Buscar

Desmatamento: Florestas x Madeiras + Biocombustíveis + Gado. Monitoramento.

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC 
CAMPUS ARARANGUÁ 
 
 
 
 
 
ANA HELENA KARPOVISCH, NATHALIA FARIAS 
 
 
 
DESMATAMENTO: FLORESTAS X MADEIRAS + 
BIOCOMBUSTÍVEIS + CRIAÇÃO DE GADO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Araranguá 
 
ANA HELENA KARPOVISCH, NATHALIA FARIAS 
 
 
 
 
 
 
 
DESMATAMENTO: FLORESTAS X MADEIRAS + 
BIOCOMBUSTÍVEIS + CRIAÇÃO DE GADO. 
 
 
 
Trabalho da disciplina de Energias Renováveis e 
Sustentabilidade do curso de Engenharia de Energia da 
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 
 
 
 
 
 
 
Araranguá 
2015 
 
 
RESUMO 
O desmatamento no Brasil vem ocorrendo desde o século XV, onde a extração de madeira foi 
absurda. A mata atlântica foi a mais devastada. Atualmente o desmatamento ou desfloramento 
ainda continua e suas principais causas são a expansão agrícola, uso pra pecuária, 
urbanização, construção civil e maior demanda por recursos naturais. As consequências do 
desmatamento são grandes, ocorre erosão dos solos, afeta a fauna e flora, mudança no regime 
hidrológico e gera gases poluentes intensificando o efeito estufa. A extração de madeira, a 
expansão agrícola para gerar bicombustível e expansão das áreas para criação de gados são 
uns dos principais causadores do desmatamento no Brasil, principalmente por envolver a 
economia. A INEP criou quatro modelos diferentes de monitoramento na Amazônia, com o 
intuito de prevenir mais desmatamento, são eles o PRODES, DETER, DREGRAD e DETEX. 
As florestas são consideradas de vital importância para a humanidade, a preservação delas se 
torna essencial. 
O desmatamento Palavras-chave: desmatamento, desflorestamento, florestas. 
 
ABSTRACT 
Deforestation in Brazil has been taking place since the fifteenth century, the Mata Atlântica 
was the most devastated. Currently deforestation is still great and its main causes are 
agricultural expansion, use for livestock, urbanization, construction and increased demand for 
natural resources. Deforestation consequences are great, there is soil erosion, affect the flora 
and fauna, there changes in the hydrological regime and generates gases that intensify the 
greenhouse effect. The logging, agricultural expansion to generate biofuel and expansion of 
areas for breeding cattle are a major cause of deforestation in Brazil, mainly because it 
involves the economy. The INEP created four different models of monitoring in the Amazon, 
in order to prevent further deforestation, they are PRODES, DETER, DREGRAD and 
DETEX. Forests are considered of vital importance for humanity, preserving them becomes 
essential. 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................05 
2 DESMATAMENTO.............................................................................................................05 
2.1 CAUSAS DO DESMATAMENTO....................................................................................05 
2.2 CONSEQUÊNCIAS DO DESMATAMENTO..................................................................05 
2.2.1 Perda de Produtividade....................................................................................................05 
2.2.2 Mudanças no Regime Hidrológico..................................................................................05 
2.2.3 Perda da Biodiversidade...................................................................................................06 
2.2.4 Emissões de Gases Estufa................................................................................................06 
3 MADEIRAS..........................................................................................................................07 
4 BIOCOMBUSTÍVEIS.........................................................................................................08 
5 AGROPECUÁRIA...............................................................................................................09 
6 MONITORAMENTO DO DESMATAMENTO...............................................................10 
 
6.1 PRODES.............................................................................................................................10 
 
6.2 DETER................................................................................................................................10 
 
6.3 DEGRAD............................................................................................................................10 
 
6.4 DETEX................................................................................................................................10 
 
7 DIREITO AMBIENTAL.....................................................................................................10 
 
8 CONCLUSÃO......................................................................................................................11 
 
9 REFERÊNCIAS...................................................................................................................11
 
5 
 
1 INTRODUÇÃO 
O desmatamento, ou desflorestamento, nas florestas brasileiras começou já em 1500, com os 
portugueses recém-chegados pensando em lucrar com a venda do pau-brasil na Europa e, 
desde então, só aumentou, se tornando um dos mais graves problemas ambientais da 
atualidade, pois além de devastar florestas e recursos naturais, compromete o equilíbrio do 
planeta, seja nos ecossistemas, economia e sociedade. 
2 DESMATAMENTO 
De acordo com EMBRAPA (1996) e conforme CNPq e Academia de Ciências do Estado de 
São Paulo (1987), desmatamento é caracterizado pela prática de corte, capina ou queimada 
(por fogo ou produtos químicos), que leva à retirada da cobertura vegetal existente em 
determinada área, para fins de pecuária, agricultura ou expansão urbana. 
2.1 CAUSAS DO DESMATAMENTO 
O desmatamento não ocorre naturalmente, sendo o homem o principal responsável pelas 
grandes áreas devastadas. Algumas das principais causas que não serão abordadas nesse 
trabalho incluem: atividade mineradora, crescimento da urbanização e aumento das 
queimadas acidentais e intencionais. Outras causas que abordaremos mais tarde incluem: 
expansão agropecuária e maior demanda por recursos naturais. 
2.2 CONSEQUÊNCIAS DO DESMATAMENTO 
Com uma ação antrópica tão radical como o desmatamento, o dano para o meio ambiente é 
inestimável, muitas vezes sendo impossível reverter, causando um desequilíbrio permanente 
na natureza. As principais conseqüências serão listadas e explicadas logo abaixo. 
 
 2.2.1 Perda de Produtividade 
 
A erosão e a compactação do solo e a exaustão dos nutrientes estão entre os impactos mais 
óbvios do desmatamento. A produtividade agrícola cai na medida em que a qualidade do solo 
piora, embora um patamar mais baixo de produtividade possa ser mantido por sistemas tais 
como a alternância de cultivo. A adição contínua de cal, adubo e nutrientes pode conter a 
degradação, mas as limitações de recursos físicos e econômicos tornam o uso desses produtos 
inefetivo para grandes áreas longe dos mercados urbanos (Fearnside, 1997d). O 
desmatamento acaba com as opções de manejo florestal sustentável tanto para os recursos 
madeireiros quanto para os farmacológicos e os genéticos. 
2.2.2 Mudanças no Regime Hidrológico 
Quando a floresta é convertida para usos como as pastagens, as funções da bacia hidrográfica 
ficam perdidas, pois a precipitação nas áreas desmatadas escoa rapidamente, formando cheias, 
seguidas por períodos de redução ou interrupção do fluxo dos cursos d’água. Essa alteração 
no ciclonatural da bacia hidrográfica acaba influenciando no ecossistema natural do rio e nos 
ecossistemas próximos a ele, assim como para a agricultura da várzea. 
 
6 
 
Acredita-se agora que a porcentagem de água reciclada dentro da bacia Amazônica esteja 
entre 20 e 30% (Lean et al., 1996), e não mais a tradicional estimativa de 50% (Salati & Vose, 
1984). 
O escoamento através do rio Amazonas de quase 50% da chuva que cai na bacia implica que 
os outros 50% sejam reciclados, supondo que o vapor de água permaneça dentro da bacia. Na 
realidade, parte do vapor de água escapa para o Pacífico. Uma quantia considerável dessa 
água é transportada para o sul e centro-sul do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, e parte 
continua para o Atlântico em direção ao sul da África. 
Durante o período de transição da estação seca para a chuvosa (setembro-outubro) no 
sudoeste da Amazônia, o fornecimento de vapor de água é particularmente importante para 
evitar o prolongamento da estação seca em São Paulo. A capacidade de geração hidrelétrica, 
por outro lado, é particularmente dependente da estação chuvosa no sudoeste da Amazônia 
(dezembro), quando a diferença entre o comportamento hidrológico das áreas de floresta e das 
áreas desmatadas é mínima. De acordo com as estimativas preliminares de Pedro Silva Dias 
(comunicação pessoal), da Universidade de São Paulo, aproximadamente 70% da precipitação 
do estado de São Paulo vêm do vapor de água da Amazônia durante esse período. 
Com o desmatamento e as alterações hidrográficas conseqüentes, as cidades do Rio de Janeiro 
e São Paulo ficaram sujeitas a repetidos apagões e racionamentos de energia em 2001 como 
resultados dos baixos níveis de água nos reservatórios hidrelétricos fora da região amazônica. 
Além dessa influência na precipitação na própria bacia hidrográfica e no transporte de água de 
longo alcance, também foi comprovado, através de observações, os resultados teóricos sobre o 
aumento da precipitação em locais desmatados, pois esses criam correntes de ar ascendentes 
convectivas que provocam a formação de nuvens. Para haver essa precipitação nas áreas 
desmatadas, a água deve ter vindo de outros locais, no caso, a borda da floresta, pois células 
convectivas fazem com que a umidade acabe indo para essas localidades com menos árvores. 
Essa seca nos arredores da floresta adiciona um fator de retroalimentação que reforça a 
degradação das bordas, por meio do estresse de fogo e água. 
 
 2.2.3 Perda da Biodiversidade 
 
A perda de partes importantes das florestas tropicais do Brasil empobrece a biodiversidade da 
Terra (Capobianco et al., 2001). Os maiores impactados sobre a biodiversidade causados pelo 
desmatamento são em áreas com pouca floresta remanescente e altos níveis de endemismo, 
como a Mata Atlântica. 
 
2.2.4 Emissões de Gases Estufa 
 
O desmatamento em uma taxa igual à de 2003 implica na emissão de, aproximadamente, 
429x10⁶ toneladas de carbono equivalente ao carbono de CO₂. 
No período de 1988 a 1994 (período base usado pelo Brasil para o seu inventário inicial de 
gás estufa para o Protocolo de Kyoto), foram liberadas 275x10⁶ toneladas, incluindo todos os 
 
7 
 
componentes (atualizado de Fearnside, 2000b, considerando as correções em Fearnside & 
Laurance, 2004 e Nogueira et al., 2005), ou 252x10⁶ toneladas se considerados apenas os 
componentes das emissões usados no Inventário Nacional, assim como os valores de 
densidade de madeira disponíveis antes da revisão de Nogueira e colaboradores (2005). 
 
Em 1990, as emissões líquidas de CO₂ do desmatamento no Brasil representaram 5% do total 
de todas as fontes de emissão (incluindo tanto as mudanças do uso da terra quanto os 
combustíveis fósseis) na época (Fearnside, 1997b), enquanto que o estoque de carbono na 
biomassa na Amazônia brasileira representava 38% do total tropical (Fearnside, 2000a:129). 
As emissões líquidas comprometidas referem-se ao resultado líquido de emissões e absorções 
quando uma paisagem florestada é substituída por um mosaico de usos da terra (que seria o 
resultado de uma condição de equilíbrio criado por uma projeção das tendências atuais). 
 
3 MADEIRAS 
A utilização de madeiras sem origem legal, extraídas das áreas de florestas públicas 
diretamente pelas empresas e/ou por assentados e “povos da floresta” supera os 90% no 
mercado regional do sudoeste do Pará, além de estar diretamente vinculada aos 
desmatamentos, produz impactos tanto na demanda quanto na oferta de madeira. 
Adicionalmente, esta extração pode contribuir para ampliar as taxas de desmatamento e, como 
consequência, para o esgotamento do recurso, uma vez que a taxa de extração supera a taxa de 
reposição dos estoques, pois algumas espécies já apresentam dificuldade de serem 
encontradas, como o ipê, cedro e cumaru, entre outras (SANTANA et al., 2009a). 
 
Nas áreas desmatadas para agricultura e pecuária da região do sudoeste do Pará, por ser área 
de fronteira nova a intermediária, conforme Amaral (2005), são extraídas menos de 20 
espécies florestais, pois o objetivo específico dos produtores é de financiar parte do custo de 
implantação dessas atividades com a venda das árvores de maior valor comercial a preços 
abaixo do preço de equilíbrio de mercado (SANTANA et al., 2010). 
 
Espera-se uma relação inversa entre preço e quantidade demandada de madeira em tora, pois, 
à medida que os preços sofrem um aumento, as empresas tendem a demandar uma menor 
quantidade do produto. Com relação à variável taxa de desmatamento, espera-se uma 
correlação positiva, pois, quando a taxa de desmatamento aumenta, naturalmente a demanda 
por madeira em tora tende a aumentar, em função da expectativa de que, com o desmatamento 
para a implantação de atividades agrícolas, pecuária e manejo florestal comunitário, uma 
maior quantidade do produto será disponibilizada e em condições favoráveis de preço. 
 
No ano de 2014, a taxa de desmatamento da Amazônia Legal foi 5012 km²/ano, sendo a 
segunda menor taxa desde 1988 e apresentando uma redução de 15% em relação ao ano de 
2013 (INPE, 2015). A tabela abaixo mostra as taxas de desmatamento desde de 2004 dos 
estados que compõem a Amazônia Legal e da mesma como um todo. 
 
8 
 
 
Quadro 1. Áreas (km²) e taxa de desmatamento da Amazônia Legal durante o período de 2004 a 2014. 
 
4 BIOCOMBUSTÍVEIS 
Biodiesel é o combustível derivado de óleos vegetais ou de gordura animal que pode 
substituir total ou parcialmente o óleo diesel derivado de petróleo. Pode ser obtido por 
diferentes processos, como craqueamento, transesterificação ou esterificação, tendo glicerina 
como subproduto. A transesterificação é o método estimulado pelo Programa Nacional de 
Produção e Uso de Biodiesel no Brasil, consistindo na reação química de triglicerídios com 
alcoóis (metanol ou etanol) na presença de um catalisador (NaOH). O biodiesel, além de ser 
obtido de fontes renováveis, tem como vantagens a menor emissão de gases poluentes e a 
menor persistência no solo. Entretanto, o custo de produção atualmente é maior e o balanço 
energético, apesar de variar com o sistema de produção utilizado, é menos favorável em 
relação ao óleo diesel. 
Na Região Sul, tem sido dado maior enfoque às culturas da soja, girassol, canola e mamona. 
Esta última, incentivada em regiões de baixa disponibilidade hídrica, está sendo melhorada 
geneticamente para produção de bicombustível. Tem como desvantagem a presença de ricina, 
substância tóxica ao homem e que pode contaminar o ambiente. O girassol e a canola 
produzem óleos “nobres” para alimentação humana, com altos teores de ácidos graxos 
poliinsaturados. 
Os combustíveis obtidos a partir de plantas reduzem a quantidade deCO₂ emitido para a 
atmosfera, pois as plantas absorvem esse CO₂ para sintetizar a glicose, contrabalançando o 
carbono liberado na queima do combustível. A utilização de bicombustíveis tem, assim, como 
consequência, a redução da emissão de GEE (Gases com Efeito de Estufa), responsáveis pelo 
aquecimento global (efeito estufa), e outros poluentes atmosféricos, como, por exemplo, o 
enxofre. Estudos apontam índices de emissão de CO2 até 80% menores do biodiesel em 
relação ao diesel de petróleo, o que o torna uma opção muito menos agressiva para o meio-
ambiente. 
 
9 
 
 No aspecto político, a grande vantagem dos bicombustíveis é tornar os países mais 
independentes dos fornecedores de petróleo, não ficando sujeitos às variações de mercado, 
cujos preços se prevêem que possam subir cada vez mais. 
No processo de fabricação dos bicombustíveis, produzem-se uma série de resíduos e 
subprodutos industriais, os quais podem, quando adequadamente geridos, contribuir para a 
viabilidade econômica da produção de biodiesel. Esses resíduos, de natureza líquida e sólida, 
possuem potencial para uso na indústria de alimentos e para a nutrição animal, bem como na 
indústria químico-farmacêutica. 
 Além desses benefícios já citados, há ainda a contribuição para gerar empregos no setor 
primário e o subterfúgio do êxodo dos trabalhadores do campo para as cidades, favorecendo o 
ciclo da economia auto-sustentável essencial para a autonomia desses países. 
Apesar de tantos pontos a favor do biocombustível, existem alguns contras, como o aumento 
dos custos dos bens alimentares e o aumento das áreas de produção (desmatamento). 
5 AGROPECUÁRIA 
Um pequeno fazendeiro no sul poderia dobrar sua propriedade migrando do sul para o norte 
em 1970. Em meados dos anos 80, ele poderia quase multiplicar por 15. Isto vai tornando as 
terras do sul crescentemente inacessíveis para os agricultores pobres e sem terra e, além disto, 
desloca usos menos intensivos, como a pecuária, para regiões onde o preço da terra é menor, 
pressionando a expansão da fronteira, ou seja, aumentando os desmatamentos. 
A remoção temporária ou parcial da floresta para a sua conversão em áreas de pastos e 
agrícolas associadas com a extração seletiva de madeira emite entre 0,6 e 0,9 (+/- 0,5) 
pentagrama de Carbono por ano. Isso representa, segundo algumas recentes estimativas, de 15 
a 35% da emissão global média de combustíveis fósseis na década de 1990 (Defries et al., 
2002). 
A agropecuária é o principal motivo atual pelo qual ocorre o desmatamento. Isso está 
associado, principalmente, à liquidez da atividade, à relativa simplicidade dos processos 
produtivos (pouco preparo do solo e poucas restrições associadas ao relevo e a áreas livres de 
troncos em florestas recentemente desmatadas), bem como ao baixo nível de investimento de 
capital necessário à sua instalação. A pecuária está presente tanto na fronteira mais antiga 
quanto nas zonas de expansão da ocupação da floresta. 
De 1990 a 2006, o rebanho bovino cresceu a uma taxa de 6,74% ao ano, na região da 
Amazônia Legal, enquanto no resto do Brasil o crescimento médio do rebanho foi de 0,57% 
ao ano. Com essas taxas, segundo os dados da Pesquisa Pecuária Municipal do IBGE, o 
rebanho cresceu, de 26 milhões de cabeças em 1990, para 73,7 milhões em 2006, o que 
corresponde a mais de 180% em 16 anos. 
A agropecuária da região amazônica é ainda estimulada por fatores como a sucessiva redução 
de custos de transporte, o aumento da produtividade da atividade associado a uma maior 
eficiência no manejo e o ainda relativamente pequeno preço da terra nas regiões de expansão 
 
10 
 
da Amazônia. Esse avanço da pecuária sobre as novas áreas segue uma dinâmica que está 
associada ao aumento da demanda de carne e à progressiva integração da pecuária da região 
com mercados globalizados. 
6 MONITORAMENTO DO DESMATAMENTO 
Uma vez que as florestas podem ser consideradas de vital importância para a humanidade, a 
preservação delas se torna essencial. Para monitorar o desmatamento da Amazônia, o INPE 
desenvolveu quatro sistemas, cada um deles com uma função diferente. 
6.1 PRODES 
PRODES é a sigla para Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite. Esse 
sistema consiste na utilização de imagens do satélite americano Landsat. Responsável, desde 
1988, pelas estimativas anuais das taxas de desflorestamento da Amazônia Legal, divididas 
por estado (Acre, Amapá, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e 
Tocantins). Até agora, cerca de 700.000 km² já foram desmatados, o que corresponde a 17% 
da cobertura original da floresta. Desse total, 300.000 km² foram desmatados apenas nos 
últimos 20 anos. 
 
6.2 DETER 
DETER significa Detecção de Desmatamento em Tempo Real e faz um levantamento rápido 
todo mês desde maio de 2004, com dados dos satélites Terra e Aqua, americanos, e CBERS, 
sinobrasileiro. Sua função é enviar alertas de focos de desmatamento, para dar suporte aos 
órgãos de fiscalização e controle. 
 
6.3 DEGRAD 
DEGRAD é o Mapeamento da Degradação Florestal na Amazônia Brasileira. Mapeia áreas 
em processo de desmatamento onde a cobertura florestal ainda não foi totalmente removida. 
 
6.4 DETEX 
DETEX é a sigla de Detecção de Exploração Seletiva. Seu objetivo é vigiar áreas de manejo 
florestal, apontando se a exploração seletiva de madeira está de acordo com o que foi 
autorizado pelos órgãos ambientais. 
7 DIREITO AMBIENTAL 
Como já dito anteriormente, as florestas são essenciais e para garantir a segurança das 
mesmas, além do monitoramento, adotou-se um Código Florestal. Esse código tem descrito 
como devem ser tratadas as áreas florestais, mesmo que em propriedade privada, por 
exemplo, o tamanho da recomposição da mata ciliar (de 5 a 20 metros para rios de até 10 
 
11 
 
metros em propriedade de até 4 módulos fiscais) e determina como deverá ser a recomposição 
da Reserva Legal para diferentes tipos de propriedade. 
8 CONCLUSÃO 
Mesmo apresentando diversos benefícios das principais causas do desmatamento, atualmente 
não é mais vantajoso desmatar para fazer utilização da madeira, para plantio ou criação de 
gado, e não só do ponto de vista ambiental, como também do econômico, pois foram criadas 
várias leis que restringem o desmatamento e, o não-cumprimento delas pode acarretar multas 
enormes. 
Entretanto, existem algumas técnicas novas, dentro da lei, que permitem a criação de gado em 
áreas florestadas. Esse é o caso do sistema agrossilvipastoril, que consiste na integração de 
dois cultivos diferentes no mesmo terreno, seja lavoura-pecuária (agropastoril), pecuária-
floresta (silvipastoril), lavoura-floresta (silviagrícola) ou lavoura-pecuária-floresta 
(agrossilvipastoril). Alguns benefícios desse tipo de sistema incluem a otimização e 
intensificação da ciclagem de nutrientes no solo, melhoramento da qualidade e conservação 
das características produtivas do solo, manutenção da biodiversidade e sustentabilidade da 
agropecuária, melhoria do bem-estar animal, aumento na produção de grãos, carne, leite e 
produtos madeireiros e não-madeireiros, estabilidade econômica com redução de riscos e 
incertezas, redução da sazonalidade do uso da mão de obra e do êxodo rural, geração de 
empregos, possibilidade de aplicação em diversos sistemas e unidades de produção e redução 
da pressão para abertura de novas áreas com vegetação nativa. 
Com isso, conclui-se que, apesar da demanda por madeira, renovação da matriz energética e 
alimentação vegetal e animal, a consciência humana ainda tenta preservas as áreas florestais 
restantes, implantando leis anti-desmatamento e criando novas técnicas de cultivo, não 
carecendo da expansãoem florestas nativas e aprimorando a eficiência das áreas rurais já 
desmatadas. 
9 REFERÊNCIAS 
FEARNSIDE, Philip M.. Desmatamento na Amazônia brasileira: história, índices e 
conseqüências. Megadiversidade, Manaus, v. 1, n. 1, p.113-123, jul. 2005. 
SANTANA, Antonio Cordeiro de; SANTANA, Ádamo Lima de; SANTOS, Marcos Antônio 
Souza dos. Influência do desmatamento no mercado de madeira em tora da região Mamuru-
Arapiuns, Sudoeste do Pará. Revista de Ciências Agrárias, Belém, v. 54, n. 1, p.42-51, 
jan./abr. 2011. 
INPE. INPE apresenta taxa de desmatamento consolidada do PRODES 2014. 2015. 
Disponível em: <http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=3944>. Acesso em: 17 
nov. 2015. 
MARGULIS, Sergio. Causas do Desmatamento da Amazônia Brasileira. Brasília: Banco 
Mundial, 2003. 100 p. 
 
 
12 
 
INPE. INPE apresenta taxa de desmatamento consolidada do PRODES 2014. 2015. 
Disponível em: <http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=3944>. Acesso em: 17 
nov. 2015. 
INPE (Org.). 4) Como se monitora o desmatamento da Amazônia? Disponível em: 
<http://www.inpe.br/acessoainformacao/node/463>. Acesso em: 11 nov. 2015. 
CARNEIRO, Alessandra Paula. Gestão Ambiental e Perícia Ambiental. União da Vitória: 
Uniguaçu, 2015. 22 slides, color. 
EMBRAPA. Cultivos. 2015. Disponível em: 
<https://www.embrapa.br/agrossilvipastoril/cultivos>. Acesso em: 17 nov. 2015.

Outros materiais