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Livro - sistema do cuidar 1

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Ataxa de incidência de pacientes desenvolvendo infecções como o resultado dire.to da permanência em hospital ou de procedimen-
tos em hospital está aumentando. Muitos estados americanos apro-
varam legislação exigindo que os hospitais notifiquem suas taxas de 
infecção e especifiquem os tipos de infecção. Esse relatório permite 
aos pacientes ver as taxas de infecção por estabelecimento e selecio-
nar o seu local de cuidado. The Joint Commission (TJC) (2007) 
considera isso como um assunto de segurança do paciente. A preven-
ção e o controle de infecção são essenciais para criar um ambiente de 
cuidado da saúde seguro para pacientes e profissionais. Como enfer-
meira, você desempenha um papel principal na prevenção e controle 
de infecção nos cenários de cuidado da saúde. Os pacientes em todos 
os ambientes de cuidado da saúde estão em risco de adquirir infec-
ções devido à sua baixa resistência aos microrganismos infecciosos, 
exposição aumentada aos números e tipos de microrganismos causa-
dores de doenças e procedimentos invasivos. Os profissionais estão 
-m risco pela exposição a infecções como resultado do contato com 
sangue e fluidos corporais do paciente e equipamento e superfícies 
contaminados. Nos estabelecimentos de cuidado agudo ou de cui-
dado ambulatorial, os pacientes podem ser expostos a patógenos, 
alguns dos quais podem ser resistentes à maioria dos antibióticos. 
Pela prática das técnicas básicas de prevenção e controle de infecção, 
você pode evitar a disseminação de microrganismos a pacientes e 
tolerar uma exposição quando proporcionar cuidado direto. 
Em todos os ambientes, os pacientes e seus familiares precisam 
ser capazes de reconhecer as fontes de infecção e instituir medidas 
protetoras. A instrução do paciente precisa incluir informação básica 
sobre infecção, as várias formas de transmissão e métodos de preven-
ção adequados às suas necessidades de cuidado. 
Os profissionais de cuidado da saúde protegem-se do contato 
com material infeccioso, de lesões por perfurocortantes e/ou exposi-
ção a doenças transmissíveis pelo uso do conhecimento do processo 
infeccioso e de equipamento de proteção individual (EPI) apropria-
do. Doenças tais como hepatite B e C, infecção por vírus da imuno-
deficiência humana (HIV) , síndrome da imunodeficiência adquirida 
(AIDS), tuberculose (TB) e organismos multirresistentes requerem 
uma ênfase maior nas técnicas de prevenção e controle*. 
Natureza da Infecção 
Infecção é a entrada e multiplicação de um organismo (agente in-
feccioso) em um hospedeiro. Se um agente infeccioso (patógeno) 
apenas está presente em um hospedeiro, isso não significa que 
ocorrerá infecção. Se um microrganismo está presente ou invade 
um hospedeiro, cresce e/ou se multiplica mas não causa infecção, 
isso é conhecido como colonização. As infecções são infecciosas ou 
transmissíveis. Uma doença infecciosa pode não apresentar risco 
de transmissão. Doenças como meningite virai ou pneumonia são 
infecciosas. A doença, embora séria para o paciente, não representa 
um risco a outr-os, incluindo os cuidadores. 
Se a doença infecciosa pode ser transmitida diretamente de uma 
pessoa a outra, é chamada de doença transmissível. Se os patógenos 
se multiplicam e causam sinais e sintomas clínicos, a infecção é sinto-
mática. Se os sinais e sintomas clínicos não estão presentes, a doença 
* N o Brasil, de acordo com a Lei n " 6.514 de 22 de Dezembro de 1977, seção IV, 
A l t . 166, a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equi-
pamento de proteção indiv idual adequado ao risco e era perfeito estado de con-
servação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam 
completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. 
Para mais informações, ver N o r m a Regulamentadora n - 06. 
Agente 
infeccioso 
Hospedeiro Reservatório 
Porta de 
entrada 
Porto de 
saída 
Mecanismo de 
transmissão 
Figura 34-1 Cadeia de infecção. 
é chamada assintomática. A hepatite C é uma doença transmissível 
que pode ser assintomática. É mais eficientemente transmitida atra-
vés da passagem direta de sangue para dentro da pele a partir de uma 
exposição percutânea mesmo se o paciente fonte está assintomático 
(Centers for Disease Control and Prevention [CDC], 2001). 
Cadeia da Infecção 
A presença de um patógeno não significa que ocorrerá uma infecção. 
A infecção ocorre em um ciclo que depende da presença de todos os 
seguintes elementos: 
• Um agente infeccioso ou patógeno. 
• Um reservatório ou fonte para o crescimento do patógeno. 
• Uma porta de saída do reservatório. 
• Um mecanismo de transmissão. 
• Uma porta de entrada ao hospedeiro. 
• Um hospedeiro suscetível. 
A infecção pode se desenvolver se essa cadeia permanecer ininter-
rupta (Fig. 34-1). É imperativo que as enfermeiras sigam as práticas 
de prevenção e controle de infecção para interromper a cadeia de 
forma que a infecção não se desenvolva. 
Agente Infeccioso. Microrganismos incluem bactérias, vírus, 
fungos e protozoários (Tabela 34-1). Os microrganismos na pele .são 
flora residente ou transitória. Os organismos residentes (flora nor-
mal) são residentes permanentes na pele, onde eles sobrevivem e se 
multiplicam sem causar doença. De fato, eles servem como uma 
parte principal da proteção do corpo. A flora residente na pele cobre 
o exterior completo do corpo e protege contra patógenos. É impor-
tante preservar e manter a flora residente (CDC, 2002b). 
Os microrganismos transitórios atacam a pele quando uma pessoa 
tem contato com outra pessoa ou objeto durante atividades normais. 
Por exemplo, quando uma enfermeira toca uma comadre ou roupa 
contaminada, bactérias transitórias aderem à pele da enfermeira. Os 
organismos se ligam de forma fraca à pele na sujidade e oleosidade ou 
sob as unhas. Esses organismos poder ser prontamente transmitidos 
a menos que sejam removidos através da higiene das mãos (Larson, 
2005). Se as mãos estiverem visivelmente sujas com material pro-
ív- TáBELA 3ÍÍ-1 Patógenos Comuns e Algumas Infecções ou Doenças Que Eles Produzem 
ORGANISMO 
Bactérias 
Escherichia coli 
Staphylococcus aureus 
Organismos Streptococcus (be-
ta-hemolíticos do grupo A) 
Organismos Streptococcus (be-
ta-hemolíticos do grupo B) 
Mycobacterium tuberculosis 
Neisseria gonorrhoeae 
Rickettsia rickettsii 
Staphylococcus epidermidis 
Vírus 
Vírus da Hepatite A 
Vírus da Hepatite B 
Vírus da Hepatite C 
Vírus do herpes simples (tipo 1) 
Vírus da imunodeficiência hu-
mana (HIV) 
Fungos 
Aspergillus organisms 
Cândida olbicans 
Protozoários 
Plasmodium falciparum 
PRINCIPAL(IS) RESERVATÓRIO{S) PRINCIPAIS INFECÇÕES/DOENÇAS 
Cólon Gastroenterite, infecção do trato urinário 
Pele, cabelo, parte anterior das narinas, boca Infecção de ferida, pneumonia, intoxicação 
alimentar, celulite 
Orofaringe, pele, área perianal 
Órgãos genitais do adulto 
Núcleos de gotículas dos pulmões, laringe 
Trato genitourinário, reto, boca 
Carrapato 
Pele 
Fezes 
Sangue e certos fluidos corporais, contato 
sexual 
Sangue, certos fluidos corporais, contato se-
xual 
Lesões de boca ou pele, saliva, órgãos geni-
tais 
Sangue, sémen, secreções vaginais através 
de contato sexual 
Terra, poeira, boca, pele, cólon, trato genital 
Boca, pele, cólon, trato genital 
Sangue 
"Infecção de garganta por Streptococcus", 
febre reumática, escarlatina, impetigo, 
infecção de ferida 
Infecção de trato urinário, infecção de ferida, 
sepse pós-parto, sepse neonatal 
Tuberculose 
Gonorreia, doença inflamatória pélvica, artrite 
infecciosa, conjuntivite 
Febre maculosa 
Infecção de ferida, bacteremia 
Hepatite A 
Hepatite B 
Hepatite C 
Herpes labial, meningite asséptica, doença 
sexualmente transmissível, lesão herpética 
Síndrome da imunodeficiênciaadquirida 
(AIDS) 
Aspergilose, pneumonia, sepse 
Candidíase, pneumonia, sepse 
Malária 
Modificado de Ritter H: Clinicai microbiology. In Carriço R, editor: APIC text of infection control and epidemiology, Washington, DC, 2005, Association for 
Professionals In Infection Control and Epidemiology. 
teico, água e sabão são o método preferido. Se as mãos não estão 
visivelmente sujas, o uso de um produto para mãos à base de álcool 
ou a lavagem das mãos com água e sabão é aceitável para desinfectar 
as mãos dos profissionais de cuidado da saiíde (CDC, 2002). 
O potencial dos microrganismos ou parasitos em causar doença 
depende dos seguintes farorés: 
• Número suficiente de organismos (dose). 
• Virulência, ou capacidade de sobreviver no hospedeiro ou fora 
do corpo. 
• Capacidade de entrar e sobreviver no hospedeiro. 
• Suscetibilidade do hospedeiro (resistência do hospedeiro). 
Os microrganismos residentes da pele não são virulentos. Entre-
tanto, eles podem causar sérias infecções quando cirurgia ou outros 
procedimentos invasivos permitem que eles entrem em recidos pro-
fundos ou quando um paciente está severamente imunocomprome-
tido (tem um sistema imune debilitado). 
Reservatór io. Um reservatório é um lugar onde um patógeno 
pode sobreviver mas pode ou não se multiplicar. Por exemplo, o ví-
rus da hepatite A sobrevive em molusco mas não se multiplica; o 
organismo Pseudomoms pode sobreviver e se multiplicar em reserva-
tórios de nebulizadores usados no cuidado de pacientes com proble-
mas respiratórios. O reservatório mais comum é o corpo humano. 
Diversos microrganismos vivem na pele e dentro das cavidades do 
corpo, fluidos e excreções. A presença de microrganismos nem sem-
pre leva uma pessoa a tornar-se doente. Os portadores são pessoas 
que não mostram sintomas de doença mas que têm patógenos sobre 
ou em seus corpos que podem ser transferidos para outros. Por exem-
plo, uma pessoa pode ser um portador do vírus da hepatite B sem ter 
sinais ou sintomas de infecção. Essas pessoas transmitem a doença a 
outros através de seu sangue ou através de contato sexual. Animais, ali-
mentos, água, insetos e objetos inanimados também podem ser reserva-
tórios para organismos infecciosos. A toxina do Clostridium hotulinum, 
que causa o botulismo, sobrevive em alimentos processados inadequada-
mente (p. ex., feijão verde em conserva feito em casa e fórmulas infantis). 
A bactéria Legionella pneumophila, que causa a doença do Legionário, 
sobrevive em ^ a contaminada e sistemas de água. Para se desenvolver, 
os organismos precisam de um ambiente adequado, incluindo alimento, 
oxigénio, água, temperatura, p H e luz. 
Alimento. Os microrganismos precisam de nutrição. Alguns, 
tais como Clostridium perfringens, o micróbio que causa gangrena 
gasosa, desenvolvem-se em matéria orgânica. Outros, tais como Es-
cherichia coli, consomem géneros alimentícios não digeridos nos in-
testinos. O dióxido de carbono e o material inorgânico, tais como a 
terra, fornecem nutrição para outros organismos. 
Oxigénio. As bactérias aeróbicas precisam de oxigénio para 
sobreviver e para a multiplicação suficiente para causar doença. Os 
organismos aeróbicos causam mais infecções em humanos, quando 
comparados aos organismos anaeróbicos. Exemplos de organismos 
aeróbicos são Staphylococcus aureus e cepas de organismos Streptococ-
cus. As bactérias anaeróbicas desenvolvem-se onde pouco ou nenhum 
oxigénio livre está disponível. Infecções profundas dentro da cavida-
de pleural, em uma articulação ou em trato de cavidade profunda 
são tipicamente causadas por anaeróbios. As bactérias que causam 
tétano, gangrena gasosa e botulismo são anaeróbias. U m exemplo de 
um organismo anaeróbico é o Clostridium difficile, um organismo 
que causa diarreia induzida por antibiótico. 
Agua. A maioria dos organismos requer água ou umidade para 
sobreviver. Por exeniplo, um lugar frequente para microrganismos é 
a drenagem úmida de ferida cirúrgica. Algumas bactérias assumem 
uma forma, chamada de esporo, que é resistente à seca. Bactérias em 
forma de esporo incluem organismos como os que causam anthrax, 
botulismo e tétano. Esses podem viver sem água. 
Temperatura. Os microrganismos podem viver somente em 
certos limites de temperatura. Cada espécie de bactéria tem uma 
temperatura específica na qual cresce melhor. A temperatura ide-
ai para a maioria dos patógenos humanos é de 20° a 43°C (68° a 
109°F). Por exemplo, Legionella pneumophila cresce melhor em água 
a 25° a 42°C (Ritter, 2005). Entretanto, alguns podem sobreviver em 
temperaturas extremas que seriam fatais aos humanos. Temperaturas 
frias tendem a prevenir o crescimento e a reprodução de bactérias 
(bacteriostase). Uma temperatura ou produto químico que destrói 
bactérias é bactericida. 
pH. A acidez de um ambiente determina a viabilidade de micror-
ganismos. A maioria dos microrganismos prefere um ambiente dentro 
<ie um p H variando entre 5 e 7. Bactérias em particular desenvolvem-
se na urina com um p H alcalino. A maioria dos microrganismos não 
pode sobreviver no ambiente ácido do estômago. Medicamentos redu-
tores de acidez (p. ex., antiácidos e bloqueadores H2) podem causar um 
crescimento exagerado de organismos gastrointestinais, que podem 
contribuir para pneumonia relacionada ao cuidado da saúde em um 
paciente que recebe esses medicamentos (CDC, 2005b). 
Luz. Os microrganismos desenvolvem-se em ambientes escuros 
tais como os sob roupas e dentro de cavidades corporais. 
Porta de í ía ída. Após os microrganismos encontrarem um local 
para crescer e se multiplicar, eles precisam encontrar uma porra de 
saída se forem entrar em outro hospedeiro e causar doença. As portas 
de saída incluem locais como sangue, pele e mucosas, trato respira-
tório, trato genitourinário, trato gastrointestinal e transplacentário 
(da mãe para o feto). 
Pele e Mucosas. A pele pode ser considerada uma porta de 
saída porque qualquer solução de continuidade da pele e muco-
sas pode permitir aos patógenos sair do corpo. Isso pode ser de-
monstrado na criação de uma drenagem purulenta. Por exemplo, 
S. aureus causa uma drenagem característica cremosa amarelada e 
infecção por Pseudomonas aeruginosa causa uma drenagem cremosa 
esverdeada. A presença de drenagem purulenta é uma porta de sa-
ída em potencial. 
Trato Respiratório. Os patógenos que infectam, o trato res-
piratório, tais como Mycobacterium tuberculosis ou vírus influenza, 
podem ser liberados do corpo quando uma pessoa infectada espir-
ra ou tosse. O ato de tossir ou espirrar permite aos organismos sair 
do trato respiratório. Em pacientes com vias aéreas artificiais, como 
traqueostomias ou cânulas endotraqueais, os organismos facilmente 
deixam o trato respiratório através desses dispositivos enquanto estes 
dispositivos são manipulados ou aspirados (Cap. 40). 
Trato Urinário. Normalmente, a urina é estéril. Entretanto, 
quando um paciente tem uma infecção de trato urinário (ITU), os 
microrganismos saem durante a micção ou através de derivações uri-
nárias, como ileostomias e drenagens suprapúbicas (Cap. 45). 
Trato Gastrointestinal. A boca é um dos locais do corpo hu-
mano mais contaminado por bactérias, mas a maioria dos organismos 
são flora normal. Os organismos que são flora normal em uma pessoa 
podem ser patógenos em outra. Os organismos, por exemplo, saem 
quando uma pessoa expectora saliva. Beijar também pode prover um 
meio de saída. Por exemplo, Neisseria, o organismo responsável por 
meningite em adultos jovens, é flora normal na boca e é transmitido 
para outra pessoa através do beijo. Além disso, as portas de saída gas-
trointestinal incluem eliminação intestinal, drenagem de bile através 
de feridas cirúrgicas ou sondas de drenagem. 
Trato Repreduti¥0. Or ganismos como a Neisseria gonorrhoeae 
e o H I V podem sair através do meato uretral dohomem ou do canal 
vaginal da mulher durante o contato sexual. O H I V está presente 
em muito maior número no sémen do que nas secreções vaginais 
femininas. 
Sangue. O sangue é normalmente um fluido corporal estéril, 
mas em caso de doenças transmissíveis, como a hepatite B ou C ou 
HIV, éle se torna um reservatório de patógenos. Os cuidadores po-
dem se tornar expostos durante atividades como coleta de sangue, 
iniciar uma linha intravenosa (IV) ou dar uma injeção, a menos que 
precauções-padrão sejam tomadas e dispositivos de segurança de agu-
lhas sejam usados. Uma exposição a patógenos transmitidos por san-
gue envolve ser espetado por uma agulha contaminada com sangue 
infectado. 
Modos de T r a n s m i s s ã o . Cada doença tem um modo especí-
fico de transmissão, Por exemplo, alguns tipos de encefalite são trans-
mitidos por mosquitos infectados. O mosquito serve coino um vetor, 
transmitindo o vírus quando ele pica o hospedeiro. A Tabela 34-2 re-
sume os modos de transmissão mais comuns. Entretanto, alguns mi-
crorganismos podem ser transmitidos por mais de uma maneira. Por 
exemplo, a varicela zoster (varicela/catapora) pode ser disseminadas 
pela rota aérea em núcleos de gotículas ou por contato direto. 
A principal via de transmissão de patógenos identificados no am-
biente de cuidado da saúde é as mãos não lavadas do profissional de 
cuidado da saúde (CDC, 2002b; Cipriano, 2007). O equipamen-
to usado no ambiente (p. ex., um estetoscópio, medidor de pressão 
sanguínea, cadeira higiénica ou cadeira de banho) pode se tornar 
uma fonte de transmissão dos patógenos. Todo o pessoal de hospital 
que presta cuidado direto (p. ex., enfermeiras, fisioterapeutas e mé-
dicos) e pessoas que executarem diagnóstico ou serviços de suporte 
(p. ex., técnicos de laboratório, terapeutas respiratórios e nutricio-
nistas) devem seguir as práticas de prevenção e controle de infeuj io 
para minimizar a propagação de infecção. Cada grupo deve seguir 
procedimentos para manipular e limpar o equipamento e os supri-
mentos usados pelo paciente. Por exemplo, os terapeutas respirató-
rios executam higiene das mãos antes de trabalhar com cada paciente 
e descartam ou limpam o equipamento de terapia contaminado de 
acordo com os procedimentos de prevenção e controle de infecções 
estabelecidas. Equipamentos médicos e a realização de procedimen-
tos diagnósticos provêem um modo de entradas para os patógenos. 
Por exemplo, iiiiciar uma linha para infusão I V introduz bactéria se 
a pele não está devidamente limpa. Os procedimentos invasivos tais 
como cistoscopia (visualização da bexiga) também aumentam o risco 
de introduzir infecção. Por causa de tantos fatores que promovem a 
disseminação de infecção para um paciente, todos os profissionais de 
cuidado da saúde devem ser diligentes no uso das práticas de preven-
ção e controle de infecção, tais como a higiene adequada das mãos 
e garantir que o equipamento comum seja limpo adequadamente, 
desinfectado e/ou esterilizado antes de ele ser usado outra vez. 
Porta de Entrada. Os organismos entram no corpo através das 
mesmas vias que eles usam para sair. Por exemplo, quando uma agulha 
B E L A 34-2 Formas de Transmissão 
VIAS E MEIOS 
Contato 
DIRETO 
Pessoa a pessoa (fecal, oral) 
Contato físico entre fonte e hospedeiro suscetível (p. ex., tocar as fe-
zes do paciente e então tocar sua própria boca ou consumir comida 
contaminada) 
iNDlRETO 
Contato pessoal do hospedeiro suscetível com objeto inanimado con-
taminado (p. ex., agulhas ou objetos pontiagudos, curativos e am-
biente) 
GOTÍCULAS 
Grandes partículas que viajam até 1 metro e entram em contato com 
hospedeiro suscetível (p. ex., tossindo, espirrando ou falando) 
Transportados pelo Ar 
Núcleos de gotículas, ou resíduos ou gotículas evaporadas suspensos 
no ar (p. ex., tosse e espirro) ou carregados em partículas de poeira 
Veículos 
Itens contaminados 
Água 
Drogas, soluções 
Sangue 
Comida (manuseada, estocada ou cozida inadequadamente; carnes 
frescas ou descongeladas) 
Vetor 
Transferência mecânica externa (voadores) 
Transmissão interna tal como condições parasíticas entre vetor e hos-
pedeiro, como: 
Mosquito 
Piolho 
Pulga 
Carrapato 
EXEMPLOS DE ORGANISMOS 
Vírus da hepatite A, Shigetla, Staphylococcus 
Vírus da hepatite B, vírus da hepatite C, vírus da imu-
nodeficiência humana (HIV), Staphylococcus, vírus 
sincicial respiratório (VSR), Pseudomonas, Staphylo-
coccus aureus resistente à meticilina (MRSA) 
Vírus da gripe (influenza), vírus da rubéola e meningite 
bacteriana 
IVlycobacterium tuberculosis (tuberculose), vírus vari-
cela zoster (varicela), Aspergillus, vírus do sarampo 
Vibrio cholerae, MRSA 
Pseudomonas, Legionella 
Pseudomonas 
Vírus da hepatite B, vírus da hepatite C, HIV, sífilis 
Salmonella, Escherichia coli, Clostridium botulinum 
V. cholerae 
Plasmodium falciparum (malária), vírus do Nilo Oci-
dental 
Rickettsia typhi 
Yèrsinia pestis (peste) 
Borrelia burgdorferi (doença de Lyme) 
fura a pele de um paciente, os organismos entram no corpo se uma 
preparação adequada da pele não é executada. Qualquer obstrução 
ao fluxo de urina de um cateter urinário permite aos organismos 
migrarem para a uretra. Os fatores que reduzem as defesas do corpo 
aumentam as chances de os patógenos entrarem no corpo. 
Hospedeiro S u s c e t í v e l . Para uma pessoa adquirir uma infec-
ção, depende da suscetibilidade a um agente infeccioso. A suscetibi-
lidade depende do grau de resistência individual ao patógeno (res-
posta imunológica). Embora todos estejam em contato constante 
com um grande número de microrganismos, uma infecção não se 
desenvolve até que um indivíduo torne-se suscetível à força e ao 
número de microrganismos (dose) capazes de produzir infecção. 
Quanto mais virulento um organismo, quanto maior a dose, maior 
será a probabilidade de a pessoa desenvolver uma infecção. Alguns 
dos fatores que influenciam a suscetibilidade de uma pessoa (resis-
tência) incluem idade, estado nutricional, presença de doença cró-
nica, trauma e tabagismo. Os organismos com resistência a antibió-
ticos-chave têm se tornado mais comuns nos ambientes de cuidado 
da saúde, mas especialmente no cuidado agudo. Isto está associado 
ao frequente e algumas vezes inapropriado uso de antibióticos du-
rante anos em todos os ambientes {ie., cuidado agudo, cuidado 
ambulatorial, clínicas e cuidado a longo prazo). 
rocesso Infeccioso 
Pela compreensão da cadeia de infecção, você é vital na prevenção de 
infecções. Quando o paciente adquire uma infecção, observe os si-
nais e sintomas da infecção e aja de forma apropriada para prevenir 
sua disseminação. As infecções seguem um curso progressivo (Qua-
dro 34-1). A severidade da doença do paciente depende da extensão 
da infecção,: da patogenicidade dos microrganismos, da dose do 
organismo e da suscetibilidade do hospedeiro. 
Se uma infecção é localizada (p. ex., uma feridade infectada), o 
paciente normalmente experimenta sintomas localizados, tais como 
dor, sensibihdade e vermelhidão no local da ferida. Use precauções 
padrão, EPI apropriado e higiene das mãos quando avaliar a ferida. 
O uso dessas precauções e da higiene das mãos bloqueará a dissemi-
nação da infecção para outros locais ou pacientes. Uma infecção que 
afeta o corpo inteiro em vez de um só órgão ou parte dele é sistémica 
e pode ser faltai se não detectada e não tratada. 
O cursO' de uma infecção influencia o nível de cuidado de en-
fermagem provido. A enfermeira é responsável pela administração 
apropriada de antibióticos, monitoramento da resposta à terapia 
farmacológica (Cap. 35) e uso apropriado de higiene das mãos e 
precauções-padrão. A terapia de suporte inclui fornecimento de 
% QUADRO 34-1 Curso da Infecção por Estágio 
Período de Incubação 
Intervalo entre a entradado patógeno no corpo e o apareci-
mento dos primeiros sintomas (p. ex., varicela, 10 a 21 dias 
após exposição; resfriado, 1 a 2 dias; gripe, 1 a 5 dias; ca-
xumba, 12 a 26 dias). 
Estágio de Pródromo 
Intervalo do início dos sinais e sintomas inespecíficos 
(mal-estar, febre alta, fadiga) aos sintomas mais específi-
cos. (Durante este tempo, microrganismos crescem e se mul-
tiplicam e o paciente pode ser capaz de disseminar a doença 
a outros.) Por exemplo, o herpes simples começa com prurido 
e formigamento no local antes de a lesão aparecer. 
Estágio de Enfermidade 
Intervalo quando o paciente manifesta sinais e sintomas espe-
cíficos ao tipo de infecção. (Por exemplo, infecção na garganta 
por estreptococos manifesta-se por inflamação da garganta, 
dor e edema; caxumba manifesta-se por febre alta, edema de 
glândulas parótida e salivar). 
Convalescença 
Intervalo quando os sintomas agudos de infecção desapare-
cem. (A duração da recuperação depende da severidade da 
infecção e da resistência de hospedeiro do paciente; a recupe-
ração pode levar vários dias a meses). 
nutrição adequada e descanso para fortalecer as defesas contra o 
processo infeccioso. O curso do cuidado para o paciente pode ter 
efeitos adicionais nos sistemas do corpo afetados pela infecção. 
A enfermeira desempenha um papel vital no controle de infec-
ção, tanto se for uma infecção localizada quanto sistémica. Por exem-
plo, se a enfermeira usa técnica de higiene das mãos e de preparação 
da pele inadequada, o organismo que causa a infecção na ferida pode 
ser transferido para o local I V do mesmo paciente. A infecção da 
ferida infeccionada de um paciente pode ser transferida para a tra-
queostomia de outro paciente. As enfermeiras que têm lesões em suas 
próprias peles estão em risco de infecção de sangue ou tecidos se 
práticas de prevenção e controle de infecções apropriadas, tais como 
luvas e adequada higiene das mãos, não são usadas. Entretanto, se a 
enfermeira tem uma área aberta tão grande para ser coberta com uma 
roupa, ela não deve executar procedimentos de cuidado no pacien-
te (CDC, 2002b; Occupational Safety and Health Administradon 
[OSHA], 2001). 
Defesas contra Infecção 
o corpo tem defesas normais, que protegem contra infecção. A flora 
normal do corpo que reside dentro e fora do corpo protege uma 
pessoa contra patógenos. A pela intacta protege dos patógenos, e os 
revestimentos das passagens nasais atuam para previnir os organis-
mos de entrar nos pulmões. Cada sistema orgânico tem mecanismos 
de defesa que trabalham para prevenir exposição à infecção. A res-
posta inflamatória é uma reação protetora que serve para neutrali-
zar patógenos e reparar células de sangue. A flora normal, o sistema 
de defesa do corpo e a inflamação são todas defesas não específicas 
que protegem contra microrganismos sem levar em consideração a 
exposição anterior. O sistema imunológico é composto de células 
separadas que ajudam o corpo a resistir à doença. Certas respostas do 
sistema imunológico são não específicas, enquanto outras são defesas 
específicas contra patógenos específicos. Se qualquer uma das defesas 
do corpo falha, uma infecção pode ocorrer. Esta infecção pode con-
duzir a um sério problema de saiide. 
Flora Normal, o corpo normalmente contém microrganismos 
que residem na superfície e camadas profundas da pele, na saliva e 
mucosa oral e nos tratos gastrointestinal e genitourinário. Uma 
pessoa normalmente excreta trilhões de micróbios diariamente 
através dos intestinos. A flora normal habitualmente não causa 
doença quando residente na sua área habitual do corpo mas, ao 
contrário, participa na manutenção da saiidc. 
A flora normal do intestino grosso existe em grande niimero 
sem causar doença. A flora normal também secreta substância anti-
bacteriana dentro das paredes do intestino. A flora normal da pele 
exerce uma ação protetora, bacteriana, que destrói os organismos 
que estão chegando na pele. A boca e faringe são também protegidos 
pela flora que enfraquece o aumento de invasão de micróbios. A flora 
normal mantém um equilíbrio sensível com outros microrganismos 
para prevenir infecção. Qualquer fator que rompa este equilíbrio 
coloca a pessoa em um elevado risco de adquirir uma doença. Por 
exemplo, o uso de antibióticos de amplo espectro para o tratamen-
to de infecção pode conduzir à suprainfecçáo. Uma suprainfecção 
se desenvolve quando antibióticos de amplo espectro eliminam 
uma grande extensão de organismos da flora normal, não só aque-
les que causam a infecção. Quando as floras bacterianas normais 
são eliminadas, as defesas do corpo são reduzidas, o que permite a 
multiplicação dos microrganismos produtores de enfermidade, cau-
sando doença. 
Sistema de Defasa do Corpo. Diversos sistemas orgânicos do 
corpo têm defesas únicas contra infecção (Tabela 34-3). A pele, o 
trato respiratório e o trato gastrointestinal são facilmente acessíveis a 
microrganismos. Os organismos patogênicos podem aderir à super-
fície da pele, ser inalados para dentro dos pulmões ou ser ingeridos 
com alimento. Cada sistema de órgão tem mecanismos de defesa fi-
siologicamente apropriados para sua estrutura e função específica. 
Por exemplo, os pulmões não podem controlar completamente a 
entrada de microrganisinos. Entretanto, as vias aéreas são revestidas 
com mucosas umidecidas e com saliências semelhantes a fios de ca-
belo ou cílios, que vibram ritmicamente para mover mucos ou frag-
mentos celulares até a faringe, para serem expelidos. 
Inf lamação, A resposta celular do corpo a um ferimento, infecção 
ou irritação é chamada de inflamação. A inflamação é uma reação 
vascular protetora que libera fluido, produtos de sangue e nutrientes 
para uma área de ferida. O processo neutraliza e elimina patógenos 
ou tecido morto (necrótico) e estabelece um meio de reparar as cé-
lulas e tecidos do corpo. Os sinais de inflamação localizada podem 
incluir edenia, rubor, calor, dor ou sensibilidade e perda da função 
na parte do corpo afetada. Quando a inflamação se torna sistémica, 
outros sinais e sintomas se desenvolvem, incluindo febre, leucoci-
tose, mal-estar, anorexia, náusea, vómito, aumento de nódulo linfá-
tico ou falência orgânica. 
A resposta inflamatória pode ser desencadeada por agentes físi-
cos, agentes químicos, ou microrganismos. Trauma mecânico, tem-
peraturas extremas e radiação são exemplos de agentes físicos. Os 
agentes químicos incluem irritantes externos e internos tais como 
venenos ou ácido gástrico. Os microrganismos podem também de-
sencadear esta resposta. 
Após os tecidos serem lesados, uma série de eventos bem coorde-
nados ocorre. A resposta inflamatória inclui o seguinte: 
1 . Respostas vascular e celular. 
2. Formação de exsudato inflamatório (fluido e células que são libe-
rados das células e vasos sanguíneos, p. ex., pus ou soro). 
3. Reparo tecidual. 
TABELA 34-3 Mecanismos Normais de Defesa contra infecção 
MECANISMOS DE DEFESAS 
Peie 
Superfície em multicamada intacta (pri-
meira linlia de defesa do corpo contra 
infecção) 
Cobertura da camada externa das célu-
las da pele 
Sebo 
Boca 
IVlucosa em multicamada intacta 
Saliva 
Olho 
Lacrimação e piscar de olhos 
Trato Respiratório 
Revestimento ciliar da via aérea supe-
rior, revestido por muco 
Macrófagos 
Trato Urinário 
Ação de escoamento do fluxo urinário 
Epitélio em multicamada intacto 
Trato Gastrointestinal 
Acidez das secreções gástricas 
Peristaltismo rápido no intestino del-
gado 
Vagina 
Na puberdade, a flora normal induz se-
creções vaginais para atingir pH baixo 
AÇÃO 
Provê barreira aos microrganismos e ativi-
dade antibacteriana 
Remove os organismos que aderem às ca-
madas externas da pele 
Contém ácidos graxos que destroem algu-
mas bactérias 
Provê barreira mecânica aos microrganis-
mosLava e remove partículas contendo micror-
ganismos 
Contém inibidores microbianos (p. ex., liso-
zima) 
Provê mecanismos para reduzir entrada 
(piscar) ou ajudar na lavagem e remoção 
(lacrimação) de partículas contendo pa-
tógenos, reduzindo então a dose de or-
ganismos 
Captura micróbios inalados evarre-os para 
fora no muco a ser expectorado ou engo-
lido 
Fagocitam e destroem os microrganismos 
que atingem os alvéolos pulmonares 
Lava e remove microrganismos no revesti-
mento da bexiga e da uretra 
Provê barreira aos microrganismos 
Administração de antiácidos 
Previne a retenção de conteúdos bacteria-
nos 
Inibe o crescimento de muitos organismos 
FATORES QUE PODEM ALTERAR os 
MECANISMOS DE DEFESA 
Cortes, abrasões, feridas perfurantes, 
áreas de maceração 
Falha em banhar-se regularmente, téc-
nica inadequada de lavagem das 
mãos 
Banho excessivo 
Lacerações, trauma, dentes extraídos 
Higiene oral deficiente, desidratação 
Lesão, exposição - respingo/borrifo 
de sangue ou outros materiais po-
tencialmente infecciosos para den-
tro do olho 
Tabagismo, alta concentração de oxi-
génio e de dióxido de carbono, umi-
dificação diminuída, ar frio 
Tabagismo 
Obstrução ao fluxo normal pela colo-
cação de cateter vesical, obstrução 
por nódulo ou tumor, retardo na 
micção 
Introdução de cateter vesical, movi-
mento contínuo do cateter na uretra 
Administração de antiácidos 
Retardo na motilidade resulta da im-
pactação dos conteúdos fecais no 
intestino grosso ou de obstrução 
mecânica por massas 
Antibióticos e contraceptivos orais 
atrapalham a flora normal 
Respostas Vascular e Celular. A inflamação aguda é uma 
resposta imediata à lesão celular. Quando isro acontece, rápida vaso-
dilatação ocorre, o que permite mais sangue próximo ao local do feri-
mento. O aumento no fluxo sanguíneo local causa a vermelhidão no 
local da inflamação. O aquecimento localizado é também resultado 
de maior volume de sangue. A vasodilaração local libera sangue e leu-
cócitos para os tecidos lesados. As proteínas do soro desempenham 
um papel principal na inflamação. Estas incluem quininas, aminas 
vasoativas, prostaglandinas e certos componentes do complemento. 
Estes servem para aumentar a vasodilatação. Os neutrófilos presentes 
no local da infecção servem como primeira linha de defesa contra os 
microrganismos. Se isso não ocorresse, então a inflamação crónica 
seria o resultado. 
O ferimento causa dano ao tecido e possível necrose, e como 
resultado, o corpo libera mediadores químicos que aumentam a 
permeabilidade dos pequenos vasos sanguíneos. Como resultado. 
fluido, proteínas e células entram nos espaços incersriciais. O acúmu-
lo de fluido aparece como inchaço localizado (edema). Outro sinal 
de inflamação é a dor. O edema dos tecidos inflamados aumenta a 
pressão sobre a terminação nervosa, causando dor. Como resultado 
das mudanças fisiológicas ocorridas com a inflamação, a parte do 
corpo envolvida pode experimentar uma perda temporária da fiin-
ção. Por exemplo, uma infecção localizada da mão leva os dedos a se 
tornarem inchados, dolorosos e descorados. As articulações podem 
se tornar duras como resultado do edema, mas as funções dos dedos 
retornam quando a inflamação diminui. 
A resposta celular da inflamação envolve a chegada dos leucócitos 
ao local. Os leucócitos passam através dos vasos sanguíneos e entram 
nos tecidos. A fagocitose é um processo que envolve a destruição 
e absorção de bactérias. Através do processo de fagocitose, os leu-
cócitos especializados, chamados neutrófilos e monócitos, ingerem 
e destroem os microrganismos ou outras partículas pequenas. Se a 
inflamação se tornar sistémica, outros sinais e sintomas será desen-
volvidos. A leucocitose, ou um aumento no número de os leucócitos 
circulantes, é a tesposta do corpo aos leucócitos deixando os vasos 
sanguíneos. Uma contagem sérica de leucócitos é normalmente de 
5.000 a 10.000/mm^ mas pode se elevar para 15.000 a 20.000/mm3 
ou mais durante a inflamação. A febre é causada pela liberação fago-
cítica de pirógenos das células bacterianas que causam um aumento 
no ponto de ajuste hipotalâmico (Cap. 32). 
Exsudato Inflamatório. O acúmulo de fluido e de células de 
tecido morto e leucócitos forma um exsudato no local da inflamação. 
O exsudato pode ser seroso (limpo, como o plasma), sanguinolento 
(contendo hemácias) ou purulento (contendo leucócitos e bacté-
rias). Normalmente, o exsudato é removido através da drenagem l in-
fática. As plaquetas e as proteínas do plasma tais como o fibrinogênio 
formam uma matriz semelhante à malha no local da inflamação para 
prevenir sua disseminação. 
Reparo de Tecido. Quando há lesão nas células teciduais, a cura 
envolve os estágios defensivo, reconstrutivo e maturativo (Cap. 48). As 
células danificadas são, no devido tempo, substituídas por novas célu-
las saudáveis. As novas células passam por uma maturação gradual até 
que elas adquiram as mesmas características estruturais e aparência 
das células anteriores. Se a inflamação é crónica, o tecido deficiente 
pode se encher com um frágil tecido de granulação. O tecido de 
granulação não é tão forte como o tecido colagenoso e assume a for-
ma de tecido cicatrizado. 
Infecções Relacionadas ao Cuidado da Saúde 
Os pacientes nos ambientes de cuidado da saúde podem ter um risco 
aumentado de adquirir infecções. As irdiiscções relacionadas ao cui-
dado da saúde (IRCSs), anteriormente chamadas de infecções adqui-
ridas no cuidado de saúde ou nosocomiais, resultam do fornecimento 
de serviços de saúde em uma instalação de cuidado da saúde. Elas po-
dem ocorrer como resultado de procedimentos invasivos, administração 
de antibióticos, a presença de organismos multirresistentes a drogas e 
quebras nas atividades de prevenção e controle de infecção. 
Infecções iatrogênicas são um tipo de IRCS de um procedimen-
to diagnóstico ou terapêutico. Por exemplo, após uma endoscopia 
gastrointestinal, o paciente desenvolve uma infecção por P.tãerugino-
sa. Use o pensamento crítico quando praticar as técnicas assépticas 
e seguir as políticas básicas de prevenção e controle de infecção e 
procedimentos para reduzir a incidência de IRCSs. Sempre considere 
os riscos do paciente para infecção e antecipe como a abordagem para 
o cuidado pode aumentar ou diminuir o risco. 
As infecções relacionadas ao cuidado da saúde são exógenas ou 
endógenas. Um organismo exógeno é aquele que está presente fora 
do paciente. Por exemplo, uma infecção pós-operatória é uma infec-
ção exógena. Os organismos endógenos são parte da flora normal ou 
-M- QUADRO 34-2 Locais e Causas de Infecções 
Relacionadas ao Cuidado da Saúde 
A realização inadequada da higiene das mãos aumenta o risco 
do paciente para todos os tipos de infecções relacionadas ao 
cuidado da saúde. 
Trato Urinário 
Inserção não estéril de cateter vesical 
Posicionamento inadequado da sonda de drenagem 
Sistema de drenagem aberta 
Desconexão entre cateter e sonda 
A ponta da bolsa de drenagem toca a superfície contaminada 
Técnica de coleta de amostra inadequada 
Obstrução ou interferência na drenagem urinária 
Permitir que a urina no cateter ou na sonda de drenagem re-
torne à bexiga (refluxo) 
Irrigações do cateter repetidas 
Feridas Cirúrgicas ou Traumáticas 
Preparação inadequada da pele antes da cirurgia (/.e., raspar 
versus cortar os pelos; não realizar banho ou lavagem pré-
operatória) 
Falha em limpar a superfície da pele adequadamente 
Falha em usar técnica asséptica durante as trocas de curativo 
Uso de soluções antissépticas contaminadas 
Trato Respiratório 
Equipamento de terapia respiratória contaminado 
Falha em usar técnica asséptica durante aspiração de via 
aérea 
Descarte inadequado de secreções 
Corrente Sanguínea 
Contaminação de fluidos intravenosos(IV) pelo sistema 
Inserção de aditivos farmacológicos ao fluido IV 
Adição de conexões e torneirinhas ao sistema IV 
Cuidado inadequado do local de inserção de agulhas 
Agulhas ou cateteres contaminados 
Falha em trocar o local do acesso venoso quando o primeiro 
sinal de Inflamação aparece 
Técnica inadequada durante administração de múltiplos 
produtos sanguíneos 
Cuidado inadequado de shunts peritoneais ou de hemodiálise 
Acesso inadequado a um ponto IV 
organismos virulentos residentes que podem causar infecção. Uma 
infecção endógena pode ocorrer quando parte da flora do paciente 
se torna alterada e resulta em um crescimento exagerado. Por exem-
plo, um paciente recebe vários antibióticos no ambiente hospitalar e 
desenvolve infecção por C. difficile como resultado. 
O número de profissionais do cuidado da saúde tendo contato 
direto com um paciente, o tipo e número de procedimentos inva-
sivos, a terapia recebida e o tempo de hospitalização influenciam o 
risco de infecção. Os principais locais para as IRCSs incluem feridas 
cirúrgicas ou traumáticas, tratos urinário e respiratório e a corrente 
sanguínea (Quadro 34-2). 
As infecções relacionadas ao cuidado da saúde aumentam signi-
ficativamente o custo do cuidado da saúde. Os idosos têm susceti-
bilidade elevada a essas infecções por causa de suas afinidades com 
a doença crónica e o próprio processo de envelhecimento (Quadro 
34-3). Um maior tempo de permanência nas instituições de cuidado 
da saúde aumenta a incapacidade, aumenta os custos de antibióticos 
e prolonga o tempo de recuperação adicionado às despesas do pa-
ciente, assim como as despesas da instituição de cuidado da saúde e 
Capítulo 34 Prevenção e Controle de I n f e c ç l 
ES QUADRO 34-3 Foco EflA IDOSOS 
Riscos para Infecção 
• Um declínio relacionado à idade no funcionamento do 
sistema imunológico, chamado envelhecimento imune, au-
menta a suscetibilidade do corpo à infecção e lentifica a res-
posta imune global (Lesser e outros, 2006). 
• Os idosos são menos capazes de produzir linfócitos para 
combater desafios ao sistema imune. Quando anticorpos 
são produzidos, a duração de sua resposta é mais curta e 
menos células são produzidas (Burns, 2001). 
• Os riscos associados ao desenvolvimento de infecções rela-
cionadas ao cuidado da saúde em pacientes idosos incluem 
nutrição deficiente, perda de peso não intencional e baixos 
níveis de albumina sérica (Meiner e Lueckenote, 2006). 
Após 70 anos, os idosos parecem propensos 
a produzir autoanticorpos que atacam partes 
do seu próprio corpo, em vez de infecções 
(Burns, 2001). 
Os idosos experimentam perda e estresse juntamente com a 
imunidade suprimida relacionada a luto, depressão e 
suporte social deficiente (Burns, 2001). 
^ TABELA 34-4 Avaliação do Risco de Infecção em Adultos 
COMPONENTE 
Idade 
Estilo de vida - com-
portamentos de alto 
risco 
Ocupação 
Procedimentos diag-
nósticos 
Hereditariedade 
Histórico de viagem 
Trauma 
Nutrição 
CAUSAS 
DPOC, doença cardíaca, diabetes 
Exposição a doenças transmissíveis/infecciosas 
Uso de drogas IV 
Uso de outras drogas/substâncias 
Minerador, desempregado, sem-teto 
Radiologia invasiva, transplante 
Anemia falciforme, diabetes 
Vírus do Nilo Ocidental, SARA, gripe aviária, 
Hantavirus 
Fraturas, hemorragia interna 
Obesidade, anorexia 
RESULTADO 
Pneumonia, lesão de pele, úlcera de estase venosa 
DSTs, HIV, HBV, HCV, infecções oportunistas, infec-
ções virais, infecções por leveduras, insuficiência 
hepática 
Doença do pulmão preto, pneumonia, TB, ingestão 
nutricional baixa, falta de acesso a cuidado mé-
dico, estresse 
IVIúltiplos acessos IV, drogas imunossupressoras 
Anemia, cura retardada 
Meningite, angústia respiratória aguda 
Sepse, infecção secundária 
Resposta imune deficiente 
Modificado de Tweeten SM: General principies of epidemiology. In Carriço R, editor: APCI test of infection control and epidemiology, Washington, DC, 2005, 
Association for Professionals In Infection Control and Epidemiology. 
DPOC, Doença pulmonar obstrutiva crónica; HBV, vírus da hepatite B; HCV, vírus da hepatite C; HIV, vírus da imunodeficiência humana; iV, intravenoso; 
SARA, síndrome da angústia respiratória aguda; DSTs, doenças sexualmente transmissíveis; TB, tuberculose. 
corporações de financiamento (p. ex., Medicare). Frequentemente, 
os custos para as IRCSs não são reembolsáveis; como resultado, a 
prevenção tem um impacto financeiro benéfico e é uma parte im-
portante do gerenciamento do cuidado. A TJC listou vários objeti-
vos nacionais de segurança focando no cuidado de adultos idosos, 
por exemplo, assegurando que os idosos recebam vacina contra 
gripe {influenza) e pneumonia ou prevenção de úlceras por pressão 
associadas ao cuidado da saúde (TJC, 2007)^. 
Processo de Enfermagem , 
no Controle de infecção 
^Coleta de Dados 
Avalie os mecanismos de defesa do paciente, suscetibilidade e conhe-
cimento de como as infecções são transmitidas (Tabela 34-4). Con-
duza uma revisão da doença e histórico de viagem com o paciente e 
família para revelar uma exposição a uma doença transmissível. O 
histórico de imunização e vacinação é também muito útil. Conduza 
um exame completo das condições clínicas do paciente para identi-
ficar sinais e sintomas da infecção real ou um risco de infecção. Uma 
análise dos achados laboratoriais provê informação acerca da defesa 
do paciente contra a infecção. Pelo conhecimento dos fatores que 
elevam a suscetibilidade ou o risco de infecção e reconhecimento dos 
sinais e sintomas precoces, você é capaz de planejar intervenções 
apropriadas. 
Estado dos Mecanismos de Defesa. Revise os achados da 
avaliação física e a condição médica do paciente para determinar o es-
tado dos mecanismos de defesa normais contra infecção. Por exemplo, 
qualquer lesão na pele, tal como uma úlcera sobre o pé de um paciente 
que tem diabetes, é um local em potencial para infecção. Semelhante-
mente, um paciente que fuma tem um risco maior de adquirir uma in-
fecção no trato respiratório após cirurgia geral, pois os cílios respiratórios 
são menos propensos a reter adequadamente muco das vias aéreas do 
paciente. (Qualquer redução nas defesas primárias ou secundárias do 
corpo contra infecção coloca um paciente em risco elevado. 
Suscetibilidade do Paciente. Muitos fatores influenciam a 
suscetibilidade à infecção. Reúna informação sobre cada fator através 
do histórico do paciente e família. 
Idade, Durante a vida, a suscetibilidade à infecção muda. Por 
exemplo, um bebé tem defesas imaturas contra infecção. Nascido so-
mente com os anticorpos providos pela mãe, o sistema imunológico 
do bebé é incapaz de produzir as imunoglobulinas e leucócitos necessá-
rios para combater adequadamente algumas infecções. Entretanto, be-
bés amamentados no peito podem ter maior imunidade do que bebés 
alimentados com mamadeira, pois eles recebem os anticorpos da mãe 
através do leite de peito. A medida que a criança cresce, o sistema imu-
nológico amadurece, mas a criança ainda é suscetível a organismos que 
causam o resfriado comum, infecções intestinais e doenças infecciosas 
como caxumba, sairampo e varicela, se não vacinada. 
O jovem ou adulto de meia-idade tem defesas refinadas contra 
infecções. A flora normal, os sistemas de defesa do corpo, a infla-
mação e a resposta imunológica provêem proteção contra micror-
ganismos invasores. Os vírus são a causa mais comum de doenças 
transmissíveis em jovens ou adultos de meia-idade. Desde 2000, há 
um grande esforço para vacinar todas as crianças contra todas as do-
enças para as quais a vacina está disponível. O resultado é um declí-
nio significativo no número de ocorrência de casos. Por exemplo, a 
infecção por hepatite B em crianças e adolescentes diminuiu em 89% 
(CDC, 2005b). 
As defesas contrainfecção mudam com a idade (Lesser, Paiusi e 
Leips, 2006). A resposta imunológica, particularmente a imunidade 
mediada por célula, diminui. Os idosos também experimentam al-
terações na estrutura e função da pele, trato urinário e pulmões. Por 
exemplo, a pele perde seu turgor e o epitélio afina. Como resultado, 
fica mais fácil cortar ou raspar a pele e isto aumenta o potencial de 
invasão por patógenos. 
Estado Nutricional. Quando a ingestão de proteína é inade-
quada como resultado de dieta pobre ou doença debilitante, a taxa 
de desintegração de proteína excede a da síntese do tecido (Cap. 44). 
Uma redução na ingestão de proteína e outros nutrientes tais como 
carboidratos e gorduras reduz as defesas do corpo contra infecção e 
prejudica a cicatrização de ferida (Cap. 48). 
Os pacientes com doenças ou problemas que aumentam o reque-
rimento de proteína estão em maior risco. Estes problemas incluem 
ferimento traumático, queimaduras extensas e condições que causam 
febre. Os pacientes que passaram por cirurgia também requerem au-
mento de proteína. 
A enfermeira avalia a ingestão dietética do paciente e a capaci-
dade de tolerar alimentos sólidos. Os pacientes que têm dificuldade 
de engolir, que experimentam alterações na digestão ou que estão 
tão confusos ou fracos para alimentar-se estão em risco para uma 
ingestão dietética inadequada. Os pacientes obesos se beneficiarão da 
avaliação da dieta. Consulte um nutricionista para auxiliar no cálculo 
de calorias dos alimentos ingeridos. 
Estresse. O corpo responde ao estresse emocional ou físico pela 
síndrome de adaptação geral (Cap. 31). Durante o estágio de alar-
me, a taxa de metabolismo basal aumenta enquanto o corpo usa 
a energia armazenada. O hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) 
age para aumentar os níveis séricos de glicose e diminuir as respos-
tas anti-inflamatórias desnecessárias através da liberação de corti-
sona. Se o estresse continua ou torna-se intenso, os níveis elevados 
de cortisona resultam em diminuição da resistência à infecção. O 
estresse continuado conduz à exaustão, na qual as energias arma-
zenadas esgotam-se e o corpo não tem resistência à invasão de or-
ganismos. As mesmas condições que aumentam os requerimentos 
nutricionais, tais como cirurgia ou trauma, também aumentam o 
estresse psicológico. Por exemplo, a meningite é uma doença sazo-
nal que geralmente ocorre em escolas e colégios durante a época de 
exames. Os estudantes estão sob estresse, não comem corretamente 
e não dormem o bastante. Suas resistências estão baixas e eles estão 
mais propensos à enfermidade. 
Processo de Doença. Os pacientes com doenças do sistema 
imunológico estão em risco particular de infecção. Leucemia, AIDS, 
linfoma e anemia aplásica são condições que comprometem um hos-
pedeiro ao enfraquecer as defesas contra organismos infecciosos. Por 
exemplo, os pacientes coin leucemia são incapazes de produzir leucó-
citos suficientes para evitar infecção. Os pacientes com H I V são fre-
quentemente incapazes de evitar infecções simples e estão propensos 
a infecções oportunistas. 
Os pacientes com doenças crónicas tais como a diabetes melli-
tus e esclerose múltipla são também mais suscetíveis a infecções 
por causa da debilidade geral e prejuízo nutricional. As doen-
ças que prejudicam o sistema de defesas do corpo, tais como en-
fisema e bronquite (que prejudicam a ação ciliar e engrossam o 
muco), câncer (que altera a resposta imunológica) e a doença vas-
cular periférica (que reduz o fluxo de sangue a tecidos feridos), 
aumentam a suscretibilidade à infecção. Os pacientes com quei-
maduras têm alta suscetibilidade à infecção por causa do dano 
às superfícies da pele. Quanto maiores a profundidade e extensão da 
queimadura, maior o risco de infecção. 
Terapia Médica. Algumas drogas e terapias médicas compro-
metem imunidade à infecção. A enfermeira avalia o histórico do 
paciente para determinar se este toma medicamentos em casa que 
aumentam a suscetibilidade à infecção. A avaliação da medicação in-
clui qualquer medicação de venda livre e medicamentos herbáceos. 
Uma revisão das terapias recebidas no ambiente de cuidado da saúde 
ajuda a revelar os riscos. Os corticosteiroides suprarrenais, prescritos 
para diversas condições, são drogas anti-inflamatórias que causam 
desintegração proteica e prejudicam a resposta inflamatória contra 
bactérias e outros patógenos. As drogas citotóxicas ou antineoplási-
cas atacam as células cancerígenas mas causam efeitos colaterais de 
depressão da medula óssea e toxicidade das células normais. Com 
a depressão da medula óssea, o corpo é incapaz de produzir hnfó-
citos e leucócitos suficientes. Quando as células normais tornam-se 
alteradas pelos agentes antineoplásicos, as defesas celulares contra 
infecção falham. A ciclosporina e outras drogas imunossupressoras, 
que diminuem a resposta imunológica do corpo, são geralmente to-
madas por pacientes que recebem transplantes de órgãos. Os imu-
nossupressores evitam a rejeição do órgão e tecido, mas também 
aumentam a suscetibilidade à infecção. 
Aspecto Clínico. Os sinais e sintomas de infecção podem ser 
locais ou sistémicos. As infecções localizadas são mais comuns em 
áreas da pele ou mucosa danificada, tais como feridas cirúrgicas ou 
traumáticas, úlceras por pressão, lesões orais e abscessos. 
Ao avaliar uma área por infecção localizada, primeiro inspecione 
a área em busca de vermelhidão e edema causados por inflamação. 
Como pode haver secreção de lesões ou feridas abertas, calce luvas 
limpas. A secreção infectada pode ser amarela, verde ou marrom, de-
pendendo do patógeno. Por exemplo, secreções nasais verdes podem 
indicar uma infecção nos seios paranasais. Pergunte ao paciente sobre 
dor e sensibilidade ao redor do local. Alguns pacientes podem recla-
mar de rigidez e dor causada pelo edema. Se a área infectada é grande 
o suficiente, o movimento pode ser restrito. A palpação delicada de 
uma área infectada normalmente resulta em algum grau de sensibili-
dade. Além das luvas, vista uma máscara cirúrgica para prevenir con-
taminação adicional da ferida. Use óculos protetores quando houver 
risco de esguicho ou respingo de sangue ou fluidos corporais. 
As infecções sistémicas causam mais sintomas generalizados do 
que uma infecção local. Elas normalmente resultam em febre, fatí-
ga, náusea/vómito e mal-estar. Os linfonodos que drenam a área da 
infecção frequentemente se tornam grandes, edemaciados e sensíveis 
durante a palpação. Por exemplo, um abscesso na cavidade peritoneal 
pode causar aumento dos linfonodos na virilha. Uma infecção do 
trato respiratório superior pode causar aumento dos linfonodos cer-
vicais. Se uma infecção é séria e muito difundida, todos os principais 
linfonodos podem aumentar. 
As infecções sistémicas podem se desenvolver após o tratamento para 
uma infecção localizada ter falhado. Esteja alerta para mudanças no nível 
de atividade e responsividade do paciente. A medida que as infecções 
sistémicas se desenvolvem, uma elevação na temperatura do corpo pode 
conduzir a episódios de aumento na frequência cardíaca e respiratória 
e baixa pressão sanguínea. O envolvimento dos principais sistemas do 
corpo produz sintomas específicos. Por exemplo, uma infecção pulmo-
nar pode resultar em uma tosse produtiva com escarro purulento. Uma 
infecção no trato urinário pode resultar em urina turva, com mau odor. 
Uma infecção nem sempre se apresenta com os sinais e sintomas 
típicos em todos os pacientes. Não é incomum descobrir que idosos 
têm uma infecção avançada antes de ela ser identificada. Isto aconte-
ce porque, devido à idade, há uma redução na resposra inflamatória e 
imunológica. Os idosos têm fadiga aumentada e sensibilidade dimi-
nuída para dor. Uma resposta febril reduzida ou ausente pode ocor-
rer devido-ao crónico de aspirina ou drogas anti-inflamatóriasnão 
esteroidais. Sintomas atípicos tais como confusão, incontinência ou 
agitação podem ser os linicos sintomas de uma enfermidade infeccio-
sa (Gantz, 2005). Por exemplo, até 20% dos idosos com pneumonia 
não têm os sinais e sintomas típicos de febre, tremor, frio e escarro 
produtivo com cor de ferrugem. Os linicos sintomas são frequente-
mente um aumento inexplicável na frequência cardíaca, confusão ou 
fadiga generalizada. Uma vacina para pneumonia está disponível e 
é recomendada para todas as pessoas com problemas respiratórios e 
para aquelas acima de 65 anos de idade. Isto irá auxiliar bastante no 
declínio de pneumonia na população adulta idosa. 
Dados Laboratoriais. Uma revisão nos resultados dos testes 
laboratoriais pode revelar infecção (Tabela 34-5). Os valores de labo-
ratório, entretanto, não são o bastante para detectar infecção. Você 
precisa avaliar outros sinais clínicos. Outros fatores além da infecção 
podem alterar os valores dos testes. Por exemplo, trauma e estresse 
físico podem causar uma elevação no mimero de neutrófilos. Um 
resultado de cultura pode mostrar crescimento de um organismo na 
ausência de infecção. É também importante notar que os valores de 
laboratório podem variar de laboratório para laboratório. Esteja 
certo de conhecer a limites padrão dos valores laboratoriais do labo-
ratório em sua instituição. 
PaCieríteS com infecção. Alguns pacientes com infecção têm 
uma variedade de problemas. É importante perguntar questões espe-
cíficas para avaliar as necessidades do paciente e família relacionadas 
ao estado da doença (Quadro 34-4). Essas necessidades são físicas, 
psicológicas, sociais ou económicas. Por exemplo, um paciente com 
uma doença crónica como HIV/AIDS pode experimentar sérios 
problemas psicológicos como resultado de isolamento autoimposto 
QUADRO 34-4 QUESTÕES DE AVALIAÇÃO 
ENFERMAGEM ,> . 
Fatores de Risco 
• Você tem quaisquer cortes ou lacerações recentes? 
• Você teve alguma doença crónica diagnosticada? 
• Você realizou algum teste diagnóstico recente, como cistos-
copia? 
Possíveis Infecções Existentes 
• Você tem ou sente que tem febre? 
• Você tem alguma dor/queimação durante a micção? 
Histórico iVIedicamentoso 
• Você está tomando alguma medicação que possa afetar seu 
sistema imune (p. ex., quimioterapia para câncer, medica-
mentos para artrite reumatóide, esteroides)? 
• Você está tomando algum medicamento antiviral? 
Estressores 
• Há alguma mudança importante no estilo de vida ocorrendo, 
como perda de trabalho ou de lugar para morar, divórcio ou 
incapacidade? 
TABELA 34-5 Exames Laboratoriais para Pesquisa de Infecção 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL VALORES NORMAIS (ADULTO) INDICAÇÃO DE INFECÇÃO 
Contagem de leucócitos 5.000-10.oco/mm' Aumentada em infecção aguda, diminuída em certas infec-
ções virais ou exacerbadas 
Velocidade de hemossedimen- Maior que 15 mm/h para ho- Elevada na presença de processo inflamatório 
tação mem e 20 mm/h para mu-
lher 
Nível de ferro 60-90 g/100 mL Diminuído em infecção crónica 
Culturas de urina e sangue Normalmente estéreis, sem Presença de crescimento de microrganismos infecciosos 
crescimento de microrga-
nismo 
Culturas e coloração de Gram Nenhum leucócito na colora- Presença de crescimento de microrganismos infecciosos e 
de ferida, escarro e garganta ção de Gram, possível leucócitos na coloração de Gram 
flora normal 
Contagem Diferencial (Porcentagem de Cada Tipo de Leucócito) 
Neutrófilos 55%-70% Aumentados em infecção supurativa (formação de pus) aguda, di-
minuídos em infecção bacteriana exacerbada (adulto idoso) 
Linfócitos 20%-40% Aumentados em infecções bacteriana e virai crónicas, diminu-
ídos em sepse 
Monócitos 5%-10% Aumentados em infecções por protozoários, por Rickettsia e 
tuberculose 
Eosinófilos Aumentados em infecção parasítica 
Basófilos 0,5%-1,5% Normal durante infecção 
QUADRO 34-5 PRQCESSO DE DiAGNÓSTICOí 
DE ENFERMAGEM 
Risco para Infecção Relacionado 
à Imunidade Deficiente 
Características Definidoras 
Contagem de leucócitos 
< 5.000/mm3 
Paciente recebendo azatioprina 
(Imuran), um imunossupressor 
Cateter IV no antebraço direito, 
neste local há 3 dias. 
Cateter de Foley drenando urina 
turva de coloração âmbar. 
Atividades de Avaliação 
Cheque os resultados dos 
exames laboratoriais. 
Revise os medicamentos 
atuais. 
Identifique locais potenciais 
de infecção 
IV, Intravenoso. 
ou rejeição pela família e amigos. Os pacientes ou seus familiares 
podem não ser capazes de arcar com as despesas dos custos de cuida-
dos médicos. Usando uma abordagem gerenciada do caso, a enfer-
meira determina a capacidade do paciente e da família de se ajusta-
rem à doença e identifica recursos disponíveis necessários para os 
desafios do gerenciamento do cuidado da saúde, tais como orienta-
ção para encontros de grupos locais que possam auxiliar um paciente 
na aceitação da enfermidade ou orientação para os recursos da insti-
tuição local para assistência com despesas com as drogas prescritas. 
-^Diagnóstico de Enfermagem 
Durante a coleta, obtenha dados objetivos, tais como incisão aberta ou 
uma redução de calorias ingeridas, e dados subjetivos, tais como a recla-
mação de sensibilidade no local de uma ferida cirúrgica do paciente. 
Então, realize os dados cuidadosamente, procurando por agrupamentos 
de características ou fatores de risco que possam criar um padrão. Este 
padrão pode sugerir um diagnóstico de enfermagem específico (Quadro 
34-5). Os seguintes são exemplos de diagnósticos de enfermagem: 
• Risco para infecção. 
• Nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades corporais. 
• Mucosa oral prejudicada. 
• Risco para integridade da pele prejudicada. 
• Isolamento social. 
• Integridade tissular prejudicada. 
É necessário validar os dados, como inspecionar a integridade de 
uma ferida mais cuidadosamenre e revisar os achados laboratoriais 
quando necessário. O sucesso no planejamento adequado de inter-
venções de enfermagem depende da exatidão do diagnóstico e da 
capacidade de alcançar as necessidades do paciente. Por exemplo, mi-
nimizar o risco para infecção relacionado à lesão de pele requer medidas 
de higiene adequadas, cuidado da ferida e uso das precauções-padrão. 
Minimizar o risco para infecção relacionado à má nutrição requer bom 
suporte nutricional e equilíbrio hídrico. 
^Planejamento 
Objetivos e Resultados, o plano de cuidado do paciente está 
baseado em cada diagnóstico de enfermagem e fator relacionado 
(veja Plano de Cuidado). Desenvolva um plano que estabeleça resul-
tados realistas para que as intervenções tenham resolução e sejam 
diretas. Quando você cuidar de um paciente com diagnóstico de 
enfermagem de risco para infecção relacionado a lesão de pele, imple-
mente medidas de cuidado da pele e ferida para promover cura. Os 
resultados esperado de "redução no tamanho da ferida em 1 cm" e 
"ausência de secreção" estabelecem alvos para medir a melhora do pa-
ciente. Objetivos comuns do cuidado aplicado aos pacientes com in-
fecção frequentemente incluem os seguintes: 
• Prevenção de exposição a organismos infecciosos. 
• Controle e redução da extensão da infecção. 
• Manutenção da resistência à infecção. 
• Verbalização da compreensão das técnicas de prevenção e contro-
le de infecção (p. ex., higiene das mãos). 
Estabelecendo Prioridades, Estabeleça prioridades para cada 
objetivo do cuidado. Por exemplo, seu paciente desenvolve uma fe-
rida aberta, sofre de uma enfermidade debilitante como o câncer e é 
incapaz de tolerar alimentos sólidos. A prioridade de administração 
de terapias para promover a cura da ferida excede o objetivo de edu-
car o paciente para assumir terapias de autocuidado em casa. Quando 
as condições do paciente melhorarem, a prioridade mudará e a edu-
cação do paciente se tornará uma intervençãoessencial. 
Cuidado C o l a b o r a t i V O . o desenvolvimento de um plano de 
cuidado inclui as práticas de prevenção e controle de infecções de 
disciplinas múltiplas. Selecione as intervenções em colaboração com 
o paciente, a família e outros da equipe de cuidado da saúde, tais 
como nutricionistas e terapeutas respiratórios. Além disso, o profis-
sional de prevenção e controle de infecção (PPCI) ou enfermeiras do 
cuidado domiciliar {home care) colaboram com o cuidado do pa-
ciente. Quando o cuidado continua no domicílio do paciente, a 
enfermeira de cuidado domiciliar planeja garantir que este suporte 
boas práticas de prevenção e controle de infecção. Por exemplo, se 
um paciente não tem água corrente requerida para o cuidado da fe-
rida, mesmo uma simples higiene das mãos com sabão e água é difí-
cil de realizar. A enfermeira necessitará trazer um produto de álcool 
sem água durante a visita para garantir higiene das mãos adequada. 
Use uma garrafa de água se as mãos estiverem visivelmente sujas. 
Instrua o paciente a usar a higiene das mãos tanto com garrafa de 
água e sabão quanto com produtos para as mãos à base de álcool. 
^Implementação 
Ao identificar e avaliar os fatores de risco do paciente e implementar 
medidas adequadas, a enfermeira reduz o risco de infecção. 
Promoção da Saúde. Use sua habilidade de pensamento crítico 
para prevenir o desenvolvimento ou difusão de uma infecção. Imple-
mente procedimentos para minimizar os números e tipos de organis-
mos que poderiam ser possivelmente transmitidos. Ehmine reserva-
tórios de infecção, controle portas de saída e entrada e evite ações 
que transmitam microrganismos, prevenindo a bactéria de encontrar 
um novo lugar para crescer. O uso adequado de suprimentos estéreis, 
precauções de barreira, precauções padrão, precauções baseadas em 
transmissão e adequada higiene das mãos são exemplos de métodos 
para controlar a disseminação de microrganismos. Um medida pre-
ventiva final é fortalecer as defesas potenciais do hospedeiro contra 
infecção. Suporte nutricional, repouso, manutenção dos mecanis-
mos de proteção fisiológica e imunizações recomendadas protegem 
um paciente. Por exemplo, a vacinação anual para proteger contra 
gripe é um importante elemento de redução de risco. 
«Tf 
D E E N F E R M A G E M 
Risco para Infecção 
Avaliação 
o Sr. Huntly tem 32 anos, é casado e pai de dois filiios, e foi ad-
mitido na unidade de enfermagem médica há 5 dias com diag-
nóstico "de HIV. Ele recebeu sua primeira dose de drogas antir-
retrovirais. Antes de sua admissão ele perdeu o interesse pela 
comida e informou que sua ingestão diminuiu. Seus filhos têm 
idade escolar e frequentam escola pública. Ambas as crianças 
faltaram a escola duas vezes nos últimos 2 meses por resfriados 
e inflamação de garganta. Sara Jones é a estudante de enferma-
gem cuidando do Sr. Huntly. Ela inicia seu turno de cuidado 
conduzindo uma avaliação focada. 
Atividades de Avaliação 
Revise o gráhco de dados laboratoriais do paciente refletindo a 
função imune (p. ex., contagem de leucócitos; contagem de 
CD4; carga virai). 
Peça ao paciente para descrever o apetite e rever a ingestão de 
alimentos nas últimas 24 horas. 
Pese e meça o paciente. 
Palpe os linfonodos cervicais e claviculares do paciente. 
Avalie o histórico medicamentoso completo do paciente. 
Achados/Características Definidoras 
O número de células CD4 é baixo. 
O paciente relata diminuição do apetite por 2 semanas. Ele perdeu 
aproximadamente 3,5 l(g em 3 semanas. Sua ingestão alimentar 
ontem consistiu em uma pequena xícara de doce de maçã, meia 
tigela de sopa, alguns biscoitos e dois copos de suco. 
Seu peso atual é de 70 kg; sua altura é de 1,75 m. 
Os linfonodos estão aumentados e sem dor. 
O paciente está recebendo quimioterapia multiagente. 
Diagnóstico de Enfermagem: Risco para-infecção relacionado à imunossupressão e ingestão alimentar diminuída. 
• Planejamento 
ivieta 
O paciente permanecerá livre de infecção. 
Resultados Esperados (NOC)* 
Estado Imunológico 
O paciente permanecerá afebril. 
O paciente não terá sinais ou sintomas de infecção local (p. ex., 
permanecer livre de tosse, urina turva ou com odor forte, 
lesões orais). 
Conhecimento: Gerenciamento da Infecção 
O paciente identificará as rotinas a seguir em casa para reduzir 
o risco de infecção. 
O paciente identificará os sinais e sintomas a relatar ao prove-
dor de cuidado da saúde indicando infecção. 
tRótulos de classificação do resultado de Moorhead S e outros; Nursing outcomes classipcation (NOC), ed 4, St. Louis, 2008, Mosby. 
O paciente descreverá os riscos de infecção em 2 semanas. 
I n t e r v e n ç õ e s t .. 
Proteção contra isifetção 
• Monitore a temperatura corporal do paciente rotineiramente, 
inspecione a cavidade oral em busca de lesões, inspecione a 
urina para odor, inspecione a inserção do acesso IV para 
drenagem e observe o paciente para evidência de tosse. 
• Consulte o nutrólogo para prover uma dieta hipercalórica, hi-
perproteica e de baixa contaminação. Minimize a ingestão de 
saladas, frutas e vegetais crus e carnes pouco cozidas, pi-
menta e páprica. Ofereça pequenas refeições frequentes. 
Controle da Infecçiio 
• Ensine ao paciente e à família como realizar higiene das 
mãos corretamente. 
• Instrua o paciente a comunicar o seguinte ao ser cuidador: 
temperatura maior do que 38°C (100°F), tosse persistente 
com ou sem catarro, urina turva ou com mau cheiro, ou quei-
mação à micção. 
Justlficatwa • 
As intervenções ajudam a prevenir e assegurar a detecção pre-
coce de infecção em um paciente de risco (Fauerbach, 2005). 
A manutenção da ingestão calórica e proteica previnirá a perda 
de peso. Alimentos ricos em gordura devem ser evitados. Quan-
tidades excessivas de ácidos graxos ômega são imunossupres-
sora (Gantz, 2005). 
O paciente pode facilmente entrar em contato com organismos 
do ambiente que podem causar infecção. A higiene rigorosa das 
mãos reduz a contagem bacteriana nas mãos (Larson, 2005). 
Os sinais e sintomas são indicativos de infecção local ou 
sistémica. 
tRótulos de classificação de intervenção de Bulechek GM, Butcher HK, and Dochterman |M: Nursing interventions classipcation (NIC), ed 5, St. Louis, 2008, 
Mosby. 
1 
Continua 
I 
P L A N O D E C U I D A D O D E E N F E R M A G E M 
_ ^ Risco para Infecção — Cont. 
Intervençõest Justificativa 
Infecção—Cont. 
• Ensine o paciente e à família o seguinte: Essas medidas são designadas para prevenir infecção naqueles 
• Evitar multidões e grandes acúmulos de pessoas. pacientes com função imune diminuída (Gantz, 2005). 
• Não compartilhar itens de higiene pessoal (escova dental, 
toalha de banho, desodorante em barra) com a família. 
• Verificar a temperatura duas vezes ao dia. 
• Não beber água que permaneceu parada por mais do que 
15 minutos. 
• Não reutillzarxícaras ou copos sem lavar; sempre que pos-
sível, usar a lavadora de louças. 
• Usar preservativo durante relação sexual. Não passar ou 
receber fluidos corporais, particularmente sangue, sémen 
ou secreções vaginais. 
tRótulos de classificação de intervenção de Bulechek GM, Butcher HK, e Dochterman )M: Nursing interventions classipcation (NIC), ed 5, St. Louis, 2008, Mosby. 
AvallaçãQ 
Ações de Enfermagem 
Compare a temperatura corporal e outros 
achados físicos do paciente com os da-
dos basais. 
Peça ao paciente para descreveres sinais 
e sintomas para reportar ao prestador 
de cuidados da saúde. 
Peça ao paciente para explicar as medi-
das a tomar em casa para reduzir a ex-
posição a agentes infecciosos. 
Resposta/Achado do Paciente 
O paciente permanece afebril e nega t e r ' 
tosse ou queimação ao urinar. Não há si-
nal de lesões orais. 
O paciente ê capaz de identificar a variação 
da temperatura a reportar.Foi capaz de 
descrever tosse. Incapaz de identificar si-
nais de infecção urinária ou local da 
secreção. 
Paciente é capaz de discutir a necessidade 
de evitar compartilhar artigos de higiene 
pessoal e de lavar produtos frescos. Pe-
diu uma lista de outras precauções e quis 
que sua esposa fosse incluída na dis-
cussão. 
Obtenção do Resultado 
O paciente não teve infecção ativa até o 
momento. 
O paciente tem compreensão parcial dos 
sinais e sintomas a reportar. Requer 
instrução adicional. Oferecer impresso 
informativo. 
O paciente tem compreensão parcial das 
restrições. Obtenha instruções impres-
sas e inclua a esposa na discussão 
esta noite. 
Ter consciência da prevenção e controle de infecção ajuda você 
a aplicar os princípios de assepsia médico-cirúrgica. Quando um 
paciente desenvolve uma infecção, implemente técnicas e procedi-
mentos para reduzir a oportunidade para o pessoal do cuidado da 
saúde ou outros pacientes de serem expostos à infecção. Pacientes 
com doença transmissível podem requerer precauções de isolamento 
específicas para romper a cadeia de infecção. 
C u i d a d o A g u d o . O tratamento de um processo infeccioso inclui 
a eliminação de organismos infecciosos e suporte às defesas do pa-
ciente. Para identificar os organismos causadores, a enfermeira coleta 
amostras de fluidos corporais, tais como escarro ou secreção dos lo-
cais infectados do corpo, para cultura. Quando o processo de doença 
ou organismo causador é identificado, o prestador de cuidado da 
saúde prescreve o tratamento mais eficiente. 
As infecções sistémicas requerem medidas para prevenir compli-
cações de febre (Cap. 32). Manutenção da ingesta de fluidos previne 
desidratação resultante da diaforese. O aumento da taxa de meta-
bolismo do paciente requer uma ingestão nutricional adequada. O 
descanso preserva a energia para o processo de cura. 
As infecções localizadas frequentemente requerem medidas para 
auxiliar a remoção de restos para promover a cura. A enfermeira apli-
ca princípios de cuidado da ferida para remover a secreção infectada 
dos locais de ferida e suportar a integridade da cicatrização das fe-
ridas. Quando trocar curativos, use uma máscara e óculos ou uma 
máscara com viseira de proteção caso um esguicho ou respingo de 
sangue ou fluidos corporais possa ser previsto. Adote luvas para re-
duzir a transmissão de microrganismos para dentro da ferida (CDC, 
2007). Adote curativos especiais para facilitar a remoção de secreção 
e promover a cura de feridas marginais. Alguns tubos de drenagem 
são inseridos para remover a secreção infectada das cavidades do cor-
po. Use técnicas assépticas médicas e cirúrgicas para manejar feridas 
e garantir o manuseio correto de todas as secreções ou fluidos do 
corpo (Cap. 48). 
Durante o curso da infecção, a enfermeira aindlia os mecanismos 
de defesa do corpo do paciente. Por exemplo, se um paciente tem diar-
reia, a enfermeira necessita manter a integridade da pele para prevenir 
lesão e a entrada de microrganismos adicionais. Outras medidas de 
rotina de higiene, tais como limpar a cavidade oral e banho, protegem 
a pele e membranas mucosas da invasão e crescimento excessivo de 
organismos. 
Assepsia. Baseie o esforço em minimizar o ataque e disseminação 
da infecção sobre os princípios da técnica de asséptica. A assepsia é 
a ausência de microrganismos patogênicos (produtores de doença). 
A técnica asséptica refere-se a práticas/procedimentos para auxiliar 
na redução do risco de infecção. Os dois tipos de técnicas assépticas 
são a assepsia médica e cirúrgica. 
A assepsia médica, ou técnica de limpeza, inclui procedimentos 
usados para reduzir o número de organisinos presentes e prevenir a 
transferência de organismos. Higiene das mãos, usar luvas limpas para 
prevenir a transferência de organismos de um paciente para o,utro ou 
para prevenir contato direto com o sangue ou fluidos corporais do 
paciente e rotina de limpeza do ambiente são exemplos de assepsia 
médica. Os princípios de assepsia médica geralmente também são se-
guidos em casa; a higiene das mãos com sabão e água antes de preparar 
alimentos é um exemplo. 
Após um objeto se tornar não esterilizado ou não limpo, ele 
é considerado contaminado. Na assepsia médica, uma área ou 
objeto é considerado contaminado se ele contém ou é suspeito 
de conter patógenos. Por exemplo, um urinol usado, a mesa de 
alimentação e uma roupa usada são considerados itens conta-
minados. 
A enfermeira segue certos princípios e procedimentos, incluin-
do precauções-padrão, para prevenir e controlar a infecção e sua 
disseminação. Durante a rotina diária de cuidado, a enfermeira usa 
técnicas de assepsia médica básica para quebrar a corrente de infec-
ção. Por exemplo, use luvas e máscara durante a troca de curativo 
para quebrar o modo de entrada dos patógenos. Os óculos são in -
dicados quando há a possibilidade de espirro ou borrifo. O termo 
precauções-padrão se aplica a todo o sangue e fluidos corporais, ex-
ceto suor, mesmo se o sangue não estiver presente. As precauções-
padrão se aplicam a contato com sangue, fluido corporal, pele não 
intacta e membranas mucosas de todos os pacientes. Estas precau-
ções protegem o paciente e provêem proteção da equipe de cuidado 
da saúde como direcionadas pelo Occupational Safety and Health 
Administration (OSHA) (2001). 
Um componente principal da proteção do paciente e do traba-
lhador é a higiene das mãos (Habilidade 34-1). A higiene das mãos 
inclui o uso imediato de álcool antisséptico para as mãos antes e de-
pois de prestar cuidado ao paciente, a lavagem das mãos com sabão 
e água quando as mãos estão visivelmente sujas e a execução de esco-
vação cirúrgica. A lavagem das mãos é o ato de lavar as mãos com 
sabão e água, seguido pelo enxague sob o fluxo de água por 15 se-
gundos (CDC, 2002b). A fricção usada remove sujeira e organismos 
transitórios das mãos. 
As mãos contaminadas dos trabalhadores do cuidado da saú-
de são a fonte principal de transmissão de infecção nos ambien-
tes de cuidado da saúde. Por exemplo, você está executando uma 
troca de curativo e o companheiro de quarto do paciente pede 
ajuda com uma linha I V obstruída. Se você falhar em realizar a 
higiene das mãos antes de manusear a linha IV, os organismos 
da ferida do paciente podem ser transferidos para o local I V do 
companheiro de quarto. A TJC identifica conformidade com a 
higiene adequada das mãos conforme o National Patient Safety 
Goal (TJC, 2007). 
O uso da fricção das mãos com produto à base de álcool é reco-
mendado pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) 
(2002b) para melhorar as práticas de higiene das mãos, proteger as 
mãos dos profissionais do cuidado da saúde e reduzir a transmissão 
de patógenos aos pacientes e funcionários nos ambientes de cuidado 
da saúde. O álcool tem excelente atividade germicida e é mai^ eficien-
te do que sabão e água. •• 
O CDC (2002b) recomenda o seguinte: 
1 . Lavar as mãos com um sabão não antimicrobiano ou sabão anti-
microbiano e água quando as mãos estão visivelmente sujas. 
2. Se as mãos não estão visivelmente sujas, usar um agente antissép-
tico baseado em álcool sem água para a descontaminação rotinei-
ra das mãos em rodas as outras situações clínicas: 
a. Após o contato com a pele intacta de um paciente (quando ve-
rificar o pulso ou pressão sanguínea ou levantar um paciente). 
b. Antes de comer. 
c. Após o contato com fluidos corporais ou excreções, mem-
branas mucosas, pele não intacta ou ferida com drenagem 
enquanto as mãos não estiverem visivelmente sujas. 
d. Quando mover um corpo de um local contaminado para um 
local limpo durante o cuidado do paciente. 
e. Após o contato com objetos inanimados (incluindo equipa-
mento médico) na área imediata do paciente. 
f. Antes do cuidado de pacientes com neutropenia grave