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Roniê Pinheiro SANIDADE - INTERFERÊNCIA SOBRE A PRODUTIVIDADE E INTERAÇÃO COM OUTRAS ÁREAS Patos de Minas – MG • Diversos fatores têm interferência no desempenho dos animais e no resultado final. INTRODUÇÃO • Ambientes com maiores desafios sanitários, crescem menos e consomem menos ração. • A correlação entre o estado de saúde e desempenho zootécnico dos animais já é há muito reconhecida. INTRODUÇÃO • Fatores que interferem na estabilidade imunológica. • Diversos segmentos da produção têm interação com a sanidade. INTRODUÇÃO OBJETIVO O objetivo é discutir as principais alterações provocadas, no organismo animal, pela ativação do sistema imune e suas implicações sobre o desempenho animal. “Não temos mais dúvidas de que os grandes sistemas de produção criaram um ambiente epidemiológico que facilitou a disseminação e a perpetuação tanto da PRRS quanto de muitas outras doenças bacterianas e virais” (Zimmerman, 2003) INTRODUÇÃO • A correlação entre o estado de saúde e o desempenho zootécnico dos animais já é há muito reconhecida. A ativação do sistema imune altera o metabolismo intermediário, “consome” nutrientes e altera o perfil de exigências nutricionais. Por outro lado, diversos nutrientes, aditivos e estratégias nutricionais podem influenciar a capacidade imunológica e o estado de saúde de animais desafiados. INTRODUÇÃO X Ativação imune e desempenho zootécnico IMPACTO DO NÍVEL DE ATIVAÇÃO CRÔNICA DO SISTEMA IMUNE (ASI) NA TAXA, EFICIÊNCIA E COMPOSIÇÃO DO GANHO DE PESO EM SUÍNOS A.S.I Baixa Alta Diferença Desempenho Consumo diário, g 2,296 a 2,066 b + 230 Ganho diário, g 850 a 677 b + 173 Conversão alimentar 2,70 b 3,05 a - 0.35 Carcaça E.T,mm 27,6 b 31,4 a - 3,8 Área de lombo, cm2 37,4 a 32,6 b + 4,8 % de Carne Magra 55,8 a 52,5 b + 3,3 Fonte: Adaptado de Stahly et al. (1994b) - Redução no crescimento: - 3 a 44% (Straw, 1989) - 37g GPD/10% de área de lesões de consolidação; - Prejuízos à conversão alimentar: - 4-25% (Morrison, 1986); - 3-10% (Elbers, 1991); - (Piffer et al.1985) + 10% do parênquima pulmonar estiver comprometido: - 9,3% no crescimento; - 14,7% associado com pleurisia; - Prejuízos ao crescimento (Baekbo, 2006) - 30,3g/dia nos suínos com lesões ao abate IMPACTO ECONÔMICO A pneumonia causada pela Pasteurella multocida é a que causa maior prejuízo econômico à industria (abate). (Zhao et al. 1992) A perdas ecônomicas provocadas pelas pleurisias (aderências) são de 3-10% na conversão alimentar e a cada 1% de mortalidade o prejuízo é de U$1,5 por animal. (Elbers, 1991) IMPACTO ECONÔMICO PERDAS ECONÔMICAS POR LESÕES PULMONARES Para cada 10% Área Lesada 37,4 g menos GPD Straw et al (1998) JAVMA 12, p1702-1706 PinkPigPage Impacto Econômico por Hepatização Pulmonar Hepatização Pulmonar 1% 5% 10% 15% Perda (Kg) 0,9 3,4 7,7 12,0 Aumento na CA (%) 1,0 4,6 9,4 12,0 Aumento no CR (Kg) 3,0 13,1 26,8 41,7 Fonte: Pró-Custo, 2001 Diarreia por um único dia, pode provocar uma redução no crescimento dos leitões entre 9 a 21% (Brito e Filippsen, 1993) Artrite (-38g/dia), diarreia (-8g/dia) e outras infecções (-21g/dia) (Johansen et al, 2004) Diarreia - 400gr. aos 30 dias de idade (Embrapa Suínos e Aves, 1993). MATERNIDADE O papel da nutrição como ferramenta de suporte em programas sanitários NUTRIÇÃO X SAÚDE ANIMAL • Micotoxicoses • Matrizes nutricionais ajustadas • Ingestão efetiva dos nutrientes calculados • Controle de Qualidade de MP’s • Ajuste de níveis nutricionais • Ingredientes e nutrientes “funcionais” NUTRIÇÃO • Relação suíno:comedouro (1:40) • Manejo: comedouro NUTRIÇÃO • Bebedouro 1:10 NUTRIÇÃO NUTRIÇÃO • Qualidade da ração (micotoxinas); NUTRIÇÃO • Qualidade da ração (micotoxinas); NUTRIÇÃO • Qualidade da ração (micotoxinas); NUTRIÇÃO Ações concretas: 1. Ração a) QT na fábrica; b) Cadastro de fornecedores; c) Rações balanceadas. 2. Água a) Monitoria e tratamento; b) Aferição de consumo (hidrômetro) e vazão. A influência do sistema de produção sobre a saúde e imunidade em suínos • “The system is the solution” (Dr. Mike Mohr, 2006) • “É muito freqüente frustramos nossas expectativas com muitas das medidas tradicionais de controle, tais como vacinas e antibióticos para prevenção/tratamento, quando aplicadas isoladamente” (Baker, R.B., 2003) PONTOS CRÍTICOS DO SISTEMA DE PRODUÇÃO • Nutrição; • Estabilidade imunológica • Ambiência; • Manejo/Procedimentos; • Fluxo das instalações; • Planejamento da reposição; • Biossegurança • A interação entre estes segmentos ! ESTABILIDADE IMUNOLÓGICA ESTABILIDADE IMUNOLÓGICA < imunidade > imunidade ESTABILIDADE IMUNOLÓGICA < imunidade > imunidade Limiar de infecção ESTABILIDADE IMUNOLÓGICA < imunidade > imunidade Limiar de infecção ESTABILIDADE IMUNOLÓGICA < imunidade > imunidade Limiar de infecção ESTABILIDADE IMUNOLÓGICA < imunidade > imunidade Limiar de infecção ESTABILIDADE IMUNOLÓGICA < imunidade > imunidade Limiar de infecção ESTABILIDADE IMUNOLÓGICA < imunidade > imunidade Limiar de infecção ESTABILIDADE IMUNOLÓGICA < imunidade > imunidade Limiar de infecção ? ESTABILIDADE IMUNOLÓGICA < imunidade > imunidade Limiar de infecção Estratégia ? -saúde intestinal -ajuste de promotores -vacinações -medicações -manejo -fluxo de produção -imunomoduladores Menor impacto metabólico Menor competição por nutrientes ESTABILIDADE IMUNOLÓGICA FATORES QUE FAVORECEM O DESEQUILÍBRIO ENTRE A PRESSÃO DE INFECÇÃO E O BALANÇO IMUNITÁRIO EM SUÍNOS • Stephano, A. (2006): – Doença ativa no Sítio 1; – Variações na imunidade nas porcas e nos leitões ao desmame (% infectados: Pijoan, 2004); – Planejamento inadequado de reposição; – Ampla margem de variação na idade de desmame; – Mais de 7 dias de variação na idade do grupo; – Alto número de animais por sala ou sítio; – Sistema de produção segregado – Fluxo contínuo de produção – Incapacidade para manter TD - TF AMBIÊNCIA AMBIÊNCIA Fatores ligados às condições de fornecimento de ambiente aos suínos: •Temperatura, •Ventilação, •Troca de ar, •Umidade. 1. Temperatura: a) Animais adultos: 18° C e ventilado; b) Leitões de maternidade: 34 – 29° C; c) Leitões de creche: 24° C; d) Terminação: ao redor de 20° C. • Insolação direta; • Extremos (variação diária). AMBIÊNCIA RECOMENDAÇÕES DE TEMPERATURA AMBIENTE 2. Ventilação: a) Animais adultos e terminação: ventilado; b) Leitões maternidade e creche: evitar corrente de ar. 3. Umidade: ideal 50 – 70%. 4. Troca de ar: gases. AMBIÊNCIA Ações concretas: a) Sombreamento natural; b) Cortinas; c) Pintura de telhados; d) Telhados com isolamento; e) Sistemas de climatização; f) Altura pé direito (3,4 – 3,6 m); g) Beiral (1,0 m). AMBIÊNCIA MANEJO/PROCEDIMENTOS • Grande interação sanidade X rotinas de manejo • Alvos de produção e objetivos claros. • Qualificação da mão de obra Ações concretas: a) Procedimento Operacional Padrão (PO ou POP); b) Formação e capacitação de talentos;c) Programas de qualidade (5 S, PDCA); d) Sistemas de controle; e) Gestão à vista. MANEJO/PROCEDIMENTOS PLANEJAMENTO DA REPOSIÇÃO • Ano 1; 20% • Ano 2; 30 a 35% • Ano 3; 50 a 55% • Ano 4; e demais anos 40 a 45% Programar entrega de leitoas em 3 a 4 vezes/ano. PLANEJAMENTO DA REPOSIÇÃO ! • Representa o segmento da produção mais negligenciado, em se tratando de planejamento !! – quarentena e adaptação sanitária – fluxo de entrada de leitoas ajustado ao fluxo de descartes estratégicos • Imenso campo de trabalho ! – alto nível de conhecimento – baixo nível de planejamento QUARENTENÁRIO QUARENTENA • Porquê negligenciamos tanto ? • Baixo risco sanitário ? • Confiança nos fornecedores ? • Desconhecimento ? • Custo : benefício ? • Acreditamos que não há como piorar ? QUARENTENA • Porquê negligenciamos tanto ? • Baixo risco sanitário ? • Confiança nos fornecedores ? • Desconhecimento ? • Custo : benefício ? • Acreditamos que não há como piorar ? • Cultura instalada em nosso meio ! • Projetos nascem sem o conceito de continuidade da quarentena • Adiamento dá lugar à acomodação e declínio gradual da saúde QUARENTENA • Porquê negligenciamos tanto ? • Baixo risco sanitário ? • Confiança nos fornecedores ? • Desconhecimento ? • Custo : benefício ? • Acreditamos que não há como piorar ? • Cultura instalada em nosso meio ! • Projetos nascem sem o conceito de continuidade da quarentena • Adiamento dá lugar à acomodação e declínio gradual da saúde AINDA NÃO CONVIVEMOS COM O DESAFIO DA PRRS !!! DISTRIBUIÇÃO POR PARIÇÃO Buscar entre 50 e 55% do plantel entre 3º e 7º partos. 20 16 15 14 13 10 8 2 1 1 0 5 10 15 20 25 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 % d e F êm ea s Ordem de Parto Distribuição do Plantel ORDEM DE PARICÃO DESEJADO REALIZADO NA GRANJA ATUAL DIFERENÇA DESCARTE RECOMENDADO POR PARIÇÃO OP 0 20% 23 % + 3% 10% OP 1 16% 12.2% - 3.8% 15% OP 2 15% 11.6% - 3.4% 18% OP 3 14% 10.5% - 3.5% 22% OP 4 13% 10% - 3% 35% OP 5 10% 7.7% - 2.3% 45% OP 6 8% 9.9% + 1.9% 70% OP 7 2% 5.9% + 3.9% 80% OP >7 2% 9.2% + 7.9% 90-100% PLANEJAMENTO DA REPOSIÇÃO PLANEJAMENTO DA REPOSIÇÃO PigCHAMP RELATORIO DE TAXA DE PARICAO GRANJA: ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ SEMANA:PORCAS SUPOSTA PRENHEZ SEMANA COB 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16+ TX P 25 – 31 MARÇO 01 – 07 ABRIL 08 – 14 ABRIL 15 – 21 ABRIL 22 – 28 ABRIL 29 – 05 MAIO 06 – 12 MAIO 13 – 19 MAIO 20 – 26 MAIO 27 – 02 JUNHO 03 – 09 JUNHO 10 – 16 JUNHO 17 – 23 JUNHO 24 – 30 JUNHO 01 – 07 JULHO 08 – 14 JULHO 15 – 21 JULHO 22 – 28 JULHO 61 61 58 58 57 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 55 90% 59 59 59 57 56 56 56 55 55 55 55 55 55 55 55 52 88% 58 58 58 55 53 53 53 53 53 53 53 53 53 53 53 53 91% 63 62 58 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56..... 57 57 54 54 53 53 53 53 53 53 53 53 53 53 ......... 59 59 54 53 53 53 53 53 52 52 52 52 52 .............. 58 58 58 55 55 55 55 55 55 55 55 55 ................... 61 61 57 56 56 56 56 54 54 54 54 ........................ 59 59 54 52 52 52 52 52 52 52 ............................. 62 61 60 58 58 58 58 58 58 .................................. 59 59 53 52 52 52 52 52 ....................................... 63 63 60 58 58 58 58 ............................................ 57 57 54 54 54 54 ................................................. 59 59 58 58 58 ...................................................... 61 61 56 56 ........................................................... 60 60 59 ................................................................ Pré- descarte – Definição do n-º de matrizes a descartar e necessidade de marrãs para reposição. REPOSIÇÕES IRREGULARES Situação 1: Baixa taxa de reposição • Aumento no número de animais parições >7 • Aumento de natimortos • Redução no número de tetas viáveis. • Baixa ingestão de colostro. • Refugagem e mortalidade Instabilidade imunológica Situação 2: Altas taxas de reposição • Aumento no número de marrãs • Colostro com baixa [ ] Ig. • Problemas sanitários maternidade e creche. • Aumento mortalidade. Instabilidade imunológica REPOSIÇÕES IRREGULARES Situação 2: Altas taxas de reposição • Circovirose (efeito leitegada-54% problemas/16% leitegadas) • Parvovírus suíno. • Diarréias Maternidade e Creche. • Esquema de vacinação x Imunidade Passiva. Instabilidade imunológica REPOSIÇÕES IRREGULARES MANEJO DE COLOSTRO • Indução e sincronização de partos. • Identificação dos leitões ao nascimento. • Rodízio nas primeiras 6h. • Evitar transferências após 24h. MANEJO DE COLOSTRO FLUXO DAS INSTALAÇÕES Na ânsia de gerar maior produção, e escondendo- se atrás do pressuposto de que o “importante é a eficiência”, o fluxo de produção às vezes é desconsiderado na rotina das granjas. FLUXO DAS INSTALAÇÕES Na ânsia de gerar maior produção, e escondendo- se atrás do pressuposto de que o “importante é a eficiência”, o fluxo de produção às vezes é desconsiderado na rotina das granjas. tempo Limiar para desencadear doença C r e s c. m i c r o b i a n o Limpeza e desinfecção Limp. e desinf. mal feita Limp. e desinf. bem feita LIMPEZA E DESINFECÇÃO ENTRE LOTES Lote 1 Lote 2 1. Redução na Taxa de Mortalidade; 2. Aumento no GPD 58 gr; 3. Melhor uniformização de lotes; 4. Redução em 5 dias para o abate; 5. Redução mortalidade nascimento/abate. Fonte:Irwin,2003 LIMPEZA E DESINFECÇÃO VAZIO SANITÁRIO Período de “descanso” que inicia após a desinfecção. Ambiente sujo VAZIO SANITÁRIO Período de “descanso” que inicia após a desinfecção. Ambiente sujo Ambiente limpo VAZIO SANITÁRIO Período de “descanso” que inicia após a desinfecção. FLUXO DAS INSTALAÇÕES Efeito do Padrão de Desinfecção na Taxa de Mortalidade Padrão de Desinfecção 1 2 3 Mortalidade (%) 3,23a 2,11b 1,99b Letras diferentes na mesma linha diferem estatisticamente (p<0,05) Fonte:Balkamos et.al.,2005 1) Raro ou Nunca 2) Desinfecção Regular sem uso de detergente 3) Desinfecção Regular após uso de detergente Influência da densidade (m2/ animal) e freqüência de desinfecção na mortalidade pós desmama 0,15m2 0,15- 0,25m2 >0,25m2 Mortalidade (%) 6,0b 1,2a 1,4a Desinfecção Frequente Esporádica Rara Mortalidade (%) 2,8a 3,9b 4,0b Letras diferentes na mesma linha diferem estatisticamente (p<0,05) Fonte:Tzika et.al.,2003 FLUXO DAS INSTALAÇÕES Influência da densidade (m2/ animal) na mortalidade na recria 0,50m2 0,51- 0,60m2 > 0,61m2 Mortalidade (%) 1,35a 0,98b 0,79b Letras diferentes na mesma linha diferem estatisticamente (p<0,05) Fonte:Tzika et.al.,2003 FLUXO DAS INSTALAÇÕES CONSIDERAÇÕES FINAIS • A nutrição pode desempenhar papel importante na melhoria da resposta imune dos animais, sendo portanto necessário considerá-la como ferramenta de suportena condução de programas sanitários. • É necessário adotarmos uma abordagem integral dos sistemas de produção e dos problemas sanitários, em detrimento da visão pontual e da adoção de medidas isoladas de controle. • Medidas concretas e práticas podem ser tomadas para minimizar o impacto da presença dos agentes patológicos Qual a nossa parcela de contribuição na manifestação de problemas sanitários nas granjas ? Qual o grau de profissionalismo e competência com o qual analisamos e interpretamos os problemas sanitários ?
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