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FACULDADE DOCTUM DE CARANGOLA - DOCTUM CURSO BACHAREL EM DIREITO MARCO ANTONIO DA SILVA CONCEITO DE IDEOLOGIA SOB A ÓTICA DO INTELECTUAL ALEMÃO, ECONOMISTA KARL HEINRICH MARX Pesquisa Conceito de ideologia sob a ótica do intelectual alemão, economista Karl Heinrich Marx (1818 – 1883); o entendimento quanto a frase ideias dominantes de uma época são as ideias da classe dominante; a função da ideologia; por que Marx considera que não se pode pensar a relação indivíduo e sociedade separadamente das condições materiais que essas relações se apoiam?; o que caracteriza para Marx o modo de produção capitalista?; e, como a sociedade capitalista deve ser substituída? Apresentada ao Curso de Direito das Faculdades Unificadas Doctum de Carangola Área de Concentração: Disciplina Sociologia, Orientador: Prof. Liana de Moraes Linhares. CARANGOLA, 15 DE NOVEMBRO 2015 2 OBJETIVOS Analisar as principais ideias relacionadas a ideologia sob a ótica do intelectual alemão, economista Karl Heinrich Marx. Com o intuito de observar as características e diferenças ao longo da história, podendo assim compreender melhor, o porquê de sua importância e aplicação, para que se obtenha um conhecimento mais apurado e verdadeiro. Podendo a partir de então construir uma discussão a respeito de suas características e aplicações, decifrando sua importância no convívio em sociedade, objetivando e reforçando o nosso conhecimento. 3 O QUE É IDEOLOGIA O significado de ideologia para Karl Marx pode ser definido como “Conjunto de ideias que procura ocultar a sua própria origem nos interesses sociais de um grupo particular da sociedade.”, este conceito é o mais utilizado por Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895). O conceito segundo Marx é meio que voltado para a ficção: ilusão, falsa consciência, concepção idealista na qual a realidade é invertida e as ideias aparecem como motor da vida real. [...] No marxismo posterior a Marx, sobretudo na obra de Lênin, ganha um outro sentido, bastante diferente: ideologia é qualquer concepção da realidade social ou política, vinculada aos interesses de certas classes sociais particulares1. Resta salientar que essa ótica de ideologia é em nosso meio contemporâneo e que traz traços do conceito medieval. A função implícita ou explicita da ideologia, sua tentativa para fazer com que o ponto de vista particular da classe que exerce a dominação (política) apareça para todos os sujeitos e políticos como universal, e não como interesse particular de uma classe determinada. Por influência de Karl Marx, a palavra ideologia tornou-se largamente utilizada nas ciências humanas de nossa época com o significado de sistema de ideias que elaboram uma “compreensão da realidade” para ocultar ou dissimular o domínio de um grupo sobre o outro. A ideologia, portanto, seria uma forma de consciência, mas uma consciência parcial, ilusória e enganadora que se baseia na criação de conceitos e preconceitos como instrumentos de hegemonia. “IDEIAS DOMINANTES DE UMA ÉPOCA SÃO AS IDEIAS DA CLASSE DOMINANTE” Para Marx os homens são produtores das suas ideias, representações, etc. O que se entendi diante de tal afirmação é que o desenvolvimento humano através de sua evolução em meio ao seu convívio e suas pretensões humanas e convívio social, é que determina sua representação ante a sociedade, tais afirmações são condicionadas por um desenvolvimento determinado das suas forças. [...] A 1 Michael Lowy. Ideologia e ciência social. São Paulo: Cortez, 1985. p. 12 4 consciência não pode ser coisa diversa do ser consciente e o ser dos homens é o seu processo de vida real. As ideias de classes dominantes são, a classe que é a força material dominante da sociedade, é uma relação de materialidade e espiritualidade em conexo. As ideias dominantes não são nada mais do que a expressão ideal das relações materiais dominantes, são as relações materiais dominantes apreendidas como ideias, portanto são expressões das relações que fazem uma classe a classe dominante, são as ideias de sua dominação2. A FUNÇÃO DA IDEOLOGIA; POR QUE MARX CONSIDERA QUE NÃO SE PODE PENSAR A RELAÇÃO INDIVÍDUO E SOCIEDADE SEPARADAMENTE DAS CONDIÇÕES MATERIAIS QUE ESSAS RELAÇÕES SE APOIAM? É incontestável a contribuição do pensamento sociológico do alemão Carl Marx para o desenvolvimento da sociologia. Sua teoria sobre os modos de produção, segundo Marx, o homem relaciona-se com outros seres humanos, dando origem às relações de produção e o conjunto dessas relações leva ao modo de produção. Uma vez surgindo esse sistema de produção surge também duas classes distintas: a dos proprietários e a dos não proprietários das ferramentas de trabalho ou dos meios de produção. Com tal feito há uma espécie de escambo meio que forçado, onde uma é obrigada a vender para a outra sua única propriedade obviamente a parte amis fraca a dos que não proprietários, surge aí um acumulo de capital e uma desigualdade entre as classes, explora a classe dos expropriados como se fosse parte de sua propriedade, o que caracteriza o capitalismo. Portanto tense que, o pensamento sociológico de Karl Marx gira em torno de uma sociedade capitalista. 2 https://books.google.com.br/books?id=xccue9GM14wC&pg=PA47&lpg=PA47&dq=IDEIAS+DOMINANTES+ DE+UMA+%C3%89POCA+S%C3%83O+AS+IDEIAS+DA+CLASSE+DOMINANTE+max&source=bl&ots= t6L_x4GNbL&sig=Cx_-pGsHZh4iiH5YbkC0YM8HTv8&hl=pt- BR&sa=X&ved=0CDcQ6AEwBGoVChMI0dju_5CTyQIVgRGQCh3JyQQF#v=onepage&q=IDEIAS%20DOM INANTES%20DE%20UMA%20%C3%89POCA%20S%C3%83O%20AS%20IDEIAS%20DA%20CLASSE%2 0DOMINANTE%20max&f=false. 5 Diante das inúmeras teorias acerca do estudo científico das relações sociais podemos perceber nas diferentes abordagens ao assunto sob a organização e o desenvolvimento da sociedade. A métodos distintos para esse estudo científico da sociedade. Entretanto, podemos dizer que nenhuma delas é desnecessária ou incorreta. Cada uma dela tem seu fundamento e certa lógica. A sociologia assim como a filosofia trabalha com conceitos de grandes pensadores do passado e contemporâneos como os franceses Augusto Comte e Emile Durkheim e os alemães Marx Weber e Karl Marx. Ao se estudar suas teorias podemos perceber que todos tinham como princípio entender a realidade de sua época, e como a interpretação requer conceitos e primícias peculiar cada um utilizou-se de teorias diferentes, mas que se analisado mais profundamente podemos ver traços significativos e algumas analogias entre elas. Desde os primórdios percebe-se que todos estavam tentando pensar na relação entre indivíduos e sociedade no mundo moderno, porém as explicações indicam justamente a complexidade dos problemas surgidos pelas novas condições de vida do mundo moderno e as diferentes possibilidades de interpretação dessas novas condições. Marx, por sua vez, interpretava e procurava explicar as relações sociais de sua época através do fator econômico. Marx parte do princípio de que a estrutura de uma sociedade qualquer reflete a forma como os homens organizam a produção social de bens, que engloba dois fatores básicos: as forças produtivas e as relações de produção. As forças produtivas constituem as condições materiais de toda a produção. As relações se referem às diversas maneiras pelas quais são apropriados e distribuídos os elementos envolvidosno processo de trabalho: os trabalhadores, as matérias primas, os instrumentos podem ser: cooperativas (como num mutirão), escravistas (como na antiguidade), servis (como na Europa feudal), capitalista (como na indústria moderna). Para Marx, a produção é a raiz, a base de toda estrutura social. Diferentemente dos demais pensadores citados anteriormente, Marx considerava que as condições materiais determinam as relações dos indivíduos na vida em sociedade conforme ensina Tomazi: 6 Marx considerava que não se pode pensar a relação indivíduo sociedade separadamente das condições materiais em que essas relações se apoiam. Para ele, as condições materiais de toda a sociedade condicionam as demais relações sociais. Em outras palavras, para viver, os homens têm de, inicialmente, transformar a natureza, ou seja, comer, construir abrigos, fabricar utensílios, etc., sem o que não poderiam existir como seres vivos. Por isso, o estudo de qualquer sociedade deveria partir justamente das relações sociais que os homens estabelecem entre si para utilizar os meios de produção e transformar a natureza. (TOMAZI: 2000, P). Partindo desse prisma temos que para Marx, é impreterivelmente a condição para entender a sociedade condicionada pelas relações sociais de produção. O QUE CARACTERIZA PARA MARX O MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA?; E, COMO A SOCIEDADE CAPITALISTA DEVE SER SUBSTITUÍDA? Partindo da premissa de que Marx considerava que não se pode pensar a relação indivíduo-sociedade separadamente das condições materiais em que essas relações se apoiam. Para ele, as condições materiais de toda a sociedade condicionam as demais relações sociais. Em outras palavras, para viver, os homens têm de, inicialmente, transformar a natureza, ou seja, comer, construir abrigos, utensílios, etc., sem o que não poderiam existir como seres vivo. Por isso, o estudo de qualquer sociedade deveria partir justamente das relações sociais que os homens estabelecem entre si para utilizar os meios de produção e transformar a natureza. Essas relações sociais de produção são a base que condiciona todo o resto da sociedade. Para Marx, portanto, a produção é a raiz de toda a estrutura social. Na sociedade antiga, por exemplo, a relação social básica era a relação senhor-escravo. Não podemos, segundo Marx, entender a política ou a cultura dessa época sem primeiramente estudar essa relação básica que condicionava todo o resto da sociedade. Mas o objetivo maior de 7 Marx não era elaborar uma teoria geral sobre a sociedade, e sim estudar a sociedade de seu tempo, a sociedade capitalista. Segundo Marx, na sociedade capitalista as relações sociais de produção definem dois grandes grupos dentro da sociedade: de um lado os capitalistas que são aquelas pessoas que possuem os meios de produção (máquinas, ferramentas capital, etc.) necessários para transformar a natureza e produzir mercadorias; do outro, os trabalhadores, também chamados, no seu conjunto de proletariado, aqueles que nada possuem, a não ser o seu corpo e a sua disposição para trabalhar. A produção na sociedade capitalista só se realiza porque capitalistas e trabalhadores entram em relação. O capitalista para ao trabalhador um salário para que trabalhe para ele e no final da produção fica com o lucro. Esse tipo de relação entre capitalista e trabalhadores leva à exploração do trabalhador pelo capitalista. Por isso, Marx considerava que havia um permanente conflito entre essas duas classes, conflito que não é possível resolver dentro da sociedade capitalista e se pendura até os dias atuais. Assim, uma mesma posição nas relações de produção, em determinada sociedade. A classe a que pertencemos é que condiciona, de maneira decisiva, nossa atuação social. Lembremos nosso exemplo de greve: patrão e empregado eram amigos, mas no momento em que ocorre a greve, quando do conflito entre as classes se torna evidente, eles ficam em lados diferentes. Nesse sentido, é principalmente a situação de classe que condiciona a existência do indivíduo e sua relação com o resto da sociedade. Podemos compartilhar ideias e comportamentos de indivíduos de outras classes, mas nos momentos de conflito como nas greves as diferenças irão aparecer de acordo com a classe a que pertencemos. 8 Em termos de método, Marx enfatiza que o pesquisador não deve se restringir à descrição da realidade social, mas deve também se ater à análise de como essa realidade se produz e se reproduz ao longo da história. Por exemplo, em relação às classes sociais existentes, a capitalista e ados trabalhadores, mas é preciso mostrar a maneira como essas classes surgiram na história, com o conflito entre elas se mantém e quais as possibilidades de transformação da realidade social, o cientista social pode desempenhar um papel político revolucionário, ao tornar partido da classe trabalhadora. Por isso, Marx a ciência tem um papel político necessariamente crítico em relação à sociedade capitalista, devendo ser num instrumento não só de compreensão, mas também de transformação da realidade. 9 BIOGRAFIA DE KARL MARX: Karl Marx (1818–1883) foi um filósofo e revolucionário alemão. Criou as bases da doutrina comunista, onde criticou o capitalismo. Sua filosofia exerceu influência em várias áreas do conhecimento, tais como Sociologia, Política, Direito, Teologia, Filosofia, Economia, entre outras. Karl Marx (1818-1883) nasceu em Trèves, cidade ao sul da Prússia Renana, na fronteira da França, no dia 5 de maio de 1818. Filho de Herschel Marx, advogado e conselheiro da justiça, descendente de judeu, era perseguido pelo governo absolutista de Frederico Guilherme III. Em 1835 concluiu o curso ginasial no Liceu Friedrich Wilhelm. Ainda nesse ano e boa parte de 1836, Karl estudou Direito, História, Filosofia, Arte e Literatura na Universidade de Bonn. No final de 1836, vai para Berlim, onde se propagam as ideias de Hegel, destacado filósofo e idealista alemão. Marx se alinha com os "hegelianos de esquerda", que procuram analisar as questões sociais, fundamentados na necessidade de transformações na burguesia da Alemanha. Entre 1838 e 1840, dedica-se a elaboração de sua tese, em busca de um cargo de professor. Em 1841, na Universidade de Iena, apresenta o trabalho "A Diferença Entre a Filosofia da Natureza de Demócrito e a de Epicuro". Por motivos políticos, Karl não é nomeado, as universidades não aceitam mestres que seguem as ideias de Hegel. Desiludido, dedica-se ao jornalismo. Escreve artigos para os Anais Alemães, de seu amigo Arnold Ruge, mas a censura impede sua publicação. Em outubro de 1842, muda-se para Colônia, e assume a direção do jornal Gazeta Renana, mas logo após a publicação do artigo sobre o absolutismo russo, o governo fecha o jornal. Em julho de 1843, casa-se com Jenne, irmã de seu amigo Edgard von Westphalen. O casal muda-se para Paris, onde Marx junto com Ruge funda a revista "Anais Franco Alemães", e publica os artigos de Fredrich Engels. Publica também "Introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel" e "Sobre a Questão Judaica". Ingressa numa sociedade secreta, mas é expulso da cidade. Em fins de 1844, Marx começa a escrever para o "Vornaerts", em Paris. As opiniões desagradam o governo de Frederico Guilherme V, imperador da Prússia, que pressiona o governo francês a expulsar os colaboradores da publicação, entre eles Marx e Engels. Em fevereiro é obrigado a sair da França e vai para a Bélgica. Dedica-se a escrever teses sobre o socialismo e mantém contato com o movimento operário europeu. Funda a "Sociedade dosTrabalhadores Alemães". Junto com Engels, adquirem um semanário e se integram à "Liga dos Justos", entidade secreta de operários alemães, com filiais por toda a Europa. No Segundo Congresso da Liga, são solicitados para redigir um manifesto. 10 No dia 21 de fevereiro de 1848, com base no trabalho de Engels, Os Princípios do Comunismo, Marx escreve o "Manifesto Comunista", onde esboça suas principais ideias com a luta de classe e o materialismo histórico. Critica o capitalismo, expõe a história do movimento operário, e termina com um apelo pela união dos operários no mundo todo. Pouco tempo depois, Karl e sua mulher são presos e expulsos da Bélgica. Depois de vários exílios e privações, Max finalmente se instala em Londres. Apesar da crise, em 1864 funda a "Associação Internacional dos Trabalhadores", que fica conhecida como "Primeira Internacional". Com a ajuda de Engels, publica em 1867, o primeiro volume de sua mais importante obra, "O Capital", em que sintetiza suas críticas à economia capitalista. Ao escrever "Crítica ao Programa de Gotha", condena o programa que o partido socialista alemão adotara em 1875. As teorias de Marx influenciaram a Revolução Russa de 1917, teóricos e políticos como Lênin, Trotski Stalin e Mao Tsé-Tung. Assim, sua doutrina esteve presente em vários países, como a extinta URSS, a China e Cuba. Karl Heinrich Marx morreu em Londres, no dia 14 de março de 1883, em consequência de uma bronquite e de problemas respiratórios. INFORMAÇÕES BIOGRÁFICAS DE KARL MARX: Data do Nascimento: 05/05/1818 Data da Morte: 14/03/1883 Morreu aos: 64 anos 11 REFERÊNCIA http://praxishistoria.no.comunidades.net/o-conceito-de-ideologia-em-karl-marx2 http://www.citador.pt/textos/a-consciencia-e-um-produto-social-karl-marx LAKATOS, E, M.; MARCONI, M. A. Sociologia geral. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1999. LOCHE, A. A. et. al. Sociologia Jurídica: Estudos de Sociologia, Direito e Sociedade. 1. ed. Porto Alegre: Síntese, 1999. https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20130517145304AAgLta7 http://www.e-biografias.net/karl_marx/
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