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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO CLIENTE COM PROBLEMAS GASTROENTEROLÓGICOS O Sistema Digestório, Digestivo ou Alimentar Apresenta as seguintes regiões: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. O sistema digestório é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão associados órgãos e glândulas que participam da digestão. Função : Suprir constantemente o organismo de material nutritivo e Modificar mecânica e quimicamente o alimento ingerido, tornando-o apto a ser absorvido e assimilado. BOCA - abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo. Nela encontram-se os dentes e a língua, que preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação. O Sistema Digestório Anatomia e Fisiologia Os dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à saliva, facilitando a ação das enzimas. O Sistema Digestório Anatomia e Fisiologia A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja engolido. Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro sabores primários: amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C) e doce (D). De sua combinação resultam centenas de sabores distintos. GLÂNDULAS SALIVARES Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal: parótida, submandibular e sublingual. O sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a secretar a saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é empurrado pela língua para o fundo da faringe. Funcionando com um portão, a epiglote direciona o ar para dentro da traquéia e os sólidos e líquidos para o esôfago. LARINGE e FARINGE O alimento é encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas peristálticas, levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o esôfago. ESÔFAGO ESÔFAGO e ESTÔMAGO O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago, localiza-se entre os pulmões, atrás do coração, e atravessa o músculo diafragma através do hiato esofagiano. Quando o cárdia (esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o interior do estômago. CÁRDIA A PERISTALSE • Bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo do abdome, logo abaixo das últimas costelas. • Órgão muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. • Sua função principal é a digestão de alimentos protéicos. • Quando vazio, tem a forma de um "J”. ESTÔMAGO O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que contêm ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH do interior do estômago entre 0,9 e 2,0. O SUCO GÁSTRICO A pepsina, enzima mais potente do suco gástrico, é secretada na forma de pepsinogênio. Por ação do ácido clorídrico, o pepsinogênio, ao ser lançado na luz do estômago, transforma-se em pepsina, enzima que catalisa a digestão de proteínas. A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco gástrico. Apesar de protegidas pela densa camada de muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e destruídas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que a superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias. O SUCO GÁSTRICO Pode ocorrer o desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram (úlceras gástricas). O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais. Ao se misturar ao suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, transforma-se em uma massa cremosa acidificada e semilíquida, o quimo. Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão. O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm). O INTESTINO DELGADO A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, esfíncter muscular da parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino. No intestino delgado, as contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes musculares, movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este é atacado pela bile, enzimas e outras secreções, sendo transformado em quilo. A absorção dos nutrientes ocorre através de mecanismos ativos ou passivos, nas regiões do jejuno e do íleo. A mucosa dessas regiões apresenta milhões de pequenas reentrâncias chamadas vilosidades; um traçado que aumenta a superfície de absorção intestinal. As membranas das células do epitélio intestinal apresentam as microvilosidades. O intestino delgado também absorve a água ingerida, os íons e as vitaminas. Sua secreção digestiva é responsável pela hidrólise da maioria das moléculas de alimento, como carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucléicos. O suco pancreático, produzido pelo pâncreas, contém água, enzimas e grandes quantidades de bicarbonato de sódio. O pH do suco pancreático oscila entre 8,5 e 9. Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino passam ao fígado para serem distribuídos pelo resto do organismo. A esse volume somam-se a 8 ou 9 litros de água das secreções. As glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando o trânsito e sua eliminação pelo ânus. O INTESTINO GROSSO É o local de absorção de água, tanto ingerida quanto provinda das secreções digestivas. A ingesta hídrica diária normal é de cerca de 1,5 litros de líquidos . Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmóide e reto. A saída do reto - o ânus - é fechada por um músculo que o rodeia - o esfíncter anal. Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho consiste em dissolver os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e proteger o organismo contra bactérias patogênicas. As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem absorvidas e contribuem com porcentagem significativa da massa fecal. Como retêm água, sua presença torna as fezes macias e fáceis de serem eliminadas. O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos. Normalmente só absorve água, em bastante quantidade. Como o intestino grosso absorve muita água, o conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis, que são evacuados como fezes. O INTESTINO GROSSO O PÂNCREAS é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato triangular, localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno, sob o estômago. GLÂNDULAS ANEXAS O pâncreas comporta dois órgãos estreitamente imbricados: pâncreas endócrino e o exócrino. O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas. Sua secreçãoé levada até um condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a digestão. O pâncreas endócrino secreta os hormônios insulina e glucagon. O FÍGADO é o maior órgão interno, e um dos mais importantes. É a mais volumosa de todas as vísceras. Pesa cerca de 1,5 kg no homem e na mulher, entre 1,2 e 1,4 kg. De cor arroxeada, superfície lisa e recoberta por uma cápsula própria. Está situado no quadrante superior direito da cavidade abdominal. Funções do fígado Secretar a bile, a qual atua no emulsionamento das gorduras ingeridas; Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar glicogênio, que é armazenado; Armazenar ferro e vitaminas em suas células; Metabolizar lipídeos; Sintetizar proteínas de fatores imunológicos e de coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras; Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo; Destruir hemácias velhas ou anormais, transformando sua hemoglobina em bilirrubina - pigmento castanho-esverdeado presente na bile. Sistema Digestório - Componentes Canal Alimentar Cavidade Bucal Faringe Compartilhados : Sistema respiratório e digestório Esôfago Estômago Intestino delgado Intestino grosso Anexos Glândulas que lançam secreções na luz desse tubo Salivares (pares) Parótidas Submandibulares Sublinguais Fígado Pâncreas ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO CLIENTE COM PROBLEMAS GASTROENTEROLÓGICOS # Esofagite e Gastrite; # Úlcera Gástrica e Duodenal; # Hérnia de Hiato; # Apendicite; Diverticulite ; Doença de Crohn; Colite Prof. Christina Klippel DISTÚRBIOS DO ESÔFAGO Acalásia Acalasia do cárdia é uma alteração neuromuscular hipertônica do mecanismo esfincteriano do cárdia, causando dificuldade de passagem do alimento do esôfago para o estômago e podendo evoluir com dilatação do esôfago. Acalásia Peristalse ausente ou ineficaz do esôfago distal e falha na abertura do esfíncter esofagiano inferior em resposta à deglutição; não impedindo o retorno do suco gástrico do estômago para o esôfago; O alimento fica retido acima do esfíncter, produzindo dilatação esofágica; Pode cursar com Infecção bacteriana; Maior frequência em idosos. CÁRDIA Manifestações Clínicas Disfagia; odinofagia; regurgitação alimentar; desconforto subesternal; pirose; perda ponderal. Avaliação Diagnóstica Rx tórax; endoscopia; manometria (estudo da motilidade esofágica). Tratamento - ↓ quantidade e velocidade alimentação / associar líquidos; - Dilatação pneumática; Esofagomiotomia Complicações - desnutrição; pneumonia; esofagite; perfuração do esôfago. Diagnósticos de enfermagem - Nutrição alterada: menor que a demanda corporal, relacionada à disfagia. / Dor aguda relacionada à pirose. DISTÚRBIOS DO ESÔFAGO - Acalásia Disfagia - dificuldade em comer. Ocorre dificuldade na progressão dos alimentos desde a boca até ao estômago. / Odinofagia - dor durante a deglutição e na progressão dos alimentos no esôfago - devido a um processo inflamatório; infeccioso ( herpes, Candidíase) ou químico (ingestão de cáusticos ). Divertículo: bolsa da mucosa e submucosa que faz protrusão através de uma porção enfraquecida da musculatura; O Divertículo Esofagiano é uma bolsa mucosa epitelizada que faz protrusão do lúmen esofagiano; é uma projeção da parede esofágica, secundária a um processo obstrutivo ou inflamatório. DISTÚRBIOS DO ESÔFAGO Divertículo Esofagiano Um divertículo verdadeiro contém todas as camadas da parede esofagiana normal, incluindo mucosa, submucosa e músculo, enquanto um pseudodivertículo consiste primariamente em mucosa e submucosa. Divertículo de Zenker (tipo + comum) Protrusão da mucosa faríngea na junção faringoesofágica; Frequência 3 x maior nos homens / + comum após 60 anos de idade. Manifestações Clínicas Disfagia; desconforto na garganta; sensação de plenitude no pescoço; regurgitação de alimento não deglutido; eructação; tosse; halitose e perda ponderal . Avaliação Diagnóstica Esofagografia contrastada c/ bário delineia o divertículo; Endoscopia geralmente contraindicada devido risco de ruptura. Complicações Pneumonia aspirativa; desnutrição e abscesso pulmonar Tratamento / Remoção cirúrgica. DISTÚRBIOS DO ESÔFAGO - Divertículo Esofagiano HÉRNIA DE HIATO Caracterizada pelo alargamento do hiato esofagiano e a protrusão de uma porção do estômago através do diafragma para o interior da cavidade torácica; Causas: enfraquecimento muscular devido a : envelhecimento, carcinoma de esôfago, traumatismos de esôfago ou após procedimentos cirúrgicos. Fatores de risco: obesidade, gestação, trauma. HÉRNIA DE HIATO Tipos (padrões anatômicos): Axial ou Por Deslizamento Qdo o estômago e a JGE deslizam p/ cima, adentrando o tórax; Corresponde a cerca de 90 % dos casos Paraesofágica ( por rolamento) Quando a totalidade ou parte do estômago penetra no tórax; Deve-se + provavelmente a um defeito hiatal congênito; JGE permanece abaixo do tórax. Manifestações Clínicas (pode ser assintomática) Pirose; disfagia; regurgitação; dor torácica; Complicações Broncoaspiração; ulceração; hemorragia; gastrite. Avaliação Diagnóstica – RX e exame endoscópico. Tratamento - Alteração de hábitos alimentares; Evitar deitar após refeições / elevação da cabeceira do leito; Terapia c/ antiácidos; Reparo cirúrgico. GASTRITE Inflamação da mucosa gástrica Aguda – com duração de várias horas ou dias; geralmente de natureza transitória Irritação autolimitada da mucosa geralmente causada por: imprudências nutricionais, álcool, tabagismo, estresse intenso. Manifestações Clínicas: desconforto abdominal, cefaleia, desânimo, náuseas, anorexia, vômitos e soluços (alguns assintomáticos) Aspectos Fisiopatológicos: inflamação aguda da mucosa gástrica, que apresenta-se edemaciada e hiperemiada. Pode haver desprendimento da mucosa superficial (que não ultrapassa a muscular da mucosa). ou Crônica - resultante da exposição repetida aos agentes irritantes ou episódios recorrentes de gastrite aguda. Definida como presença de alterações inflamatórias crônicas na mucosa que resultam em atrofia da mucosa e metaplasia epitelial; Manifestações Clínicas: anorexia, azia, eructação, halitose, náuseas e vômitos, perda ponderal. Complicações: hemorragia, CA. Achados Diagnósticos: ex. físico, endoscopia, biópsia. Tratamento: evitar fatores de risco; dieta não irritante; hidratação; alimentação parenteral; medicamentos; ATB; SNE. Crônica - Pode ser causada por úlceras benignas ou malignas do estômago ou pela Helicobacter pylori. Principais causas / Fatores de risco: Helicobacter pylori, dieta, abuso cafeína, medicamentos, álcool, tabagismo... Aspectos fisiopatológicos: Há infiltração de linfócitos e/ou plasmócitos associada à atrofia e metaplasia epitelial. A gastrite ocorre quando a bactéria se instala na mucosa e causa sua inflamação. Diagnósticos de Enfermagem Ansiedade relacionada com o tratamento; Dor aguda relacionada com a mucosa gástrica irritada; Nutrição desequilibrada: menor que as necessidades corporais;relacionada à ingestão inadequada de nutrientes. Planejamento e Metas de Enfermagem Ansiedade reduzida; Prevenção contra alimentos irritantes; Ingesta adequada de nutrientes; Manutenção do equilíbrio hídrico; Alívio da dor; Consciência aumentada do tratamento nutricional. ÚLCERA PÉPTICA As úlceras pépticas são aquelas causadas pela ação do suco gástrico na parede do duodeno, estômago ou esôfago - por excesso de produçãode suco gástrico ou por déficit na produção de muco protetor. As principais causas são: abuso de anti-inflamatórios e infecção pelo H.pylori. Há uma correlação estatística entre o consumo de anti- inflamatórios e a redução de produção de muco gástrico protetor, com aumento consequente de risco de desenvolvimento de lesão de mucosa. Há, também, correlação de maior incidência de lesões de mucosa gástrica e a colonização desta mucosa por Helicobacter pylori. As úlceras duodenais são mais comuns que as gástricas e acometem principalmente indivíduos entre 30 e 50 anos de idade. As úlceras gástricas são mais comuns em pessoas acima dos 60 anos. Fatores Etiológicos H. Pylori; AINE (anti-inflamatório não esteróide – AAS; ibuprofeno; naproxeno) ; Anormalidades da secreção ácida (HCl); Síndrome de Zollinger-Ellison * ÚLCERA PÉPTICA * Síndrome de Zollinger-Ellison - Também conhecida como Gastrinoma, esta é uma doença ulcerosa péptica grave, recorrente e refratária associada a esofagite concomitante; as úlceras podem ser atípicas na sua localização, como o jejuno, porém a maioria ocorre em locais habituais. Fatores de Risco Medicamentos; história familiar; tabagismo; estresse; álcool; DPOC; IRC Aspectos Fisiopatológicos A erosão geralmente está associada à concentração aumentada de ácido e/ou à resistência reduzida da mucosa. A mucosa lesionada perde a capacidade de secretar muco suficiente para atuar como barreira. Manifestações Clínicas Dor abdominal (epigástrica); Desconforto no QSD; pirose; vômitos; anorexia; perda ponderal; constipação; sangramento (hematêmese ou melena); anemia ; pode haver diarréia. ALERTA DE ENFERMAGEM Geralmente a dor é aliviada após alimentação, porém retorna 2-3 horas após; Dor intensa e súbita no mesogástrio, irradiando p/ o ombro direito pode indicar perfuração da úlcera. Complicações Hemorragia intensa; Perfuração; Obstrução por edema ou cicatrizes Avaliação Diagnóstica Ex. Físico; endoscopia; biópsia; pesquisar sg oculto nas fezes. Tratamento METAS: erradicar o H. pylori, alívio dor e tratar a acidez gástrica. Os métodos incluem: medicamentos (antiácidos,inibidores de H2, ATB) alterações no estilo de vida, reeducação alimentar, tto cirúrgico. Educação em Saúde Ensinar ao cliente a identificar sinais e sintomas de sangramento; Promover alterações saudáveis no estilo de vida e incluir nutrição adequada, interrupção do tabagismo e do consumo de álcool, estratégias p/ redução do estresse; Ensinar o propósito, a dosagem e os efeitos colaterais da medicação em uso. Diagnósticos de Enfermagem Dor aguda relacionada com à erosão da mucosa ou perfuração. Déficit de volume relacionado c/ a hemorragia. Déficit de conhecimento relacionado ao tratamento farmacológico e à doença. Ansiedade relacionada ao processo patológico. Nutrição desequilibrada: menor que as necessidades corporais relacionada ao processo patológico da úlcera. Distúrbios intestinais inflamatórios agudos # Apendicite; # Diverticulite ; # Doença de Crohn; # Colite Peritonite Inflamação do peritônio (membrana serosa interna da cavidade abdominal que recobre a víscera). Resulta de infecção bacteriana, pode ser causada por fontes externas (acidentes ou trauma). Causada pelo vazamento dos conteúdos dos órgãos abdominais na cavidade abdominal. Manifestações clínicas Dor difusa, tendendo a se tornar constante e localizada; agrava com o movimento. A musculatura apresenta-se rígida; Peristalse diminuída; Náuseas e vômitos; Aumento da temperatura e da FC; Leucocitose – quase sempre. Complicações - Sepse Tratamento Hidratação; Analgesia; Antieméticos; Sondagem e sucção intestinal ajudam a aliviar a distensão abdominal; Oxigenoterapia; Antibiotecoterapia; Cuidados de enfermagem Avaliação da dor, da função gastrointestinal; Caracterização da dor; Colocar o paciente de lado com os joelhos flexionados – diminuir a tensão nos órgãos; Cuidados com drenos (observar o tipo de drenagem); Prevenir deslocamento acidental dos drenos. Apendicite # Apêndice – pequeno anexo semelhante a um dedo com cerca de 10 cm de comprimento, ligado ao ceco. # Como sua luz é pequena e seu esvaziamento insuficiente, está propenso à obstrução e é vulnerável à infecção – apendicite. Epidemiologia É a causa mais comum de dor no quadrante inferior direito da cavidade abdominal. Os homens são mais afetados que as mulheres; os adolescentes mais que os adultos. Incidência maior entre as idades de 10 a 30 anos. O apêndice torna-se inflamado e edemaciado como resultado de obstrução ou torção, por fecaloma, tumor ou corpo estranho. A inflamação aumenta a pressão intraluminal iniciando uma dor progressiva e intensa , generalizada ou na região abdominal superior, dentro de poucas horas torna-se localizada no quadrante inferior direito. Pode ficar repleto de secreção purulenta. Fisiopatologia Manifestações clínicas # Dor; # Febre baixa; # Vômitos; # Perda de apetite; # Sensibilidade no ponto de McBurney quando é aplicada uma pressão; # Sensibilidade de rechaço pode estar presente (dor quando a pressão é aliviada). Cicatriz umbilical Crista ilíaca direita Cuidados de enfermagem Aliviar a dor; Reduzir a ansiedade; Preparar para cirurgia; Colocar o paciente em posição de Semi-Fowler: reduz a tensão sobre a incisão e órgãos abdominais – dor. Histórico e achados diagnósticos Exame físico completo; Testes laboratoriais - Leucocitose; RX. Complicações Perfuração – peritonite. Tratamento Cirúrgico; Antibioticoterapia; Hidratação; Analgesia. Doença Diverticular Diverticulite – resulta quando a retenção de alimento e de bactéria em um divertículo produz infecção e inflamação, podendo impedir a drenagem e levar à perfuração ou à formação de abscesso. Doença de Crohn – é uma inflamação subaguda e/ou crônica que se estende desde a mucosa intestinal através das camadas da parede do intestino. Fisiopatologia A formação de fístulas, fissuras e abcessos ocorre à medida que a inflamação se estende ao peritônio. As lesões não estão em contato contínuo umas com as outras e encontram-se separadas por um tecido normal. Granulomas ocorrem na metade dos casos. À medida que a doença avança, a parede intestinal torna- se espessa e fibrosa, com a luz intestinal mais estreita. Manifestações clínicas Dor abdominal; Diarréia; Perda de peso; Nutrição inadequada; Anemia secundária; Febre; Leucocitose. Diagnóstico Rx com contraste; Proctosigmoidoscopia; Exame de fezes; Hemograma completo; Níveis de albumina e proteínas. Colite Doença inflamatória e ulcerativa da camada mucosa do cólon e reto. Maior incidência dos 30 aos 50 anos. Acompanhada por complicações sistêmicas e uma alta taxa de mortalidade. De 10 a 15% dos pacientes desenvolvem carcinoma de cólon. Fisiopatologia A colite afeta a mucosa superficial do cólon e é caracterizada por ulcerações múltiplas, inflamações difusas e descamação do epitélio colônico. Ocorre sangramento como resultado das ulcerações. As lesões são contínuas ocorrendo uma após a outra. O processo da doença começa no reto e pode envolver todo o cólon. Eventualmente, o intestino fica estreito, mais curto e mais endurecido em razão da hipertrofia muscular e dos depósitos de gordura. Manifestações clínicas Diarréia; Dor abdominal; Tenesmo intermitente; Sangramento retal; Anorexia; Perda de peso; Febre;Vômito e desidratação; Cólica; Urgência para evacuar Diagnóstico Exame de fezes; Testes laboratoriais; Sigmoidoscopia; Enema de bário; Tratamento – o tratamento tanto para a doença de Crohn como para a Colite visa a redução da inflamação, a supressão de respostas imunes inadequadas e a provisão de repouso para a doença intestinal. Dieta e ingesta de líquidos – líquidos orais ; dieta com pouco resíduo, maior aporte de proteína e caloria ; terapia suplementar e reposição de ferro para atender às necessidades nutricionais. Terapia medicamentosa : sedativos, medicamentos antidiarréicos, corticosteróides, imunosupressores e psicoterapia. CIRROSE HEPÁTICA Doença crônica caracterizada pela substituição de tecido hepático normal, por tecido fibrótico, alterando a funcionalidade do fígado. Pode ser: alcoólica, pós-necrótica (hepatite) e biliar (obstrução e infecção biliar). As porções do fígado envolvidas são os espaços porta e periportais. Nessas áreas de inflamação os dutos biliares ficam obstruídos de pus e bile. Ocorre formação de novos canais biliares resultando de crescimento excessivo dos tecidos. Fisiopatologia: Doença caracterizada por episódios de necrose envolvendo as células hepáticas. Coma destruição elas são substituídas gradualmente por tecido cicatricial. Manifestações clínicas: febre, icterícia, hepatomegalia, obstrução porta e ascite, infecção e peritonite, varizes GI, edema,deficiência de vitaminas (A, C e K) e anemia, além de deterioração mental. Tratamento Médico: tratar os sintomas. HDA A hemorragia digestiva alta pode ocorrer em decorrência das varizes esofagianas sangrantes. Essas varizes são veias tortuosas e dilatadas encontradas na submucosa da parte inferior do esôfago. Devido à obstrução portal, o sangue busca novas vias para o retorno ao átrio direito, utilizando assim vasos colaterais, que não possuem elasticidade sendo tortuosos e frágeis, de fácil rompimento e sangramento, podendo resultar em choque. Manifestações clínicas: hematêmese, melena, queda do estado mental (nitrogênio e amônia resultantes do sangramento) e físico. Tratamento médico: Vasopressina e Propranolol (diminuição na pressão porta), tamponamento por balão (Sonda de Segstaken- Blakemore), escleroterapia endoscópica e tratamento cirúrgico.
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