Buscar

trabalho de genética

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

DESENVOLVIMENTO
 As aneuploidias constituem as anomalias cromossômicas mais comumente encontradas e estão relacionadas com alterações no número de cromossomos de um indivíduo. Essa alteração numérica pode ser decorrente da presença de um cromossomo extra, o qual chamamos de trissomia, ou da deleção total de um cromossomo (monossomia). Estima-se que as aneuploidias ocorram em pelo menos 5% de todas as gestações conhecidas. Com o avanço tecnológico na área da saúde e o aprimoramento das técnicas de diagnóstico, muitas síndromes genéticas relacionadas à aneuploidias foram descobertas. Dentre elas, as síndromes de Klinefelter, de Turner e de Down, merecem destaque devido as suas altas taxas de incidência.
Síndrome de Down
 A síndrome de Down é a anomalia cromossômica mais comum do recém-nascido; constitui-se da trissomia do cromossomo 21. Diversos marcadores sonográficos e bioquímicos foram descritos na identificação de fetos com risco aumentado para a síndrome de Down. O cromossomo 21, o menor dos autossomos humanos, contém cerca de 255 genes, de acordo com dados recentes do Projeto Genoma Humano. A trissomia da banda cromossômica 21q22, referente à 1/3 desse cromossomo, tem sido relacionada às características da síndrome. 
 O referido segmento cromossômico apresenta, nos indivíduos afetados, as bandas características da eucromatina correspondente a genes estruturais e seus produtos em dose tripla. A elaboração do mapa fenotípico, associando características específicas com sub-regiões do cromossomo 21, mostra que, entre os produtos gênicos conhecidos, só a APP (proteína precursora amilóide) foi decisivamente relacionada à síndrome de Down. O gene correspondente foi mapeado na banda cromossômica 21q21.5 e vários fragmentos da sua molécula foram associados com a inibição da serina protease, adesão celular, neurotoxicidade e crescimento celular. A sua função se manifesta no desenvolvimento do sistema nervoso central, onde é sintetizada tanto em neurônios quanto em células glíares (astrócitos). Mais recentemente, estudos incursionaram no rastreamento do primeiro trimestre, com base no emprego da medida da translucência nucal (TN) em associação com a idade materna ou com marcadores séricos. A TN configura-se como imagem ultra-sonográfica hipoecogênica, acúmulo de líquido na região posterior do pescoço, com mais exuberância, entre 10 e 14 semanas de gestação. Nesse estádio da gestação, o coração fetal detém força contrátil limitada pelo pequeno número de sarcômeros e rins, ainda incipientes no quesito funcionalidade e, portanto, incapazes de filtrar o excesso de líquido. A insuficiência cardíaca precoce e transitória tem sido apontada como a base primordial do mecanismo responsável pela associação TN aumentada e aneuploidias. Estudos mais recentes procuram relacionar as distorções na onda de velocidade do fluxo no DV às anomalias cromossomiais e/ou aos defeitos cardíacos. 
 A forma da onda de velocidade do fluxo no DV diz respeito ao gradiente de pressão entre o átrio direito e a veia umbilical. Sua alteração é sinal indireto de comprometimento do coração fetal. Subjacente às cromossomopatias, o feto pode apresentar o que os geneticistas denominam de heterocronia, ou seja, atraso ou assincronia no seu desenvolvimento cronológico. Um exemplo de heterocronia nas anomalias cromossômicas é o atraso no amadurecimento funcional do miocárdio, particularmente no surgimento de unidades contráteis (sarcômeros), o que justificaria a insuficiência cardíaca precoce, demonstrada pelo aumento da TN, ou pela alteração da Dopplervelocimetria venosa em fetos com coração estruturalmente normal. É argumentado que a base química da deficiência mental na síndrome de Down pode estar na disrupção de um sistema organizado para o equilíbrio da função mental que requer: 
a) Monocarbonetos para a síntese de mediadores químicos, inativação e metilação; 
b) Purinas e pirimidinas para a manutenção do DNA e RNA;
c) Tubulina e Biopterina para a hidroxilação aromática dos mediadores dessa organização. Esse sistema apresenta plasticidade na interação com o meio ambiente, o que pode levar a processos de superação e adaptação.
SÍNDROME DE KLINEFELTER
 A síndrome de Klinefelter (SK) é a anomalia de cromossomos sexuais mais comuns em homens, com uma prevalência estimada de um em cada 600 homens nascidos vivos. Caracteriza-se citogeneticamente pela presença de um cromossomo X extra (47,XXY), que ocorre em cerca de 90% dos casos; porém, variantes da SK, como o mosaicismo (46,XY/47,XXY) e outras aneuploidias mais raras (48,XXXY, 48,XXYY, 49,XXXXY) já foram descritas.
 Os achados clínicos principais, presentes em quase todos os indivíduos com SK, são os testículos pequenos, a azoospermia e o aumento das gonadotrofinas, em especial do follicle stimulating hormone (FSH); porém, outros achados, como ginecomastia, atraso puberal, pilificação pubiana e corporal diminuídas, micropênis, alta estatura, aumento da envergadura em relação à estatura, distúrbios de aprendizado, doenças psiquiátricas, doença venosa periférica, obesidade abdominal, síndrome metabólica, maior risco de doenças autoimunes e câncer, podem ser observados com diferentes frequências de acordo com a população avaliada, a faixa etária incluída e o cariótipo encontrado. Apesar de descrita pela primeira vez há 70 anos, a SK continua sendo uma doença pouco diagnosticada, pois os pacientes procuram pouco os médicos, e os médicos nem sempre estão atentos ao diagnóstico. Por isso, apenas cerca de 25% de todos os pacientes adultos com SK são diagnosticados; a maioria durante a investigação de infertilidade e/ou hipogonadismo; e menos de 10% de todos os casos com SK são diagnosticados antes da puberdade.
SÍNDROME DE TURNER
 A síndrome de Turner (ST) foi descrita, em 1938, pelo médico norte-americano Henry Turner. É caracterizada pela perda parcial ou total de um dos cromossomos X. As características clínicas do paciente portador incluem: baixa estatura, pescoço alado, genitália infantil, ovários atrofiados, amenorreia primária e retardo mental leve. Sua frequência está estimada em 1:2.130 nativos do sexo feminino. A ST é responsável por 20% dos casos de abortos espontâneos. 
 No entanto, esse número representa apenas uma pequena proporção dos conceptos com o cariótipo 45,X, pois, estima-se que 95% deles são espontaneamente abortados, num estudo de 639 abortos espontâneos que incluíam fragmentos de membrana, sacos embrionários vazios, embriões e fetos com  100 mm de comprimento cabeça-nádega, encontraram 10% dos produtos com o cariótipo 45,X. Num recente estudo compreendendo 691 abortos espontâneos com menos de 20 semanas de idade gestacional, encontraram 3,9% das culturas de células do estroma de vilo corial ou preparações diretas do citotrofoblasto com o cariótipo 45,X.
 É desconhecida a incidência de síndrome de Turner em fetos no 2º trimestre gestacional. Entretanto ela pode ser calculada levando-se em conta a sua incidência a termo (1:5000 nascidos vivos), e o fato de que 70% dos fetos com síndrome de Turner são espontaneamente abortados entre a 16ª semana e a termo, chegando-se a uma incidência de 1:1560. O contraste entre o quadro clínico relativamente benigno apresentado pelos nascidos vivos com o cariótipo 45,X e a alta mortalidade dos embriões com esse mesmo cariótipo, conduziu à teoria de que há a necessidade da presença dos dois cromossomos sexuais para a sobrevivência do embrião e do feto no início da gravidez.
 O rastreamento de defeitos de tubo neural pela alfafetoproteína de soro materno (MSAFP) e da síndrome de Down por múltiplos marcadores bioquímicos pode também detectar outras cromossomopatias fetais, como a síndrome de Edwards (trissomia do 18) e anomalias dos cromossomos sexuais, inclusive a síndrome de Turner. Nessa síndrome a situação dos marcadores de soro materno é complicada pela possibilidade de ocorrência de hidropisia e higroma cístico, condições que por si só podem produzir alterações desses marcadores.A síndrome de Turner é uma das causas de elevação de MSAFP sem causa aparente, isto é, com estudo ultra-sonográfico morfológico (ultra-som nível II) de 2º trimestre normal.
 Foi retratado um caso de gestação afetada por síndrome de Turner, complicada com cardiopatia congênita, que cursou com elevação de MSAFP durante o 2º trimestre gestacional. O caso é discutido à luz das controvérsias acerca das condutas diagnósticas a serem tomadas em caso de elevação de MSAFP de causa desconhecida.
 Foi também levantada à literatura médica pertinente a marcadores bioquímicos de soro materno nessa síndrome e em cardiopatias congênitas, cotejando-se os dados da literatura com o caso em questão.
REFERÊNCIA
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-72031998000500008&script=sci_arttext>ACESSO: 17 DE outubro de 2015, 21:40-22:58.
Rev. Bras. Ginecol. Obstet. vol.28 no.3 Rio de Janeiro Mar. 2006
 <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-72032006000300003>ACESSO:19 de outubro de 2015, 14:30 - 15:20.  
Horiz. antropol. vol.17 no.35 Porto Alegre Jan./June 2011
<http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832011000100004>ACESSO:19 de outubro de 2015, 15:40 – 16:12. 
J. Pediatr. (Rio J.) vol.88 no.4 Porto Alegre July/Aug. 2012
<http://dx.doi.org/10.2223/JPED.2208> ACESSO:23 de outubro de 2015, 23:41 – 00:30.

Outros materiais