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TEORIA GERAL DO DIREITO- MATERIAL

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Estrutura Curso de Direito
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Prof. Dr. Luiz Accácio Pereira
Prof. Dr. Maurício Fucsek
Prof. Dr. Miguel Augusto Machado de Oliveira
Prof. Dr. Wallace Ricardo Magri
 
Coordenador de EAD: 
Prof. Dr. Wallace Ricardo Magri
Assistentes de Diretoria: 
Daniela Espiñeira Gois 
Débora Guedes Cavalari
Teoria do direito
Cintia barudi lopes morano 
Professora de Direito Administrativo das FMU- Faculdades 
Metropolitanas Unidas desde 2005. Diretora da Comissão de 
Direito Administrativo da OAB/SP 116ª Subseção do Jabaquara/
Saúde. Advogada graduada pela FMU – Faculdades Metropolitanas 
Unidas. Especialista em Direito Constitucional pela ESDC - Escola 
Superior de Direito Constitucional. Mestre em Direitos Difusos e 
Coletivos pela UNIMES – Universidade Metropolitana de Santos. 
Doutoranda pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – 
PUC/SP- Núcleo de Pesquisa em direito administrativo.
5
FMU
Tema i
Teoria do direito
Apresentação do conteúdo
O conteúdo desta disciplina está dividido em dois temas principais: a) Numa primeira 
parte serão estudados alguns aspectos da dogmática jurídica, com ênfase para as fontes do 
direito; os sistemas jurídicos e a classificação do direito; a existência de antinomias e a solução 
para o problema; a norma jurídica e sua classificação; e, por fim, direito objetivo, subjetivo e 
relação jurídica; b) Numa segunda parte vamos nos dedicar aos princípios de gnoseologia e 
epstemologia jurídicos, com ênfase para o direito como ciência e sua metodologia; o mundo 
ético e o direito e a moral; o direito como norma jurídica e sua estrutura lógica; a ciência 
do direito como teoria da interpretação, com a indicação das principais escolas e espécies 
interpretativas, bem como a integração do direito. 
Portanto, dedique-se com atenção ao estudo destes temas essenciais da disciplina. 
Bons estudos! 
Conteúdo
Neste Tema, portanto, você estudará: 
• as fontes do direito; os sistemas jurídicos e a classificação do direito; a existência de 
antinomias e a solução para o problema; a norma jurídica e sua classificação; e, por fim, 
direito objetivo, subjetivo e relação jurídica;
• o direito como ciência e sua metodologia; o mundo ético e o direito e a moral; o 
direito como norma jurídica e sua estrutura lógica; a ciência do direito como teoria da 
interpretação, com a indicação das principais escolas e espécies interpretativas, bem 
como a integração do direito. 
Introdução ao tema 
O objetivo desta disciplina é desenvolver no aluno a capacidade de pensar o direito como 
ciência, possibilitando, dessa forma, o desenvolvimento de sua personalidade como um todo, 
visando preparar o aluno para embates da carreira jurídica e para o efetivo desempenho de seu 
papel social. É um convite ao estudante de direito a pensar em todo o universo jurídico, tomando 
conhecimento dos discursos dos estudiosos a respeito da ciência do direito. Trata-se, portanto, 
de uma disciplina que prepara o aluno não apenas a respeito das normas jurídicas e sua estrutura, 
as fontes do direito e sua interpretação e integração. Vai além. Dedica-se a estudar a linguagem 
da norma e a linguagem do direito. Analisa o direito não apenas como norma jurídica pura, mas 
como fato e valor. Por isso que temas como ética, moral e direito também são levantados na 
6
TEORIA DO DIREITO
disciplina. Leva o estudante a pensar e refletir sobre a problematização dos temas jurídicos, de 
maneira a encontrar uma solução mais adequada e a realização do direito. 
Leitura digital 
A dogmática jurídica 
1. Fontes do direito 
• Lei 
É preceito geral e obrigatório, emanado de um Poder Competente e dotado de sanção. A 
lei, para ser vigente, deve obedecer a um processo legislativo válido, ou seja, um conjunto de 
procedimentos estabelecido na Constituição Federal. 
A sanção é uma garantia contida na norma jurídica, ou seja, é a garantia de que a conduta 
imposta pela autoridade social será cumprida. 
• Costume
É a reiteração prolongada e contínua de um comportamento pela convicção de sua 
obrigatoriedade. 
Há, portanto, no costume jurídico, dois importantes aspectos: um objetivo (prática 
constante e prolongada – repetida de forma contínua) e ou outro subjetivo, representado pela 
convicção da obrigatoriedade.
• Jurisprudência
Por jurisprudência devemos entender o conjunto das decisões uniformes proferidas pelos 
Tribunais.
Não se olvide que a jurisprudência desempenha papel de destaque no sistema do common 
law, onde os precedentes judiciais, representados pelos writs, são a chave para a sua exegese.
• Doutrina
A doutrina enquanto fonte do Direito deve ser considerada como o estudo de caráter 
científico que os juristas realizam a respeito do Direito. 
Não é pacífica sua aceitação como fonte do Direito, mas vários doutrinadores defendem 
sua importância na compreensão do sistema jurídico. 
2. O âmbito da aplicação da norma jurídica: a 
norma no âmbito temporal, espacial e pessoal. a 
solução das antinomias 
7
FMU
A norma no âmbito temporal: vigência da lei no tempo
Dispõe o Art. 1º do Decreto-lei nº 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do direito 
brasileiro - anteriormente denominada Lei de Introdução ao Código Civil ou LICC), que, “salvo 
disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o País 45 dias depois de oficialmente 
publicada. 
Anote-se, por oportuno, que a Lei de Introdução às normas do direito brasileiro deixa 
ao legislador a faculdade de estabelecer período diverso dos 45 dias fixados em seu art. 1º 
supramencionado. Portanto, se o legislador, ao elaborar uma lei, estabelecer período para sua 
entrada em vigor (ex.: “na data da publicação”, como tem sido a regra em nosso país), este 
será o início de sua vigência. Caso a lei silencie a respeito de sua entrada em vigor, valerá a 
regra do Art. 1º da Lei de Introdução às normas do direito brasileiro. 
Até aqui falamos no início da vigência. E quando ocorre seu término? A regra sobre o 
término da lei encontra-se no Art. 2º da mesma Lei que assim estabelece: “não se destinando 
à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue”. 
A revogação pode ser: 
a) expressa ou tácita. É expressa quando a lei posterior revoga a anterior declarando 
tal intenção expressamente (Art. 2º, par. 1º). É tácita, quando seja com ela incompatível ou 
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
b) parcial ou total. A revogação parcial, também denominada derrogação, ocorre quando 
a lei nova revoga a lei antiga apenas em parte (um ou alguns artigos). A revogação é total (ab-
rogação) quando a lei nova revoga a anterior por completo.
Retroatividade da lei
Em regra, a lei tem vigência para o futuro (ex nunc), não atingindo,portanto, fatos 
pretéritos. Tal regra comporta exceções, como, por exemplo, no Direito Penal, que, embora 
tenha a irretroatividade como regra, permite a retroatividade da lei, quando esta for mais 
benéfica ao réu. 
A Constituição Federal estabelece, no Art. 5º, XXXVI, que a lei respeitará o direito adquirido, 
o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 
A lei no âmbito espacial e pessoal
As leis são elaboradas pelos estados nacionais, para terem vigência e eficácia dentro de 
suas fronteiras. Admite-se, entretanto, que as normas nacionais possam alcançar pessoas e 
fatos além de suas fronteiras. 
Para solucionar tais situações são apontados dois critérios: o da territorialidade e 
o da pessoalidade. Em nosso Direito, tais princípios são assim dispostos: a) princípio da 
territorialidade (Arts. 8º e 9º); b) Princípio da pessoalidade (Arts. 7º e 10) ambos da Lei de 
introdução às normas do Direito Brasileiro. 
8
TEORIA DO DIREITO
A solução das antinomias
Antinomia é o conflito de leis. Estamos diante de uma antinomia quando, em situação 
concreta, haveria a possibilidade da aplicação de duas ou mais normas para solucioná-la. 
Para essas hipóteses são previstas as seguintes regras de solução: 
a) critério hierárquico. Segundo o critério hierárquico, diz-se, comumente, que a norma 
superior revoga a inferior. 
b) critério cronológico. Segundo este critério será aplicada preferencialmente a lei 
posterior, em outras palavras: a lei nova tem preferência (“revoga”) sobre a lei antiga. 
c) critério da especialidade. Segundo este critério, a lei especial tem preferência de 
aplicação em relação à lei geral, quando, na situação concreta apresentar-se uma situação de 
antinomia.
3. O sistema jurídico
Se o Direito, através da norma jurídica, pretende um agir ordenado, é necessário que as 
normas vigentes em um respectivo território não estejam soltas ou justapostas, mas guardem 
entre si uma relação de entrelaçamento, de modo a permitir uma coesão lógica.
É importante destacar, que o sistema jurídico não é um sistema fechado, mas aberto, 
porque sofre influências da visa social, e, por conta disso, é um sistema de mudanças porque 
será sempre um reflexo da sociedade em que se encontra inserido. 
Divisão do sistema jurídico:
Lembre-se que o direito é uno, um só. As divisões que aqui serão feitas apenas facilitam 
o estudo e são meramente didáticas. 
Assim, aparecem dois grandes ramos: o ramo do Direito Público, que abrange as seguintes 
disciplinas: Direito Administrativo, Direito Constitucional, Direito Financeiro, Direito Penal, 
Direito Processual, Direito Tributário e Direito Internacional Público (este último considerado 
como de Direito Público Externo) e o ramo do Direito Privado, dividido em Direito Civil, Direito 
Comercial, Direito do Consumidor, Direito do Trabalho e Direito Internacional Privado.
4. A norma jurídica e sua classificação
 A classificação majoritariamente adotada pela doutrina é a seguinte:
a) QUANTO À SISTEMATIZAÇÃO
I – codificadas:
- constituem um corpo orgânico sobre determinado ramo do Direito.
Ex.: Código Civil.
9
FMU
II – consolidadas:
- reunião sistematizada de todas as leis existentes e relativas a uma matéria.
Ex.: CLT
Diferença básica (a codificação cria novas leis, a codificação reúne as existentes).
III – extravagantes ou esparsas:
- que não estão incorporadas às codificações ou consolidações. São editadas isoladamente 
para tratarem de um tema específico.
Ex.: Lei do inquilinato; Lei do FGTS etc.
b) QUANTO À VONTADE DAS PARTES
Embora as leis sejam imperativas, a imperatividade não se manifesta sempre com a 
mesma intensidade.
I – Cogentes ou de Ordem pública:
- ordenam ou proíbem alguma coisa de modo absoluto, sem admitir qualquer alternativa.
Ex.: Art. 1.521, VI do CC – não podem se casar as pessoas casadas;
II – Dispositivas ou Supletivas 
- Não ordenam ou proíbem de modo absoluto, se limitam a dispor com uma parcela de 
liberdade. Deixam aos destinatários a faculdade de dispor de modo diverso. 
Ex.: Art. 327 do CC – efetua-se o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes 
dispuserem diversamente.
c) QUANTO À SANÇÃO
I – Mais que perfeitas:
Normas cuja violação determina a nulidade do ato e aplicação de uma pena.
Ex.: A violação da norma do art. 1521, VI, CC (se as pessoas casadas se casarem novamente 
teremos: nulidade do ato e sanção)
Art. 1521 – VI, CC – não podem se casar as pessoas casadas. (IMPEDIMENTOS)
Art. 1548, CC - é nulo o casamento contraído por infringência de impedimento
Art. 235 – CP - bigamia – (contrair alguém, sendo casado, novas núpcias – de 2 a 6 anos 
de reclusão)
II – Perfeitas
Fulmina de nulidade o ato, mas não aplicam sanção.
Art. 166, I, CC - É nulo o negócio jurídico praticado por pessoa absolutamente incapaz.
10
TEORIA DO DIREITO
III – Menos que perfeitas
Aplicam uma sanção, mas não anulam o ato.
Ex.: 1523, I, CC - não pode de casar o viúvo ou a viúva com filhos do(a) falecido(a) enquanto 
não fizer o inventário dos bens do falecido e der partilha aos herdeiros.
IV – Imperfeitas
Nem sanção, nem nulidade.
Ex.: 1477 do CC – dívida de jogo 
5. Direito objetivo, direito subjetivo e relação 
jurídica
Podemos afirmar que o direito objetivo é o conjunto das normas jurídicas existentes, 
enquanto o direito subjetivo é uma prerrogativa colocada à disposição do sujeito pelo direito 
objetivo quando este pretender fazer valer seu direito violado por alguém.
Ex.: A Lei n° 8245 estabelece o despejo por falta de pagamento (direito objetivo), como 
consequência, faz nascer para o locador a prerrogativa de pleitear o despejo em tal situação 
(direito subjetivo).
Relação Jurídica
Relação social à qual o direito empresta seus efeitos. Relação entre pessoas à qual 
decorrem consequências obrigatórias por corresponder a uma hipótese normativa.
ELEMENTOS:
a) sujeitos: ATIVO E PASSIVO (direitos e deveres)
b) vínculo de atributividade - laço que liga as pessoas - ex.: título – exigir algo de maneira 
garantida.
c) Objeto. O elemento segundo o qual a relação se constitui e sobre o qual recai a exigência.
d) Proteção jurídica: para propor ou contestar ação é preciso ter legítimo interesse.
6. Validade da norma jurídica: validade formal, 
validade social e validade ética
Para que uma norma jurídica seja obrigatória, é necessário que a mesma apresente certos 
requisitos indispensáveis de validade, entre os quais situam-se:
a)vigência (validade técnico-formal);
b)eficácia (validade social); 
11
FMU
c)fundamento (validade ética).
A vigência ou validade técnico-formal é a executoriedade compulsória de uma norma 
jurídica por ter sido elaborada pela autoridade competente, por ter obedecido ao procedimento 
previsto em lei para sua elaboração e respeitada a competência material de sua competência. 
A Validade Social ou Eficácia. O Direito autêntico é aquele que também é reconhecido e 
vivido pela sociedade, como algo que se incorpora ao seu comportamento. Portanto, a regra 
do direito deve, além de formalmente válida, ser socialmente eficaz.
A Validade Ética ou Fundamento. A validade ética pressupõe a justiça, que é o fundamento 
último de toda norma jurídica.
Princípio de gnoseologia e epistemologia 
jurídicos e a ciência do direito como teoria da 
interpretação
1. O direito como ciência: conceito e 
metodologia: indução, dedução e analogia
O direito como ciência pode ter várias significações a depender de diferentes pontos de 
vista. Mas em todas elas há um ponto em comum: a conduta humana. E como ciência, o 
direito se sujeita a uma metodologia. Vejamos. 
Metodologia da Ciência do Direito:
A atividade racional humana comporta duas grandes atividades: a razão intuitiva, ou 
intuição e a razão discursiva ou raciocínio. 
Por intuição devemos entender aatividade humana que, de uma só vez, capta o objeto 
em sua plenitude.
Entre as atividades racionais temos a dedução e as induções que permitem que cheguemos 
a conhecimentos novos partindo de conhecimentos já adquiridos.
Dedução
A dedução é a atividade racional que parte de uma verdade já conhecida, como um 
princípio geral ao qual se subordinam todos os casos que serão demonstrados a partir dela 
(vai do geral para o particular). 
Indução
O raciocínio indutivo é o oposto do dedutivo. Partimos de casos particulares, iguais ou 
semelhantes, e procuramos a lei geral, à qual se subordinam os casos particulares – vai do 
particular para o geral. 
Analogia
12
TEORIA DO DIREITO
Por analogia deve-se entender o raciocínio baseado em razões relevantes de similitude. 
Parte-se de fatos não disciplinados, procuram-se as razões relevantes e os pontos essenciais 
desses fatos. Tais razões relevantes e pontos essenciais orientarão o intérprete na procura 
de uma norma semelhante já existente no ordenamento jurídico, capaz se ser aplicada, por 
analogia, ao caso concreto.
Direito e moral
A moral e o Direito são objeto da ética. A forma de comportamento humano traçada pelo 
direito é a que guarda maior proximidade com a moral.
a) Pontos de proximidade:
1) Direito e moral disciplinam as relações humanas por meio de normas. 
2) São Imperativos.
3) São formas históricas, portanto, se modificam.
b) Pontos de distanciamento:
1) Moral: interior – foro íntimo – depende do discernimento - reta intenção - 
coação interna : remorso ou reprovação do grupo
2) Direito: exterior – é irrelevante a adesão – dever 
Coação: exterior - prisão, repercussão patrimonial - sanção concreta.
3) O direito é necessariamente estatal.
O Direito é bilateral (direito e pretensão). O Direito independe da intencionalidade do 
agente e se consagra na transgressão (heteronomia: pode-se gostar ou não da norma jurídica, 
mas deve-se viver em conformidade com ela).
O Direito possui bilateralidade atributiva, ou seja, a possibilidade do sujeito exigir algo de 
maneira garantida, o que não ocorre com a moral. 
A classificação do direito como norma. 
a estrutura lógica da norma jurídica
Uma das espécies de normas é a que se denominam Normas Prescritivas. Ao contrário 
das chamadas normas descritivas (que descrevem condutas humanas) estas não descrevem o 
comportamento do agente, mas prescrevem como deve ser este comportamento. 
As características essenciais desse tipo de norma (entre as quais se situam a norma jurídica) 
são: (i) derivam da vontade de autoridade; (ii) pressupõem a existência de vários agentes; (iii) 
não descrevem o que é, mas o que deve ser; e (iiii) vinculam o descumprimento a uma sanção.
13
FMU
Assim, pertencendo ao mundo da cultura, a norma jurídica é um juízo de valor, ao contrário 
dos juízos de realidade, que afirmam aquilo que é. Ela afirma o que deve ser. 
Para a maior parte da doutrina, a norma jurídica é uma proposição hipotética que possui 
a seguinte estrutura lógica:
Se F é, deve ser C. 
Onde, dado um fato (F) a ele se liga uma consequência C (sanção). 
Interpretação das normas jurídicas: espécies de 
interpretação
Durante um longo período da história do Direito era pacífico entre os juristas a seguinte 
máxima: interpretatio cessat in claris. Hoje, entretanto, referida ideia está superada, pois, por 
mais claro que seja o texto legal sempre comporta interpretação.
Espécies de interpretação:
1) Quanto à fonte de que emana a interpretação pode ser:
a) autêntica (quando realizada pelo próprio órgão que elaborou a lei);
b) judicial (quando efetuada pelos órgãos do Poder Judiciário em seus diferentes níveis);
c) administrativa
 (quando efetuada pelo Estado, através de sua administração); e 
d) doutrinária (quando realizada pelos operadores do Direito, através dos manuais, teses, 
dissertações, monografias etc).
2) Quanto á natureza a interpretação pode ser:
a) literal ou gramatical (quando o intérprete procura pelo sentido das palavras do texto, 
visando encontrar seu significado literal);
b) sistemática (quando o intérprete, compreendendo que as normas não estão soltas, 
mas fazem parte de um sistema lógico, procura interpretá-las com base no sistema);
c) histórica (quando o intérprete procura compreender as condições socioculturais e 
econômicas da época da elaboração da norma); 
d) teleológica (quando o intérprete procura encontrar a mens legis, a intenção da lei, ou 
seja, os fins objetivados por ela).
4) Quanto aos efeitos a interpretação pode ser:
a) extensiva (o intérprete considera que o “legislador disse menos do que pretendia” – e 
amplia seu significado); 
14
TEORIA DO DIREITO
b) restritiva (o intérprete considera que o “legislador disse mais do que pretendia” – e 
restringe seu significado). 
Interpretação das normas jurídicas: principais 
escolas
Principais Escolas:
a) Escola dos Glosadores
É a primeira das Escolas de Interpretação. Surge na Universidade de Bolonha (sex. XI) e 
propunha uma interpretação literal e gramatical do texto legal. 
b) Escola da Exegese: França século XIX 
Surge com o Código de Napoleão e tinha por lema, não distinguir onde o legislador não 
distinguiu.
c) Escola Histórico-Evolutiva 
Entendem seus adeptos, em especial Savigny, que o Direito reside nos usos e costumes e 
na tradição popular, sendo a lei, portanto, uma realidade cultural (histórica). 
Anote-se, por oportuno, que, segundo essa Escola, o trabalho do intérprete é apenas de 
atualização (interpretação não criadora)
d) Escola da Livre Pesquisa – França 
Para os adeptos desta Escola, que tem em François Gény seu principal expoente, o 
intérprete deve manter-se fiel à intenção primeira da lei.
Entretanto, se a lei, na sua forma originária não mais corresponde aos fatos, inevitavelmente 
existem lacunas, então deve o intérprete procurar outros meios de supri-la.
e) Escola do Direito Livre
Principais adeptos: Ehrlich e Kantorowicz
Para seus adeptos, o juiz deve ter a liberdade de julgar os fatos e a lei, em face dos ideias 
de justiça (juiz – na lei ou fora da lei).
f) Escola Teleológica
Principal expoente: van der Eycken
Busca dos fins sociais da lei, ou seja, a intenção da lei e não a intenção do legislador. A 
finalidade da norma trará a solução.
Interpretação das normas jurídicas: integração
15
FMU
Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os 
princípios gerais de direito. Esta é a regra contida na norma do Art. 4º da Lei de Introdução às 
normas do direito brasileiro. 
Analogia:
Diante de fatos não disciplinados, o intérprete deve apontar as razões relevantes e 
os pontos essenciais do caso estudado e procurar, na legislação, outra hipótese que, por 
semelhança possa ser aplicada ao caso sob análise. 
Costumes:
Já estudado nesta aula, é considerado aqui o costume praeter legem, (além da lei), pois 
se trata de hipótese em que o costume é utilizado para cobrir lacuna da lei.
Princípios Gerais:
São enunciações de valor genérico que orientam a compreensão do ordenamento jurídico.
Entre os princípios gerais comumente utilizados em nosso sistema, merecem destaque: 
boa-fé (Art. 422 do CC); proibição de locupletamento ilícito, entre outros.
Mais saber 
Leia também a respeito para complementar os estudos o seguinte julgado: 
Processo: AI 29307 SP 0029307-33.2007.4.03.0000, com julgamento de 30/08/2013, 
da QUARTA TURMA do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em que se reconhece a 
aplicabilidade do princípio geral de direito segundo o qual “ninguém pode beneficiar-se da 
própria torpeza”: 
 EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - PROCESSUAL CIVIL - MEDIDA CAUTELAR 
DE DEPÓSITO - FINSOCIAL - COFINS - SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO 
TRIBUTÁRIO - PRINCÍPIO GERAL DE DIREITO.Disponível em: <http://trf-3.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/24176501/agravo-de-
instrumento-ai-29307-sp-0029307-3320074030000-trf3>. Acesso em 22/01/2014 . 
Momento cultural
Para acrescentar e aumentar seu conhecimento sobre a matéria indica-se sejam lidas as 
seguintes obras de:
FULLER, Lon L. O Caso dos exploradores de cavernas. Tradução de Plauto Faraco de 
Azevedo. 1ª. Ed., Porto Alegre: SAFE, 1976. 
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito. 6ª Ed., São Paulo: 
Atlas, 2008. 
16
TEORIA DO DIREITO
Questões
1) Toda prática social, desde que reiterada e constante pode ser considerada um costume 
jurídico? Explique.
2) É possível afirmar que as normas cogentes reduzem a liberdade do sujeito? Explique.
3) É possível afirmar que a atividade do juiz é preponderantemente dedutiva? Explique.
4) Pergunta para você pesquisar. Princípios gerais e brocardos jurídicos são a mesma 
coisa?
5) É possível afirmar que toda relação social é uma relação jurídica? Explique.
6) A interpretação segundo a qual o juiz procura alcançar o sentido da lei em consonância 
com as demais normas que inspiram determinado ramo de direito é denominada.
a) histórica.
b) analítica.
c) sistemática.
d) teleológica.
7) A propósito da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, salvo disposição em 
contrário, a lei, depois de oficialmente publicada, começa a vigorar em todo o país em:
a) 30 dias
b) 40 dias
c) 45 dias.
d) 90 dias.
8) Com relação às formas de integração da norma jurídica, assinale a opção correta.
a) Entende-se por analogia a aplicação, a determinado caso concreto, de uma norma 
próxima ou de um conjunto de normas próximas, a despeito da existência de norma prevista 
para o referido caso.
b) O costume secundum legem é forma de integração da norma jurídica.
c) Ao decidir uma lide, caso constate que não há lei que regulamente aquela matéria, o juiz 
deverá suspender o julgamento e aguardar que seja editada lei que regulamente a matéria.
d) o direito objetivo refere-se a um conjunto de regras que impõem à conduta humana certa 
direção ou limite. Ele descreve condutas obrigatórias e comina sanções pelo comportamento 
diverso dessa descrição.
9) Com referência à Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), julgue os 
17
FMU
itens seguintes.
a) Na interpretação teleológica de uma lei, parte-se da ideia de que a lei não existe 
isoladamente, devendo o seu sentido ser alcançado em consonância com as demais normas 
que inspiram o mesmo ramo do direito.
b) Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar no prazo de 90 (noventa) dias depois 
de oficialmente publicada.
c) Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes 
e os princípios gerais de direito.
d) nos termos da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, o juiz não está 
autorizado a utilizar a analogia, valendo-se do conjunto normativo de ramo do Direito alheio 
à sua competência jurisdicional.
10) A lei, fonte primária do direito brasileiro, é
a) específica, facultativa, provisória e competente.
b) genérica, facultativa, permanente e competente.
c) genérica, facultativa, provisória e concreta.
d) genérica, imperativa, permanente e autorizante.
 
Conclusão 
Trata-se, assim, de uma importante parte da matéria com vistas a fornecer ao estudante os 
aspectos introdutórios ao estudo do direito. A noção de que o direito é uma verdadeira ciência, 
destinada a prescrever condutas humanas para regrar a vida em sociedade, como um produto 
do mundo cultural que é, apesar de manter alguns pontos em comum com a moral, com 
ela não se confunde. Apresenta-se como um conjunto de normas estruturadas num sistema 
jurídico hierarquizado e aberto, propício a mudanças e adaptações às realidades sociais. Suas 
prescrições de dever ser, por mais claras que sejam, sujeitam-se à mecanismos de interpretação 
visando alcançar o real significado da norma e sua efetiva aplicação. Na omissão da lei, o juiz 
não se exime de julgar, porque o sistema também fornece mecanismos de integração. 
Referências
DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução à ciência do direito. 22ª Ed., São Paulo: 
Saraiva, 2010. 
MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do direito. 26ª ed., São Paulo: RT, 2005.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27ª. Ed., São Paulo: Saraiva, 2005.
SIQUEIRA Jr., Paulo Hamilton. Teoria do direito. São Paulo: Saraiva, 2008.
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TEORIA DO DIREITO

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