6 Prescrição ....................................................................................................................... 29 
5.7 Alimentos para a criança e adolescente ........................................................................ 30 
5.8 Alimentos em prol do idoso ........................................................................................... 30 
5.9 Pensão alimentícia entre parentes ................................................................................ 31 
5.10 Concurso de devedores .............................................................................................. 31 
5.11 Observações Finais Importantes ................................................................................ 31 
5.12 O procedimento da ação de alimentos ...................................................................... 32 
5.12.1 Início do procedimento ........................................................................................... 32 
5.12.2 Audiência de Conciliação e de julgamento ............................................................. 32 
5.12.3 Relações jurídicas de natureza continuada ............................................................ 33 
5.13 Ação revisional de alimentos ...................................................................................... 34 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 7 
 
 
5.14 Ação de exoneração de alimentos ............................................................................. 34 
5.15 Execução de alimentos ............................................................................................... 34 
5.15.1 As formas de execução ........................................................................................... 34 
5.16 Exoneração de alimentos ........................................................................................... 37 
5.16.1 A morte ................................................................................................................... 37 
5.16.2 Impossibilidade do devedor em continuar pagando a pensão .............................. 37 
5.16.3 Desnecessidade do recebimento da pensão .......................................................... 37 
5.16.4 Emancipação do alimentando ................................................................................ 37 
5.16.5 E a Maioridade? ...................................................................................................... 39 
5.17 Alimentos em sede de cautelar .................................................................................. 40 
6 Casamento ............................................................................................................................ 40 
6.1 Natureza jurídica ............................................................................................................ 41 
6.1.1 Contratualista.......................................................................................................... 41 
6.1.2 Institucionalista ....................................................................................................... 41 
6.1.3 Ecléticos .................................................................................................................. 41 
6.1.4 Negocial................................................................................................................... 42 
6.2 Finalidade ....................................................................................................................... 42 
6.3 Prova do casamento ....................................................................................................... 42 
6.3.1 Ação de posse do estado de casada ....................................................................... 43 
7 Cerimonia do casamento ...................................................................................................... 43 
7.1 Requisitos ....................................................................................................................... 43 
7.1.1 Capacidade matrimonial ......................................................................................... 43 
7.2 Procedimento ................................................................................................................. 44 
8 Regime de bens ..................................................................................................................... 45 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 8 
 
 
8.1 Legal ............................................................................................................................... 45 
8.2 Escritura de pacto antenupcial....................................................................................... 46 
8.2.1 Regime da comunhão universal .............................................................................. 46 
8.2.2 Regime de separação voluntária ............................................................................ 46 
8.2.3 Regime da separação legal ..................................................................................... 46 
8.2.4 Participação final nos aquestos .............................................................................. 46 
8.3 Mudança de regime ....................................................................................................... 47 
8.4 Procedimento - continuação .......................................................................................... 47 
8.5 A celebração propriamente dita .................................................................................... 48 
8.5.1 Suspensão da cerimônia do casamento ................................................................. 49 
8.6 Casamento entre presentes e casamento entre ausentes ............................................ 49 
8.7 Modalidades de casamento ........................................................................................... 50 
8.7.1 Casamento religiosos com efeitos civis ..................................................................50 
8.7.2 Casamento Nuncupativo ......................................................................................... 50 
8.7.3 Casamento com portador de moléstia grave ......................................................... 51 
8.7.4 Casamento realizado em embarcação ou aeronave .............................................. 51 
8.8 Casamento em consulado ou embaixada ...................................................................... 52 
8.9 Impedimentos matrimoniais .......................................................................................... 52 
8.10 Os impedimentos matrimoniais no código civil de 1916 ........................................... 52 
8.10.2 Impedimentos dirimentes relativos ........................................................................ 54 
8.10.3 Cônjuge sobrevivente e autor do homicídio do falecido ........................................ 54 
8.10.4 Impedimentos dirimentes relativos ........................................................................ 54 
8.10.5 Erro essencial quanto à pessoa do outro ............................................................... 55 
8.10.6 Casamento sob coação ........................................................................................... 57 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 9 
 
 
8.10.7 Casamento putativo ................................................................................................ 57 
8.10.8 Casamento contraído por menor de dezesseis anos de idade ............................... 58 
8.10.9 O casamento contraído sem autorização pelo relativamente incapaz .................. 58 
8.10.10 Casamento realizado pelo mandatário sem que ele soubesse da revogação do 
mandato 58 
8.10.11 Casamento entre raptor e raptada ..................................................................... 58 
8.10.12 Ausência de discernimento por outra incapacidade .......................................... 58 
8.11 Efeitos do Casamento ................................................................................................. 60 
8.11.1 Pessoais ................................................................................................................... 61 
8.11.2 Patrimoniais ............................................................................................................ 64 
9 Bem de família ...................................................................................................................... 66 
9.1 Quadro das diferenças entre o regime de bens de família do Código Civil e da Lei 
8009/90 ..................................................................................................................................... 66 
9.1.1 Observações acerca do quadro .............................................................................. 67 
9.2 Exceções à impenhorabilidade ....................................................................................... 68 
9.2.1 Exceções do código civil .......................................................................................... 68 
10 Regime de bens ..................................................................................................................... 69 
10.1 Alterações importantes do código civil de 2002 ........................................................ 69 
10.1.1 Possibilidade de alteração do regime de bens ....................................................... 69 
10.1.2 O novo sistema de regimes ..................................................................................... 70 
10.2 Os regimes de bens em espécie ................................................................................. 72 
10.2.1 O regime de comunhão universal de bens ............................................................. 72 
10.2.2 Regime da Separação total de bens ....................................................................... 74 
10.2.3 Regime de participação final nos aquestos ............................................................ 74 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 10 
 
 
11 A extinção do casamento ...................................................................................................... 75 
11.1 Fatores Não imputáveis .............................................................................................. 75 
11.1.1 A morte ................................................................................................................... 75 
11.1.2 Nulidade e anulação ............................................................................................... 75 
11.2 Fatores imputáveis ..................................................................................................... 75 
11.3 Divórcio ....................................................................................................................... 76 
11.3.1 Efeitos do divórcio .................................................................................................. 77 
11.3.2 Efeitos pessoais do divórcio .................................................................................... 78 
11.4 Processo de guarda .................................................................................................... 80 
11.4.1 Efeitos patrimoniais do Divórcio ............................................................................. 81 
12 União estável ........................................................................................................................ 83 
12.1 Fundamentação para a união estável homossexual .................................................. 83 
12.2 Concubinato ................................................................................................................ 83 
12.3 Teorias que fundamentam a União estável ............................................................... 84 
12.3.1 Teoria da prestação de serviços ............................................................................. 84 
12.3.2 Enriquecimento sem causa ..................................................................................... 84 
12.3.3 Evitar enriquecimento ilícito ................................................................................... 84 
13 Poder Familiar ....................................................................................................................... 85 
13.1 Direitos dos pais ......................................................................................................... 85 
13.2 Deveres dos pais ......................................................................................................... 85 
13.3 Suspensão do poder familiar ...................................................................................... 86 
13.4 Extinção do poder familiar ......................................................................................... 86 
14 Tutor ...................................................................................................................................... 86 
14.1 Características............................................................................................................. 87 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 11 
 
 
14.2 Deveres do tutor ......................................................................................................... 87 
14.2.1 Zelo .......................................................................................................................... 87 
15 Filiação .................................................................................................................................. 91 
15.1 Filiação natural ........................................................................................................... 91 
 
AULA 01 (31.01.2014)- INTRODUÇÃO 
Bibliografia 
 Curso de direito civil. Vol. V. Roberto Senise Lisboa. Ed. Saraiva. 
Presença 
As vezes se faz chamada nominal e as vezes por amostragem. 
Sistema de avaliação 
Unificada 
Dia 01º de abril 
Contínua 
Prova teste de direito de família. Provavelmente será na última semana de março. A matéria de 
fevereiro e março cairá na avaliação contínua somente. 
Regimental 
Uma situação problema com quatro ou cinco perguntas a serem respondidas. Ambas as provas 
são sem consulta. O conteúdo da regimental será de abril em diante. 
Plano de aula 
O plano de aula está disponível no aluno online, e será seguido cartesianamente. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 12 
 
 
2 FAMÍLIA 
“Vós que aqui entrais, libertai-vos de todo o preconceito” 
Até 1988, o direito de família era um direito extremamente católico baseado somente no 
casamento. 
Mas o que é família? Como se forma uma família? 
Na antiguidade, verificavam-se dois tipos de família. 
2.1 MATRIARCAL 
O sistema matriarcal existiu, e havia a figura da poliandria. Obviamente isso ofende o princípio 
do casamento católico, que é o da monogamia. Segundo a antropologia, o sistema matriarcal 
não deu certo pois houve uma esterilização natural nas mulheres, por se envolverem com vários 
parceiros. Além disso, terminou por causa da força física dos homens. 
2.2 PATRIARCAL 
Foi a que sempre preponderou na histórica. Por sua estrutura física, o homem prevalecia. Mas 
mesmo nessas famílias, o que vigorava era a poligamia, especialmente por razões utilitaristas 
para que o clã tivesse a melhor estrutura possível. 
2.2.1 Hebreus 
A própria bíblia, fundamento do cristianismo e portanto da monogamia, é prova 
que no início a sociedade era poligâmica, vide a história de Abraão, que era 
casado com Sara, que embora muito linda não podia ter filhos. 
Quando surgiu a necessidade improrrogável da criação de uma prole de Abraão, 
este, com o consentimento de Sara, adquiriu outra companheira, que se tornou 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 13 
 
 
sua segunda mulher, com quem ele teve filhos. Curiosamente, diz o texto sagrado 
que Sara finalmente conseguiu parir quando tinha 99 anos de idade. 
2.2.2 Gregos e Romanos 
O sistema clássico, feito pelos gregos 
e depois aperfeiçoado pelos 
romanos, é o de Pater Familia. 
Haviam homens e esses podiam ter o 
casamento e o concubinato, 
podendo ter filhos tanto de um jeito 
como de outro. Além disso, as 
famílias admitiam a presença de 
outro homem, o “companheiro”, 
com quem o Pater podia ter relações 
sexuais. Por último, os empregados 
da casa, desde que adorassem seu 
senhor, eram considerados também como membros da família. Portanto, a família romana era 
muito mais expansiva do que as famílias de hoje em dia. 
2.3 FAMÍLIAS ADMITIDAS PELO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO ATUAL 
2.3.1 Casamento 
É o casamento MONOGÂMICO. Constitucionalmente, é família reconhecida pela forma do 
casamento a união entre UM homem e UMA mulher. Certo ou errado, qualquer casamento 
diferentemente disso é inconstitucional: 
CF. Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial 
proteção do Estado. 
O CNJ expandiu a interpretação deste dispositivo para que ele abrangesse também as famílias 
formadas por dois homens ou duas mulheres. Há uma grande ressalva quanto à isso pois o CNJ 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 14 
 
 
não teria competência para firmar tal entendimento, mas até agora essa decisão não foi 
contestada. 
2.3.2 A união estável 
É a união informal de um homem e uma mulher. O STF ainda não se manifestou sobre 
poliafetividade. 
CF. Art. 226. § 3º - Para efeito da proteção do Estado, é 
reconhecida a união estável entre o homem e a mulher 
como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua 
conversão em casamento. 
O STF tornou elástica a interpretação da união estável para que ela abrangesse também uniões 
entre dois homens e duas mulheres. Diferentemente com o ocorrido no CNJ, não se faz ressalvas 
para este caso, pois O STF tem competência para decidir o tema, já que é o órgão guardião da 
constituição. 
Note somente que quem deu interpretação elástica para o casamento foi o CNJ, e quem 
interpretou de forma expansiva a união estável foi o STF. 
2.3.3 Ascendentes e descendentes 
Também é considerado família as relações entre ascendentes e descendentes. 
§ 4º - Entende-se, também, como entidade familiar a 
comunidade formada por qualquer dos pais e seus 
descendentes. 
A doutrina ampliou esse entendimento, e denominam essas famílias “monoparentais” ou 
“anaparental”. Chama-se monoparental porque só há um ascendente. Exemplos de famílias que 
se encaixam nesse conceito são mãe solteira/viúva com filhos, avó(ô) com netos, etc. 
2.3.4 Outros tipos de família 
Outros exemplos ainda são muito discutíveis, como a situação de irmãos solteiros com pais 
mortos, entre tios e sobrinhos, etc. Esses tipos diferentes de uniões ainda não são reconhecidas 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 15 
 
 
expressamente como famílias no ordenamento jurídico brasileiro, mas já suscitam grandes 
discussões entre os juristas da área. 
Fora dessas situações, não há nenhuma outra forma de família na direito brasileiro. 
AULA 02 (03.02.2014) – FAMÍLIA CONT. 
3 PARENTESCO 
Parentesco é a relação familiar entre duas ou mais pessoas. 
3.1 PARENTESCOS NATURAIS 
3.1.1 Ascendentes 
São aqueles que originam outra pessoa. A ancestralidade tende ao infinito. Ex.: Pai, mae, avos, 
bisavos, trisavos, etc. 
3.1.2 Descendentes 
Descendente é aquele originado de uma pessoa. Os descendentes tendem ao infinito. Ex.: filhos, 
netos, bisnetos, etc. 
Dessa forma, a cada casa que se pula, acrescenta-se um grau na contagem, assim: 
 
Então, o avô é ascendente de segundo grau de seu neto. Este mesmo neto é descendente de 
primeiro grau de seu pai. 
Avô
(Referência)
Pai
(1º grau)
Filho
(2º grau)
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 16 
 
 
3.1.3 Colaterais 
Os parentes colaterais, também chamados parentes transversais, são aqueles que tem mesma 
origem, ou seja, origem comum. Ex.: irmãos, tios, sobrinhos, primos. 
Os colaterais são de 2º, 3º, ou 4º grau, nunca de 1º grau. Isso ocorre por causa da forma de 
contagem. 
3.2 PARENTESCO CIVIL 
Nesse caso, há um parentesco civil, não um parentesco biológico, natural. Os parentescos 
biológicos são os gerados por laços de sangue, os naturais. O direito criou outros tipos de 
parentesco possíveis, por meio da fenômeno da adoção. 
Com a adoção, os filhos deixam de ter o parentesco natural, e passam a ser parentes somente do 
adotante. Dessa forma, o adotado, para fins jurídicos, é parente somente da família nova, ou, no 
termo jurídico, família substituta. 
3.3 PARENTESCOS SÓCIO AFETIVOS 
É a relação que existe pelo “afeto” de um com o descendente/cônjuge de outro. É o caso de 
sogros, sogras, cunhado, etc. 
Em crítica, o professor Senise Lisboa não utiliza a palavra “afeto” pois na verdade essas relações 
não pressupõe afeto. A palavra que ele utiliza é a “solidariedade”, termo que será melhor 
explicado posteriormente. 
3.4 FORMA DE CONTAGEM 
Para se contar quantos graus há entre pessoas, deve-se primeiro ir contando até o ancestral em 
comum e depois descer novamente ao parente cujo grau de parentesco se deseja identificar. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 17 
 
 
Dessa forma, para sabermos qual a 
relação de parentesco entre o filho 
1 e o filho 2 (que são irmãos), deve-
se primeiro subir até o ancestral 
em comum (Cruz) e então descer 
novamente para o filho 2. A cada 
salto desse,conta-se um grau. 
Ficamos assim: Filho 1 > Cruz – 1 
grau; Cruz > Filho 2 – 2 graus. 
Portanto, irmãos sempre serão parentes colaterais de segundo grau. Tios e sobrinhos serão de 
três graus, e por fim primos são parentes de quarto grau, todos colaterais. 
3.5 PLANEJAMENTO FAMILIAR 
Há países que limitam prole. No Brasil, vige a regra da “intervenção mínima”, ou seja, o estado 
brasileiro não pode intervir no planejamento familiar. Por exemplo, o estado brasileiro não pode 
promover a esterilização. No Brasil, a esterilização só pode ser voluntária, e mesmo assim 
seguindo condições alternativas, de ou já ter ao menos dois filhos, ou ter ao menos vinte e cinco 
anos. Essa não intervenção decorre de dois princípios, sendo o primeiro o princípio da proteção 
à dignidade da pessoa humana e o da paternidade responsável. 
O primeiro dispensa maiores comentários. Acerca da paternidade responsável, faremos alguns 
comentários. Primeiramente, em relação ao nome, esta “paternidade” é colocada de forma 
universal, ou seja, é paternidade referente à criação de pai e mãe. A paternidade advém 
originalmente do pátrio poder (aí sim, referente só aos homens). Hoje em dia não há mais a figura 
do pátrio poder, mas sim do “poder familiar”, que é oriunda exatamente do princípio da 
paternidade responsável. 
Por fim, o princípio da paternidade responsável diz sobre a responsabilidade do pai e da mãe em 
planejar todo o nascimento e crescimento do filho com responsabilidade, sem intervenção 
estatal. 
Cruz e 
Cruzada
Neto
Filho 1 e 
nora 1
Filho 2 e 
nora 2
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 18 
 
 
AULA 03 – 07.02.2014 
4 A SOLIDARIEDADE NAS RELAÇÕES FAMILIARES 
O direito de familiar constitucional não era originalmente muito estudada pelos civilistas. 
Antigamente se dividiam muitos os ramos do direito. Hoje em dia já se interpreta os dispositivos 
de direito familiar com um prisma constitucional. A CF diz: 
CF. Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial 
proteção do Estado. 
A família, logo, tem uma função social, função essa reconhecida pelo constituinte. A família é 
base de toda a sociedade. Notem que família não é formada somente pelo casamento. Estamos 
tratando de sua interpretação mais ampla, ou seja, a família criada por outros meios, como a 
união estável. 
A função social da família é protegida constitucionalmente, tanto diretamente quanto 
indiretamente: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela 
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito 
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e 
tem como fundamentos: 
III - a dignidade da pessoa humana; 
A dignidade da pessoa humana é sempre preservada. Isso faz com que a família seja protegida e 
o poder familiar respeitado, mas com limitações. Na antiguidade, os pais tinham o direito de vida 
e morte sobre os filhos. Hoje em dia isso já não é mais possível, sendo que os pais tem a 
responsabilidade de criar seus filhos de modo a melhor formar sua personalidade. Notem que a 
palavra “família” não está no dispositivo constitucional, mas entende-se pacificamente que o 
direito à família está inserido dentro da ideia de dignidade da pessoa humana. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 19 
 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
Note-se aqui a presença da solidariedade. Essa solidariedade é a solidariedade social familiar. 
Para se conquistar uma sociedade solidária, inicia-se criando a solidariedade dentro de cada 
família, sendo as famílias células formadoras do grande organismo que é a sociedade. 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais; 
Esse inciso também se aplica ao direito de família, mas sobre um enfoque que não será abordado 
neste momento. 
4.1 A SOLIDARIEDADE EM FOCO 
A solidariedade nas relações sociais existe no sentido de 
preservação e desenvolvimento do outro. Isso se desdobra 
no poder familiar que os pais possuem. Esse poder é na 
verdade um “poder-dever”. Isso deve ser feito não em uma 
perspectiva egoística dos pais, mas sim no sentido de 
compartilhamento de necessidade para o desenvolvimento 
adequado dos filhos. 
A vontade dos pais só é legítima quando suas determinações refletem o melhor interesse dos 
filhos. Sendo assim, se alguém viola o direito do outro na família, seja por meramente 
desrespeitar o outro, há um dano. Ora, a solidariedade nas relações familiares é não só um 
pressuposto da família, mas um dever entre seus componentes. Sendo assim, a falta de 
solidariedade um para com o outro pode acarretar em problemas para o familiar agredido, sendo 
que se deve ser analisado qual o dano que essa outra pessoa sofreu. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 20 
 
 
4.2 RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES FAMILIARES 
Essa construção de solidariedade faz com que haja uma solidariedade civil nas relações 
familiares. Por causa disso, é possível a responsabilização civil por danos morais e patrimoniais 
que as condutas comissivas ou omissivas de um membro da família podem causar ao outro. 
Note que é a construção do conceito de solidariedade familiar que possibilita se falar em 
responsabilização civil em relações familiares, o que é muito importante pois essa 
responsabilização se desdobrará mais tarde em institutos como os alimentos. Por isso, ressalta-
se a importância do entendimento do que é solidariedade familiar, pois partimos dela – que é 
um conceito mais abstrato – para chegar ao que é mais tangível, como ações de danos morais e 
alimentos. 
Voltando à responsabilização, o direito espanhol usa uma expressão muito particular para 
descrever a solidariedade, - que é o “afeto” -, o que foi adotado pelo direito brasileiro, com 
algumas adaptações. 
Há no nosso sistema o que se chama sócio-afetividade, que une as pessoas de uma família. No 
entanto, isso deve ser entendido com ressalvas, pois embora o afeto possa unir pessoas de uma 
família, ele não é pressuposto ou requisito para a existência da família, pois isso ignoraria o fato 
de que muitas famílias não têm necessariamente afeto entre si. 
O que ocorre é que houve uma distorção quando esse instituto foi trazido da Europa. 
Originalmente, o afeto é incidental, é um pressuposto subjetivo, mas não obrigatório. A lei não 
pode obrigar uma pessoa a amar a outra, e, logo, não pode colocar o afeto como conditio sine 
qua non para constituição de família. 
A conclusão é que a existência da família pelo sistema brasileiro não torna obrigatório o afeto, já 
que podem existir famílias onde não há afeto entre seus componentes, mas meramente uma 
comodidade e conveniência em promover este convívio. O requisito – este sim, imprescindível – 
para a formação da família no direito brasileiro é o respeito. 
 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 21 
 
 
O respeito é requisito obrigatório para o reconhecimento e constituição de uma família. Ele é 
caracterizado não somente por omissão, mas por atitudes concretas que realmente demonstrem 
a existência do respeito, ou seja, mediante atitudes comissivas. 
Ex.: Se um filho quer fazer uma faculdade de engenharia, em teoria, os pais devem respeitar esta 
particularidade do filho, e fornecer os meios que estejam ao seu alcance para que ele consiga 
exercer dignamente a profissão que ele entenda melhor se adequar a sua personalidade e às suas 
características vocacionais. 
Daí tiramos que a ideia de respeito é respeitar a opinião e particularidade do outro dentro da 
célula familiar. 
O respeito pode faltar não apenas nas relações dentre os pais e seus filhospequenos, mas 
também em outros casos, como por exemplo o desrespeito de filhos em idade produtiva para 
com seus pais já idosos. O direito brasileiro, além de proteger as relações entre pais produtivos 
e filhos pequenos, também intercede nas relações entre os filhos produtivos e os pais velhos, 
resguardando os também os direitos dos idosos. Ora, o respeito se estende a toda a relação 
familiar. 
A solidariedade (na qual o respeito está incluso) pode, portanto, acarretar danos morais ou 
materiais quando um membro da família desrespeita o outro causando-lhe um dano, tolhendo-
lhe um direito, ou restringindo sua personalidade. Desses danos caberá eventuais 
responsabilizações civis que acarretarão à indenizações. 
As indenizações por danos morais decorrem de danos à direitos da personalidade, e as 
indenizações patrimoniais decorrem de insuficiência financeira, e se consubstancia em alimentos. 
 
 
 
 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 22 
 
 
Quadro sinótico da construção do conceito de solidariedade familiar e seus 
desdobramentos 
 
 
SOLIDARIEDADE
Dever de solidariedade 
(respeitar, dar 
assitencia, apoiar, etc)
Possibilidade de 
responsabilização civil por 
danos gerados pela 
inobservância da 
solidariedade
Danos por omissão a 
uma assitência 
financeira
Indenização por dano 
patrimonial causado 
pela omissão 
(alimentos)
Danos à personalidade
Indenização por danos 
morais
Pressuposto objetivo -
Respeito (obrigatório)
Pressuposto subjetivo 
- Afeto (não 
obrigatório)
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 23 
 
 
4.3 A RESPONSABILIZAÇÃO POR DANOS MORAIS 
Antigamente, a corrente para a responsabilização de danos à direitos da personalidade seguia o 
pretium doloris (o preço da dor). Essa ideia foi superada pois ela não tem exatidão ou precisão 
jurídica, o que possibilitava diversas situações completamente subjetivos. Segundo essa corrente 
antiga, a indenização deveria basicamente converter em pecúnia o dano moral que fora causado, 
o que obviamente é algo incomensurável, além de extremamente subjetivo. 
A previsão expressa para a reparação de danos morais vem no artigo 5º da CF: 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e 
a imagem das pessoas, assegurado o direito a 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de 
sua violação; 
Esse inciso acabou com a discussão se caberiam ou não indenizações por danos morais no Brasil. 
O que ocorre é que o método da avaliação desse “preço da dor” mudou. O precursor desse novo 
pensamento foi o professor Carlos Alberto Bittar. Não se trata de qualquer “dor”, mas sim a dor 
decorrente da violação de um direito da personalidade. Os direitos da personalidade passam a 
ser o prisma para se saber quando há direito à indenização por danos morais e quando não há. 
Um exemplo específico é que não corre prescrição entre cônjuges, e, logo, também não entre 
conviventes (união estável). Também cabe indenização por danos morais o descumprimento de 
promessa de casamento – o que no direito se denomina Esponsais. Se uma pessoa promete 
casamento à outra, e essa promessa é descumprida, caberá indenização por descumprimento de 
Esponsais. 
A questão é que para haver responsabilização por Esponsais deve haver danos, e esses devem 
estar provados, ainda que sejam unicamente psíquicos, ou ainda constrangimento ou vexame 
público. É uma teoria chamada Damnum in re ipsa, ou seja, a indenização decorre da própria 
existência do dano. Se o dano comprovadamente existe, e tendo ele se dado em face de um dos 
direitos da personalidade, então ele deverá ser indenizado. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 24 
 
 
A alienação parental também pode acarretar em indenização por danos morais, desde que 
comprovado o dano a um direito da personalidade da criança. 
Ver capitulo 33 do volume 2 da coleção de direito civil do professor Senise para saber mais 
sobre a quantificação do direito moral, ou seja, quais são os critérios usados para se converter. 
Um dos exemplos de critérios por exemplo é a situação patrimonial do agente. Uma grande 
crítica que se faz aos tribunais é que eles usam alguns critérios para fixação do valor da 
indenização que são completamente dissociados da realidade ou mesmo da justiça posta por 
princípios constitucionais, como o critério da situação financeira da vítima, por exemplo. 
A condição financeira da vítima faz com que a vítima pobre receba menos do que a rica, o 
que é claramente uma violação à isonomia entre as pessoas. Outra crítica é que muitas 
decisões dos tribunais limitam o valor das indenizações para tentar evitar um suposto 
enriquecimento ilícito, quando na verdade esse tipo de condenação deveria naturalmente ser 
alto para ter tanto um caráter indenizatório quanto um caráter inibitório, ou seja, que impeça 
a perpetuação de novas agressões ao direito eventualmente ferido. 
5 ALIMENTOS – A RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS PATRIMONIAIS 
5.1 OBRIGAÇÕES QUE ANTECEDEM A RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL 
As relações familiares geram deveres para cada membro. Esses direitos não são apenas 
relacionados com a preservação dos direitos da personalidade (aspecto moral), mas também 
uma função de subsistência (aspecto material). 
A subsistência se dá por meio da concessão de alimentos. Os alimentos podem ser naturais ou 
civis. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 25 
 
 
5.1.1 Os alimentos Naturais 
Gêneros alimentícios. Cuidado pois alimentos naturais para a lei não é “alimentos in natura”, ou 
seja, não se trata de alimentos adquiridos de forma natural apenas, mas sim qualquer alimento, 
inclusive os industrializados. 
AULA 04 – 10 DE FEVEREIRO DE 2014 
5.1.2 Os alimentos 
civis 
São os alimentos 
relacionados com os 
demais fatores de 
desenvolvimento da 
personalidade. 
Obviamente, não são 
apenas de alimentos 
“stricto senso” que 
alguém vive. Por isso há 
os alimentos civis. 
Em outras palavras, 
alimentos civis 
representam tudo aquilo que a pessoa necessita para viver dignamente além dos alimentos 
naturais. Aqui entra o vestuário, teto, educação, cultura, lazer, entretenimento, etc. 
Assim, enquanto os alimentos naturais dizem respeito às necessidades biológicas e fisiológicas 
de cada um de nós, os alimentos civis dizem respeito a outros fatores fundamentais para o 
desenvolvimento da personalidade, como moradia, educação, vestuário, lazer, cultura, etc. Esses 
alimentos são considerados alimentos civis. 
Lembrete – Formação da família 
Pressuposto objetivo – Respeito: No sentido de 
cooperação de todos da família para o desenvolvimento 
comum. 
Pressuposto subjetivo – Afeto: Não é obrigatório, mas 
é muito importante pois criou diversas ramificações e 
dispositivos de direito de família, como a adoção, a 
união estável homo afetiva, as relações de enteado, 
padrasto, madrasta, etc. 
 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 26 
 
 
5.2 INÍCIO DO DIREITO À ALIMENTOS 
Obviamente, todo aquele com direito à personalidade tem direito aos alimentos, se for o caso. 
Esse entendimento é muito claro se levado em consideração os já nascidos com vida, e portanto 
claramente protegidos pele caput do artigo 2º do CC. Entretanto, há ainda a situação dos 
nascituros, que ainda não nasceram e por isso não tem direito pleno à sua personalidade. Afinal, 
quando de fato se dá o início do direitos aos alimentos? 
A resposta é que desde a concepção2 o nascituro tem direito à alimentos, uma vez que o código 
civil, ao tratar de personalidade, salvaguarda sim aos nascituros os direitos que lhe seriam 
devidos somente a partir do nascimento com vida: 
Art. 2o A personalidadecivil da pessoa começa do 
nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a 
concepção, os direitos do nascituro. 
Esses alimentos devidos ao nascituro visam promover uma gestação adequada para a mãe e o 
feto, nos casos em que a hipossuficiência materna possa ser prejudicial a tal gestação. À esses 
alimentos se deu o nome de alimentos gravídicos. Nem sempre os alimentos gravídicos foram 
aceitos juridicamente, mas hoje em dia a teoria concepcionista prevalece, no sentido de que os 
alimentos gravídicos são resguardados. 
A lei que trata dos alimentos gravídicos é a 8.204 de 2008. Os alimentos gravídicos são aqueles 
que se destinam ao nascituro, muito embora sejam diretamente usufruídos pela mãe. Há um 
procedimento específico para pleitear os alimentos gravídicos. O réu é citado para contestar a 
ação em cinco dias, com ou sem a fixação de alimentos provisórios. 
Alimentos provisórios nos alimentos gravídicos 
 
 
2 A concepção para o direito brasileiro se dá com a nidação. A nidação é o estágio em que o embrião – feto 
constituído resultado da união bem sucedida dos gametas masculino e feminino – se cola na parede do útero 
materno. Isso se dá após alguns dias da fecundação bem sucedida. Para mais informações, ver julgamento pelo STF 
da constitucionalidade da lei de biossegurança, com destaque para a defesa brilhante do então advogado e professor 
– agora ministro – Luiz Roberto Barroso. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 27 
 
 
Os alimentos provisórios, para serem concedidos, devem conter em sua fundamentação o fumus 
boni iuris e o periculum in mora. O periculum in mora é muito claro nesses casos pois a não 
concessão pode comprometer a gravidez. O fumus boni iuris é mais complicado, pois nem sempre 
há a certeza de quem é o pai. O que ocorre é que nesses casos há uma flexibilização do instituto, 
uma vez que muitas vezes a não concessão dos alimentos provisórios pode comprometer 
seriamente ou até fatalmente a gestação. 
Além disso, há o risco sério de a demanda perder o objeto caso tais alimentos gravídicos 
provisórios não sejam concedidos, pois sabe-se que as probabilidades de a tutela definitiva 
demorar mais do que a própria gestação em si é bastante alta. 
5.3 MAIORIDADE 
Desde o nascimento com vida, todos os filhos, independentemente de sua origem, tem direito à 
alimentos, até que eles atinjam a maioridade. 
Se embora alcançada a maioridade, há ainda uma incapacidade, esse incapaz pode continuar a 
receber alimentos. Sendo assim, a idade é somente um dos critério para a incapacidade. As 
demais também fazem jus aos alimentos, ou seja, a prestação alimentícia advém de uma 
incapacidade do alimentado que faz com que haja por parte dele uma necessidade, e 
simultaneamente uma possibilidade do alimentante em prestar tais alimentos. Veremos isso 
mais detalhadamente mais tarde. 
Por exemplo, os alimentos existem reciprocamente entre cônjuge e conviventes desde o início 
da união estável ou casamento. 
5.4 OS DOIS ASPECTOS DOS ALIMENTOS 
5.4.1 Aspecto subjetivo 
O direito aos alimentos é personalíssimo. É um direito da personalidade. Tal direito é 
intransmissível, inalienável, impenhorável e imprescritível. Note que o direito em si não 
prescreve, mas sim sua pretensão econômica, como veremos. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 28 
 
 
Os alimentos constituem um direito de natureza não econômica. São direitos vitalícios, no 
sentido de que podem ser pleiteados em qualquer fase da vida da pessoa. São ainda direitos 
indisponíveis de forma relativa. 
Um direito indisponível é aquele que não pode ser denunciado, mas notem que a 
indisponibilidade é relativa, então ela é mitigada de modo a permitir situações onde, por exemplo, 
o cônjuge possa renunciar aos alimentos, e a mãe possa transigir quando os alimentos versarem 
de seus filhos. 
5.4.2 Aspecto patrimonial 
O direito aos alimentos tem uma faceta dupla. O aspecto patrimonial dos alimentos se 
consubstancia na pensão alimentícia. Os aspectos patrimoniais dos alimentos são prescritíveis, e 
disponíveis. 
5.5 REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DOS ALIMENTOS 
É o famosos binômio possibilidade/necessidade. 
5.5.1 Possibilidade do alimentante 
Consiste na possibilidade financeira do devedor dos alimentos em presta-los. É uma via de mão 
dupla: Não basta haver necessidade na outra ponta, o alimentante deve conseguir prestar os 
alimentos ao alimentando sem ter que ser privado de seu próprio sustento para tanto. 
5.5.2 Necessidade do alimentando 
A necessidade do alimentando consiste na imprescindibilidade de uma complementação 
econômica em favor do credor do débito alimentar com a finalidade de auxilia-lo na obtenção de 
suas necessidades básicas (alimentos civis). 
Há casos em que a necessidade do alimentado é presumida legalmente, como os menores, 
nascituros, incapazes, etc. 
Note que é necessário é o que é imprescindível, e não somente o que é útil. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 29 
 
 
5.6 PRESCRIÇÃO 
Como não corre prescrição entre os cônjuges durante o casamento, os alimentos podem ser 
cobrados até dois anos após o divórcio, desde que não tenha havido renúncia. 
Também não corre prescrição contra o absolutamente incapaz. Isso significa que se a genitora 
for negligente em pedir os alimentos em nome do filho enquanto ele era absolutamente incapaz, 
este poderá ao completar dezesseis anos (relativamente incapaz), durante dois anos, pedir os 
alimentos que são devidos a partir de então, somados a TODOS OS OUTROS QUE LHE SERIAM 
DEVIDOS AO LONGO DE SUA VIDA E QUE NÃO FORAM PAGOS. Em outras palavras, ele pode pedir 
nessa ação a somatória de dezesseis anos de alimentos não pagos, uma vez que tais prestações 
lhe seriam devidas e não correu contra ele a prescrição. 
Se ele deixar passar os dois anos da prescrição após ele completar dezesseis anos, ele poderá 
pedir alimentos, mas somente os que seriam devidos até então, não mais os anteriores à 
incapacidade relativa, pois estes, agora sim, já prescreveram. 
Então, como vemos, a prescrição diz respeito às parcelas que distam de mais de dois anos do 
ajuizamento da ação. Um detalhe importante é a questão referente à interrupção da prescrição. 
Em regra, a interrupção deveria se dar com a citação válida, mas como essa pode demorar muito, 
o que colocaria em risco o direito do alimentando, há uma interpretação favorável ao credor 
alimentício, no sentido de que essa interrupção se dá já com o ajuizamento da ação3. 
AULA 06 – 14 DE FEVEREIRO DE 2014 
 
 
3 Sinceramente eu acho desnecessária uma construção doutrinária para garantir a interrupção da prescrição no 
momento da propositura da ação pelo credor alimentício. Ora, o art. 219, §1º, CPC é bastante claro ao afirmar que 
“A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação”, ou seja, a própria lei já deixa clara a incidência 
da previsão de que a citação válida fará com que a interrupção da prescrição retroaja à data da propositura da ação, 
o que dispensa uma construção doutrinária que tente garantir essa mesma disposição por vias de interpretação do 
texto legal. Em outras palavras, não há sentido usar a doutrina como fonte deste direito se a própria lei já o garante 
de forma expressa. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 30 
 
 
5.7 ALIMENTOS PARA A CRIANÇA E ADOLESCENTE 
A lei distingue criança e adolescente no estatuto da criança e do adolescente. Para a lei, criança 
é aquela que possui até doze anos incompletos, e adolescente é aquele que possui de doze a 
dezoito anos incompletos. 
Lei 8069/90. Art. 2º Considera-se criança, para os efeitosdesta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, 
e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. 
Se a necessidade do menor não puder ser suprida pelo devedor, caberá aos avós complementar 
ou pagar toda a pensão. 
Antigamente, a obrigação alimentar era automaticamente extinta com a maioridade do 
alimentando. Hoje em dia, entende-se que o simples fato de se atingir a maioridade por si só não 
acarreta automaticamente na extinção da obrigação. O STJ entende que há inclusive uma 
presunção relativa de que o binômio possibilidade e necessidade continuam ocorrendo. 
Entende também o STJ que o filho ou a filha, regularmente matriculado em ensino superior, pode 
receber alimentos até a idade que completaria vinte e quatro anos. 
5.8 ALIMENTOS EM PROL DO IDOSO 
No novo sistema familiar estabelecido pela constituição 
federal, o idoso passa a participar e também pleitear 
seus direitos com base legal e constitucional. Como 
membro da família, pelo CC art. 1694, há a possibilidade 
de pleito de alimentos. 
Os alimentos podem ser devidos ao idoso. Então, os pais 
tem obrigação de alimentos para com filhos quando 
esses são incapazes, e, em contrapartida, os filhos, 
depois de capazes, tem obrigação de alimentos para com 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 31 
 
 
os pais que tem suas condições financeiras supervenientemente pioradas. 
É possível ainda a concessão de alimentos provisionais em favor do irmão idoso. 
5.9 PENSÃO ALIMENTÍCIA ENTRE PARENTES 
Em tese não haveria nenhum óbice para se requerer pensão alimentícia aos irmãos, tios e primos. 
No entanto, a regra da ordem deve ser respeitada. Então, só se pode cobrar de parentes 
colaterais depois de esgotadas as possibilidades de se requerer os alimentos dos parentes em 
linha reta. 
O STJ no entanto já se manifestou contrariamente à pensão alimentícia entre tios e sobrinhos, 
em decisão da ministra Nancy Andrigui em 2008. 
5.10 CONCURSO DE DEVEDORES 
Às vezes, torna-se necessário para suprir o que o credor alimentício precisa para sua subsistência 
a complementação de sua pensão alimentícia. 
Em razão dessa necessidade de complementação é que existe a possibilidade de 
complementação da pensão. Pela complementação, é possível uma situação que um filho receba 
alimentos simultaneamente de seu pai e de seus avós. 
Quando o pai não pode ajudar, os avós são chamados a pagar; se a ajuda do pai é insuficiente, 
os avós são chamados a complementar. 
5.11 OBSERVAÇÕES FINAIS IMPORTANTES 
Os alimentos são periódicos (pois servem à necessidade das pessoas) e sucessivos. Normalmente 
os alimentos são mensais, mas nada impede que ela tenha outra periodicidade. 
Os alimentos são irrepetíveis, ou seja, não se sujeitam à compensação, mesmo que o pagamento 
foi feito indevidamente. 
A pensão é variável, uma vez que depende da necessidade de um e a possibilidade de outro, e 
essa duas coisas variam durante a vida. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 32 
 
 
Dentre as dívidas civis, as dívidas alimentares são cumpridas em primeiro lugar, até porque, como 
o próprio nome já diz, elas tem cunho alimentar, e estão atreladas diretamente à subsistência de 
uma pessoa. 
5.12 O PROCEDIMENTO DA AÇÃO DE ALIMENTOS 
5.12.1 Início do procedimento 
A lei de alimentos - lei 5478/68 - estabelece o procedimento da ação de alimentos, ou seja, do 
processo de conhecimento para fixação de pensão alimentícia. 
A lei de alimentos admite na propositura da ação o pedido de alimentos provisórios, que podem 
ser concedidos liminarmente, de forma “inaudita altera parte”. 
Os requisitos são os mesmos do artigo 282. O valor da causa é o equivalente a somatória de 12 
parcelas, que compõe a anuidade da prestação. 
Na causa de pedir, o autor disporá sobre a situação econômica do autor e do réu. Se o autor for 
absolutamente incapaz, ela será proposta pelo responsável legal. Se ele for parcialmente incapaz, 
será proposta pelo alimentando com assistência de sua mãe ou responsável legal. 
Após receber a inicial, o juiz poderá conceder liminarmente os alimentos provisórios. Note que a 
liminar não se confunde com a antecipação de tutela. A concessão da liminar é processualmente 
muito mais fácil de ser obtida – pelos seus requisitos – do que a antecipação de tutela. 
5.12.2 Audiência de Conciliação e de julgamento 
Há então uma audiência de conciliação para que as partes busquem alcançar um valor que 
melhor consiga compor o binômio. Não sendo obtida a conciliação, procede-se com a oitiva de 
até três testemunhas, e então o juiz procede o julgamento. 
Na ação de alimentos, havendo menoridade ou outro tipo de incapacidade, a intervenção do 
ministério público é obrigatória. Nos termos do CPC, o MP sempre intervirá como fiscal da lei 
com vista dos autos e após as partes. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 33 
 
 
A lei de alimentos estabelece que 
havendo acordo, o juiz extinguirá a 
ação, com resolução do mérito, com 
fulcro no artigo 269 do CPC. Não 
havendo acordo, o juiz realizará a 
produção de provas, e finda a fase 
instrutória abrirá às partes vista para 
apresentação de alegações finais. Em 
seguida o MP emitirá seu parecer e 
então é prolatada a sentença. 
A sentença que concede ou denega 
alimentos está sujeita ao recurso de 
apelação. A sentença que concede os 
alimentos é condenatória. 
5.12.3 Relações jurídicas de 
natureza continuada 
A sentença que julga relações deste 
tipo – que é o caso da ação de 
alimentos – fazem coisa julgada em 
relação à condenação, mas não em 
relação ao quantum debeatur. 
Dessa forma, a prestação 
jurisdicional se presta a dizer que a 
responsabilidade de arcar com os alimentos existe, e que, naquele momento, a pecúnia que 
instrumentaliza essa relação é o valor da condenação. Esse valor devido no entanto pode ser 
alterado, já que ao longo do tempo o binômio necessidade e possibilidade podem se alterar. Essa 
construção lógica, especialmente no sentido de que a coisa julgada da ação de alimentos não 
atinge o quantum debeatur, é que se faz possível a existência da... 
Lembrete - Quadro das sentença 
Declaratória = Meramente 
declaratória 
Declaratória + modifica situação 
jurídica = constitutiva 
Declaração + modificação + reparação 
= condenatória 
Declaração + modificação + reparação 
+ auto exequibilidade = mandamental 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 34 
 
 
5.13 AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS 
A ação revisional de alimentos existe para reequilibrar o valor pecuniário da prestação alimentícia 
com o fim de refletir uma mudança no binômio necessidade x possibilidade. 
5.14 AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS 
É uma ação cabível somente pelo devedor de alimentos em face de seu credor. A exoneração 
tem lugar quando finda a obrigação de alimentar, seja por não mais haver os requisitos legais 
para tanto (como ter cessado a incapacidade civil e o outrora alimentado poder subsistir sozinho), 
seja por uma mudança no quadro necessidade e possibilidade que torne sem sentido a 
continuidade da prestação alimentar. 
5.15 EXECUÇÃO DE ALIMENTOS 
A execução dos alimentos é devida nas situações em que há alimentos devidos mas não pagos. 
Só pode ser promovida por quem tem um título executivo, pois é um processo de execução. Tal 
execução pode ocorrer com base em um título definitivo, como a sentença, ou um título 
provisório, como a decisão que concede os alimentos provisórios. 
A execução também pode ser promovida por título extrajudicial, desde que ele tenha sido 
constituído corretamente, na forma dos títulos extrajudiciais trazida pelo CPC. 
A execução provisória de alimentos, por serem os alimentosirrepetíveis e não se sujeitarem à 
compensação, obriga, uma vez citado o réu, a realizar o pagamento em 72 horas sob pena de 
penhora dos bens ou até prisão civil do executado. 
5.15.1 As formas de execução 
A execução pode se dar com o pedido de prisão e sem o pedido de prisão civil. 
5.15.1.1 Sem pedido de prisão civil 
Se dá com a nomeação de bens à penhora. Segue o rito do artigo 732 do CPC. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 35 
 
 
Art. 732. A execução de sentença, que condena ao 
pagamento de prestação alimentícia, far-se-á conforme 
o disposto no Capítulo IV deste Título. 
Parágrafo único. Recaindo a penhora em dinheiro, o 
oferecimento de embargos não obsta a que o exeqüente 
levante mensalmente a importância da prestação. 
5.15.1.2 Com pedido de prisão civil 
A prisão civil se refere somente às três parcelas anteriores ao ajuizamento da ação e as que se 
vencerem no decorrer do processo. Se dá com fulcro no artigo 733 CPC. 
Art. 733. Na execução de sentença ou de decisão, que 
fixa os alimentos provisionais, o juiz mandará citar o 
devedor para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento, 
provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-
lo. 
§ 1o Se o devedor não pagar, nem se escusar, o juiz 
decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) 
meses. 
§ 2o O cumprimento da pena não exime o devedor do 
pagamento das prestações vencidas e vincendas. 
(Redação dada pela Lei nº 6.515, de 26.12.1977) 
§ 3o Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o 
cumprimento da ordem de prisão. 
A limitação das três parcelas anteriores ao ajuizamento tem lugar por causa da súmula 309 do 
STJ. 
STJ Súmula nº 309 - 27/04/2005 - DJ 04.05.2005 - 
Alterada - 22/03/2006 - DJ 19.04.2006 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 36 
 
 
Débito Alimentar - Prisão Civil - Prestações Anteriores ao 
Ajuizamento da Execução e no Curso do Processo 
 O débito alimentar que autoriza a prisão civil do 
alimentante é o que compreende as três prestações 
anteriores ao ajuizamento da execução e as que se 
vencerem no curso do processo. 
Esse entendimento do STJ passou a ser adotado desta forma em razão de um problema com as 
ações de alimentos. Ocorria que muitas mães deixavam os alimentos acumular durante muitos 
anos para cobra-los. Dessa forma, sendo a prisão referente à somatória de todo este período, é 
evidente que muitas vezes era completamente impossível para o devedor alimentar pagar seu 
débito e conseguir se livrar do encarceramento, o que é totalmente contra a ideia da lei. 
Entendeu-se por fim que os alimentos visam a subsistência do período em que eles são pagos. 
Oras, então não há sentido cobrar os alimentos imputando a prisão civil quando já se passaram 
anos da prestação original. Vejam que a cobrança desses alimentos, embora seja devida, já não 
tem mais caráter alimentar propriamente dito: o período já passou, e o alimentando sobreviveu 
a ele de outra forma. 
Por isso, os alimentos cobrados antes dos três meses são alimentos indenizatórios, e não fazem 
jus a maior punição do direito brasileiro que é a limitação ao direito à liberdade. É essa construção 
por trás da súmula 309. 
Portanto, se alguém quer cobrar uma dívida alimentícia referente ao período entre jan/2013 até 
jan/2014, e ajuíza a ação em jan/2014, ele terá na verdade de ajuizar duas ações, sendo uma pelo 
rito do 732 – com penhora, sem pedido de prisão – referente ao período entre janeiro de 2013 
até setembro de 2013, e outra ação pelo rito do 733 – com pedido de prisão – referente ao 
período entre outubro de 2013 (três meses antes da propositura) até tantos meses quanto 
passem sem pagamento no desenrolar do processo. 
AULA 07 – 17 DE FEVEREIRO DE 2014 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 37 
 
 
A súmula 309 e a previsão legal para a prisão civil tem um suposto impacto com o que versa o 
pacto de San Jose da Costa Rica. 
O STF derrubou a prisão civil que anteriormente era cabível contra o depositário infiel, mas não 
o fez com as prisões civis por inadimplemento de crédito alimentar, pois o pacto é silente no que 
se refere aos alimentos. 
5.16 EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS 
Mas afinal, quando se extingue o dever de prestar alimentos? 
Existem algumas situações: 
5.16.1 A morte 
A morte gera a extinção de tudo. Mors omnia solvit – “A morte tudo resolve”. Os alimentos não 
são exceção. A morte é um caso de cessação automática dos alimentos, bastando a simples 
juntada do óbito para haver a oficialização da exoneração. 
5.16.2 Impossibilidade do devedor em continuar pagando a pensão 
Pois nessa ocasião há a quebra do binômio no que tange à possibilidade do alimentante. Nesse 
caso deve haver um processo específico, devendo-se provar que a impossibilidade de pagamento 
é definitiva, e não transitória, pois se for uma impossibilidade temporária não há a exoneração, 
mas no máximo a suspensão dos alimentos. 
É exemplo de impossibilidade absoluta a incapacidade absoluta superveniente. 
5.16.3 Desnecessidade do recebimento da pensão 
Se o devedor demonstrar que não é mais necessária a obtenção da pensão pelo alimentante, 
torna-se possível a exoneração da pensão, pois há a quebra do binômio, dessa vez na outra ponta, 
ou seja, na necessidade do alimentando. 
5.16.4 Emancipação do alimentando 
Não é somente a maioridade que gera emancipação, mas outros fatores previstos no código civil. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 38 
 
 
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, 
quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os 
atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a 
incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do 
outro, mediante instrumento público, 
independentemente de homologação judicial, ou por 
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 
dezesseis anos completos; 
Esse é o caso da concessão dos pais, que podem emancipar os filhos. 
II - pelo casamento; 
A idade mínima para casamento no brasil é 16 anos, essa é a idade para contrair núpcias, 
denominada “idade núbil”. No caso de gravidez precoce, é possível o casamento até com 
quatorze anos. 
Sendo assim, o casamento as torna plenamente capazes. O detalhe é que esse casamento deve 
ser autorizado pelos pais e homologado pelo juiz. A pessoa plenamente capaz pode praticar todos 
os atos e negócios jurídicos. O casamento é uma das formas de emancipação legal. A pergunta é, 
no caso de um menor que se casa, os alimentos ainda são devidos? 
A presunção nesse caso é relativa. A exoneração não vem de forma automática, devendo o 
interessado provar em juízo que o casamento com o cônjuge do alimentando possibilita toda a 
subsistência necessária para o(a) então alimentando. 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
Essa hipótese tem se tornado cada vez mais rara, uma vez que os empregos públicos tendem a 
exigir idade mínima em seus editais. 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 39 
 
 
A colação de grau em um curso de ensino superior gera a emancipação de um relativamente 
incapaz. 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela 
existência de relação de emprego, desde que, em função 
deles, o menor com dezesseis anos completos tenha 
economia própria. 
É o caso que se dá mediante registro de emprego em carteira de trabalho. Se há a emancipação 
por esse caso, ainda há uma presunção relativa de necessidade. 
A constituição de sociedade empresarial com renda própria também entra como caso de 
emancipação por analogia. 
5.16.5 E a Maioridade? 
Atualmente, não é a maioridade por si só quegera a presunção de exoneração. Para isso, é 
preciso que o processo de exoneração sob o crivo do contraditório traga elementos que 
comprovem a desnecessidade de alimentos. Nesse sentido: 
STJ Súmula nº 358 - 13/08/2008 - DJe 08/09/2008 
Cancelamento de Pensão Alimentícia de Filho - 
Maioridade - Contraditório 
O cancelamento de pensão alimentícia de filho que 
atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, 
mediante contraditório, ainda que nos próprios autos. 
Então, não basta somente a maioridade, mas sim que outras provas sejam juntadas aos autos, 
no sentido de corroborar para o entendimento da independência do alimentando. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 40 
 
 
5.17 ALIMENTOS EM SEDE DE CAUTELAR 
A medida cautelar de alimentos trata de tutela de urgência que pode ser solicitada antes da ação 
de alimentos. Para que uma pessoa pleiteie alimentos em caráter definitivo ela deve recolher 
uma série de documentos que comprovem o fumus boni iuris e o periculum in mora. 
Muitas pessoas confundem alimentos provisórios com alimentos provisionais. A diferença está 
no tipo de processo em que eles são deferidos. Ambos consistem em alimentos concedidos 
liminarmente, ou seja, antes da tutela definitiva jurisdicional. 
A distinção entre eles é simples, e se dá da seguinte forma: 
Processo de cognição – alimentos provisórios 
Processo cautelar – Alimentos provisionais 
6 CASAMENTO 
Casamento é a união formal ou solene entre 
um homem e uma mulher com o objetivo de 
constituir família. 
O casamento no sistema brasileiro é monogâmico, 
solene, heterossexual (no sistema positivo), e tem 
dois pressupostos – um pressuposto objetivo que é a 
união formal, e o subjetivo que é a affectio maritalis, 
ou seja, a intenção de constituir família. 
Lembrar que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) 
determinou que os cartório de registro civis de todo 
o país, por meio das corregedorias gerais de justiça de cada estado, adotassem o procedimento 
para reconhecer o casamento de pessoas do mesmo sexo, sejam essas masculinas ou femininas. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 41 
 
 
6.1 NATUREZA JURÍDICA 
Há teorias que buscam atingir a natureza jurídica do casamento: 
6.1.1 Contratualista 
O casamento é um contrato, pois é um acordo de vontades. 
A crítica que se faz a essa teoria é que o casamento envolve também questões extrapatrimoniais 
que não se pode resumir contratualmente. Embora haja uma faceta patrimonial (regime de bens), 
há uma série de outros fatores extrapatrimoniais que envolvem direitos personalíssimos, como 
os da personalidade, além de toda aquela construção da solidariedade que tratamos 
anteriormente. 
6.1.2 Institucionalista 
A maior parte dos religiosos segue essa corrente. Dizem os institucionalistas que o casamento 
não é um simples contrato, mas sim uma instituição, sendo ele a grande instituição do direito de 
família. 
A crítica a esta teoria é que dizer que algo é uma instituição é algo extremamente vago que na 
verdade não define nada, muito menos a natureza jurídica. Nós podemos dizer, por exemplo, 
que a ONU; a Defensoria Pública, Uma ONG, uma associação, um clube, e o Wal-Mart, são todos 
instituições. Percebem como esse termo não define? Percebem como ele é vago? 
6.1.3 Ecléticos 
É mais uma da série “teorias mistas”. Vários autores famosos a defendem, inclusive a 
Maria Helena Diniz e Carlos Roberto Gonçalves. Para os adeptos dessa teoria, o casamento em 
sua formação é um contrato, mas em sua execução uma instituição. 
Dessa forma, o momento da celebração é respeitado como uma avença bilateral entre as partes, 
enquanto que na execução é tratado como uma instituição – o que previne a questão da 
patrimonialidade e extrapatrimonialidade que é a crítica realizada ao sistema contratualista. O 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 42 
 
 
problema é que essa teoria continua sendo vaga ao definir que a execução é meramente 
instituição. 
6.1.4 Negocial 
O casamento não é contrato e claro que é uma instituição, mas ele precisa ter uma natureza 
jurídica bem definida. 
Defendem essa tese juristas como Orlando Gomes, e Roberto Senise Lisboa. 
Para essa corrente, parte-se de um pressuposto já pacifico que é o de que a separação consensual 
e o divórcio consensual são negócios jurídicos. Logo, se separação e divórcio são negócios 
jurídicos, não só o que desconstitui tem caráter negocial como também o que constitui. Por isso, 
o casamento também é negócio jurídico. Lembremos que os contratos estão dentro dos negócios 
jurídicos, que são um gênero. 
6.2 FINALIDADE 
Na antiguidade, a função do casamento era a procriação e fortalecimento dos exércitos. O 
cristianismo “romantizou” o casamento. Após o cristianismo, a função do casamento continuava 
sendo a de procriação, mas com um enfoque social, repugnando ainda as relações sexuais que 
não originassem descendência. 
Hoje em dia, a constituição de prole é considerado um objetivo acidental, e não principal. 
O objetivo jurídico principal do casamento é o desenvolvimento recíproco dos direitos da 
personalidade de cada um dos cônjuges. 
6.3 PROVA DO CASAMENTO 
O casamento se prova com a certidão de casamento expedida pelo estado, no caso o oficial do 
cartório de registro civil competente. O estado é laico, e por isso o único casamento que vale 
para o estado brasileiro é o casamento civil, sendo que nenhum outro casamento religioso vale 
como prova para isso. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 43 
 
 
Ok, então sabemos que o único meio de prova do casamento perante terceiros é a apresentação 
da segunda via de certidão de casamento. Mas agora, imaginemos uma situação em que não há 
como se obter uma segunda via do casamento. E agora, como se prova? 
Simples, é pela... 
6.3.1 Ação de posse do estado de casada 
Deve ser proposta uma ação judicial chamada posse do estado de casado. Ela serve para que o 
juiz, por outros meios de prova, declare a existência do casamento, sendo que essa ação tem 
como finalidade suprir a falta de certidão de casamento. 
A sentença que o juiz exara é averbada no cartório de registros civis, que elaborará uma nova 
certidão. Na sentença o juiz dirá quando que o casamento teria ocorrido, ou seja, essa sentença 
tem efeitos ex tunc (retroativos). 
6.3.1.1 Meios de prova indiretos para comprovação do casamento 
O nome - Havendo a coincidência de sobrenomes, serve de prova para o casamento. Esse 
requisito é o único não obrigatório 
O tratamento – Deve haver a existência de uma relação íntima entre homem e mulher 
A fama - As demais pessoas devem tratar os dois como casal 
AULA 08 – 21 DE FEVEREIRO DE 2014 
7 CERIMONIA DO CASAMENTO 
7.1 REQUISITOS 
7.1.1 Capacidade matrimonial 
A capacidade matrimonial é adquirida com 16 anos de idade. Ninguém no Brasil pode se casar 
com menos de dezesseis anos a não ser que o estado juiz, em caráter de exceção, autorize isso. 
 
Por Rommel Andriotti Direito de Família 44 
 
 
O código civil estabelece duas hipóteses para o casamento de quem tem menos de dezesseis 
anos: 
Gravidez – Ocorre quando a menina engravida antes da idade núbil. 
Evitar sanção criminal – Ocorre quando o juiz autoriza o casamento para evitar sanção criminal 
contra o agente de um crime sexual em face da menor que deseja se casar. Obviamente que isso 
requer o consentimento dos envolvidos. 
7.2 PROCEDIMENTO 
Há um procedimento para o casamento, denominado habilitação de casamento. 
No direito romano, a cerimônia do casamento tinha três procedimentos: 
Com farreatio – O casamento dos 
patrícios, que consistiam em festas 
que poderiam durar muitos dias. 
Há uma curiosidade

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