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Ataxa de incidência de pacientes desenvolvendo infecções como o resultado dire.to da permanência em hospital ou de procedimen- tos em hospital está aumentando. Muitos estados americanos apro- varam legislação exigindo que os hospitais notifiquem suas taxas de infecção e especifiquem os tipos de infecção. Esse relatório permite aos pacientes ver as taxas de infecção por estabelecimento e selecio- nar o seu local de cuidado. The Joint Commission (TJC) (2007) considera isso como um assunto de segurança do paciente. A preven- ção e o controle de infecção são essenciais para criar um ambiente de cuidado da saúde seguro para pacientes e profissionais. Como enfer- meira, você desempenha um papel principal na prevenção e controle de infecção nos cenários de cuidado da saúde. Os pacientes em todos os ambientes de cuidado da saúde estão em risco de adquirir infec- ções devido à sua baixa resistência aos microrganismos infecciosos, exposição aumentada aos números e tipos de microrganismos causa- dores de doenças e procedimentos invasivos. Os profissionais estão -m risco pela exposição a infecções como resultado do contato com sangue e fluidos corporais do paciente e equipamento e superfícies contaminados. Nos estabelecimentos de cuidado agudo ou de cui- dado ambulatorial, os pacientes podem ser expostos a patógenos, alguns dos quais podem ser resistentes à maioria dos antibióticos. Pela prática das técnicas básicas de prevenção e controle de infecção, você pode evitar a disseminação de microrganismos a pacientes e tolerar uma exposição quando proporcionar cuidado direto. Em todos os ambientes, os pacientes e seus familiares precisam ser capazes de reconhecer as fontes de infecção e instituir medidas protetoras. A instrução do paciente precisa incluir informação básica sobre infecção, as várias formas de transmissão e métodos de preven- ção adequados às suas necessidades de cuidado. Os profissionais de cuidado da saúde protegem-se do contato com material infeccioso, de lesões por perfurocortantes e/ou exposi- ção a doenças transmissíveis pelo uso do conhecimento do processo infeccioso e de equipamento de proteção individual (EPI) apropria- do. Doenças tais como hepatite B e C, infecção por vírus da imuno- deficiência humana (HIV) , síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), tuberculose (TB) e organismos multirresistentes requerem uma ênfase maior nas técnicas de prevenção e controle*. Natureza da Infecção Infecção é a entrada e multiplicação de um organismo (agente in- feccioso) em um hospedeiro. Se um agente infeccioso (patógeno) apenas está presente em um hospedeiro, isso não significa que ocorrerá infecção. Se um microrganismo está presente ou invade um hospedeiro, cresce e/ou se multiplica mas não causa infecção, isso é conhecido como colonização. As infecções são infecciosas ou transmissíveis. Uma doença infecciosa pode não apresentar risco de transmissão. Doenças como meningite virai ou pneumonia são infecciosas. A doença, embora séria para o paciente, não representa um risco a outr-os, incluindo os cuidadores. Se a doença infecciosa pode ser transmitida diretamente de uma pessoa a outra, é chamada de doença transmissível. Se os patógenos se multiplicam e causam sinais e sintomas clínicos, a infecção é sinto- mática. Se os sinais e sintomas clínicos não estão presentes, a doença * N o Brasil, de acordo com a Lei n " 6.514 de 22 de Dezembro de 1977, seção IV, A l t . 166, a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equi- pamento de proteção indiv idual adequado ao risco e era perfeito estado de con- servação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. Para mais informações, ver N o r m a Regulamentadora n - 06. Agente infeccioso Hospedeiro Reservatório Porta de entrada Porto de saída Mecanismo de transmissão Figura 34-1 Cadeia de infecção. é chamada assintomática. A hepatite C é uma doença transmissível que pode ser assintomática. É mais eficientemente transmitida atra- vés da passagem direta de sangue para dentro da pele a partir de uma exposição percutânea mesmo se o paciente fonte está assintomático (Centers for Disease Control and Prevention [CDC], 2001). Cadeia da Infecção A presença de um patógeno não significa que ocorrerá uma infecção. A infecção ocorre em um ciclo que depende da presença de todos os seguintes elementos: • Um agente infeccioso ou patógeno. • Um reservatório ou fonte para o crescimento do patógeno. • Uma porta de saída do reservatório. • Um mecanismo de transmissão. • Uma porta de entrada ao hospedeiro. • Um hospedeiro suscetível. A infecção pode se desenvolver se essa cadeia permanecer ininter- rupta (Fig. 34-1). É imperativo que as enfermeiras sigam as práticas de prevenção e controle de infecção para interromper a cadeia de forma que a infecção não se desenvolva. Agente Infeccioso. Microrganismos incluem bactérias, vírus, fungos e protozoários (Tabela 34-1). Os microrganismos na pele .são flora residente ou transitória. Os organismos residentes (flora nor- mal) são residentes permanentes na pele, onde eles sobrevivem e se multiplicam sem causar doença. De fato, eles servem como uma parte principal da proteção do corpo. A flora residente na pele cobre o exterior completo do corpo e protege contra patógenos. É impor- tante preservar e manter a flora residente (CDC, 2002b). Os microrganismos transitórios atacam a pele quando uma pessoa tem contato com outra pessoa ou objeto durante atividades normais. Por exemplo, quando uma enfermeira toca uma comadre ou roupa contaminada, bactérias transitórias aderem à pele da enfermeira. Os organismos se ligam de forma fraca à pele na sujidade e oleosidade ou sob as unhas. Esses organismos poder ser prontamente transmitidos a menos que sejam removidos através da higiene das mãos (Larson, 2005). Se as mãos estiverem visivelmente sujas com material pro- ív- TáBELA 3ÍÍ-1 Patógenos Comuns e Algumas Infecções ou Doenças Que Eles Produzem ORGANISMO Bactérias Escherichia coli Staphylococcus aureus Organismos Streptococcus (be- ta-hemolíticos do grupo A) Organismos Streptococcus (be- ta-hemolíticos do grupo B) Mycobacterium tuberculosis Neisseria gonorrhoeae Rickettsia rickettsii Staphylococcus epidermidis Vírus Vírus da Hepatite A Vírus da Hepatite B Vírus da Hepatite C Vírus do herpes simples (tipo 1) Vírus da imunodeficiência hu- mana (HIV) Fungos Aspergillus organisms Cândida olbicans Protozoários Plasmodium falciparum PRINCIPAL(IS) RESERVATÓRIO{S) PRINCIPAIS INFECÇÕES/DOENÇAS Cólon Gastroenterite, infecção do trato urinário Pele, cabelo, parte anterior das narinas, boca Infecção de ferida, pneumonia, intoxicação alimentar, celulite Orofaringe, pele, área perianal Órgãos genitais do adulto Núcleos de gotículas dos pulmões, laringe Trato genitourinário, reto, boca Carrapato Pele Fezes Sangue e certos fluidos corporais, contato sexual Sangue, certos fluidos corporais, contato se- xual Lesões de boca ou pele, saliva, órgãos geni- tais Sangue, sémen, secreções vaginais através de contato sexual Terra, poeira, boca, pele, cólon, trato genital Boca, pele, cólon, trato genital Sangue "Infecção de garganta por Streptococcus", febre reumática, escarlatina, impetigo, infecção de ferida Infecção de trato urinário, infecção de ferida, sepse pós-parto, sepse neonatal Tuberculose Gonorreia, doença inflamatória pélvica, artrite infecciosa, conjuntivite Febre maculosa Infecção de ferida, bacteremia Hepatite A Hepatite B Hepatite C Herpes labial, meningite asséptica, doença sexualmente transmissível, lesão herpética Síndrome da imunodeficiênciaadquirida (AIDS) Aspergilose, pneumonia, sepse Candidíase, pneumonia, sepse Malária Modificado de Ritter H: Clinicai microbiology. In Carriço R, editor: APIC text of infection control and epidemiology, Washington, DC, 2005, Association for Professionals In Infection Control and Epidemiology. teico, água e sabão são o método preferido. Se as mãos não estão visivelmente sujas, o uso de um produto para mãos à base de álcool ou a lavagem das mãos com água e sabão é aceitável para desinfectar as mãos dos profissionais de cuidado da saiíde (CDC, 2002). O potencial dos microrganismos ou parasitos em causar doença depende dos seguintes farorés: • Número suficiente de organismos (dose). • Virulência, ou capacidade de sobreviver no hospedeiro ou fora do corpo. • Capacidade de entrar e sobreviver no hospedeiro. • Suscetibilidade do hospedeiro (resistência do hospedeiro). Os microrganismos residentes da pele não são virulentos. Entre- tanto, eles podem causar sérias infecções quando cirurgia ou outros procedimentos invasivos permitem que eles entrem em recidos pro- fundos ou quando um paciente está severamente imunocomprome- tido (tem um sistema imune debilitado). Reservatór io. Um reservatório é um lugar onde um patógeno pode sobreviver mas pode ou não se multiplicar. Por exemplo, o ví- rus da hepatite A sobrevive em molusco mas não se multiplica; o organismo Pseudomoms pode sobreviver e se multiplicar em reserva- tórios de nebulizadores usados no cuidado de pacientes com proble- mas respiratórios. O reservatório mais comum é o corpo humano. Diversos microrganismos vivem na pele e dentro das cavidades do corpo, fluidos e excreções. A presença de microrganismos nem sem- pre leva uma pessoa a tornar-se doente. Os portadores são pessoas que não mostram sintomas de doença mas que têm patógenos sobre ou em seus corpos que podem ser transferidos para outros. Por exem- plo, uma pessoa pode ser um portador do vírus da hepatite B sem ter sinais ou sintomas de infecção. Essas pessoas transmitem a doença a outros através de seu sangue ou através de contato sexual. Animais, ali- mentos, água, insetos e objetos inanimados também podem ser reserva- tórios para organismos infecciosos. A toxina do Clostridium hotulinum, que causa o botulismo, sobrevive em alimentos processados inadequada- mente (p. ex., feijão verde em conserva feito em casa e fórmulas infantis). A bactéria Legionella pneumophila, que causa a doença do Legionário, sobrevive em ^ a contaminada e sistemas de água. Para se desenvolver, os organismos precisam de um ambiente adequado, incluindo alimento, oxigénio, água, temperatura, p H e luz. Alimento. Os microrganismos precisam de nutrição. Alguns, tais como Clostridium perfringens, o micróbio que causa gangrena gasosa, desenvolvem-se em matéria orgânica. Outros, tais como Es- cherichia coli, consomem géneros alimentícios não digeridos nos in- testinos. O dióxido de carbono e o material inorgânico, tais como a terra, fornecem nutrição para outros organismos. Oxigénio. As bactérias aeróbicas precisam de oxigénio para sobreviver e para a multiplicação suficiente para causar doença. Os organismos aeróbicos causam mais infecções em humanos, quando comparados aos organismos anaeróbicos. Exemplos de organismos aeróbicos são Staphylococcus aureus e cepas de organismos Streptococ- cus. As bactérias anaeróbicas desenvolvem-se onde pouco ou nenhum oxigénio livre está disponível. Infecções profundas dentro da cavida- de pleural, em uma articulação ou em trato de cavidade profunda são tipicamente causadas por anaeróbios. As bactérias que causam tétano, gangrena gasosa e botulismo são anaeróbias. U m exemplo de um organismo anaeróbico é o Clostridium difficile, um organismo que causa diarreia induzida por antibiótico. Agua. A maioria dos organismos requer água ou umidade para sobreviver. Por exeniplo, um lugar frequente para microrganismos é a drenagem úmida de ferida cirúrgica. Algumas bactérias assumem uma forma, chamada de esporo, que é resistente à seca. Bactérias em forma de esporo incluem organismos como os que causam anthrax, botulismo e tétano. Esses podem viver sem água. Temperatura. Os microrganismos podem viver somente em certos limites de temperatura. Cada espécie de bactéria tem uma temperatura específica na qual cresce melhor. A temperatura ide- ai para a maioria dos patógenos humanos é de 20° a 43°C (68° a 109°F). Por exemplo, Legionella pneumophila cresce melhor em água a 25° a 42°C (Ritter, 2005). Entretanto, alguns podem sobreviver em temperaturas extremas que seriam fatais aos humanos. Temperaturas frias tendem a prevenir o crescimento e a reprodução de bactérias (bacteriostase). Uma temperatura ou produto químico que destrói bactérias é bactericida. pH. A acidez de um ambiente determina a viabilidade de micror- ganismos. A maioria dos microrganismos prefere um ambiente dentro <ie um p H variando entre 5 e 7. Bactérias em particular desenvolvem- se na urina com um p H alcalino. A maioria dos microrganismos não pode sobreviver no ambiente ácido do estômago. Medicamentos redu- tores de acidez (p. ex., antiácidos e bloqueadores H2) podem causar um crescimento exagerado de organismos gastrointestinais, que podem contribuir para pneumonia relacionada ao cuidado da saúde em um paciente que recebe esses medicamentos (CDC, 2005b). Luz. Os microrganismos desenvolvem-se em ambientes escuros tais como os sob roupas e dentro de cavidades corporais. Porta de í ía ída. Após os microrganismos encontrarem um local para crescer e se multiplicar, eles precisam encontrar uma porra de saída se forem entrar em outro hospedeiro e causar doença. As portas de saída incluem locais como sangue, pele e mucosas, trato respira- tório, trato genitourinário, trato gastrointestinal e transplacentário (da mãe para o feto). Pele e Mucosas. A pele pode ser considerada uma porta de saída porque qualquer solução de continuidade da pele e muco- sas pode permitir aos patógenos sair do corpo. Isso pode ser de- monstrado na criação de uma drenagem purulenta. Por exemplo, S. aureus causa uma drenagem característica cremosa amarelada e infecção por Pseudomonas aeruginosa causa uma drenagem cremosa esverdeada. A presença de drenagem purulenta é uma porta de sa- ída em potencial. Trato Respiratório. Os patógenos que infectam, o trato res- piratório, tais como Mycobacterium tuberculosis ou vírus influenza, podem ser liberados do corpo quando uma pessoa infectada espir- ra ou tosse. O ato de tossir ou espirrar permite aos organismos sair do trato respiratório. Em pacientes com vias aéreas artificiais, como traqueostomias ou cânulas endotraqueais, os organismos facilmente deixam o trato respiratório através desses dispositivos enquanto estes dispositivos são manipulados ou aspirados (Cap. 40). Trato Urinário. Normalmente, a urina é estéril. Entretanto, quando um paciente tem uma infecção de trato urinário (ITU), os microrganismos saem durante a micção ou através de derivações uri- nárias, como ileostomias e drenagens suprapúbicas (Cap. 45). Trato Gastrointestinal. A boca é um dos locais do corpo hu- mano mais contaminado por bactérias, mas a maioria dos organismos são flora normal. Os organismos que são flora normal em uma pessoa podem ser patógenos em outra. Os organismos, por exemplo, saem quando uma pessoa expectora saliva. Beijar também pode prover um meio de saída. Por exemplo, Neisseria, o organismo responsável por meningite em adultos jovens, é flora normal na boca e é transmitido para outra pessoa através do beijo. Além disso, as portas de saída gas- trointestinal incluem eliminação intestinal, drenagem de bile através de feridas cirúrgicas ou sondas de drenagem. Trato Repreduti¥0. Or ganismos como a Neisseria gonorrhoeae e o H I V podem sair através do meato uretral dohomem ou do canal vaginal da mulher durante o contato sexual. O H I V está presente em muito maior número no sémen do que nas secreções vaginais femininas. Sangue. O sangue é normalmente um fluido corporal estéril, mas em caso de doenças transmissíveis, como a hepatite B ou C ou HIV, éle se torna um reservatório de patógenos. Os cuidadores po- dem se tornar expostos durante atividades como coleta de sangue, iniciar uma linha intravenosa (IV) ou dar uma injeção, a menos que precauções-padrão sejam tomadas e dispositivos de segurança de agu- lhas sejam usados. Uma exposição a patógenos transmitidos por san- gue envolve ser espetado por uma agulha contaminada com sangue infectado. Modos de T r a n s m i s s ã o . Cada doença tem um modo especí- fico de transmissão, Por exemplo, alguns tipos de encefalite são trans- mitidos por mosquitos infectados. O mosquito serve coino um vetor, transmitindo o vírus quando ele pica o hospedeiro. A Tabela 34-2 re- sume os modos de transmissão mais comuns. Entretanto, alguns mi- crorganismos podem ser transmitidos por mais de uma maneira. Por exemplo, a varicela zoster (varicela/catapora) pode ser disseminadas pela rota aérea em núcleos de gotículas ou por contato direto. A principal via de transmissão de patógenos identificados no am- biente de cuidado da saúde é as mãos não lavadas do profissional de cuidado da saúde (CDC, 2002b; Cipriano, 2007). O equipamen- to usado no ambiente (p. ex., um estetoscópio, medidor de pressão sanguínea, cadeira higiénica ou cadeira de banho) pode se tornar uma fonte de transmissão dos patógenos. Todo o pessoal de hospital que presta cuidado direto (p. ex., enfermeiras, fisioterapeutas e mé- dicos) e pessoas que executarem diagnóstico ou serviços de suporte (p. ex., técnicos de laboratório, terapeutas respiratórios e nutricio- nistas) devem seguir as práticas de prevenção e controle de infeuj io para minimizar a propagação de infecção. Cada grupo deve seguir procedimentos para manipular e limpar o equipamento e os supri- mentos usados pelo paciente. Por exemplo, os terapeutas respirató- rios executam higiene das mãos antes de trabalhar com cada paciente e descartam ou limpam o equipamento de terapia contaminado de acordo com os procedimentos de prevenção e controle de infecções estabelecidas. Equipamentos médicos e a realização de procedimen- tos diagnósticos provêem um modo de entradas para os patógenos. Por exemplo, iiiiciar uma linha para infusão I V introduz bactéria se a pele não está devidamente limpa. Os procedimentos invasivos tais como cistoscopia (visualização da bexiga) também aumentam o risco de introduzir infecção. Por causa de tantos fatores que promovem a disseminação de infecção para um paciente, todos os profissionais de cuidado da saúde devem ser diligentes no uso das práticas de preven- ção e controle de infecção, tais como a higiene adequada das mãos e garantir que o equipamento comum seja limpo adequadamente, desinfectado e/ou esterilizado antes de ele ser usado outra vez. Porta de Entrada. Os organismos entram no corpo através das mesmas vias que eles usam para sair. Por exemplo, quando uma agulha B E L A 34-2 Formas de Transmissão VIAS E MEIOS Contato DIRETO Pessoa a pessoa (fecal, oral) Contato físico entre fonte e hospedeiro suscetível (p. ex., tocar as fe- zes do paciente e então tocar sua própria boca ou consumir comida contaminada) iNDlRETO Contato pessoal do hospedeiro suscetível com objeto inanimado con- taminado (p. ex., agulhas ou objetos pontiagudos, curativos e am- biente) GOTÍCULAS Grandes partículas que viajam até 1 metro e entram em contato com hospedeiro suscetível (p. ex., tossindo, espirrando ou falando) Transportados pelo Ar Núcleos de gotículas, ou resíduos ou gotículas evaporadas suspensos no ar (p. ex., tosse e espirro) ou carregados em partículas de poeira Veículos Itens contaminados Água Drogas, soluções Sangue Comida (manuseada, estocada ou cozida inadequadamente; carnes frescas ou descongeladas) Vetor Transferência mecânica externa (voadores) Transmissão interna tal como condições parasíticas entre vetor e hos- pedeiro, como: Mosquito Piolho Pulga Carrapato EXEMPLOS DE ORGANISMOS Vírus da hepatite A, Shigetla, Staphylococcus Vírus da hepatite B, vírus da hepatite C, vírus da imu- nodeficiência humana (HIV), Staphylococcus, vírus sincicial respiratório (VSR), Pseudomonas, Staphylo- coccus aureus resistente à meticilina (MRSA) Vírus da gripe (influenza), vírus da rubéola e meningite bacteriana IVlycobacterium tuberculosis (tuberculose), vírus vari- cela zoster (varicela), Aspergillus, vírus do sarampo Vibrio cholerae, MRSA Pseudomonas, Legionella Pseudomonas Vírus da hepatite B, vírus da hepatite C, HIV, sífilis Salmonella, Escherichia coli, Clostridium botulinum V. cholerae Plasmodium falciparum (malária), vírus do Nilo Oci- dental Rickettsia typhi Yèrsinia pestis (peste) Borrelia burgdorferi (doença de Lyme) fura a pele de um paciente, os organismos entram no corpo se uma preparação adequada da pele não é executada. Qualquer obstrução ao fluxo de urina de um cateter urinário permite aos organismos migrarem para a uretra. Os fatores que reduzem as defesas do corpo aumentam as chances de os patógenos entrarem no corpo. Hospedeiro S u s c e t í v e l . Para uma pessoa adquirir uma infec- ção, depende da suscetibilidade a um agente infeccioso. A suscetibi- lidade depende do grau de resistência individual ao patógeno (res- posta imunológica). Embora todos estejam em contato constante com um grande número de microrganismos, uma infecção não se desenvolve até que um indivíduo torne-se suscetível à força e ao número de microrganismos (dose) capazes de produzir infecção. Quanto mais virulento um organismo, quanto maior a dose, maior será a probabilidade de a pessoa desenvolver uma infecção. Alguns dos fatores que influenciam a suscetibilidade de uma pessoa (resis- tência) incluem idade, estado nutricional, presença de doença cró- nica, trauma e tabagismo. Os organismos com resistência a antibió- ticos-chave têm se tornado mais comuns nos ambientes de cuidado da saúde, mas especialmente no cuidado agudo. Isto está associado ao frequente e algumas vezes inapropriado uso de antibióticos du- rante anos em todos os ambientes {ie., cuidado agudo, cuidado ambulatorial, clínicas e cuidado a longo prazo). rocesso Infeccioso Pela compreensão da cadeia de infecção, você é vital na prevenção de infecções. Quando o paciente adquire uma infecção, observe os si- nais e sintomas da infecção e aja de forma apropriada para prevenir sua disseminação. As infecções seguem um curso progressivo (Qua- dro 34-1). A severidade da doença do paciente depende da extensão da infecção,: da patogenicidade dos microrganismos, da dose do organismo e da suscetibilidade do hospedeiro. Se uma infecção é localizada (p. ex., uma feridade infectada), o paciente normalmente experimenta sintomas localizados, tais como dor, sensibihdade e vermelhidão no local da ferida. Use precauções padrão, EPI apropriado e higiene das mãos quando avaliar a ferida. O uso dessas precauções e da higiene das mãos bloqueará a dissemi- nação da infecção para outros locais ou pacientes. Uma infecção que afeta o corpo inteiro em vez de um só órgão ou parte dele é sistémica e pode ser faltai se não detectada e não tratada. O cursO' de uma infecção influencia o nível de cuidado de en- fermagem provido. A enfermeira é responsável pela administração apropriada de antibióticos, monitoramento da resposta à terapia farmacológica (Cap. 35) e uso apropriado de higiene das mãos e precauções-padrão. A terapia de suporte inclui fornecimento de % QUADRO 34-1 Curso da Infecção por Estágio Período de Incubação Intervalo entre a entradado patógeno no corpo e o apareci- mento dos primeiros sintomas (p. ex., varicela, 10 a 21 dias após exposição; resfriado, 1 a 2 dias; gripe, 1 a 5 dias; ca- xumba, 12 a 26 dias). Estágio de Pródromo Intervalo do início dos sinais e sintomas inespecíficos (mal-estar, febre alta, fadiga) aos sintomas mais específi- cos. (Durante este tempo, microrganismos crescem e se mul- tiplicam e o paciente pode ser capaz de disseminar a doença a outros.) Por exemplo, o herpes simples começa com prurido e formigamento no local antes de a lesão aparecer. Estágio de Enfermidade Intervalo quando o paciente manifesta sinais e sintomas espe- cíficos ao tipo de infecção. (Por exemplo, infecção na garganta por estreptococos manifesta-se por inflamação da garganta, dor e edema; caxumba manifesta-se por febre alta, edema de glândulas parótida e salivar). Convalescença Intervalo quando os sintomas agudos de infecção desapare- cem. (A duração da recuperação depende da severidade da infecção e da resistência de hospedeiro do paciente; a recupe- ração pode levar vários dias a meses). nutrição adequada e descanso para fortalecer as defesas contra o processo infeccioso. O curso do cuidado para o paciente pode ter efeitos adicionais nos sistemas do corpo afetados pela infecção. A enfermeira desempenha um papel vital no controle de infec- ção, tanto se for uma infecção localizada quanto sistémica. Por exem- plo, se a enfermeira usa técnica de higiene das mãos e de preparação da pele inadequada, o organismo que causa a infecção na ferida pode ser transferido para o local I V do mesmo paciente. A infecção da ferida infeccionada de um paciente pode ser transferida para a tra- queostomia de outro paciente. As enfermeiras que têm lesões em suas próprias peles estão em risco de infecção de sangue ou tecidos se práticas de prevenção e controle de infecções apropriadas, tais como luvas e adequada higiene das mãos, não são usadas. Entretanto, se a enfermeira tem uma área aberta tão grande para ser coberta com uma roupa, ela não deve executar procedimentos de cuidado no pacien- te (CDC, 2002b; Occupational Safety and Health Administradon [OSHA], 2001). Defesas contra Infecção o corpo tem defesas normais, que protegem contra infecção. A flora normal do corpo que reside dentro e fora do corpo protege uma pessoa contra patógenos. A pela intacta protege dos patógenos, e os revestimentos das passagens nasais atuam para previnir os organis- mos de entrar nos pulmões. Cada sistema orgânico tem mecanismos de defesa que trabalham para prevenir exposição à infecção. A res- posta inflamatória é uma reação protetora que serve para neutrali- zar patógenos e reparar células de sangue. A flora normal, o sistema de defesa do corpo e a inflamação são todas defesas não específicas que protegem contra microrganismos sem levar em consideração a exposição anterior. O sistema imunológico é composto de células separadas que ajudam o corpo a resistir à doença. Certas respostas do sistema imunológico são não específicas, enquanto outras são defesas específicas contra patógenos específicos. Se qualquer uma das defesas do corpo falha, uma infecção pode ocorrer. Esta infecção pode con- duzir a um sério problema de saiide. Flora Normal, o corpo normalmente contém microrganismos que residem na superfície e camadas profundas da pele, na saliva e mucosa oral e nos tratos gastrointestinal e genitourinário. Uma pessoa normalmente excreta trilhões de micróbios diariamente através dos intestinos. A flora normal habitualmente não causa doença quando residente na sua área habitual do corpo mas, ao contrário, participa na manutenção da saiidc. A flora normal do intestino grosso existe em grande niimero sem causar doença. A flora normal também secreta substância anti- bacteriana dentro das paredes do intestino. A flora normal da pele exerce uma ação protetora, bacteriana, que destrói os organismos que estão chegando na pele. A boca e faringe são também protegidos pela flora que enfraquece o aumento de invasão de micróbios. A flora normal mantém um equilíbrio sensível com outros microrganismos para prevenir infecção. Qualquer fator que rompa este equilíbrio coloca a pessoa em um elevado risco de adquirir uma doença. Por exemplo, o uso de antibióticos de amplo espectro para o tratamen- to de infecção pode conduzir à suprainfecçáo. Uma suprainfecção se desenvolve quando antibióticos de amplo espectro eliminam uma grande extensão de organismos da flora normal, não só aque- les que causam a infecção. Quando as floras bacterianas normais são eliminadas, as defesas do corpo são reduzidas, o que permite a multiplicação dos microrganismos produtores de enfermidade, cau- sando doença. Sistema de Defasa do Corpo. Diversos sistemas orgânicos do corpo têm defesas únicas contra infecção (Tabela 34-3). A pele, o trato respiratório e o trato gastrointestinal são facilmente acessíveis a microrganismos. Os organismos patogênicos podem aderir à super- fície da pele, ser inalados para dentro dos pulmões ou ser ingeridos com alimento. Cada sistema de órgão tem mecanismos de defesa fi- siologicamente apropriados para sua estrutura e função específica. Por exemplo, os pulmões não podem controlar completamente a entrada de microrganisinos. Entretanto, as vias aéreas são revestidas com mucosas umidecidas e com saliências semelhantes a fios de ca- belo ou cílios, que vibram ritmicamente para mover mucos ou frag- mentos celulares até a faringe, para serem expelidos. Inf lamação, A resposta celular do corpo a um ferimento, infecção ou irritação é chamada de inflamação. A inflamação é uma reação vascular protetora que libera fluido, produtos de sangue e nutrientes para uma área de ferida. O processo neutraliza e elimina patógenos ou tecido morto (necrótico) e estabelece um meio de reparar as cé- lulas e tecidos do corpo. Os sinais de inflamação localizada podem incluir edenia, rubor, calor, dor ou sensibilidade e perda da função na parte do corpo afetada. Quando a inflamação se torna sistémica, outros sinais e sintomas se desenvolvem, incluindo febre, leucoci- tose, mal-estar, anorexia, náusea, vómito, aumento de nódulo linfá- tico ou falência orgânica. A resposta inflamatória pode ser desencadeada por agentes físi- cos, agentes químicos, ou microrganismos. Trauma mecânico, tem- peraturas extremas e radiação são exemplos de agentes físicos. Os agentes químicos incluem irritantes externos e internos tais como venenos ou ácido gástrico. Os microrganismos podem também de- sencadear esta resposta. Após os tecidos serem lesados, uma série de eventos bem coorde- nados ocorre. A resposta inflamatória inclui o seguinte: 1 . Respostas vascular e celular. 2. Formação de exsudato inflamatório (fluido e células que são libe- rados das células e vasos sanguíneos, p. ex., pus ou soro). 3. Reparo tecidual. TABELA 34-3 Mecanismos Normais de Defesa contra infecção MECANISMOS DE DEFESAS Peie Superfície em multicamada intacta (pri- meira linlia de defesa do corpo contra infecção) Cobertura da camada externa das célu- las da pele Sebo Boca IVlucosa em multicamada intacta Saliva Olho Lacrimação e piscar de olhos Trato Respiratório Revestimento ciliar da via aérea supe- rior, revestido por muco Macrófagos Trato Urinário Ação de escoamento do fluxo urinário Epitélio em multicamada intacto Trato Gastrointestinal Acidez das secreções gástricas Peristaltismo rápido no intestino del- gado Vagina Na puberdade, a flora normal induz se- creções vaginais para atingir pH baixo AÇÃO Provê barreira aos microrganismos e ativi- dade antibacteriana Remove os organismos que aderem às ca- madas externas da pele Contém ácidos graxos que destroem algu- mas bactérias Provê barreira mecânica aos microrganis- mosLava e remove partículas contendo micror- ganismos Contém inibidores microbianos (p. ex., liso- zima) Provê mecanismos para reduzir entrada (piscar) ou ajudar na lavagem e remoção (lacrimação) de partículas contendo pa- tógenos, reduzindo então a dose de or- ganismos Captura micróbios inalados evarre-os para fora no muco a ser expectorado ou engo- lido Fagocitam e destroem os microrganismos que atingem os alvéolos pulmonares Lava e remove microrganismos no revesti- mento da bexiga e da uretra Provê barreira aos microrganismos Administração de antiácidos Previne a retenção de conteúdos bacteria- nos Inibe o crescimento de muitos organismos FATORES QUE PODEM ALTERAR os MECANISMOS DE DEFESA Cortes, abrasões, feridas perfurantes, áreas de maceração Falha em banhar-se regularmente, téc- nica inadequada de lavagem das mãos Banho excessivo Lacerações, trauma, dentes extraídos Higiene oral deficiente, desidratação Lesão, exposição - respingo/borrifo de sangue ou outros materiais po- tencialmente infecciosos para den- tro do olho Tabagismo, alta concentração de oxi- génio e de dióxido de carbono, umi- dificação diminuída, ar frio Tabagismo Obstrução ao fluxo normal pela colo- cação de cateter vesical, obstrução por nódulo ou tumor, retardo na micção Introdução de cateter vesical, movi- mento contínuo do cateter na uretra Administração de antiácidos Retardo na motilidade resulta da im- pactação dos conteúdos fecais no intestino grosso ou de obstrução mecânica por massas Antibióticos e contraceptivos orais atrapalham a flora normal Respostas Vascular e Celular. A inflamação aguda é uma resposta imediata à lesão celular. Quando isro acontece, rápida vaso- dilatação ocorre, o que permite mais sangue próximo ao local do feri- mento. O aumento no fluxo sanguíneo local causa a vermelhidão no local da inflamação. O aquecimento localizado é também resultado de maior volume de sangue. A vasodilaração local libera sangue e leu- cócitos para os tecidos lesados. As proteínas do soro desempenham um papel principal na inflamação. Estas incluem quininas, aminas vasoativas, prostaglandinas e certos componentes do complemento. Estes servem para aumentar a vasodilatação. Os neutrófilos presentes no local da infecção servem como primeira linha de defesa contra os microrganismos. Se isso não ocorresse, então a inflamação crónica seria o resultado. O ferimento causa dano ao tecido e possível necrose, e como resultado, o corpo libera mediadores químicos que aumentam a permeabilidade dos pequenos vasos sanguíneos. Como resultado. fluido, proteínas e células entram nos espaços incersriciais. O acúmu- lo de fluido aparece como inchaço localizado (edema). Outro sinal de inflamação é a dor. O edema dos tecidos inflamados aumenta a pressão sobre a terminação nervosa, causando dor. Como resultado das mudanças fisiológicas ocorridas com a inflamação, a parte do corpo envolvida pode experimentar uma perda temporária da fiin- ção. Por exemplo, uma infecção localizada da mão leva os dedos a se tornarem inchados, dolorosos e descorados. As articulações podem se tornar duras como resultado do edema, mas as funções dos dedos retornam quando a inflamação diminui. A resposta celular da inflamação envolve a chegada dos leucócitos ao local. Os leucócitos passam através dos vasos sanguíneos e entram nos tecidos. A fagocitose é um processo que envolve a destruição e absorção de bactérias. Através do processo de fagocitose, os leu- cócitos especializados, chamados neutrófilos e monócitos, ingerem e destroem os microrganismos ou outras partículas pequenas. Se a inflamação se tornar sistémica, outros sinais e sintomas será desen- volvidos. A leucocitose, ou um aumento no número de os leucócitos circulantes, é a tesposta do corpo aos leucócitos deixando os vasos sanguíneos. Uma contagem sérica de leucócitos é normalmente de 5.000 a 10.000/mm^ mas pode se elevar para 15.000 a 20.000/mm3 ou mais durante a inflamação. A febre é causada pela liberação fago- cítica de pirógenos das células bacterianas que causam um aumento no ponto de ajuste hipotalâmico (Cap. 32). Exsudato Inflamatório. O acúmulo de fluido e de células de tecido morto e leucócitos forma um exsudato no local da inflamação. O exsudato pode ser seroso (limpo, como o plasma), sanguinolento (contendo hemácias) ou purulento (contendo leucócitos e bacté- rias). Normalmente, o exsudato é removido através da drenagem l in- fática. As plaquetas e as proteínas do plasma tais como o fibrinogênio formam uma matriz semelhante à malha no local da inflamação para prevenir sua disseminação. Reparo de Tecido. Quando há lesão nas células teciduais, a cura envolve os estágios defensivo, reconstrutivo e maturativo (Cap. 48). As células danificadas são, no devido tempo, substituídas por novas célu- las saudáveis. As novas células passam por uma maturação gradual até que elas adquiram as mesmas características estruturais e aparência das células anteriores. Se a inflamação é crónica, o tecido deficiente pode se encher com um frágil tecido de granulação. O tecido de granulação não é tão forte como o tecido colagenoso e assume a for- ma de tecido cicatrizado. Infecções Relacionadas ao Cuidado da Saúde Os pacientes nos ambientes de cuidado da saúde podem ter um risco aumentado de adquirir infecções. As irdiiscções relacionadas ao cui- dado da saúde (IRCSs), anteriormente chamadas de infecções adqui- ridas no cuidado de saúde ou nosocomiais, resultam do fornecimento de serviços de saúde em uma instalação de cuidado da saúde. Elas po- dem ocorrer como resultado de procedimentos invasivos, administração de antibióticos, a presença de organismos multirresistentes a drogas e quebras nas atividades de prevenção e controle de infecção. Infecções iatrogênicas são um tipo de IRCS de um procedimen- to diagnóstico ou terapêutico. Por exemplo, após uma endoscopia gastrointestinal, o paciente desenvolve uma infecção por P.tãerugino- sa. Use o pensamento crítico quando praticar as técnicas assépticas e seguir as políticas básicas de prevenção e controle de infecção e procedimentos para reduzir a incidência de IRCSs. Sempre considere os riscos do paciente para infecção e antecipe como a abordagem para o cuidado pode aumentar ou diminuir o risco. As infecções relacionadas ao cuidado da saúde são exógenas ou endógenas. Um organismo exógeno é aquele que está presente fora do paciente. Por exemplo, uma infecção pós-operatória é uma infec- ção exógena. Os organismos endógenos são parte da flora normal ou -M- QUADRO 34-2 Locais e Causas de Infecções Relacionadas ao Cuidado da Saúde A realização inadequada da higiene das mãos aumenta o risco do paciente para todos os tipos de infecções relacionadas ao cuidado da saúde. Trato Urinário Inserção não estéril de cateter vesical Posicionamento inadequado da sonda de drenagem Sistema de drenagem aberta Desconexão entre cateter e sonda A ponta da bolsa de drenagem toca a superfície contaminada Técnica de coleta de amostra inadequada Obstrução ou interferência na drenagem urinária Permitir que a urina no cateter ou na sonda de drenagem re- torne à bexiga (refluxo) Irrigações do cateter repetidas Feridas Cirúrgicas ou Traumáticas Preparação inadequada da pele antes da cirurgia (/.e., raspar versus cortar os pelos; não realizar banho ou lavagem pré- operatória) Falha em limpar a superfície da pele adequadamente Falha em usar técnica asséptica durante as trocas de curativo Uso de soluções antissépticas contaminadas Trato Respiratório Equipamento de terapia respiratória contaminado Falha em usar técnica asséptica durante aspiração de via aérea Descarte inadequado de secreções Corrente Sanguínea Contaminação de fluidos intravenosos(IV) pelo sistema Inserção de aditivos farmacológicos ao fluido IV Adição de conexões e torneirinhas ao sistema IV Cuidado inadequado do local de inserção de agulhas Agulhas ou cateteres contaminados Falha em trocar o local do acesso venoso quando o primeiro sinal de Inflamação aparece Técnica inadequada durante administração de múltiplos produtos sanguíneos Cuidado inadequado de shunts peritoneais ou de hemodiálise Acesso inadequado a um ponto IV organismos virulentos residentes que podem causar infecção. Uma infecção endógena pode ocorrer quando parte da flora do paciente se torna alterada e resulta em um crescimento exagerado. Por exem- plo, um paciente recebe vários antibióticos no ambiente hospitalar e desenvolve infecção por C. difficile como resultado. O número de profissionais do cuidado da saúde tendo contato direto com um paciente, o tipo e número de procedimentos inva- sivos, a terapia recebida e o tempo de hospitalização influenciam o risco de infecção. Os principais locais para as IRCSs incluem feridas cirúrgicas ou traumáticas, tratos urinário e respiratório e a corrente sanguínea (Quadro 34-2). As infecções relacionadas ao cuidado da saúde aumentam signi- ficativamente o custo do cuidado da saúde. Os idosos têm susceti- bilidade elevada a essas infecções por causa de suas afinidades com a doença crónica e o próprio processo de envelhecimento (Quadro 34-3). Um maior tempo de permanência nas instituições de cuidado da saúde aumenta a incapacidade, aumenta os custos de antibióticos e prolonga o tempo de recuperação adicionado às despesas do pa- ciente, assim como as despesas da instituição de cuidado da saúde e Capítulo 34 Prevenção e Controle de I n f e c ç l ES QUADRO 34-3 Foco EflA IDOSOS Riscos para Infecção • Um declínio relacionado à idade no funcionamento do sistema imunológico, chamado envelhecimento imune, au- menta a suscetibilidade do corpo à infecção e lentifica a res- posta imune global (Lesser e outros, 2006). • Os idosos são menos capazes de produzir linfócitos para combater desafios ao sistema imune. Quando anticorpos são produzidos, a duração de sua resposta é mais curta e menos células são produzidas (Burns, 2001). • Os riscos associados ao desenvolvimento de infecções rela- cionadas ao cuidado da saúde em pacientes idosos incluem nutrição deficiente, perda de peso não intencional e baixos níveis de albumina sérica (Meiner e Lueckenote, 2006). Após 70 anos, os idosos parecem propensos a produzir autoanticorpos que atacam partes do seu próprio corpo, em vez de infecções (Burns, 2001). Os idosos experimentam perda e estresse juntamente com a imunidade suprimida relacionada a luto, depressão e suporte social deficiente (Burns, 2001). ^ TABELA 34-4 Avaliação do Risco de Infecção em Adultos COMPONENTE Idade Estilo de vida - com- portamentos de alto risco Ocupação Procedimentos diag- nósticos Hereditariedade Histórico de viagem Trauma Nutrição CAUSAS DPOC, doença cardíaca, diabetes Exposição a doenças transmissíveis/infecciosas Uso de drogas IV Uso de outras drogas/substâncias Minerador, desempregado, sem-teto Radiologia invasiva, transplante Anemia falciforme, diabetes Vírus do Nilo Ocidental, SARA, gripe aviária, Hantavirus Fraturas, hemorragia interna Obesidade, anorexia RESULTADO Pneumonia, lesão de pele, úlcera de estase venosa DSTs, HIV, HBV, HCV, infecções oportunistas, infec- ções virais, infecções por leveduras, insuficiência hepática Doença do pulmão preto, pneumonia, TB, ingestão nutricional baixa, falta de acesso a cuidado mé- dico, estresse IVIúltiplos acessos IV, drogas imunossupressoras Anemia, cura retardada Meningite, angústia respiratória aguda Sepse, infecção secundária Resposta imune deficiente Modificado de Tweeten SM: General principies of epidemiology. In Carriço R, editor: APCI test of infection control and epidemiology, Washington, DC, 2005, Association for Professionals In Infection Control and Epidemiology. DPOC, Doença pulmonar obstrutiva crónica; HBV, vírus da hepatite B; HCV, vírus da hepatite C; HIV, vírus da imunodeficiência humana; iV, intravenoso; SARA, síndrome da angústia respiratória aguda; DSTs, doenças sexualmente transmissíveis; TB, tuberculose. corporações de financiamento (p. ex., Medicare). Frequentemente, os custos para as IRCSs não são reembolsáveis; como resultado, a prevenção tem um impacto financeiro benéfico e é uma parte im- portante do gerenciamento do cuidado. A TJC listou vários objeti- vos nacionais de segurança focando no cuidado de adultos idosos, por exemplo, assegurando que os idosos recebam vacina contra gripe {influenza) e pneumonia ou prevenção de úlceras por pressão associadas ao cuidado da saúde (TJC, 2007)^. Processo de Enfermagem , no Controle de infecção ^Coleta de Dados Avalie os mecanismos de defesa do paciente, suscetibilidade e conhe- cimento de como as infecções são transmitidas (Tabela 34-4). Con- duza uma revisão da doença e histórico de viagem com o paciente e família para revelar uma exposição a uma doença transmissível. O histórico de imunização e vacinação é também muito útil. Conduza um exame completo das condições clínicas do paciente para identi- ficar sinais e sintomas da infecção real ou um risco de infecção. Uma análise dos achados laboratoriais provê informação acerca da defesa do paciente contra a infecção. Pelo conhecimento dos fatores que elevam a suscetibilidade ou o risco de infecção e reconhecimento dos sinais e sintomas precoces, você é capaz de planejar intervenções apropriadas. Estado dos Mecanismos de Defesa. Revise os achados da avaliação física e a condição médica do paciente para determinar o es- tado dos mecanismos de defesa normais contra infecção. Por exemplo, qualquer lesão na pele, tal como uma úlcera sobre o pé de um paciente que tem diabetes, é um local em potencial para infecção. Semelhante- mente, um paciente que fuma tem um risco maior de adquirir uma in- fecção no trato respiratório após cirurgia geral, pois os cílios respiratórios são menos propensos a reter adequadamente muco das vias aéreas do paciente. (Qualquer redução nas defesas primárias ou secundárias do corpo contra infecção coloca um paciente em risco elevado. Suscetibilidade do Paciente. Muitos fatores influenciam a suscetibilidade à infecção. Reúna informação sobre cada fator através do histórico do paciente e família. Idade, Durante a vida, a suscetibilidade à infecção muda. Por exemplo, um bebé tem defesas imaturas contra infecção. Nascido so- mente com os anticorpos providos pela mãe, o sistema imunológico do bebé é incapaz de produzir as imunoglobulinas e leucócitos necessá- rios para combater adequadamente algumas infecções. Entretanto, be- bés amamentados no peito podem ter maior imunidade do que bebés alimentados com mamadeira, pois eles recebem os anticorpos da mãe através do leite de peito. A medida que a criança cresce, o sistema imu- nológico amadurece, mas a criança ainda é suscetível a organismos que causam o resfriado comum, infecções intestinais e doenças infecciosas como caxumba, sairampo e varicela, se não vacinada. O jovem ou adulto de meia-idade tem defesas refinadas contra infecções. A flora normal, os sistemas de defesa do corpo, a infla- mação e a resposta imunológica provêem proteção contra micror- ganismos invasores. Os vírus são a causa mais comum de doenças transmissíveis em jovens ou adultos de meia-idade. Desde 2000, há um grande esforço para vacinar todas as crianças contra todas as do- enças para as quais a vacina está disponível. O resultado é um declí- nio significativo no número de ocorrência de casos. Por exemplo, a infecção por hepatite B em crianças e adolescentes diminuiu em 89% (CDC, 2005b). As defesas contrainfecção mudam com a idade (Lesser, Paiusi e Leips, 2006). A resposta imunológica, particularmente a imunidade mediada por célula, diminui. Os idosos também experimentam al- terações na estrutura e função da pele, trato urinário e pulmões. Por exemplo, a pele perde seu turgor e o epitélio afina. Como resultado, fica mais fácil cortar ou raspar a pele e isto aumenta o potencial de invasão por patógenos. Estado Nutricional. Quando a ingestão de proteína é inade- quada como resultado de dieta pobre ou doença debilitante, a taxa de desintegração de proteína excede a da síntese do tecido (Cap. 44). Uma redução na ingestão de proteína e outros nutrientes tais como carboidratos e gorduras reduz as defesas do corpo contra infecção e prejudica a cicatrização de ferida (Cap. 48). Os pacientes com doenças ou problemas que aumentam o reque- rimento de proteína estão em maior risco. Estes problemas incluem ferimento traumático, queimaduras extensas e condições que causam febre. Os pacientes que passaram por cirurgia também requerem au- mento de proteína. A enfermeira avalia a ingestão dietética do paciente e a capaci- dade de tolerar alimentos sólidos. Os pacientes que têm dificuldade de engolir, que experimentam alterações na digestão ou que estão tão confusos ou fracos para alimentar-se estão em risco para uma ingestão dietética inadequada. Os pacientes obesos se beneficiarão da avaliação da dieta. Consulte um nutricionista para auxiliar no cálculo de calorias dos alimentos ingeridos. Estresse. O corpo responde ao estresse emocional ou físico pela síndrome de adaptação geral (Cap. 31). Durante o estágio de alar- me, a taxa de metabolismo basal aumenta enquanto o corpo usa a energia armazenada. O hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) age para aumentar os níveis séricos de glicose e diminuir as respos- tas anti-inflamatórias desnecessárias através da liberação de corti- sona. Se o estresse continua ou torna-se intenso, os níveis elevados de cortisona resultam em diminuição da resistência à infecção. O estresse continuado conduz à exaustão, na qual as energias arma- zenadas esgotam-se e o corpo não tem resistência à invasão de or- ganismos. As mesmas condições que aumentam os requerimentos nutricionais, tais como cirurgia ou trauma, também aumentam o estresse psicológico. Por exemplo, a meningite é uma doença sazo- nal que geralmente ocorre em escolas e colégios durante a época de exames. Os estudantes estão sob estresse, não comem corretamente e não dormem o bastante. Suas resistências estão baixas e eles estão mais propensos à enfermidade. Processo de Doença. Os pacientes com doenças do sistema imunológico estão em risco particular de infecção. Leucemia, AIDS, linfoma e anemia aplásica são condições que comprometem um hos- pedeiro ao enfraquecer as defesas contra organismos infecciosos. Por exemplo, os pacientes coin leucemia são incapazes de produzir leucó- citos suficientes para evitar infecção. Os pacientes com H I V são fre- quentemente incapazes de evitar infecções simples e estão propensos a infecções oportunistas. Os pacientes com doenças crónicas tais como a diabetes melli- tus e esclerose múltipla são também mais suscetíveis a infecções por causa da debilidade geral e prejuízo nutricional. As doen- ças que prejudicam o sistema de defesas do corpo, tais como en- fisema e bronquite (que prejudicam a ação ciliar e engrossam o muco), câncer (que altera a resposta imunológica) e a doença vas- cular periférica (que reduz o fluxo de sangue a tecidos feridos), aumentam a suscretibilidade à infecção. Os pacientes com quei- maduras têm alta suscetibilidade à infecção por causa do dano às superfícies da pele. Quanto maiores a profundidade e extensão da queimadura, maior o risco de infecção. Terapia Médica. Algumas drogas e terapias médicas compro- metem imunidade à infecção. A enfermeira avalia o histórico do paciente para determinar se este toma medicamentos em casa que aumentam a suscetibilidade à infecção. A avaliação da medicação in- clui qualquer medicação de venda livre e medicamentos herbáceos. Uma revisão das terapias recebidas no ambiente de cuidado da saúde ajuda a revelar os riscos. Os corticosteiroides suprarrenais, prescritos para diversas condições, são drogas anti-inflamatórias que causam desintegração proteica e prejudicam a resposta inflamatória contra bactérias e outros patógenos. As drogas citotóxicas ou antineoplási- cas atacam as células cancerígenas mas causam efeitos colaterais de depressão da medula óssea e toxicidade das células normais. Com a depressão da medula óssea, o corpo é incapaz de produzir hnfó- citos e leucócitos suficientes. Quando as células normais tornam-se alteradas pelos agentes antineoplásicos, as defesas celulares contra infecção falham. A ciclosporina e outras drogas imunossupressoras, que diminuem a resposta imunológica do corpo, são geralmente to- madas por pacientes que recebem transplantes de órgãos. Os imu- nossupressores evitam a rejeição do órgão e tecido, mas também aumentam a suscetibilidade à infecção. Aspecto Clínico. Os sinais e sintomas de infecção podem ser locais ou sistémicos. As infecções localizadas são mais comuns em áreas da pele ou mucosa danificada, tais como feridas cirúrgicas ou traumáticas, úlceras por pressão, lesões orais e abscessos. Ao avaliar uma área por infecção localizada, primeiro inspecione a área em busca de vermelhidão e edema causados por inflamação. Como pode haver secreção de lesões ou feridas abertas, calce luvas limpas. A secreção infectada pode ser amarela, verde ou marrom, de- pendendo do patógeno. Por exemplo, secreções nasais verdes podem indicar uma infecção nos seios paranasais. Pergunte ao paciente sobre dor e sensibilidade ao redor do local. Alguns pacientes podem recla- mar de rigidez e dor causada pelo edema. Se a área infectada é grande o suficiente, o movimento pode ser restrito. A palpação delicada de uma área infectada normalmente resulta em algum grau de sensibili- dade. Além das luvas, vista uma máscara cirúrgica para prevenir con- taminação adicional da ferida. Use óculos protetores quando houver risco de esguicho ou respingo de sangue ou fluidos corporais. As infecções sistémicas causam mais sintomas generalizados do que uma infecção local. Elas normalmente resultam em febre, fatí- ga, náusea/vómito e mal-estar. Os linfonodos que drenam a área da infecção frequentemente se tornam grandes, edemaciados e sensíveis durante a palpação. Por exemplo, um abscesso na cavidade peritoneal pode causar aumento dos linfonodos na virilha. Uma infecção do trato respiratório superior pode causar aumento dos linfonodos cer- vicais. Se uma infecção é séria e muito difundida, todos os principais linfonodos podem aumentar. As infecções sistémicas podem se desenvolver após o tratamento para uma infecção localizada ter falhado. Esteja alerta para mudanças no nível de atividade e responsividade do paciente. A medida que as infecções sistémicas se desenvolvem, uma elevação na temperatura do corpo pode conduzir a episódios de aumento na frequência cardíaca e respiratória e baixa pressão sanguínea. O envolvimento dos principais sistemas do corpo produz sintomas específicos. Por exemplo, uma infecção pulmo- nar pode resultar em uma tosse produtiva com escarro purulento. Uma infecção no trato urinário pode resultar em urina turva, com mau odor. Uma infecção nem sempre se apresenta com os sinais e sintomas típicos em todos os pacientes. Não é incomum descobrir que idosos têm uma infecção avançada antes de ela ser identificada. Isto aconte- ce porque, devido à idade, há uma redução na resposra inflamatória e imunológica. Os idosos têm fadiga aumentada e sensibilidade dimi- nuída para dor. Uma resposta febril reduzida ou ausente pode ocor- rer devido-ao crónico de aspirina ou drogas anti-inflamatóriasnão esteroidais. Sintomas atípicos tais como confusão, incontinência ou agitação podem ser os linicos sintomas de uma enfermidade infeccio- sa (Gantz, 2005). Por exemplo, até 20% dos idosos com pneumonia não têm os sinais e sintomas típicos de febre, tremor, frio e escarro produtivo com cor de ferrugem. Os linicos sintomas são frequente- mente um aumento inexplicável na frequência cardíaca, confusão ou fadiga generalizada. Uma vacina para pneumonia está disponível e é recomendada para todas as pessoas com problemas respiratórios e para aquelas acima de 65 anos de idade. Isto irá auxiliar bastante no declínio de pneumonia na população adulta idosa. Dados Laboratoriais. Uma revisão nos resultados dos testes laboratoriais pode revelar infecção (Tabela 34-5). Os valores de labo- ratório, entretanto, não são o bastante para detectar infecção. Você precisa avaliar outros sinais clínicos. Outros fatores além da infecção podem alterar os valores dos testes. Por exemplo, trauma e estresse físico podem causar uma elevação no mimero de neutrófilos. Um resultado de cultura pode mostrar crescimento de um organismo na ausência de infecção. É também importante notar que os valores de laboratório podem variar de laboratório para laboratório. Esteja certo de conhecer a limites padrão dos valores laboratoriais do labo- ratório em sua instituição. PaCieríteS com infecção. Alguns pacientes com infecção têm uma variedade de problemas. É importante perguntar questões espe- cíficas para avaliar as necessidades do paciente e família relacionadas ao estado da doença (Quadro 34-4). Essas necessidades são físicas, psicológicas, sociais ou económicas. Por exemplo, um paciente com uma doença crónica como HIV/AIDS pode experimentar sérios problemas psicológicos como resultado de isolamento autoimposto QUADRO 34-4 QUESTÕES DE AVALIAÇÃO ENFERMAGEM ,> . Fatores de Risco • Você tem quaisquer cortes ou lacerações recentes? • Você teve alguma doença crónica diagnosticada? • Você realizou algum teste diagnóstico recente, como cistos- copia? Possíveis Infecções Existentes • Você tem ou sente que tem febre? • Você tem alguma dor/queimação durante a micção? Histórico iVIedicamentoso • Você está tomando alguma medicação que possa afetar seu sistema imune (p. ex., quimioterapia para câncer, medica- mentos para artrite reumatóide, esteroides)? • Você está tomando algum medicamento antiviral? Estressores • Há alguma mudança importante no estilo de vida ocorrendo, como perda de trabalho ou de lugar para morar, divórcio ou incapacidade? TABELA 34-5 Exames Laboratoriais para Pesquisa de Infecção AVALIAÇÃO LABORATORIAL VALORES NORMAIS (ADULTO) INDICAÇÃO DE INFECÇÃO Contagem de leucócitos 5.000-10.oco/mm' Aumentada em infecção aguda, diminuída em certas infec- ções virais ou exacerbadas Velocidade de hemossedimen- Maior que 15 mm/h para ho- Elevada na presença de processo inflamatório tação mem e 20 mm/h para mu- lher Nível de ferro 60-90 g/100 mL Diminuído em infecção crónica Culturas de urina e sangue Normalmente estéreis, sem Presença de crescimento de microrganismos infecciosos crescimento de microrga- nismo Culturas e coloração de Gram Nenhum leucócito na colora- Presença de crescimento de microrganismos infecciosos e de ferida, escarro e garganta ção de Gram, possível leucócitos na coloração de Gram flora normal Contagem Diferencial (Porcentagem de Cada Tipo de Leucócito) Neutrófilos 55%-70% Aumentados em infecção supurativa (formação de pus) aguda, di- minuídos em infecção bacteriana exacerbada (adulto idoso) Linfócitos 20%-40% Aumentados em infecções bacteriana e virai crónicas, diminu- ídos em sepse Monócitos 5%-10% Aumentados em infecções por protozoários, por Rickettsia e tuberculose Eosinófilos Aumentados em infecção parasítica Basófilos 0,5%-1,5% Normal durante infecção QUADRO 34-5 PRQCESSO DE DiAGNÓSTICOí DE ENFERMAGEM Risco para Infecção Relacionado à Imunidade Deficiente Características Definidoras Contagem de leucócitos < 5.000/mm3 Paciente recebendo azatioprina (Imuran), um imunossupressor Cateter IV no antebraço direito, neste local há 3 dias. Cateter de Foley drenando urina turva de coloração âmbar. Atividades de Avaliação Cheque os resultados dos exames laboratoriais. Revise os medicamentos atuais. Identifique locais potenciais de infecção IV, Intravenoso. ou rejeição pela família e amigos. Os pacientes ou seus familiares podem não ser capazes de arcar com as despesas dos custos de cuida- dos médicos. Usando uma abordagem gerenciada do caso, a enfer- meira determina a capacidade do paciente e da família de se ajusta- rem à doença e identifica recursos disponíveis necessários para os desafios do gerenciamento do cuidado da saúde, tais como orienta- ção para encontros de grupos locais que possam auxiliar um paciente na aceitação da enfermidade ou orientação para os recursos da insti- tuição local para assistência com despesas com as drogas prescritas. -^Diagnóstico de Enfermagem Durante a coleta, obtenha dados objetivos, tais como incisão aberta ou uma redução de calorias ingeridas, e dados subjetivos, tais como a recla- mação de sensibilidade no local de uma ferida cirúrgica do paciente. Então, realize os dados cuidadosamente, procurando por agrupamentos de características ou fatores de risco que possam criar um padrão. Este padrão pode sugerir um diagnóstico de enfermagem específico (Quadro 34-5). Os seguintes são exemplos de diagnósticos de enfermagem: • Risco para infecção. • Nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades corporais. • Mucosa oral prejudicada. • Risco para integridade da pele prejudicada. • Isolamento social. • Integridade tissular prejudicada. É necessário validar os dados, como inspecionar a integridade de uma ferida mais cuidadosamenre e revisar os achados laboratoriais quando necessário. O sucesso no planejamento adequado de inter- venções de enfermagem depende da exatidão do diagnóstico e da capacidade de alcançar as necessidades do paciente. Por exemplo, mi- nimizar o risco para infecção relacionado à lesão de pele requer medidas de higiene adequadas, cuidado da ferida e uso das precauções-padrão. Minimizar o risco para infecção relacionado à má nutrição requer bom suporte nutricional e equilíbrio hídrico. ^Planejamento Objetivos e Resultados, o plano de cuidado do paciente está baseado em cada diagnóstico de enfermagem e fator relacionado (veja Plano de Cuidado). Desenvolva um plano que estabeleça resul- tados realistas para que as intervenções tenham resolução e sejam diretas. Quando você cuidar de um paciente com diagnóstico de enfermagem de risco para infecção relacionado a lesão de pele, imple- mente medidas de cuidado da pele e ferida para promover cura. Os resultados esperado de "redução no tamanho da ferida em 1 cm" e "ausência de secreção" estabelecem alvos para medir a melhora do pa- ciente. Objetivos comuns do cuidado aplicado aos pacientes com in- fecção frequentemente incluem os seguintes: • Prevenção de exposição a organismos infecciosos. • Controle e redução da extensão da infecção. • Manutenção da resistência à infecção. • Verbalização da compreensão das técnicas de prevenção e contro- le de infecção (p. ex., higiene das mãos). Estabelecendo Prioridades, Estabeleça prioridades para cada objetivo do cuidado. Por exemplo, seu paciente desenvolve uma fe- rida aberta, sofre de uma enfermidade debilitante como o câncer e é incapaz de tolerar alimentos sólidos. A prioridade de administração de terapias para promover a cura da ferida excede o objetivo de edu- car o paciente para assumir terapias de autocuidado em casa. Quando as condições do paciente melhorarem, a prioridade mudará e a edu- cação do paciente se tornará uma intervençãoessencial. Cuidado C o l a b o r a t i V O . o desenvolvimento de um plano de cuidado inclui as práticas de prevenção e controle de infecções de disciplinas múltiplas. Selecione as intervenções em colaboração com o paciente, a família e outros da equipe de cuidado da saúde, tais como nutricionistas e terapeutas respiratórios. Além disso, o profis- sional de prevenção e controle de infecção (PPCI) ou enfermeiras do cuidado domiciliar {home care) colaboram com o cuidado do pa- ciente. Quando o cuidado continua no domicílio do paciente, a enfermeira de cuidado domiciliar planeja garantir que este suporte boas práticas de prevenção e controle de infecção. Por exemplo, se um paciente não tem água corrente requerida para o cuidado da fe- rida, mesmo uma simples higiene das mãos com sabão e água é difí- cil de realizar. A enfermeira necessitará trazer um produto de álcool sem água durante a visita para garantir higiene das mãos adequada. Use uma garrafa de água se as mãos estiverem visivelmente sujas. Instrua o paciente a usar a higiene das mãos tanto com garrafa de água e sabão quanto com produtos para as mãos à base de álcool. ^Implementação Ao identificar e avaliar os fatores de risco do paciente e implementar medidas adequadas, a enfermeira reduz o risco de infecção. Promoção da Saúde. Use sua habilidade de pensamento crítico para prevenir o desenvolvimento ou difusão de uma infecção. Imple- mente procedimentos para minimizar os números e tipos de organis- mos que poderiam ser possivelmente transmitidos. Ehmine reserva- tórios de infecção, controle portas de saída e entrada e evite ações que transmitam microrganismos, prevenindo a bactéria de encontrar um novo lugar para crescer. O uso adequado de suprimentos estéreis, precauções de barreira, precauções padrão, precauções baseadas em transmissão e adequada higiene das mãos são exemplos de métodos para controlar a disseminação de microrganismos. Um medida pre- ventiva final é fortalecer as defesas potenciais do hospedeiro contra infecção. Suporte nutricional, repouso, manutenção dos mecanis- mos de proteção fisiológica e imunizações recomendadas protegem um paciente. Por exemplo, a vacinação anual para proteger contra gripe é um importante elemento de redução de risco. «Tf D E E N F E R M A G E M Risco para Infecção Avaliação o Sr. Huntly tem 32 anos, é casado e pai de dois filiios, e foi ad- mitido na unidade de enfermagem médica há 5 dias com diag- nóstico "de HIV. Ele recebeu sua primeira dose de drogas antir- retrovirais. Antes de sua admissão ele perdeu o interesse pela comida e informou que sua ingestão diminuiu. Seus filhos têm idade escolar e frequentam escola pública. Ambas as crianças faltaram a escola duas vezes nos últimos 2 meses por resfriados e inflamação de garganta. Sara Jones é a estudante de enferma- gem cuidando do Sr. Huntly. Ela inicia seu turno de cuidado conduzindo uma avaliação focada. Atividades de Avaliação Revise o gráhco de dados laboratoriais do paciente refletindo a função imune (p. ex., contagem de leucócitos; contagem de CD4; carga virai). Peça ao paciente para descrever o apetite e rever a ingestão de alimentos nas últimas 24 horas. Pese e meça o paciente. Palpe os linfonodos cervicais e claviculares do paciente. Avalie o histórico medicamentoso completo do paciente. Achados/Características Definidoras O número de células CD4 é baixo. O paciente relata diminuição do apetite por 2 semanas. Ele perdeu aproximadamente 3,5 l(g em 3 semanas. Sua ingestão alimentar ontem consistiu em uma pequena xícara de doce de maçã, meia tigela de sopa, alguns biscoitos e dois copos de suco. Seu peso atual é de 70 kg; sua altura é de 1,75 m. Os linfonodos estão aumentados e sem dor. O paciente está recebendo quimioterapia multiagente. Diagnóstico de Enfermagem: Risco para-infecção relacionado à imunossupressão e ingestão alimentar diminuída. • Planejamento ivieta O paciente permanecerá livre de infecção. Resultados Esperados (NOC)* Estado Imunológico O paciente permanecerá afebril. O paciente não terá sinais ou sintomas de infecção local (p. ex., permanecer livre de tosse, urina turva ou com odor forte, lesões orais). Conhecimento: Gerenciamento da Infecção O paciente identificará as rotinas a seguir em casa para reduzir o risco de infecção. O paciente identificará os sinais e sintomas a relatar ao prove- dor de cuidado da saúde indicando infecção. tRótulos de classificação do resultado de Moorhead S e outros; Nursing outcomes classipcation (NOC), ed 4, St. Louis, 2008, Mosby. O paciente descreverá os riscos de infecção em 2 semanas. I n t e r v e n ç õ e s t .. Proteção contra isifetção • Monitore a temperatura corporal do paciente rotineiramente, inspecione a cavidade oral em busca de lesões, inspecione a urina para odor, inspecione a inserção do acesso IV para drenagem e observe o paciente para evidência de tosse. • Consulte o nutrólogo para prover uma dieta hipercalórica, hi- perproteica e de baixa contaminação. Minimize a ingestão de saladas, frutas e vegetais crus e carnes pouco cozidas, pi- menta e páprica. Ofereça pequenas refeições frequentes. Controle da Infecçiio • Ensine ao paciente e à família como realizar higiene das mãos corretamente. • Instrua o paciente a comunicar o seguinte ao ser cuidador: temperatura maior do que 38°C (100°F), tosse persistente com ou sem catarro, urina turva ou com mau cheiro, ou quei- mação à micção. Justlficatwa • As intervenções ajudam a prevenir e assegurar a detecção pre- coce de infecção em um paciente de risco (Fauerbach, 2005). A manutenção da ingestão calórica e proteica previnirá a perda de peso. Alimentos ricos em gordura devem ser evitados. Quan- tidades excessivas de ácidos graxos ômega são imunossupres- sora (Gantz, 2005). O paciente pode facilmente entrar em contato com organismos do ambiente que podem causar infecção. A higiene rigorosa das mãos reduz a contagem bacteriana nas mãos (Larson, 2005). Os sinais e sintomas são indicativos de infecção local ou sistémica. tRótulos de classificação de intervenção de Bulechek GM, Butcher HK, and Dochterman |M: Nursing interventions classipcation (NIC), ed 5, St. Louis, 2008, Mosby. 1 Continua I P L A N O D E C U I D A D O D E E N F E R M A G E M _ ^ Risco para Infecção — Cont. Intervençõest Justificativa Infecção—Cont. • Ensine o paciente e à família o seguinte: Essas medidas são designadas para prevenir infecção naqueles • Evitar multidões e grandes acúmulos de pessoas. pacientes com função imune diminuída (Gantz, 2005). • Não compartilhar itens de higiene pessoal (escova dental, toalha de banho, desodorante em barra) com a família. • Verificar a temperatura duas vezes ao dia. • Não beber água que permaneceu parada por mais do que 15 minutos. • Não reutillzarxícaras ou copos sem lavar; sempre que pos- sível, usar a lavadora de louças. • Usar preservativo durante relação sexual. Não passar ou receber fluidos corporais, particularmente sangue, sémen ou secreções vaginais. tRótulos de classificação de intervenção de Bulechek GM, Butcher HK, e Dochterman )M: Nursing interventions classipcation (NIC), ed 5, St. Louis, 2008, Mosby. AvallaçãQ Ações de Enfermagem Compare a temperatura corporal e outros achados físicos do paciente com os da- dos basais. Peça ao paciente para descreveres sinais e sintomas para reportar ao prestador de cuidados da saúde. Peça ao paciente para explicar as medi- das a tomar em casa para reduzir a ex- posição a agentes infecciosos. Resposta/Achado do Paciente O paciente permanece afebril e nega t e r ' tosse ou queimação ao urinar. Não há si- nal de lesões orais. O paciente ê capaz de identificar a variação da temperatura a reportar.Foi capaz de descrever tosse. Incapaz de identificar si- nais de infecção urinária ou local da secreção. Paciente é capaz de discutir a necessidade de evitar compartilhar artigos de higiene pessoal e de lavar produtos frescos. Pe- diu uma lista de outras precauções e quis que sua esposa fosse incluída na dis- cussão. Obtenção do Resultado O paciente não teve infecção ativa até o momento. O paciente tem compreensão parcial dos sinais e sintomas a reportar. Requer instrução adicional. Oferecer impresso informativo. O paciente tem compreensão parcial das restrições. Obtenha instruções impres- sas e inclua a esposa na discussão esta noite. Ter consciência da prevenção e controle de infecção ajuda você a aplicar os princípios de assepsia médico-cirúrgica. Quando um paciente desenvolve uma infecção, implemente técnicas e procedi- mentos para reduzir a oportunidade para o pessoal do cuidado da saúde ou outros pacientes de serem expostos à infecção. Pacientes com doença transmissível podem requerer precauções de isolamento específicas para romper a cadeia de infecção. C u i d a d o A g u d o . O tratamento de um processo infeccioso inclui a eliminação de organismos infecciosos e suporte às defesas do pa- ciente. Para identificar os organismos causadores, a enfermeira coleta amostras de fluidos corporais, tais como escarro ou secreção dos lo- cais infectados do corpo, para cultura. Quando o processo de doença ou organismo causador é identificado, o prestador de cuidado da saúde prescreve o tratamento mais eficiente. As infecções sistémicas requerem medidas para prevenir compli- cações de febre (Cap. 32). Manutenção da ingesta de fluidos previne desidratação resultante da diaforese. O aumento da taxa de meta- bolismo do paciente requer uma ingestão nutricional adequada. O descanso preserva a energia para o processo de cura. As infecções localizadas frequentemente requerem medidas para auxiliar a remoção de restos para promover a cura. A enfermeira apli- ca princípios de cuidado da ferida para remover a secreção infectada dos locais de ferida e suportar a integridade da cicatrização das fe- ridas. Quando trocar curativos, use uma máscara e óculos ou uma máscara com viseira de proteção caso um esguicho ou respingo de sangue ou fluidos corporais possa ser previsto. Adote luvas para re- duzir a transmissão de microrganismos para dentro da ferida (CDC, 2007). Adote curativos especiais para facilitar a remoção de secreção e promover a cura de feridas marginais. Alguns tubos de drenagem são inseridos para remover a secreção infectada das cavidades do cor- po. Use técnicas assépticas médicas e cirúrgicas para manejar feridas e garantir o manuseio correto de todas as secreções ou fluidos do corpo (Cap. 48). Durante o curso da infecção, a enfermeira aindlia os mecanismos de defesa do corpo do paciente. Por exemplo, se um paciente tem diar- reia, a enfermeira necessita manter a integridade da pele para prevenir lesão e a entrada de microrganismos adicionais. Outras medidas de rotina de higiene, tais como limpar a cavidade oral e banho, protegem a pele e membranas mucosas da invasão e crescimento excessivo de organismos. Assepsia. Baseie o esforço em minimizar o ataque e disseminação da infecção sobre os princípios da técnica de asséptica. A assepsia é a ausência de microrganismos patogênicos (produtores de doença). A técnica asséptica refere-se a práticas/procedimentos para auxiliar na redução do risco de infecção. Os dois tipos de técnicas assépticas são a assepsia médica e cirúrgica. A assepsia médica, ou técnica de limpeza, inclui procedimentos usados para reduzir o número de organisinos presentes e prevenir a transferência de organismos. Higiene das mãos, usar luvas limpas para prevenir a transferência de organismos de um paciente para o,utro ou para prevenir contato direto com o sangue ou fluidos corporais do paciente e rotina de limpeza do ambiente são exemplos de assepsia médica. Os princípios de assepsia médica geralmente também são se- guidos em casa; a higiene das mãos com sabão e água antes de preparar alimentos é um exemplo. Após um objeto se tornar não esterilizado ou não limpo, ele é considerado contaminado. Na assepsia médica, uma área ou objeto é considerado contaminado se ele contém ou é suspeito de conter patógenos. Por exemplo, um urinol usado, a mesa de alimentação e uma roupa usada são considerados itens conta- minados. A enfermeira segue certos princípios e procedimentos, incluin- do precauções-padrão, para prevenir e controlar a infecção e sua disseminação. Durante a rotina diária de cuidado, a enfermeira usa técnicas de assepsia médica básica para quebrar a corrente de infec- ção. Por exemplo, use luvas e máscara durante a troca de curativo para quebrar o modo de entrada dos patógenos. Os óculos são in - dicados quando há a possibilidade de espirro ou borrifo. O termo precauções-padrão se aplica a todo o sangue e fluidos corporais, ex- ceto suor, mesmo se o sangue não estiver presente. As precauções- padrão se aplicam a contato com sangue, fluido corporal, pele não intacta e membranas mucosas de todos os pacientes. Estas precau- ções protegem o paciente e provêem proteção da equipe de cuidado da saúde como direcionadas pelo Occupational Safety and Health Administration (OSHA) (2001). Um componente principal da proteção do paciente e do traba- lhador é a higiene das mãos (Habilidade 34-1). A higiene das mãos inclui o uso imediato de álcool antisséptico para as mãos antes e de- pois de prestar cuidado ao paciente, a lavagem das mãos com sabão e água quando as mãos estão visivelmente sujas e a execução de esco- vação cirúrgica. A lavagem das mãos é o ato de lavar as mãos com sabão e água, seguido pelo enxague sob o fluxo de água por 15 se- gundos (CDC, 2002b). A fricção usada remove sujeira e organismos transitórios das mãos. As mãos contaminadas dos trabalhadores do cuidado da saú- de são a fonte principal de transmissão de infecção nos ambien- tes de cuidado da saúde. Por exemplo, você está executando uma troca de curativo e o companheiro de quarto do paciente pede ajuda com uma linha I V obstruída. Se você falhar em realizar a higiene das mãos antes de manusear a linha IV, os organismos da ferida do paciente podem ser transferidos para o local I V do companheiro de quarto. A TJC identifica conformidade com a higiene adequada das mãos conforme o National Patient Safety Goal (TJC, 2007). O uso da fricção das mãos com produto à base de álcool é reco- mendado pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2002b) para melhorar as práticas de higiene das mãos, proteger as mãos dos profissionais do cuidado da saúde e reduzir a transmissão de patógenos aos pacientes e funcionários nos ambientes de cuidado da saúde. O álcool tem excelente atividade germicida e é mai^ eficien- te do que sabão e água. •• O CDC (2002b) recomenda o seguinte: 1 . Lavar as mãos com um sabão não antimicrobiano ou sabão anti- microbiano e água quando as mãos estão visivelmente sujas. 2. Se as mãos não estão visivelmente sujas, usar um agente antissép- tico baseado em álcool sem água para a descontaminação rotinei- ra das mãos em rodas as outras situações clínicas: a. Após o contato com a pele intacta de um paciente (quando ve- rificar o pulso ou pressão sanguínea ou levantar um paciente). b. Antes de comer. c. Após o contato com fluidos corporais ou excreções, mem- branas mucosas, pele não intacta ou ferida com drenagem enquanto as mãos não estiverem visivelmente sujas. d. Quando mover um corpo de um local contaminado para um local limpo durante o cuidado do paciente. e. Após o contato com objetos inanimados (incluindo equipa- mento médico) na área imediata do paciente. f. Antes do cuidado de pacientes com neutropenia grave
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