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Semana 07 Leia o caso concreto apresentado abaixo e responda às questões formuladas: Acusado de matar a pauladas por causa de uma tábua de carne vai a júri na terça-feira 28/7 por BEA — publicado em 27/07/2015 17:35, disponível em: http://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2015. O Tribunal do Júri do Gama vai julgar na próxima terça-feira, 28/7, Cícero Rodrigues dos Santos, acusado de matar Ismael Rodrigues da Silva. A sessão de julgamento está prevista para começar às 8h30. Segundo a sentença de pronúncia, o motivo do crime teria sido a insatisfação do acusado com a atitude da vítima de cobrar-lhe a devolução de uma tábua de cortar carne. 1. Qual a correta tipificação da conduta de Cícero? Incidem sobre a conduta os institutos repressores da lei de crimes hediondos? O delito cometido por Cícero é o de homicídio qualificado por motivo fútil, art. 121, §2° inciso II do CP. Incidirá sobre a conduta os institutos repressores da lei de crimes hediondos, uma vez que 0 crime de homicídio doloso qualificado pelo motivo fútil, praticado por Cicero, é considerado crime hediondo pelo art. 1 inciso I, parte final, da Lei 8072/90. 2. Caso o motivo do crime tivesse sido o domínio da violenta emoção logo em seguida à injusta provocação da vítima, ainda que praticado mediante pauladas, a resposta seria a mesma? Não teríamos a mesma resposta, neste caso seria homicídio privilegiado com base no art 121 §1º CP. 3. Uma vez condenado, qual o prazo mínimo de cumprimento de pena para fins de progressão de regimes? Visto que o crime tem sua correta tipificação como homicídio qualificado, e por isso é um delito hediondo, o art. 2 §2° da Lei 8072/90 traz a progressão de regime com o período de 2/5 da pena, se o apenado for primário, e de 3/5, se reincidente e se for privilegiado 1/6. QUESTÃO OBJETIVA Sobre crimes hediondos analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: 1. Os delitos de extorsão qualificado pela restrição de liberdade da vítima com resultado morte (art.158, §3º, CP) e extorsão mediante sequestro (art.159, CP) são tipificados como delitos hediondos. 2. Com o advento da Lei n.12015/2009, a figura típica prevista no art.214, CP (atentado violento ao pudor) foi revogada, sem, contudo, ter ocorrido abolitio criminis, mas, apenas, a denominada continuidade normativa. 3. O delito de latrocínio, configura-se como delito hediondo, entretanto, não admite tentativa. 4. O delito de favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável somente é considerado delito hediondo se a vítima for menor de 14 anos. a. As assertivas I, II e III estão incorretas. b. As assertivas I, II e IV estão incorretas. c. As assertivas I e IV estão incorretas. d. As assertivas II e IV estão incorretas. e. As assertivas I, III e IV estão incorretas. Semana 08 No que concerne à distinção entre as condutas previstas, respectivamente, nos art.28 e 33, da Lei n.11343/2006, analise as seguintes situações hipotéticas e responda, de forma objetiva e fundamentada, qual a correta tipificação a ser dada: Situação 1: Anacleto possui na varanda de um sítio em Teresópolis, região serrana do estado do Rio de Janeiro, três vasos contendo “pés de maconha” (cannabis sativa) que não excedem à altura de 25 cm. Esta conduta é tipificada no §1º do art 28 da Lei 11343/06, tratando-se de porte de drogas para uso. Situação 2: Foram encontrados, em uma lanchonete no centro da mesma cidade, dez exemplares vegetais de Cannabis Sativa e 241,0g (duzentos e quarenta e um gramas) de maconha prensada. Este caso é tipificado como tráfico de drogas em acordo com o §1º do art 33 da Lei 113434/06. QUESTÃO OBJETIVA Sobre as condutas de uso indevido de drogas analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: I.É de dois anos o prazo de prescrição do crime de posse de droga para consumo pessoal, não se observando as causas interruptivas previstas no Código Penal. II.Com a entrada em vigor da Lei n.º 11.343/2006, houve descriminalização (abolitio criminis) da conduta de porte de substância entorpecente para consumo pessoal. III.A pena de prestação de serviços à comunidade, no caso de condenação por posse de droga para consumo pessoal, pode ser aplicada pelo prazo máximo de dez meses, se reincidente o agente. IV. Para determinar se a droga destina-se a consumo pessoal, o juiz deverá atender à natureza, à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, bem como as circunstâncias pessoais e os antecedentes do agente sejam levados em consideração para tais fins. a As assertivas I, II e III estão corretas. b. As assertivas I, II e IV estão corretas. c. As assertivas I, III e IV estão corretas. d. As assertivas II e III estão corretas. e. As assertivas III e IV estão corretas. Semana 09 Abelardo Doidão foi preso em flagrante delito ao transportar na mala de seu carro 18 petecas de cocaína, 100 pedras de crack, e 622,86g de maconha, balança de precisão e a quantia de R$1320,00 em notas de 20 e 50 reais. Dos fatos restou denunciado e condenado pela conduta prevista no art.33, caput, da lei n.11343/2006 à pena de reclusão a ser cumprida inicialmente em regime fechado. Inconformado com a decisão interpôs recurso de apelação e, em suas razões, pugnou pela desclassificação para a conduta prevista no § 4º do citado artigo, bem como a alteração para o regime inicial semiaberto de cumprimento, haja vista sua condenação ser inferior a 8 anos. Ante o exposto, responda de forma objetiva e fundamentada, de acordo com os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais dominantes se a defesa deve prosperar. Caso o acusado for réu primário, tendo bons antecedentes e não estiver associado a nenhuma organização criminosa, poderá ser beneficiado pelo § 4º do art 33 da lei 11343/06, e em acordo com a resolução número 5 de 2012 do senado federal poderá iniciar o cumprimento da sentença em regime semiaberto. QUESTÃO OBJETIVA Segundo a lei antidrogas: (Juiz Substituto. TJRR. 2015) 1. É isento de pena o agente que, em razão da dependência de droga, era, ao tempo da ação ou omissão relacionada apenas aos crimes previstos na própria lei, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 2. Incide nas penas do crime de associação para o tráfico quem se associa para a prática reiterada de financiamento ou custeio do tráfico de drogas. Art 35 § ú da Lei 11343/06 3. É de dois anos o prazo de prescrição do crime de posse de droga para consumo pessoal, não se observando as causas interruptivas previstas no Código Penal. 4. O concurso de agentes é causa de aumento da pena no crime de tráfico de drogas. A aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4°, da Lei n° 11.343/06, conhecida como tráfico privilegiado, afasta a hediondez do crime de tráfico de drogas, de acordo com entendimento sumulado o Superior Tribunal de Justiça. Semana 10 No que concerne às condutas previstas na lei n.9455/1997 e seu confronto com condutas previstas no Código Penal, analise as seguintes situações hipotéticas e responda, de forma objetiva e fundamentada, se a tipificação apresentada está correta: Situação 1: Agente que submete seu filho, de 2 anos de idade, por diversas vezes a queimaduras com o fim de causar intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal, pois ficava incomodado com o choro do bebê pratica a conduta de maus tratos prevista no art.136, do Código Penal. Não responderá por maus tratos e sim por tortura e castigo conforme artigo 1º e §1º da Lei 9455/97 Situação 2: Delegado de Polícia ao perceber que nasala ao lado, agente policial lotado em sua Delegacia, submete indivíduo preso em flagrante a sofrimento físico mediante violência, como forma de aplicar-lhe castigo pessoal e nada faz para impedir tal conduta será responsabilizado como partícipe da conduta de tortura perpetrada pelo policial. Não responde como participe e sim por tortura e omissão na forma do artigo 1º §2º da Lei 9455/97. Situação 3: Um agente que se encontra detido em uma delegacia da polícia civil por ter ameaçado a vida de um terceiro lá apresentou comportamento violento e incontido: agrediu outros detentos e dirigiu ofensas contra os policiais. Após ter sido separado de outros detentos e algemado provocou, ofendeu e cuspiu no rosto do policial que o algemou. O policial, ato contínuo, adentrou a cela e lhe desferiu vários golpes de cassetete, causando graves lesões, cessando sua conduta somente após a intervenção de outro policial. Neste caso a conduta do policial configura o delito de lesões corporais graves. Tortura c/ resultado lesão corporal grave, conforme art 1º §3º da Lei 9455/97 QUESTÃO OBJETIVA Assinale a opção correta, à luz do disposto nas leis que definem os crimes de tortura. a. Considere que um policial civil, após infligir sofrimento mental mediante privação do sono, exija que o acusado de roubo reconheça determinado homem como sendo seu comparsa. Nessa situação, o referido policial não cometeu o delito de tortura, mas de constrangimento ilegal em concurso material com cárcere privado. b. Por se tratar de crime próprio, o crime de tortura é caracterizado pelo fato de o agente que o pratica ser funcionário público. c. Aquele que se omite em face de conduta tipificada como crime de tortura, quando tinha o dever de evitá-la ou apurá-la, será punido com as mesmas penas do autor do crime de tortura. d. Os bens jurídicos protegidos pela tortura discriminatória são a dignidade da pessoa humana, a igualdade e a liberdade de crença. e. O crime de tortura é cometido por quem constrange outrem, por meio de violência física, com o fim de obter informação ou confissão da vítima ou de terceira pessoa, desde que do emprego da violência resulte lesão corporal. Semana 11 Alessandro Antunes, policial militar, a partir de informações fornecidas por seu superior, dirige-se até a casa de Ângela Cruz, com vistas ao cumprimento de mandado de prisão contra Júlio Cruz, irmão de Ângela. Ao chegar à casa de Ângela, depara-se com um homem cujas características físicas se adequavam às de Júlio Cruz e, mediante o uso de ameaça o obriga a se identificar. Nervoso com o comportamento do policial, o rapaz afirma ser Paulo Roberto, irmão de Júlio e Ângela. O policial, ainda, por meio de sua força física, algema Paulo Roberto e ordena que apresente documentação comprobatória da sua identificação. O rapaz, extremamente nervoso, consegue mostrar sua carteira de identidade a Alessandro que, inconformado por ter tido frustrado o cumprimento de seu mandado de prisão, desferiu um soco no rosto de Paulo Roberto. Ato contínuo, foi embora da casa de Ângela e Paulo Roberto Cruz. Jonas Arruda, policial militar que acompanhara Alessandro Antunes na viatura e a tudo assistira, narrou os fatos ao Comandante da Unidade a fim de que fossem tomadas as providências cabíveis para que a conduta de Alessandro Antunes não se repetisse. Cabe salientar que, a vítima não realizou exame de corpo de delito. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre o tema, responda às questões formuladas: a) Qual a conduta típica praticada por Alessandro Antunes? Abuso de autoridade e lesão corporal. b) Qual o Juízo competente para o processo e julgamento do feito? Justiça criminal comum, súmula 90 e 172 do STJ QUESTÃO OBJETIVA Com base na Lei contra Abuso de Autoridade, julgue as assertivas abaixo: I. Nos crimes de abuso de autoridade, a ação é pública condicionada à representação da vítima, pois a falta dessa representação impede a iniciativa do Ministério Público. II. Para fins da lei mencionada, considera-se autoridade quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. III. A conduta de um delegado de polícia que deixe de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão de determinada pessoa poderá configurar prevaricação, mas não abuso de autoridade. IV. Entre as sanções penais previstas na lei que dispõe sobre abuso de autoridade, incluem-se a perda do cargo público e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo de até três anos. a) As assertivas I, II e III estão corretas. b) As assertivas I, II e IV estão corretas. c) As assertivas II, III e III estão corretas. d) As assertivas II e III estão corretas. e) As assertivas II e IV estão corretas. Semana 12 Jonas Bom de Mira, em 05 de abril de 2010, foi preso em flagrante delito em conhecido local de tráfico de drogas, portando uma arma de fogo cartucho calibre 357 desmuniciada e com numeração raspada (arma apreendida) e por trazer consigo, para fins de comercialização, 12,3 kg de "crack", além de 2,2 kg de cocaína e 793 gramas de maconha (inclusos autos de apreensão e laudo de constatação). Do exposto, Jonas Bom de Mira restou denunciado e condenado como incurso nas sanções dos artigos 33, caput, da Lei n. 11.343/06 (fato I) e 16, caput, e parágrafo único, I, Lei n. 10.826/03, ambos n/f do 70, do Código Penal (fl. xx). Inconformado interpôs recurso de apelação com os seguintes pedidos sucessivos: 1. Preliminarmente o reconhecimento da atipicidade da conduta prevista no art. 16, caput, e parágrafo único, I, Lei n. 10.826/03, afirmando que a arma desmuniciada não possui potencialidade lesiva. 2. Sucessivamente pugna pelo reconhecimento do conflito aparente de normas entre os delitos de porte de arma de fogo, e tráfico de entorpecentes, haja vista terem ocorrido no contexto fático, sob pena de incidir bis is idem. Ante o exposto, analise o caso concreto apresentado e profira um parecer acerca dos referidos pedidos. A primeira tese da defesa não deve prosperar tendo em vista ser crime de perigo abstrato e tipificado no art 16 do Estatuto de Desarmamento o porte de munição ou acessório. A segunda tese também não deve prosperar tendo em vista que o crime de Drogas é um crime praticado sem violência ou grave ameaça, não sendo assim necessário a utilização de arma de fogo. QUESTÃO OBJETIVA Com relação ao Estatuto do Desarmamento, Lei no 10.826/2003, assinale a alternativa correta: (Delegado de Polícia Civil. PC-CE.2015). a) É proibida a conduta de portar arma de fogo de uso permitido ou proibido, não se punindo, no estatuto, a conduta de portar ou possuir acessório ou munição para arma de fogo. b) O porte de arma de fogo com numeração raspada, previsto no parágrafo único, inciso IV, do artigo 16, refere-se tanto à arma de fogo de uso permitido como à arma de fogo de uso proibido/restrito. c) O artigo 16 prescreve que é proibido possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo de uso permitido sem autorização legal. d) O crime de disparo de arma de fogo, previsto no artigo 15 do estatuto, é autônomo, sendo que, na hipótese de o agente tentar matar a vítima com disparos de arma de fogo, responderá por tentativa de homicídio e pelo crime de disparo de arma de fogo em concurso material de delitos. e) A vedação à concessão de fiança prevista no parágrafo único do artigo 15 (disparo de arma de fogo) foi declarada constitucional pelo Supremo TribunalFederal em ação direta de constitucionalidade.
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