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RESUMO - SEMESTRE COMPLETO DIREITO CIVIL II

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BENS E SUAS CLASSIFICAÇÕES 
Bens valores materiais ou imateriais que podem servir de objeto de uma relação jurídica, que 
gere benefícios economicamente apreciáveis. 
Além desses bens, outros há, ainda, de ordem moral e não apreciáveis economicamente. Seriam 
esses bens, não econômicos, prolongamentos e/ou emanações da própria personalidade, como, 
por exemplo, a vida, a liberdade, o nome, a honra etc. 
Logo, pode-se dizer que bem jurídico seria todo interesse, todo valor, material ou imaterial, 
protegido pela lei, nestes incluídos os próprios direitos da personalidade. 
Entretanto, somente os economicamente apreciáveis podem ser objeto de relações jurídicas. 
Os bens, especificamente considerados, comportam uma distinção: Bem é gênero onde coisas 
são espécies. Coisas são materiais, corpóreas, concretas. São passíveis de alienação. Bens, em 
sentido estrito, são imateriais, incorpóreos, abstratos. São passíveis de cessão. 
Assim, bem pode ser conceituado como uma espécie de coisa dotada de utilidade e 
economicidade. Por sua vez, o patrimônio é o conjunto de relações jurídicas subjetivas ativas e 
passivas titularizado por uma pessoa. 
Os bens se classificam em: 
a) Móveis ou imóveis (possibilidade de serem transportados de um local a outro sem perda 
de sua função socioeconômica). Materiais de construção enquanto não empregados são 
móveis, bem como aqueles que, apesar de aderidos ao solo, destinam-se à remoção 
(casa destinada à demolição – móveis por antecipação), e as energias que possuem valor 
econômico. São bens imóveis o direito à sucessão aberta e os direitos reais sobre 
imóveis, assim como as ações que os asseguram. 
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou 
artificialmente. 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; 
II - o direito à sucessão aberta. 
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: 
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem 
removidas para outro local; 
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se 
reempregarem. 
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força 
alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: 
I - as energias que tenham valor econômico; 
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; 
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem 
empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes 
da demolição de algum prédio. 
 
b) Fungíveis ou infungíveis: estes últimos são os bens insubstituíveis. 
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, 
qualidade e quantidade. 
c) Consumíveis ou inconsumíveis: aqueles cujo uso importa destruição imediata de sua 
substância; 
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria 
substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. 
d) Divisíveis ou indivisíveis: indivisíveis são aqueles que não admitem o fracionamento sem 
alteração de sua substância, diminuição considerável de valor ou prejuízo do uso a que 
se destinam. A indivisibilidade pode decorrer da vontade ou da lei e não somente da 
natureza do objeto. Divisíveis são os que podem ser fracionados; 
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, 
diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. 
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da 
lei ou por vontade das partes. 
e) Singulares ou coletivos (universalidade de fato e de direito): singulares são aqueles que, 
embora reunidos, são considerados independentemente dos demais. Coletivos são 
aqueles constituídos por várias coisas singulares, passando a formar um todo único, 
possuidor de individualidade própria, distinta da dos seus componentes. A 
universalidade de fato se dá quando ocorre essa união em decorrência da vontade 
humana para a consecução de um certo fim. Ex.: a biblioteca, uma galeria de quadros. 
A universalidade de direito ocorre quando é a norma jurídica que dá unidade a esse 
conjunto, a exemplo da herança, da massa falida. 
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, 
independentemente dos demais. 
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à 
mesma pessoa, tenham destinação unitária. 
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações 
jurídicas próprias. 
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, 
dotadas de valor econômico. 
f) Principais, acessórios e pertença: são aqueles que não possuem existência própria. São 
partes integrantes do bem. Regra: acessório segue o destino do principal. Diferem-se 
das pertenças (ex.: móveis de uma casa não integram o bem). 
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele 
cuja existência supõe a do principal. 
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de 
modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as 
pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias 
do caso. 
g) Frutos ou produtos: frutos podem ser naturais ou civis. Fruto natural - tudo aquilo que 
a coisa produz por si mesma (Ex.: fruta de uma árvore). Civis - por uma extensão gerada 
pela capacidade humana de abstração, os rendimentos ou benefícios são tirados de uma 
coisa utilizada por outrem (Ex.: juros, rendimentos, dividendos – para alguns, aluguéis). 
Os produtos: são aquelas utilidades extraídas da coisa, mas com a perda da substância 
desta (Ex.: as pedras de uma pedreira, os metais de uma mina, o sal de salinas). 
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser 
objeto de negócio jurídico. 
h) Benfeitorias necessárias, úteis e voluptuárias: 
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. 
§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual 
do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. 
§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. 
§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. 
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao 
bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. 
i) Bens públicos e privados: públicos são aqueles cujo titular é a pessoa jurídica de direito 
público ou uma pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público e 
sempre que a utilização desse bem estiver vinculada à prestação do serviço público. 
Espécies de bens públicos: 
1. De uso comum: admite utilização por qualquer pessoa, indiscriminadamente, 
seja a título gratuito, seja a título oneroso. Ex.: praças, mares, ruas. 
2. De uso especial: bens utilizados pelo próprio poder público para o desempenho 
dos serviços públicos. Ex.: prédio onde funcionam escolas, tribunais, gabinetes. 
3. Dominicais: são os bens públicos que integram o patrimônio disponível estatal, 
porque não afetados para uma finalidade específica. Podem ser alienados desde 
que assim autorizado pelo legislativo. Bens de uso especial, se desafetados,podem ser objeto de alienação. 
Os bens públicos, regra geral, são inalienáveis (exceto os dominicais), impenhoráveis e 
imprescritíveis. 
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito 
público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. 
Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou 
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive 
os de suas autarquias; 
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, 
como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens 
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito 
privado. 
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, 
enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. 
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. 
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. 
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for 
estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. 
PERTENÇAS 
São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo 
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro (molduras de quadros, 
acessórios de um automóvel, máquinas de uma fábrica). 
Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se 
o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade ou das circunstâncias do caso. 
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não 
mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. 
Não se tem na pertença uma vinculação física, porque ela não é parte integrante. 
O que se tem, de fato, na pertença é uma vinculação finalística. O piano não é pertença do 
imóvel residencial, mas o será de um conservatório, ante as circunstâncias do caso, uma vez que 
é imprescindível para que esse possa atingir sua finalidade. 
Exceção à regra do art. 94 é a do art. 566 do Código Civil: Art. 566. O locador é obrigado: I – a 
entregar ao locatário a coisa alugada, com suas pertenças, em estado de servir ao uso a que se 
destina, e a mantê-la nesse estado, pelo tempo do contrato, salvo cláusula expressa em 
contrário; 
No caso específico de locação, o art. 566, I, do Código diz que há presunção do locatário em 
entregar as pertenças. 
FRUTOS 
Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de 
negócio jurídico. Importa mencionar que os produtos se diferenciam dos frutos justamente em 
razão da renovabilidade e do abalo ao bem. 
Os frutos podem ser naturais e civis: 
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que 
são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia. 
Art. 1.398. Os frutos civis, vencidos na data inicial do usufruto, pertencem ao 
proprietário, e ao usufrutuário os vencidos na data em que cessa o usufruto. 
Art. 1.395. Quando o usufruto recai em títulos de crédito, o usufrutuário tem direito a 
perceber os frutos e a cobrar as respectivas dívidas. 
O usufrutuário tem o dever de conservar o bem e é considerado possuidor de boa-fé. Ele se 
compromete a guardar a substância da coisa; assim, a doutrina majoritária defende que o 
usufrutuário só pode perceber os frutos e não os produtos, uma vez que a percepção dos 
produtos abalaria a própria substância do bem. 
Art. 1.394. O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos 
frutos. 
Frutos, são as utilidades que a coisa periodicamente produz, sem desfalque da sua substancia. 
Naturais, ou seja, tudo aquilo que a coisa produz por si mesma, independente do esforço ou 
engenho humano (frutos de uma árvore, crias de animais); 
Industriais, quando as utilidades provêm da coisa mas com a contribuição necessária do trabalho 
do homem (produção de uma fábrica); 
Civis, quando, por uma extensão gerada pela capacidade humana de abstração, os rendimentos 
ou benefícios são tirados de uma coisa utilizada por outrem (juros, rendimentos, dividendos – 
para alguns, aluguéis). 
Produtos são aquelas utilidades extraídas da coisa, mas com a perda da substância desta (as 
pedras de uma pedreira, os metais de uma mina, o sal de salinas). 
O elemento diferenciador entre frutos e produtos é a presença ou ausência da periodicidade da 
reprodução. 
BENFEITORIAS 
São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda 
que o tornem mais agradável ou seja de elevado valor (construção de piscina com mármore 
carrara). 
São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem (construção de uma garagem). 
São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore (reconstrução 
de um assoalho que apodreceu). 
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias 
e úteis, bem como quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder 
sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias 
necessárias e úteis. 
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias 
necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas nem o de levantar as 
voluptuárias. 
BENS DE FAMÍLIA 
O bem de família é o prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, 
destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger também valores 
mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família. 
Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou 
testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não 
ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras 
sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial. 
Diante do que foi acima demonstrado de forma sintética, podemos concluir que o bem de família 
é o instituto que visa proteger a entidade base da sociedade, que é a família, com os dispostos 
na Constituição Federal, Código Civil e Lei n. 8009/90, através da proteção de um imóvel para 
residência familiar, representando segurança e desenvolvimento dos membros que ali residem. 
 
 
FATOS JURÍDICOS E SUA CLASSIFICAÇÃO 
Fato Jurídico é todo acontecimento que produz efeitos jurídicos. 
Fatos Jurídicos em sentido amplo podem ser classificados em naturais ou humanos. 
Fatos Naturais ou fatos jurídicos em sentido estrito: são aqueles que independem da 
atuação humana, mas possuem repercussão no mundo. Podem ser divididos em ordinário 
(nascimento, morte) e extraordinário (terremoto, tempestade). 
Fatos Humanos: decorrem da atuação humana e são, portanto, atos jurídicos (Contrato, 
batida de carros). 
Ato jurídico: é todo fato decorrente de ação, licita ou ilícita, ou omissão humana. Um 
ato jurídico só será válido e produzirá efeitos se estiverem presente os seguintes requisitos: 
pessoa capaz, objeto lícito e forma prescrita ou na defesa em lei. Estando presente todos os 
requisitos, temos o ato jurídico. 
Quando a forma do ato jurídico não estiver prescrita em lei, admiti provas através de 
confissão (quando se trata de direitos disponíveis), documentos públicosou particulares, 
testemunhas, presunção (confissão tácita) e perícia. Em sentido amplo divide-se em três 
espécies: 
Ato jurídico em sentido estrito: é toda ação humana lícita cujos efeitos estão previstos 
em lei e, portanto, independem da vontade do agente (registro civil, casamento). 
Atos ilícitos: são os praticados em desconformidade com o ordenamento jurídico, que 
violam a ordem jurídica e produzem efeitos contrários ao Direito. Esses atos violam o dever legal 
de não lesar ninguém e são fontes de obrigações, já que geram para o agente o dever de ressarcir 
o prejuízo causado. A obrigação de indenizar decorre da violação de um direito e da configuração 
do dano, que devem ocorrer concomitantemente. Não constituem atos ilícitos os praticados em 
legitima defesa, no exercício regular de um direito ou em estado de necessidade. Os atos ilícitos 
podem ter efeitos na esfera penal, administrativa e civil. 
NEGÓCIOS JURÍDICOS E SEUS ELEMENTOS 
Para configuração do negócio jurídico é necessária a vontade qualificada das partes, 
visando um fim especifico permitido em lei. Geralmente são bilaterais (contrato), mas existem 
negócios jurídicos unilaterais (testamento, renúncia de herança). 
 Requisitos do negócio jurídico: 
o Pessoa capaz: aptidão para realizar negócios; 
o Objeto lícito e possível: o que não infringe os ditames legais e é possível; 
o Consentimento: manifestação da vontade como pressuposto para a 
realização do negócio; 
o Forma prescrita ou na defesa em lei: em regra a forma é livre, mas a lei pode 
prescrever forma determinada. 
 Elementos do negócio jurídico: 
o Condição: é a cláusula que deriva da vontade das partes e subordina o efeito 
do negócio jurídico a evento futuro e incerto; 
 Suspensiva: o negócio só produzirá efeitos com a ocorrência de 
evento futuro e incerto; 
 Resolutiva: a ocorrência do evento extingue o direito; 
 Casual: a ocorrência do evento depende de algo imprevisível e 
fortuito, dependendo do acaso. 
 Potestativa: depende da vontade de uma das partes. 
o Termo: é o dia em que se inicia ou se finda a eficácia do negócio jurídico, 
podendo a data ser determinada ou indeterminada. 
 Inicial: fixa o início da eficácia do negócio jurídico. O termo inicial 
suspende o exercício, mas não a aquisição do direito; 
 Final: fixa o término dos efeitos do negócio jurídico. 
o Encargo: cláusula que contém um encargo ou uma obrigação a ser cumprida 
pela pessoa a ser beneficiada. O encargo não suspende nem o exercício nem 
a aquisição do direito, mas se o encargo não for cumprido a liberalidade 
poderá ser revogada. Encargos ilícitos ou impossíveis são considerados 
como não escritos e invalidam o negócio jurídico, salvo se constituir o 
motivo determinante da liberalidade. 
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
Constituem vícios de consentimento ao erro, ignorância, dolo, coação, estado de perigo 
e lesão. Já a fraude contra credores e a simulação são vícios sociais. 
 Erro ou ignorância: erro consiste na falsa noção que se tem a respeito de algo ou 
alguém e ignorância consiste no total desconhecimento da realidade. 
 Dolo: o autor do dolo induz alguém à pratica de um ato que lhe é prejudicial, usando 
artifícios para enganá-la. 
 Coação: caracteriza-se pelo emprego de pressão ou ameaça física ou moral sobre 
alguém, viciando sua vontade na prática de um ato ou realização de um negócio. 
 Estado de perigo: ocorre quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou 
a alguém da sua família, de grave dano conhecido pela outra partem assume 
obrigação excessivamente onerosa. 
 Lesão: ocorre quando alguém, aproveitando-se da necessidade ou inexperiência de 
outrem, obtém lucro demasiado e manifestamente desproporcional. 
 Fraude contra credores: a vontade é manifesta com a intensão de prejudicar 
terceiros, ou seja, os credores. 
 Simulação: é a declaração que cria uma aparência diversa do que realmente é, 
iludindo terceiros e burlando a lei. 
INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO 
Abrange a nulidade e a anualidade do negócio jurídico. 
 Ato nulo: ofende os preceitos de ordem pública; 
Considera-se nulo o ato quando: praticado por pessoa absolutamente incapaz; 
ilícito; impossível; não estiver previsto em lei; fraude; 
 Ato anulável: ofende os interesses particulares de pessoas que o legislador 
pretendeu proteger, criando para estas a possibilidade de promover a anulação do 
ato. 
O ato, no entanto, será considerado válido se o particular não o acatar ou confirma-
lo. Considera-se anulável: ato praticado por relativamente incapaz, sem assistência 
de seus representes, por vícios, por falta de legitimidade; 
 Ato inexistente: quando lhe falta algum elemento estrutural, como consentimento 
 
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 
É a perda do direito de ação. A inércia do titular do Direito, pelo decurso de tempo fixado 
em lei. 
Pode ser declarada de ofício pelo juiz. Não corre o prazo prescricional entre os cônjuges, 
na constância da sociedade conjugal; entre ascendentes e descendentes, durante o poder 
familiar; entre tutor e tutelado e curador e curatelado durante a tutela e curatela; contra os 
absolutamente incapazes; contra os ausente do país em serviços públicos; contra os que se 
acharem servindo nas Forças Armadas em tempo de guerra. 
A prescrição pode ser suspensa, interrompida ou impedida. A prescrição é renunciável, 
mas só após a sua consumação. 
Regra geral de prazo: 10 anos. Prescrição em 1, 2, 3, 4 e 5 anos em casos especiais 
previstos em lei. (arts 205 e 206). 
Nosso ordenamento prevê duas espécies de prescrição, a extintiva e a aquisitiva 
(usucapião). 
Decadência: é a perda do próprio direito. Essa perda, por óbvio, atingirá e extinguirá o 
direito de ação. 
O prazo decadencial pode ser legal ou convencional. Em sendo legal, a decadência pode 
ser declarada de ofício pelo Juiz. Não se aplicam à decadência as regras que suspendem, 
interrompem ou impedem a prescrição, admitindo-se exceção (decadência não corre contra os 
absolutamente incapazes). A decadência é irrenunciável. 
Não há regra geral de prazo decadencial legal, extinto prazos em diversos artigos 
esparsos do C.C.

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