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Direito Tributário II - 8 sem - 2013-2

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Direito Tributário 
"Nada é mais certo neste mundo do que a morte e os impostos." Benjamin Franklin
Por Rommel Andriotti 
2º Semestre de 2013 
Direito Tributário II Por Rommel Andriotti � de �1 19
Introdução 
Olá caro colega, e seja bem vindo ao maravilhoso mundo do Direito! 
O resumo que você tem em mãos foi confeccionado com o maior esmero 
possível, e é resultado do meu entendimento das aulas que assisti e das pesquisas 
que realizei sobre o tema. 
Em razão disso, nenhum professor, aluno, instituição, ou mesmo eu próprio é 
responsável por este conteúdo. Ele foi elaborado como um caderno de estudante, e por 
isso não há garantia de isenção de erros. Entretanto, conforme mencionado, o que 
você lerá foi confeccionado com muita dedicação, e por isso certamente poderá 
acrescentar valor aos seus estudos. 
É importante ressaltar ainda que esse material não tem fins lucrativos. Você 
tem minha autorização para utiliza-lo como desejar, bem como para divulgar esse 
material a vontade. Conhecimento é para ser disseminado, multiplicado e perpetuado! 
Por fim, com a devida vênia, gostaria de com essas poucas palavras dedicar 
esse material ao meu espetacular pai, Ten. Cruz, que incutiu em mim o meu tesouro 
mais precioso - O meu Caráter. 
Como ler esse material 
Cada aula é iniciada com um título grande que indica o número da aula, a data 
que ela me foi lecionada, e seu tema principal. 
Ex.: 
Aula 52 (29.02.2008) - Os regimes de 
casamento 
Depois, vocês verão textos corridos, eventualmente divididos por outros títulos e 
subtítulos, como esse: 
As citações 
Quando eu for citar algum autor, jurisprudência, notícias, etc, eu seguirei padrões 
para facilitar a identificação do que esta sendo lendo. 
Normalmente o layout será esse: 
Quando eu fizer um comentário pessoal, ele estará escrito dessa forma, como 
anotações em um caderno. 
Se eu quero transcrever uma citação ou dica especifica do professor, a 
observação estará assim, em giz. 
Quando transcrevermos um artigo de lei, ele estará assim: 
Direito Tributário II Por Rommel Andriotti � de �2 19
CF. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade 
Ao transcrevermos uma sumula ou jurisprudência o layout será esse: 
STF Súmula nº 691 - 24/09/2003 - DJ de 9/10/2003, p. 5; DJ de 
10/10/2003, p. 5; DJ de 13/10/2003, p. 5. Competência - 
Conhecimento de Habeas Corpus Contra Indeferimento de 
Liminar em HC Impetrado em Tribunal Superior. 
Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas 
corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas 
corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar. 
(Conhecimento na Hipótese de Flagrante Constrangimento 
Ilegal - HC 85185, HC 86864 MC-DJ de 16/12/2005 e HC 90746-
DJ de 11/5/2007)
Doutrinas estarão na fonte times. 
Se eu for citar um filosofo ou mesmo um cientista antigo, a fonte será essa, como 
se escrito em papiro. 
Se faremos uma citação jornalística, a forma será a seguinte, em homenagem à 
máquina de escrever: 
Folha de São Paulo - 23/08/2013 - 23h40 
Brigas de Joaquim Barbosa com membros do STF são tema de matéria do 'New 
York Times' 
As brigas entre Joaquim Barbosa e os demais membros do (STF) Supremo Tribunal 
Federal foram tema de matéria do jornal americano "The New York Times" nesta 
sexta-feira (23). À publicação, o chefe do Judiciário brasileiro voltou a dizer que não 
pretende se candidatar a nenhum cargo. 
A matéria caracterizou Barbosa como uma pessoa "direta" e "sem medo de 
aborrecer o status quo". "Quando o presidente do Tribunal, Joaquim Barbosa, 
adentra a corte, os outros dez ministros se preparam para o que pode vir depois", 
escreveu o correspondente americano Simon Romero, que viajou do Rio à Brasília 
para a entrevista. 
"Ele é a força motriz por trás de uma série de decisões socialmente liberais", diz o 
texto, acrescentando a atuação do ministro virou motivo de fascínio popular. 
Além do recente episódio em que Barbosa acusou Ricardo Lewandowski de fazer 
"chicanas" no julgamento dos recursos do mensalão, Romero cita uma ocasião em 
que o juiz discutiu com Marco Aurélio Mello, sugerindo que este só virou ministro 
por ser parente do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Também foi mencionada 
uma briga em que o presidente do Supremo insinua que Gilmar Mendes tem 
"capangas", em resposta ao que julgou ser uma fala condescendente do colega, e a 
entrevista na qual disse que os juízes brasileiros de têm mentalidade "conservadora" 
e "pró impunidade". 
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/08/1331441-brigas-de-joaquim-barbosa-
com-membros-do-stf-e-tema-de-materia-do-new-york-times.shtml 
Direito Tributário II Por Rommel Andriotti � de �3 19
Por fim, estrangeirismos estarão em itálico (fumus boni iuris et Periculum in mora), e 
partes importantes estarão devidamente destacadas. 
Você pode ajudar na confecção desse resumo notificando quaisquer erros que 
você encontre ou me enviando material para complementarmos a aula. Estarei disponível 
24/7 no email: rommel.andriotti@outlook.com 
Enfim, espero que vocês gostem e aproveitem este material. 
Bons estudos! 
Rommel Andriotti
Aulas 01 - 02 (ago/2013) - Competência 
Competência é a capacidade que um ente político tem para criar um tributo. Tal 
competência é legislativa. 
Essa aula ainda não esta disponível em razão de minha ausência. 
Aula 03 (21.08.2013) - Imunidades 
tributarias 
DISCRIMINAÇÃO CONSTITUCIONAL DE RENDAS 
A discriminação constitucional de rendas refere-se a quais entes políticos ficarão 
com quais rendas tributárias. 
Regra 
O ente político competente arrecada um tributo e fica com 100% do produto de 
tal arrecadação. 
A exceção 
É a repartição das receitas tributarias (art. 157 - 162, e 153, parágrafo 5º, CF), 
onde o órgão político arrecadador é obrigado a dividir os rendimentos com outros entes 
políticos. 
São exemplos: 
01. Os rendimentos do IPVA não ficam inteiramente com o estado. 50% de tais 
rendimentos devem ser obrigatoriamente repassados para o município onde o carro é 
utilizado. 
CF. Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do 
imposto do Estado sobre a propriedade de veículos 
automotores licenciados em seus territórios; 
Direito Tributário II Por Rommel Andriotti � de �4 19
02. Os rendimentos que a união arrecada com o ITR (imposto territorial rural) 
devem ser repartidos em 50% com os municípios, havendo a possibilidade desses ficarem 
com a integralidade do imposto. 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do 
imposto da União sobre a propriedade territorial rural, 
relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade 
na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III; 
03. Os municípios tem o direito de ficar com a integralidade dos rendimentos do 
imposto de renda dos declarantes que recebem proventos provenientes do município. 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda 
e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre 
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias 
e pelas fundações que instituírem e mantiverem; 
Observe que esses são os principais exemplos, mas nos artigos supracitados 
existem vários outros. É importante ler esses artigos, tendo em vista que essas exceções 
são matérias de prova e conteúdo de OAB. 
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS 
É a incompetência das pessoas políticas para criar tributos para certas pessoas, 
seja em função de sua natureza jurídica,
seja porque essas pessoas encontram-se 
relacionadas com determinados bens, fatos e situações. 
Então, a constituição não apenas estabelece competências como também 
incompetências. 
São exemplos de imunidades: os templos de qualquer culto. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal 
e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
b) templos de qualquer culto; 
IPI sobre produtos de exportação também é exemplo. 
"Devemos exportar produtos, não tributos!" 
Art. 153. § 3º - O imposto previsto no inciso IV(IPI): 
 III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados 
ao exterior. 
Entre outros exemplos... 
Note que as imunidades advém principalmente de observâncias aos grandes 
princípios constitucionais (como a liberdade de culto). No caso da imunidade de IPI, o 
que ocorre é um incentivo a exportação. 
Direito Tributário II Por Rommel Andriotti � de �5 19
Cuidado pois a expressão imunidade tributaria é uma construção doutrinária, ou 
seja, não veremos esses termos nas leis tributárias. São situações de intributabilidade, 
segundo Regina Elena Costa e Carraza. 
IMUNIDADE VS ISENÇÃO 
Falaremos sobre isenção posteriormente, mas não confunda isenção com 
imunidade. São coisas distintas que não podem ser confundidas. A única coisa em 
comum é o efeito, que é o não pagamento do tributo. 
Os casos de imunidade são todos previstos constitucionalmente, enquanto as 
isenções são previstas nas leis infraconstitucionais. 
Em outras palavras, imunidades são hipóteses de não incidência 
constitucionalmente qualificada. Isenções são hipóteses de não incidência 
legalmente qualificada. 
O CTN trata de imunidades também, nos artigos 9º, e 12 a 14, mas ele é 
repetitivo, já que tal assunto já é tratado constitucionalmente. 
AS IMUNIDADES SÃO ALTERÁVEIS? 
Em termos práticos, as imunidades são alteráveis por meio de emendas 
constitucionais, já tendo havido supressões, modificações, etc. 
Essa questão é controvertida. A professora Anna Silvia acredita que as 
imunidades são clausulas pétreas, e que não podem ser alteradas por 
emendas constitucionais. 
Obrigações acessórias 
A imunidade tributaria alcança as obrigações acessórias? 
Não, A imunidade não é extensiva às obrigações acessórias. 
As imunidades tributárias são aplicáveis a qualquer tributo, nos termos da 
constituição, ou seja, não é porque um ente é imune a um tributo que ele será imune a 
todos os tributos. 
A constituição atual prevê imunidades em relação à impostos, à taxas, ou 
contribuições. 
Aula 04 (28.08.2013) - imunidades tributárias 
cont. 
Impostos 
Os casos a seguir são os mais importantes. Estudar para prova e OAB. Sao as 
chamadas... 
Imunidades genéricas 
Art. 150, VI, "a" e parágrafo 2º - 
Direito Tributário II Por Rommel Andriotti � de �6 19
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
Ou seja, todos os entes políticos 
VI - instituir impostos sobre: 
Ou seja, aqui temos os casos de imunidades de impostos. 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
Ou seja, um ente político não pode criar impostos uns pros outros. Esses 
impostos se referem a patrimônio, renda (IR), e serviços. Existe um nome doutrinário 
para essa imunidade, que é Imunidade Recíproca. É importante memorizar o nome 
pois a primeira fase OAB vem cobrando constantemente essa alínea. O que esta por trás 
dessa imunidade é a própria igualdade federativa. 
Temos complementarmente os parágrafos 2º e 3º: 
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se 
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas 
finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
Portanto, é a incompetência das pessoas políticas para instituir impostos uma das 
outras e das autarquias e fundações, nos termos da constituição. Por isso, a imunidade 
reciproca envolve tanto os entes políticos quanto às autarquias e fundações ligadas à eles, 
desde que hipóteses de incidência atinjam meios pelos quais essas autarquias atingem 
sua finalidade. Ex.: tributar o terreno da USP é impossível, pois o terreno é meio pelo 
qual ela atinge a finalidade, que é o estudo e formação. 
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não 
se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados 
com exploração de atividades econômicas regidas pelas 
normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que 
haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo 
usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de 
pagar imposto relativamente ao bem imóvel. 
O parágrafo 3º mostra situações em que não se aplica a imunidade recíproca, que 
é exploração de atividade economica (ex. Petrobras), ou que haja pagamento de tarifas 
pelo usuário (ex. Transporte público), e também não exonera o promitente comprador (ex. 
O comprador de um terreno estatal terá de pagar o tributo aplicável à transação). 
b) templos de qualquer culto; 
Então qualquer religião, mesmo as menos comuns, estão protegidas. 
O STF entende que a maçonaria não faz jus à proteção. 
Cuidado pois o parágrafo 4º se aplica ao caso: 
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", 
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, 
relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas 
mencionadas. 
Direito Tributário II Por Rommel Andriotti � de �7 19
Por isso, somente os meios pelos quais a atividade fim é alcançada são protegidos 
pela constituição. 
Mas então surge a dúvida: e nos casos dos anexos dos templos (estacionamento 
para fiéis, conventos, cemitérios, etc)? 
Entende-se majoritariamente que há proteção também, pois restringi-la somente 
ao local especifico do culto restringe também o acesso das pessoas ao mesmo. A questão 
no entanto não é pacifica. Por isso, após muita discussão, o STF emitiu súmula acerca de 
um assunto correlacionado, que por analise análoga passou a se aplicar aos cultos 
também: 
STF Súmula nº 724 - 26/11/2003 - DJ de 9/12/2003, p. 1; 
DJ de 10/12/2003, p. 1; DJ de 11/12/2003, p. 1.
Rendimentos de Aluguéis - Imunidade do IPTU - 
Condição - Propriedade dos Partidos Políticos, Entidades 
Sindicais e Instituições de Educação e de Assistência Social
 Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel 
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde 
que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades. 
Entende-se que essa sumula para alínea C se aplique também à B, e faz com que 
o aluguel seja lícito e mantenha a imunidade, desde que o dinheiro seja revertido para o 
culto alcançar o seu objetivo. 
No caso de o culto ser locatário de um determinado bem imóvel, a rigor não há 
direito. No entanto, como esse imposto pode repercutir, há prefeituras que reconhecem 
esse direito mesmo assim. Como a questão não é pacifica, é comum e até recomendável a 
judicialização da questão nos casos concretos. 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, 
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos 
trabalhadores, das instituições de educação e de 
assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os 
requisitos da lei; 
Alguns cuidados aqui: 
•Os sindicatos protegidos são somente os dos 
trabalhadores, e não os patronais. Os sindicatos patronais 
não têm essa imunidade. 
•Note que a expressão "sem fins lucrativos" destina-se 
especialmente às instituições de ensino, já que as outras 
instituições são flagrantemente sem fins lucrativos. Trata-
se aqui de uma norma de eficácia contida, uma vez que
uma lei limita a eficácia da norma, regularizando-a. A 
norma reguladora nesse caso é o art. 14 do CTN: 
CTN, Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é 
subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades 
Direito Tributário II Por Rommel Andriotti � de �8 19
nele referidas: 
I - não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas 
rendas, a qualquer título; 
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na 
manutenção dos seus objetivos institucionais; 
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros 
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. 
§ 1º - Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º 
do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do 
benefício. 
§ 2º - Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º 
são exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos 
institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos 
respectivos estatutos ou atos constitutivos. 
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", 
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, 
relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas 
mencionadas. 
Notem que aquela sumula do STF e aquele parágrafo 4º que usamos para os 
cultos também se aplicam à alínea c: 
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", 
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, 
relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas 
mencionadas. 
STF Súmula nº 724 - 26/11/2003 - DJ de 9/12/2003, p. 1; DJ de 
10/12/2003, p. 1; DJ de 11/12/2003, p. 1.
Rendimentos de Aluguéis - Imunidade do IPTU - Condição - 
Propriedade dos Partidos Políticos, Entidades Sindicais e 
Instituições de Educação e de Assistência Social
 Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU 
o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo 
art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis 
seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
Esta imunidade esta ligada à liberdade de imprensa e especialmente ao direito ao 
acesso à informação. Por isso, para esses casos, o conteúdo desses veículos transmissores 
de comunicação é irrelevante para a concessão da imunidade. 
Em relação ao conteúdo eletrônico (livros, revistas, etc), onde o suporte físico é 
outro, as imunidades persistem. 
O ouro 
Art. 155, parágrafo 22º, X, c 
Direito Tributário II Por Rommel Andriotti � de �9 19
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º; 
Não é qualquer tipo de transação aqui. O ouro pode ser usado de duas formas: 
como mercadoria ou como ativo financeiro. No caso desse artigo, na primeira situação 
incide ICMS, e na segunda IOF. 
Fusão, incorporação, cisão, ou extinção de pessoa jurídica 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato 
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de 
direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como 
cessão de direitos a sua aquisição; 
§ 2º - O imposto previsto no inciso II: 
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos 
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização 
de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos 
decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de 
pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade 
preponderante do adquirente for a compra e venda desses 
bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento 
mercantil; 
No caso de transferência de bens à/da pessoa jurídica na fusão, incorporação, 
cisão, ou extinção dela não incidirá o ITBI. 
Reforma agrária 
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, 
para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja 
cumprindo sua função social, mediante prévia e justa 
indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de 
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte 
anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização 
será definida em lei. 
§ 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais 
as operações de transferência de imóveis desapropriados para 
fins de reforma agrária. 
Em primeiro lugar, embora o parágrafo diga isentas, ele esta errado, pois aqui 
estamos diante de um caso de imunidade. 
Imunidades nas contribuições 
CF. Art. 195. § 7º - São isentas de contribuição para a 
seguridade social as entidades beneficentes de assistência 
social que atendam às exigências estabelecidas em lei. 
Essa previsão se une ao art. 150, VI, c, que nós já vimos. Logo, conclui-se que as 
instituições de assistência social são imunes aos impostos incidentes sobre patrimônio, 
bens e serviços e as contribuições sociais. 
Direito Tributário II Por Rommel Andriotti � de �10 19
Imunidades com relação às taxas de serviço 
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e 
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; 
A imunidade está na palavra gratuita. As custas processuais não são cobradas 
dos pobres no sentido jurídico, que nada mais são do que aqueles que não 
podem pagar as custas do processo senão em prejuízo de sua própria 
subsistência. 
CF. Art. 230. § 2º - Aos maiores de sessenta e cinco anos é 
garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos. 
Nesse caso, vemos mais uma imunidade a taxas, dessa vez envolvendo os idosos 
e seu acesso ao transporte público. 
Aula 05 (04.09.2013) - Capacidade 
Tributária 
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA 
É diferente de competência tributária. A competência tributária é a capacidade 
de criar tributos. Capacidade tributária ativa é a capacidade para fiscalizar e arrecadar 
tributos. 
Então, o detentor da capacidade tributaria ativa é o titular do credito Tributario, é 
poder ocupar o polo ativo da relação jurídica tributaria, é ter o direito subjetivo de exigir 
a importância de uma obrigação tributária. 
A lei indica o sujeito ativo de forma expressa ou implícita. 
Expressamente - A lei estabelece claramente quem é o responsável pela 
arrecadação. Por este meio, o legislador pode dizer quem é a pessoa política competente 
ou o terceiro. 
Implicitamente - a lei é omissa e o interprete tem de descobrir quem é o sujeito 
ativo. Nesses casos, aplica-se a regra de que tem capacidade ativa aquele que é 
competente para instituir o tributo. 
COMPETÊNCIA CAPACIDADE ATIVA
Conceito Capacidade para criar 
tributos mediante lei
Capacidade para fiscalizar 
e arrecadar tributos
Previsão normativa Na constituição Na lei
Pessoas Entes políticos Entes políticos e 
delegados (delegar)
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Parafiscalidade 
Toda a vez que há um terceiro ocupando o polo ativo há a chamada 
parafiscalidade. 
Delegação da capacidade tributária ativa que a pessoa política competente faz 
mediante lei para uma terceira pessoa de direito público ou de direito privado, mas, se 
for de direito privado, ela deve ser perseguidora de finalidade pública, ficando o terceiro 
com o produto da arrecadação para alcançar suas finalidades. 
Contribuições parafiscais 
Alguns autores usam essa expressão, e são meramente contribuições que se 
sujeitam à parafiscalidade. 
Melhor que a palavra contribuições, é melhor usar a palavra tributos parafiscais, 
já que hoje em dia não são apenas as contribuições que se submetem à parafiscalidade. 
MUITO CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR PARAFISCALIDADE COM 
DISCRIMINAÇÃO TRIBUTÁRIA. Na parafiscalidade a pessoa competente e a pessoa 
detentora da capacidade ativa são diferentes, sendo que a segunda ficará com o produto 
da arrecadação. Na discriminação
por sua vez, a pessoa competente é a mesma que a 
detentora, e somente após o recolhimento parte do tributo será repassado ao 
discriminado. 
Pessoas que podem ser o terceiro delegável: 
• Pessoa política (discriminação constitucional de rendas) - CF, art. 153, parágrafo 4º, III 
III - (O ITR) será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que 
assim optarem, na forma da lei, desde que não implique 
redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia 
fiscal. 
Nesse caso há parafiscalidade, pois o município assume o polo ativo da relação 
jurídica tributaria, fiscalizando, arrecadando, e por fim retendo 100% do imposto. 
Cuidado pois há uma caso extremamente similar de discriminação tributária 
acerca do mesmo imposto. 
• Autarquias 
Lembrete: direito público 
Um exemplo para esse caso é o INSS ocupando o polo ativo nos casos das 
contribuições sociais. 
• Entes paraestatais 
São exemplos as contribuições sindicais sendo pagas aos sindicatos, que são 
terceiros privados ocupando o polo ativo. As contribuições para o SABRAE, SENAC, 
SESC, etc, também são exemplos. 
• Pessoas físicas 
Excepcionalmente uma pessoa física pode, exercendo uma função pública, deter 
a capacidade tributária ativa 
Direito Tributário II Por Rommel Andriotti � de �12 19
Aula 06 (11.09.2013) - Capacidade tributária 
passiva 
Capacidade tributária passiva (CTN, art. 121 a 138) 
É ser sujeito passivo da relação jurídica tributária. É ser devedor da obrigação 
tributaria. É ter o debito tributário. É ter o dever de entregar a importância em dinheiro 
ao sujeito ativo. 
Para se verificar onde se determina a capacidade tributaria passiva, deve-se 
procurar na lei específica do tributo em questão. Muito embora o CTN traga algumas 
previsões genéricas, a norma mais especifica é a que deve ser consultada. 
Atente ao fato de que na Constituição federal existe uma indicação implícita dos 
sujeitos passivos, segundo os professores Roque Carraza e Ataliba. Eles chamam esse 
sujeito passivo implícito de destinatário constitucional tributário. 
QUEM PODE SER SUJEITO PASSIVO DA RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA? 
Sujeito Passivo - Lei - Qualquer pessoa 
• Pessoas políticas 
• Autarquias e fundações 
O leitor pode estranhar a presença de pessoas políticas, autarquias e fundações 
nessa lista, afinal, há poucas aulas atrás comentávamos sobre a imunidade recíproca (se 
voce não lembra, volte antes de continuar). Dessa forma, como podem essas pessoas 
agora figurarem como sujeitos passivos? 
Se vocês verem a CF. Art. 150, VI, a, novamente, perceberão que a imunidade 
recíproca diz respeito somente a "patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros", ou 
seja, qualquer tributo que não verse sobre essas coisas poderá ser cobrado de um ente 
político ao outro. 
• Empresas públicas 
• Sociedades de economia mista 
As EPs e SEMs, embora sejam integralmente ou parcialmente constituídas de 
capital público, podem ser sujeitas passivas de tributos pois competem com as empresas 
privadas restantes: 
CF. Art. 173. § 2º - As empresas públicas e as sociedades de 
economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não 
extensivos às do setor privado. 
• Empresas privadas 
• Pessoas físicas 
Obviamente, os particulares são sujeitos passivos das relações jurídicas 
tributárias. 
Direito Tributário II Por Rommel Andriotti � de �13 19
Autonomia da capacidade tributária 
A capacidade tributária tem uma natureza jurídica própria, que independe de 
outros fatores que normalmente são levados em consideração para estipulação de 
capacidade. Com efeito, vemos que o artigo 126 elenca situações que não influenciam na 
aferição da capacidade tributária, senão vejamos: 
CTN. Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: 
I - da capacidade civil das pessoas naturais; 
Então, mesmo uma pessoa civilmente incapaz pode vir a ocupar o polo passivo da 
relação tributária. Então o sujeito passivo tributário independe de capacidade civil. 
Exemplo do Bebê
Um bebê de oito meses recebe por herança um imóvel. O 
IPTU ainda assim será endereçado a ele, que eventualmente será 
representado por alguém para pagar o tributo, afinal, ninguém 
espera que um bebê de fraudas entre no banco e vá naturalmente 
até o caixa para pagar seu IPTU. 
II - de achar-se a pessoa 
natural sujeita a medidas que importem privação 
ou limitação do exercício de atividades civis, 
comerciais ou profissionais, ou da administração 
direta de seus bens ou negócios; 
Ex.: o falido não reabilitado não pode praticar atividades econômicas, mas se ele 
praticar, ele não estará imune aos tributos. Da mesma forma o interditado. 
III - de estar a pessoa jurídica regularmente 
constituída, bastando que configure uma unidade 
econômica ou profissional. 
É muito comum que agentes econômicos ajam na clandestinidade, como 
sociedades de fato, na tentativa de escapar de tributação, não abrindo CNPJ, etc. Essas 
empresas, ainda que não regulares, serão sujeitas aos tributos correspondentes as 
atividades tributáveis que forem praticadas. 
Classificação dos sujeitos passivos 
CTN. Art. 121. Parágrafo único. 
1 - Sujeito Passivo Direto 
CTN. Art. 121. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação 
principal diz-se: 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a 
situação que constitua o respectivo fato gerador; 
Em outras palavras, é aquela pessoa que pratica o fato imponível. 
Direito Tributário II Por Rommel Andriotti � de �14 19
O contribuinte é aquele que paga o tributo a título próprio (em seu próprio 
nome com seu próprio dinheiro). 
Logo, é o patrimônio do próprio contribuinte que é desde logo diminuído. 
2 - Sujeito passivo indireto 
CTN. Art. 121. parágrafo único. II - responsável, quando, sem 
revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de 
disposição expressa de lei. 
Em outras palavras, o sujeito passivo indireto não é aquele que pratica o fato 
imponível, mas sim um terceiro, que paga o tributo a título alheio, em nome e por conta 
daquele que praticou o fato. 
O responsável paga o tributo a título alheio, em nome e por conta daquele que 
praticou o fato imponível. 
O Patrimônio do responsável é em tese diminuído apenas em um 1º momento -> 
pronto ressarcimento 
O pronto ressarcimento já existirá de fato quando a lei prevê a possibilidade de 
retenção. Ex.: os empregadores são responsáveis por recolher o tributo de seus 
empregados. Quando eles pagam esse tributo, eles pagam usando parcela do dinheiro do 
empregado, e por isso não serão lesados. 
Dentro de uma normalidade a sujeição passiva deveria ser sempre direta. Mas 
como o legislador percebeu que as vezes as chances de recolhimento são pequenas com a 
sujeição direta, ele instituiu a indireta, o que garante que o tributo eventualmente será 
pago. Até porque, venhamos e convenhamos, em "Bagdá Pimenta nos olhos dos outros é 
refresco!" Ou seja, você ter que repassar o dinheiro próprio ao fisco dói, mas repassar o 
dinheiro de outrem que está legitimamente na sua mão não é nem um pouco doloroso. 
Quando não há previsão de retenção, a saída é que o responsável consiga seu 
ressarcimento via ação regressiva na justiça COMUM. 
Ex.: venda do apartamento. Quando o comprador de um apartamento finaliza sua 
conta e percebe que o apto. tem IPTUs não pagos, esse comprador é o responsável pelo 
pagamento. Eventualmente, ele terá direito de regresso contra o antigo proprietário, que 
deveria ter pego as parcelas anteriores ao negócio. 
Direito Tributário II Por Rommel Andriotti � de �15 19
UMA DÚVIDA CRUEL: 
REPERCUSSÃO TRIBUTÁRIA VS SUJEIÇÃO PASSIVA INDIRETA 
A repercussão tributaria é a transferencia do encargo 
econômico do tributo para um terceiro. NÃO É 
T R A N S F E R Ê N C I A D O D E V E R D E 
RECOLHIMENTO DO TRIBUTO. 
Então,
existem tributos que repercutem e tributos que 
não repercutem, sendo que no primeiro há 
possibilidade de transferencia da carga economica e 
no segundo não. 
A confusão se dá porque os tributos que repercutem 
são chamados TRIBUTOS INDIRETOS. Em 
contrapartida, quanto à sujeição passiva, é possível 
sujeição passiva direta e INDIRETA. 
Então, não confundamos! No caso do IPTU, podemos 
ter as duas coisas. Vejamos o exemplo a seguir: 
IPTU na LOCAÇÃO - É praxe que o locador repasse 
ao locatário a carga economica do IPTU de seu 
imóvel. Mas note que o titular para a execução continua sendo o locador, ou seja, não 
houve alteração do polo passivo tributário, mas somente a repercussão do tributo. 
IPTU na COMPRA E VENDA - esse é o mesmo caso do exemplo dado há pouco. 
Quando o comprador adquire o imóvel que não está com os débitos tributários quitados, 
ele (o comprador) assume o lugar do outrora titular do polo passivo, tornando-se o 
responsável pelo tributo. 
O sujeito passivo da relação jurídica tributaria é denominado contribuinte 
direito, enquanto o terceiro que arca com a carga economica do tributo é denominado 
contribuinte de fato. 
ESSE TÓPICO TODO CAI NA PROVA!!!!!! 
SE VOCÊ NÃO ENTENDEU, VOLTE E LEIA DE NOVO!!! 
Aula 07 (18.09.2013) - Capacidade tributaria 
passiva cont. 
1. Sujeito passivo direto - contribuinte 
2. Sujeito passivo indireto - responsável 
2.1. SUJEIÇÃO PASSIVA INDIRETA POR SUBSTITUIÇÃO 
CTN. Art. 128 e 135 
Direito Tributário II Por Rommel Andriotti � de �16 19
O dever de pagar o tributo nasce de imediato e por expresso determinação legal, 
na pessoa ou responsável. 
Então, desde a ocorrência do fato imponível, a lei determina que o dever de 
recolher o tributo é do substituto responsável. 
São exemplos a retenção do imposto 
de renda na fon te, a r e t enção das 
contribuições sindicais, etc. 
Detalhe : se prevista em lei, a 
substituição do pagamento do tributo faz com 
que a obrigação do recolhimento desobrigue 
o contribuinte de realizar o recolhimento. 
Cuidado pois ainda assim o encargo 
econômico será sempre dele!!! 
O fato imponível presumido 
Em alguns casos, a lei presume que um fato imponível certamente ocorrerá, e por 
isso cobra o encargo tributário antes que ele ocorra por conveniência. 
Ex.: quando as montadoras vendem seus carros para as concessionárias, elas tem 
que recolher o ICMS. Ocorre que, após essa venda, as concessionárias venderão os 
mesmos carros aos consumidores, hipótese que incidirá o ICMS novamente. 
Por isso, a lei cobra os dois ICMSs no momento da primeira transação, ou seja, 
quando há o negocio entre montadora e concessionária o tributo da futura venda ao 
consumidor já é cobrado. 
Esse é considerado um tipo de substituição tributaria, conhecida como... 
Substituição tributária para frente 
Também denominada responsabilidade 
tributaria por fato futuro. Mas como cobrar algo 
por um fato imponível que ainda não ocorreu? O 
STF já declarou a inconstitucionalidade das leis 
que previam essa conduta. Então, o que fizeram 
os legisladores? Simples! Se uma lei é 
considerada inconstitucional, basta que mudemos 
a c o n s t i t u i ç ã o e a l e i p a s s a r a a s e r 
constitucional!!! Essa malandragem legislativa 
deu nascimento ao parágrafo 7º do artigo 150 da 
constituição federal, in verbis: 
§ 7.º - A lei poderá 
atribuir a sujeito 
passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo 
pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva 
ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial 
restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador 
presumido. 
Direito Tributário II Por Rommel Andriotti � de �17 19
O prof. Geraldo Ataliba foi um dos maiores críticos da substituição, 
conjuntamente com outros grandes juristas, como Carraza e Ives Gandra Martins. Eles 
comparavam o direito tributário ao penal, e perguntavam: 
Seria juridicamente correto prender uma pessoa antes dela praticar um crime 
por supostamente ela ter um grande potencial de fazê-lo? Seria ético puni-la sem 
que ela tivesse feito nada, ainda que fossem grandes as chances de uma eventual 
conduta criminosa? 
2.2. SUJEIÇÃO PASSIVA INDIRETA POR TRANSFERÊNCIA 
O dever de pagar o tributo, tendo nascido na pessoa do contribuinte, desloca-se 
para a pessoa do responsável. 
Ex.: o comprador de um imóvel que tinha dívidas vencidas e não adimplidas para 
com o fisco verá tais dividas serem transferidas e assumidas por ele, ainda que elas não 
tenham sido honradas por causa da inércia do proprietário anterior. 
2.2.1. Por solidariedade 
Mais de uma pessoa sendo responsável pelo pagamento integral do mesmo 
tributo. 
Cuidado pois no direito tributário não existe benefício de ordem. 
Art. 124. São solidariamente obrigadas: 
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que 
constitua o fato gerador da obrigação principal no mesmo lado 
da relação jurídica; (o grifado é adição da doutrina ao artigo) 
É uma solidariedade passiva tributaria automática, que independe de lei. O 
interesse comum dos contribuintes solidários 
Note que um imposto de ITBI só é cabível contra o adquirente do imóvel, pois 
ainda que adquirente e vendedor tenham o mesmo interesse (que o negócio se realize), 
eles ocupam polos opostos na relação contratual. 
II - as pessoas expressamente designadas por lei. 
É mais raro mas acontece eventualmente. Nada impede que a lei expressamente 
estabeleça uma solidariedade entre contribuinte e terceiro. 
Ex.: o tomador do serviço pode ser solidariamente responsável pelo ISS junto do 
prestador do serviço. As vezes isso ocorre em prefeituras, onde a municipalidade cobra 
ISS de quem fez reforma em casa ao invés do prestador do serviço. 
Efeitos da solidariedade 
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes 
os efeitos da solidariedade: 
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos 
demais; 
Direito Tributário II Por Rommel Andriotti � de �18 19
Claro, afinal há solidariedade. 
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os 
obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, 
subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais 
pelo saldo; 
Então, no caso de isenção geral, todos se beneficiam. 
Se essa isenção for pessoal, ou seja, concedida em razão de características 
pessoais de um dos devedores, ele estará isento mas a isenção não aproveitará aos 
demais. No entanto, os restantes não precisarão arcar também com a parte do imune/
isento. 
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos 
obrigados, favorece ou prejudica aos demais. 
Lembrem-se, a faca serve aos dois lados! 
ALERTA 
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções 
particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de 
tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para 
modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações 
tributárias correspondentes. 
Então cuidado, negócios entre particulares não são oponíveis à fazenda 
pública!!! 
O conteúdo da prova cai até aqui! 
Aula 08 (25.09.2013) 
Dica para a prova: uma das perguntas da prova regimental de tributário será 
sobre sujeição passiva. A pergunta será um caso onde apontaremos quem será o 
responsável e qual a modalidade de sujeição passiva. Ex.: o responsável será fulano, e a 
sujeição será passiva indireta por transferência por solidariedade. 
Nessa aula tivemos um questionário de fixação, que será disponibilizado no 
skydrive. 
continua na parte 2...
Direito Tributário II Por Rommel Andriotti � de �19 19

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