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Apelação - Aula 12/ 2015 enunciado e peça

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Brad e George combinaram entre si a prática de furto qualificado, consistente na subtração, mediante arrombamento, do toca-fitas de veículo estacionado na via pública. 
Ao iniciarem o furto, aparece o dono do veículo. 
Brad sai correndo, enquanto George enfrenta a vítima e, usando de uma arma de fogo que portava, o que não era do conhecimento de Brad, vem a matar a vítima. 
A sentença condenatória do MM. Juiz de Direito da 5.ª Vara Criminal da Capital aplicou a pena de 18 anos a cada um dos acusados. 
Os advogados foram intimados da decisão há dois dias. 
Na qualidade de defensor de Brad, apresentar a peça jurídica competente. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA CAPITAL/--
 BRAD, já qualificado nos autos da ação penal nº ---- , que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável sentença que a condenou pela prática do delito previsto no artigo 157, §3º, do Código Penal, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, dentro do prazo legal, interpor
 RECURSO DE APELAÇÃO
 com fulcro no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal.
Requer seja recebida e processada a presente apelação e encaminhada, com as inclusas razões, ao E. Tribunal de Justiça do Estado de ------------. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local E DATA
.Advogado, OAB N°
 RAZÕES DE APELAÇÃO 
Processo nº ... 
Apelante: BRAD 
Apelada: Justiça Pública 
Egrégio Tribunal, 
Colenda Câmara, 
Douto Representante do Ministério Público 
Em que pese o indiscutível saber jurídico do MM. Juiz “a quo”, impõe-se a reforma da respeitável sentença proferida contra o ora apelante, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
 DOS FATOS
 BRAD foi denunciado, processado e condenado pelo Juízo de primeiro grau pela prática do crime de latrocínio - artigo 157, §3º, do Código Penal, por ter subtraído o toca-fitas de um carro, ressaltando-se que o seu comparsa, GEORGE, sem o conhecimento do apelante, carregava uma arma , matou a vítima quando esta apareceu. A pena foi fixada em 22 anos de reclusão. 
DO DIREITO 
A condenação de BRAD pela prática de latrocínio mostra-se indevida.
Conforme o artigo 29 do Código Penal - “quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”. 
O §2º do transcrito dispositivo legal, prevê, em sua primeira parte, que - “se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste”. 
No presente caso, Brad e George combinaram entre si a prática de furto qualificado - artigo 155, §4º, do Código Penal - e não de latrocínio. Durante o ato, no entanto, o proprietário do carro apareceu, momento em que Brad saiu correndo de posse da “res furtiva” e George atirou, causando a morte da vítima. É importante destacar que Brad não sabia que George portava uma arma de fogo, razão pela qual sequer poderia prever o resultado mais grave. 
Verifica-se, portanto, a ocorrência de cooperação dolosamente distinta por parte de Brad , eis que o acordo referia-se apenas à prática de furto. Assim, incide, no caso, a previsão do §2º do artigo 29 do Código Penal, sendo de rigor a desclassificação para o crime de furto qualificado, previsto no artigo 155, §4º, do Código Penal.
Com a desclassificação, deve ser fixada a pena-base no patamar mínimo legal, eis que, a teor da Súmula 444 do Superior Tribunal de Justiça, o fato de Brad estar sendo processado por outro crime de furto não pode configurar maus antecedentes. Com efeito, somente uma condenação já transitada em julgado poderia ensejar a elevação da pena-base, nos termos do artigo 59 do Código Penal. 
 Ainda, com a fixação da pena no patamar mínimo legal, de rigor a imposição do regime inicial aberto, com base no artigo 33, §2º, alínea “c”, do Código Penal, bem como a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, conforme o artigo 44 do Código Penal, ou a suspensão condicional da pena, nos termos do artigo 77 também do Código Penal. 
Subsidiariamente, caso não seja acolhida a tese de desclassificação, de rigor a redução da pena fixada pelo latrocínio para o patamar mínimo legal. 
Conforme Súmula 444 do STJ - “é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base”. 
Assim, apenas condenações já transitadas em julgado poderiam determinar a elevação da pena-base, nos termos do artigo 59 do Código Penal. 
 No caso em pauta, no entanto, o Juiz de primeiro grau exasperou a pena-base em 2 anos, por entender que o fato de Brad responder a outro processo por furto configuraria maus antecedentes, contrariando, assim, a mencionada Súmula. 
Destarte, deve a sua pena ser reduzia ao patamar mínimo legal. 
DO PEDIDO 
Ante o exposto, 
I. Requer seja o presente recurso conhecido e provido;
II. A desclassificação para o delito de furto qualificado (artigo 155, §4º, do Código Penal), com a fixação da pena no mínimo legal;
III. A imposição de regime inicial aberto e substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos ou suspensão condicional da pena;
IV. Subsidiariamente, pugna-se pela fixação da pena-base pelo latrocínio no patamar mínimo legal;
V. Por fim, pleiteia-se a concessão do direito de recorrer em liberdade. 
Local e data. 
Assinatura do Advogado 
OAB n°

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