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APT.Aula - Modelo Mecanicista e biomédico

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Visão Cartesiana e Modelo biomédico na Medicina
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Tópicos
1. – Visão Cartesiana da Saúde e Doença
2. – Modelo biomédico na Medicina e sua crítica
	
3. – Medicalização da vida
	
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Objetivos
1. Compreender e dominar algumas teorias e conceitos básicos presentes na área da saúde.
2. Permitir uma visão geral sobre a complexidade das relações entre saúde, medicina e sociedade, enquanto fenômenos sociais.
3. Sensibilizar para a importância da adoção de uma perspectiva interdisciplinar na análise e compreensão destes fenômenos.
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Descartes instituiu a dúvida: só se pode dizer que existe aquilo que puder ser provado, sendo o ato de duvidar indubitável. Descartes busca provar a existência do próprio eu (que duvida, portanto, é sujeito de algo - ego cogito ergo sum - eu que penso, logo existo).
Também consiste o método de quatro regras básicas:
verificar se existem evidências reais e indubitáveis acerca do fenômeno ou coisa estudada; 
analisar, ou seja, dividir ao máximo as coisas, em suas unidades mais simples e estudar essas coisas mais simples; 
sintetizar, ou seja, agrupar novamente as unidades estudadas em um todo verdadeiro; 
enumerar todas as conclusões e princípios utilizados, a fim de manter a ordem do pensamento. 
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Teorias Causais
UNICAUSALIDADE
Fase miasmática – influência invisível, vinha do ar (fluido, miasma), fazia adoecer;
Sociedades antigas até séc XIX, influência religiosa e mística;
Doença era castigo de Deus pela desobediência dos homens;
P. ex. febre amarela no Brasil, malária (mal ares)
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UNICAUSALIDADE
Avanço da biologia
Descoberta das bactérias
Pesquisas de Pasteur, Kock – micróbios associados às doenças
Teoria – toda doença tem um agente biológico (final séc XIX)
Era dos antibióticos
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UNICAUSALIDADE
Classificação dos Agentes Etiológicos
- Biológicos – Bactérias, vírus...
- Genéticos – Translocação de cromossomos;
- Químicos – nutrientes, drogas, gases, fumo, álcool...
- Físicos – radiação, atrito e impacto de veículos automotores, poluição...
- Psíquicos ou psicossociais – estresse do desemprego e da migração
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MODELO BIOMÉDICO DA DOENÇA
Lança os fundamentos sobre os quais assenta a medicina ocidental moderna
			 		 
 			Definida objetivamente, com base 			em sintomas identificáveis.
		
DOENÇA 		Causas – gene defeituoso, 				bactéria, vírus ou acidente.
								
			Identificada e classificada em 				diferentes tipos. O processo de 				identificação e classificação é visto 			como objectivo e reúne um				consenso alargado dentro da 				profissão.
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RADICA EM TRÊS ASSUNÇÕES
 1ª - A doença é vista como uma quebra no corpo humano, que se afasta do seu estado “normal”;
 2ª - Mente e corpo podem ser tratados separadamente. O paciente representa um corpo doente. A ênfase é colocada na identificação da doença (diagnóstico) e na cura. Visão mecanicista do corpo.
					
Médicos – adotam o medical gaze (Foucault) – perspectiva afastada na abordagem e tratamento do doente, que é levado a cabo de forma afetivamente neutra e isenta de valores.
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3ª - Os médicos têm o monopólio de classificação das doenças e são considerados os únicos peritos no seu tratamento, não há lugar para práticas leigas ou não científicas. Recebem um conhecimento, um treino e uma formação, aderem a um código de ética e é-lhes reconhecida uma credencial para exercer a profissão.
Nem todos os profissionais de saúde têm esta visão, e algumas assunções podem ter diferentes graus. Contudo, o modelo biomédico está na base de toda a orientação da medicina ocidental moderna e domina as profissões de saúde e a própria organização de prestação de cuidados de saúde. Por exemplo, influenciou a gênese e o desenvolvimento do SNS.
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CRÍTICAS GERAIS AO MODELO BIOMÉDICO
 Saúde – Já não é só ausência de doença, nem é puramente uma questão de fisiologia individual;
 Crítica da visão mecanicista do corpo (corpo entendido como uma máquina, desligado do meio social); 
 Saúde – visão interdisciplinar – o aspecto biomédico é apenas mais um componente, ainda que importante.
Binômio saúde/doença – é olhado de um outro ângulo, existem fatores culturais que influenciam a sua interpretação.
Aspectos sociais da saúde/doença

São elementos constituintes dos processos e condições que definem, no sentido sociológico, o “bem-estar” e o “mal-estar”.
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MULTICAUSALIDADE
Nem toda doença tinha origem apenas no agente etiológico
Havia infecção sem doença e doenças não infecciosas.
John Snow (inglês), meados séc XIX desenvolve e aplica o método epidemiológico no estudo do cólera (pela água).
Desprendeu da medicina individual teve visão da doença na população (Coletivo).
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Fatores Ambientais
Ambiente Físico
Clima, altitude, umidade relativa do ar, temperatura.
Ambiente Biológico
Seres vivos da terra
Podem constituírem como agente, hospedeiro, reservatório de doença
Ambiente Social
- Características sociais, econômicas, políticas e culturais.
Passaram a ser considerados:
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Fatores do Hospedeiro
Herança Genética:
Alterações cromossômicas – Hemofilia e anemia falciforme
Anatomia e Fisiologia do Organismo Humano
Imunidade natural e a adquirida
Idade, sexo, raça.
Estilo de Vida
Controle social e autocontrole
Usuários de drogas injetáveis, fumantes... 
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Ações para intervir no processo saúde-doença
Hospedeiro (homem)
1. Em relação a herança genética
 - aconselhamento genético
 - diagnóstico pré-natal
 - aborto terapêutico
2. Em relação à anatomia e fisiologia
 - imunização ativa ou passiva
 - manutenção do peso corporal em níveis aceitáveis
3. Estilo de vida
 - não fumar
 - evitar promiscuidade sexual
 
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Ações para intervir no processo saúde-doença
Meio ambiente
Meio Físico:
 - saneamento das águas
 - saneamento do ar
 - saneamento do solo
2. Meio biológico:
 - controle biológico de vetores
 - vigilância de alimento
 - eliminação de vetores na cidade
3. Meio social:
 - Provisão de empregos, habitações, transporte, escolas, lazer.
 - Melhor qualidade nos serviços de saúde. 
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Determinação Social da Doença sec. XX
Desigualdades sociais (desencadeadora dos fatores associados às doenças);
Doença – sociedade injusta;
Exemplo: mortalidade infantil – bolsões de pobreza
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1 - Privilégio de intervenção sobre situações declaradas – novos medicamentos, novas tecnologias – em detrimento da educação e da prevenção em saúde, que detêm menos recursos (e conferem menos prestígio).
2 - Identificação de cuidados de saúde exclusivamente com cuidados médicos “a pill for every ill” – Crescente tendência para a medicalização.
3 - A cada condição é dado um rótulo médico, e estão constantemente a surgir novas doenças, que, em caráter, podem ser primariamente sociais e não biológicas (hiperatividade, dificuldades emocionais e comportamentais, deficit de atenção…)
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Crítica à noção de saúde /doença, segundo características exclusivamente naturais. Hoje, o que é “saudável” é socialmente construído e não apenas de influências biológicas, mas também sociais.
Focus  Tratamento de sintomas existentes no corpo, através da aplicação de conhecimento médico, medicamentos e/ou cirurgia.
 

Ignora as condições sociais mais abrangentes que podem ter desde logo criado estes sintomas – más condições de trabalho, má alimentação, pobreza, poluição, etc.
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Resumo
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