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DIREITO CIVIL I
DECADÊNCIA 
Macapá/AP, novembro de 2015
DIREITO CIVIL I
DECADÊNCIA
1. Conceito, elementos, fundamento e espécies
Segundo Francisco Amaral, decadência é a perda do direito potestativo pela inércia do seu titular no período determinado em lei. Seu objeto são os direitos potestativos de qualquer espécie, disponíveis ou indisponíveis, direitos que conferem ao respectivo titular o poder de influir ou determinar mudanças na esfera jurídica de outrem, por ato unilateral, sem que haja dever correspondente, apenas uma sujeição.
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DECADÊNCIA
1. Conceito, elementos, fundamento e espécies
A decadência, também chamada caducidade, vem a ser a perda do próprio direito material em razão do decurso do tempo. A decadência importa o desaparecimento, a extinção de um direito pelo fato de seu titular não exercê-lo durante um prazo estipulado na lei.
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1. Conceito, elementos, fundamento e espécies
O atual Código, contudo, optou por uma fórmula segura de distinção, considerando prescricionais somente os prazos taxativamente discriminados na Parte Geral, nos arts. 205 (regra geral) e 206 (regras especiais), sendo decadenciais todos os demais, estabelecidos como complemento de cada artigo que rege a matéria, tanto na Parte Geral como na Especial. 
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DECADÊNCIA
1. Conceito, elementos, fundamento e espécies
Para evitar discussões sobre se ação prescreve, ou não, o Código adotou a tese da prescrição da pretensão, por ser considerada a mais condizente com o direito processual contemporâneo.
Na decadência, que é instituto do direito substantivo, há a perda de um direito previsto em lei. 
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DECADÊNCIA
1. Conceito, elementos, fundamento e espécies
O legislador estabelece que certo ato terá de ser exercido dentro de determinado tempo, fora do qual ele não poderá mais efetivar-se porque dele decaiu o seu titular.
A decadência está relacionada aos direitos que são objetos de ações constitutivas. O Código Civil de 2002 aborda expressamente a decadência, nos arts. 178, 179, e 207 a 211.
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1. Conceito, elementos, fundamento e espécies
As normas de suspensão, impedimento e interrupção não são aplicáveis à decadência, que envolve prazos fatais, peremptórios, salvo disposição em contrário, como a exceção encontrada no art. 26, § 2°, do Código de Defesa do Consumidor.
Ela também é caracterizada como a extinção do direito pela inação de seu titular que deixa escoar o prazo legal ou voluntariamente fixado para o seu exercício.
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DECADÊNCIA
1. Conceito, elementos, fundamento e espécies
A decadência se consubstancia no decurso infrutífero de um termo prefixado para o exercício do direito. 
O tempo age em relação à decadência como um requisito do ato, pelo que a própria decadência é a sanção consequente da inobservância de um termo.
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2. Regras gerais
A decadência pode ter origem na lei (decadência legal) ou na autonomia privada, na convenção entre as partes envolvidas com o direito potestativo (decadência convencional). 
Conforme o art. 207 da codificação, salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
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2. Regras gerais
Dessa forma, não é admitida a renúncia à decadência legal, o mesmo não se podendo dizer quanto à convencional. 
Para esta última, por analogia, deve ser aplicada a regra do art. 191, cabendo a renúncia pelo devedor após a consumação, não sendo também aceita a renúncia prévia da decadência convencional.
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3. Prazos decadenciais
Os prazos decadenciais são criados pela lei ou pela convenção das partes.
De acordo com a sistematização que se pretendeu fazer ao Novo Código Civil, todos os prazos não previstos no Título IV, Capítulo I, da Parte Geral (arts. 205 e 206) são decadenciais.
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3. Prazos decadenciais
Vale destacar alguns deles: arts. 45, parágrafo único, 48, parágrafo único, 445, 446, 501, 512, 513, parágrafo único, 516, 539, 550, 754, 771, 1.084, 1.122, 1.124, 1.131, 1.151, 1.237, 1.302, 1.481, 1.482, 1.541, 1.555, 1.560, 1.800, § 4º, 1.807, 1.815, 1.859, 1.891, 1.895, 1.983, 2.027, parágrafo único, dentre outros. 
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4. Decadência no CDC
Há, por sua vez, os prazos decadenciais disciplinados em normas legais específicas, valendo destacar o art. 26 do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078, de 11-9-1990), o qual merece especial atenção: 
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
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4. Decadência no CDC
I — 30 (trinta) dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produto não duráveis; 
II — 90 (noventa) dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produto duráveis”.
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5. Distinção entre prescrição e decadência
Trata-se de institutos que preveem uma perda ao titular do direito em razão de sua inércia por um certo lapso de tempo. 
O titular do direito poderá perder apenas a pretensão, enquanto direito de agir em juízo na busca de sua satisfação; em tal caso, ocorrerá a prescrição, ou seja, a perda do direito de cobrar uma prestação. 
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5. Distinção entre prescrição e decadência
Poderá, porém, perder o próprio direito material, situação em que ocorrerá a decadência, perdendo o titular o direito potestativo de desconstituir uma relação jurídica.
A lei define os casos em que ocorrerá uma ou outra situação.
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 QUADRO COMPARATIVO
Inércia + tempo
PRESCRIÇÃO
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Origem
Lei (não cabe alteração de prazo pela vontade das partes
Lei (decadência legal) ou convenção das partes (decadência convencional; ex.: garantia contratual)
Consequências
Perda da pretensão (exigibilidade)
Perda do direito material
Reconhecimento
A requerimento da parte ou de ofício pelo magistrado (nos termos do art. 219, § 5.o do CPC, alterado pela Lei 11.280/2006)
A requerimento da parte ou de ofício pelo magistrado (em caso de decadência convencional, apenas por alegação da parte interessada)
Momento para alegação
Em qualquer fase do processo - com exceção de liquidação de sentença e liquidação em processo em fase de execução
Em qualquer fase e em qualquer grau de jurisdição
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 QUADRO COMPARATIVO
Inércia + tempo
PRESCRIÇÃO
DECADÊNCIA
Cabe renúncia?
Sim, expressa ou tacitamente, após sua consumação
Não! É nula a renúncia à decadência fixada em lei
Corre contra todos?
Não contra certas pessoas
Há causas impeditivas: absolutamente incapazes, família, tutela/curatela, condição suspensiva, não vencimento do prazo
Sim.
Exceção: não corre contra absolutamente incapazes
Pode ser suspensa?
Sim. Suspensa: por ausência do Brasil/impossibilidademomentânea
Não! Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição
Pode ser interrompida?
Por comportamento do credor para buscar seu crédito (notificação, protesto, ação judicial)
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 QUADRO COMPARATIVO
Inércia + tempo
PRESCRIÇÃO
DECADÊNCIA
Outrosefeitos
- Começando contra uma pessoa, continua a correr contra o seu sucessor.
– Prescrito o direito principal, está prescrito o direito acessório
– Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.
- Sem previsão
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