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Universidade Federal da Bahia Instituto de Física FIS123 – Física Geral e Experimental III-E EXPERIÊNCIA 07 CONSTANTE DE TEMPO EM CIRCUITOS RC Luciano Pereira Marcel Lobão Salvador Outubro de 2015 Objetivo Medir a constante de tempo em um circuito capacitivo e da capacitância do circuito. Lista de Materiais ● Fonte de tensão; ● Voltímetro; ● Capacitor de valor desconhecido de capacitância; ● Resistor de valor determinado; ● Placa de ligação; ● Cronômetro; ● Chave liga-desliga de duas posições; ● Fios. Metodologia e Discussão dos Resultados A partir do circuito apresentado na Figura 1; com uma resistência de 9999 Ω e uma tensão na fonte de 7 ± 0,1 V, com o voltímetro (de resistência interna fornecida pelo fabricante de 200 kΩ) medindo a diferença de potencial entre os pontos E e C, mediu-se a tensão com o mesmo fundo de escala, o que equivale a dizer que todas tem o mesmo desvio avaliado. Parte 1 Foram medidos 4 tempos: o tempo ��, referente ao carregamento do capacitor até a estabilização da tensão medida no voltímetro; ��, referente ao carregamento do capacitor até 63% da carga máxima; o tempo ��, referente ao descarregamento do capacitor até 37% da carga máxima com a chave na posição 2 (descarregamento apenas no voltímetro) e o tempo �� , referente ao descarregamento do capacitor até 37% da carga máxima com a chave na posição 3 (descarregamento no voltímetro e na resistência). Todos os tempos possuem um desvio avaliado de 0,1 s. Figura 1: Esquema do circuito RC. A partir da medida de tempo �� = 77,56 �, e considerando os valores de resistência e tensão apresentados acima, obtivemos um valor de capacitância igual a 0,00285 ± 0,00024 �. Com o valor de capacitância calculado e coma constante de tempo �� (tempo de descarregamento do capacitor, apenas em série com o voltímetro até 37% da tensão máxima) calculamos a resistência interna do voltímetro a partir da equação: �� = �� · � �� = 104373 ± 35 � O mesmo foi feito com o tempo �� (tempo de descarregamento do capacitor com voltímetro e resistência em paralelo): �� = ��� · � ��� = 4519 ± 35 � 1 ��� = 1 �� + 1 � �� = 8246 ± 117 � Comparando o desvio relativo de cada uma das medidas (�� = 0,034% e �� = 1,413%) podemos afirmar que houve maior precisão na medida do tempo ��, o que justifica o valor da resistência calculada ter sido mais próximo do valor fornecido pelo fabricante. Considerando o tempo �� = 12,16 � e o tempo �� = 12,86 �; obtivemos uma discrepância de 5,8%. Com isso podemos afirmar que o tempo de carregamento e descarregamento de um capacitor são iguais, dentro de uma tolerância de 10%. Isso é válido para capacitores nas mesmas condições, ou seja, em um circuito com a mesma resistência. Parte 2 Foram feitas, então, diversas medidas da tensão no capacitor a partir de seu descarregamento. Estas estão apresentadas na Tabela 1 e Gráfico 1. t (s) V (V) 0 6.6 7 6.4 22 6 38 5.6 49 5.4 71 5 96 4.6 110 4.4 143 4 175 3.6 194 3.4 214 3 276 2.6 301 2.4 357 2 417 1.6 459 1.4 564 1 653 0.6 702 0.4 Tabela 1: Valores aferidos da tensão no capacitor com o aumento do tempo. Gráfico 1: Decrescimento dos valores de tensão do capacitor com o tempo. A partir do método dos mínimos quadrados, calculamos a expressão de � � � como sendo: � = 6,705 · �(��,�����) Comparando com a fórmula teórica, � = �� · � �� � �� � , pudemos calcular o valor da capacitância, considerando a resistência interna do voltímetro como 200 kΩ e a resistência R como 9999Ω. 1 0,0036 = ��� · � � = 0,029 � Observando o gráfico, podemos afirmar que o valor de V tende a zero quando t tende a infinito, o que está de acordo com a teoria. Parte 3 É possível, também, mostrar por análise dimensional que RC tem dimensão de tempo. �� = � · � = � � · � � = � � · � = � Considerando a equação diferencial ordinário (E.D.O.) �� = � · �� �� + � � , vinda da lei de Kirchhoff aplicada ao circuito RC estudado, podemos provar que a equação � = � · �� · �1 − � � �� �� �� é solução. �� = � · �� �� + � � Substituindo: �� = � · � �� �� · �� · �1 − � � �� �� ��� + � · �� · �1 − � � �� ���� � Derivando e simplificando a segunda fração: �� = �� · �� · 1 �� �� �� �� � + �� · �1 − � � �� �� �� Simplificando: 1 = �� �� �� � + 1 − �� �� �� � 1 = 1 Como a substituição resultou numa tautologia, podemos afirmar que a equação apresentada é solução para a E.D.O. Da mesma forma, podemos mostrar que a E.D.O. �� � = − �� �� , oriunda da lei de Kirchhoff aplicada ao circuito RC sem fonte de tensão e com capacitor descarregando, tem como solução a equação � = �� · � � �� �� �. �� � = − �� �� Substituindo e isolando os diferenciais para o primeiro termo: � �� (�� · � � �� �� �) = −�� · � � �� �� � · 1 �� Derivando: − �� �� · �� �� ��� = − �� �� · �� �� ��� 1 = 1 Conclusão Foi demonstrado experimentalmente o comportamento dos circuitos RC. A carga (ou descarga) de um capacitor ocorre com uma relação exponencial com o tempo. Esses circuitos podem ser definidos a partir da sua constante RC (constante de tempo dada pela multiplicação entre a resistência do circuito e a capacitância do capacitor utilizado).
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