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! Máquinas Hidráulicas I Turbinas de Ação Alunos: Luana Herllain da Silva Turma: 2 Marcio Pereira de Lima Professor: Fábio Entende-se por turbina como sendo uma máquina que converte a energia de uma corrente de fluído em energia mecânica passando a corrente do fluído através de um sistema de pás, fazendo-as girar. No caso particular das turbinas hidráulicas o fluído é sempre a água. As turbinas hidráulicas possuem um princípio comum de funcionamento. A água entra na turbina vinda de um reservatório ou de um nível mais alto e escapa para um canal de nível mais baixo. A água que entra é conduzida por um duto fechado até um conjunto de palhetas ou injetores que transferem a energia mecânica do fluxo de água em potência de eixo. Estas têm larga aplicação na geração de energia elétrica em grande escala, em hidrelétricas por exemplo. As turbinas hidráulicas necessitam de uma grande manutenção periódica, pois sofrem desgaste devido á ação da água, deixando em alguns casos de funcionar com rentabilidade, submetendo-se a uma operação de desmontagem e substituição. As turbinas são constituídas essencialmente por duas partes: o distribuidor e o rotor. • Distribuidor: é um elemento fixo. Suas funções são: direcionar a água ao rotor segundo uma direção adequada; modificar a vazão, ou seja, alterar a seção de saída do distribuidor, indo de zero, fechado, até a abertura máxima; e a transformação total ou parcial da energia de pressão em energia cinética na entrada do rotor. • Rotor: é um órgão móvel, gira em torno de um eixo. Está munido com um sistema de pás fixas a um eixo e é responsável por transformar grande parte da energia hidráulica em trabalho mecânico. Os principais tipos de turbinas hidráulicas são aquelas de ação e de reação. As turbinas de ação não funcionam imersas na água turbinada, mas sim ao ar livre; a água encontra a roda móvel (rotor) através de jatos, sendo a pressão de entrada e de saída iguais. As turbinas de reação trabalham no seio da água turbinada. A água penetra na roda móvel por toda a periferia, fazendo a descarga paralelamente ao eixo de rotação. Nas turbinas de reação a pressão de saída é inferior de entrada. Estas turbinas são normalmente utilizadas para médias e baixas quedas. A escolha da turbina é um ponto crucial para o bom rendimento da central devendo ser efetuada de acordo com: a altura da queda de água, as condições de vazão, a altitude do local, a conformação da rotação da turbina com a do gerador e a altura de sucção, no caso de máquinas de reação. Algumas vantagens da turbina hidráulica de ação: • São mais tolerantes a areias e outras partículas existentes na água; • A sua estrutura permite maior facilidade de fabrico e melhor acesso em caso de manutenção; • São menos sujeitas ao fenómeno de cavitação (embora em aproveitamentos com grandes quedas torna-se difícil evitar o fenômeno). O tipo predominante de turbina de ação é a roda Pelton (inventada por Lester Allen Pelton) que é apropriada para situações de grandes variações de altura e pequenas vazões volumétricas. A turbina Pelton foi criada pelo engenheiro norte-americano Lester Allen Pelton (1829-1908). Após realizar inúmeros ensaios com os mais variados tipos de pás, Pelton patenteou, em 1880, a turbina, vendendo seus direitos a uma empresa. Trata-se de uma turbina hidráulica de ação de fluxo tangencial e de admissão parcial. Opera eficientemente para condições de baixas vazões e cuja altura da queda d’água é maior do que 250m, embora seja também utilizada para alturas menores. O processo do escoamento se realiza a pressão atmosférica. Como toda turbina hidráulica, a Pelton possui um distribuidor e um receptor. As partes principais das turbinas Pelton são descrita a seguir. • Distribuidor: O distribuidor é um bocal de forma apropriada a guiar a água, proporcionando um jato cilíndrico sobre a pá do receptor, o que é conseguido por meio de uma agulha. • Rotor: O rotor consta de um certo número de pás com forma de concha especial, dispostas na periferia de um disco que gira, preso a um eixo. A pá possui um gume médio, que fica sobre o plano médio da roda, e que divide simetricamente o jato e o desvia lateralmente. • Defletor de jato: O defletor intercepta o jato, desviando-o das pás, quando ocorre uma diminuição violenta na potência demandada pela rede de energia. Nessa hipótese, uma atuação rápida da agulha para reduzir a descarga poderia vir a provocar uma sobrepressão no bocal, nas válvulas e ao longo do encanamento adutor. O defletor volta à sua posição inicial liberando a passagem do jato, logo que a agulha assume a posição que convém, para a descarga correspondente à potência absorvida. • Bocal de frenagem: O bocal de frenagem faz incidir um jato nas costas das pás, contrariando o sentido de rotação, quando se desejar frear a turbina rapidamente. Abaixo, algumas imagens do sistema completo: As turbinas Pelton são do tipo tangencial e de ação parcial como visto anteriormente. A principal característica é a velocidade do jato na saída do bocal, que pode chegar, dependendo da queda entre 150 a 180 m/s e a admissão parcial na turbina. Na turbina Pelton, o torque é gerado pela ação de um jato livre sobre a dupla concha do rotor. Por essa razão a turbina Pelton também é chamada de turbina de jato livre. Quanto ao número de jatos, as turbinas Pelton podem ser: de um jato, dois, quatro ou seis jatos e, excepcionalmente, de três jatos. Quanto maior o número de jatos, maior a potência para uma mesma queda, maior o desgaste por abrasão se a água tiver areia em suspensão e menor o tamanho do rotor (o que representa uma redução no custo por unidade de potência instalada). A incidência de jatos sobre o rotor, em cada volta, depende do número de jatos, de modo que, quanto maior a queda, menor deverá ser o número de impactos sobre a pá por minuto. TURBINA DE DOIS JATOS: ! TURBINA DE QUATRO JATOS: TURBINA DE SEIS JATOS: Quanto ao posicionamento do eixo, as turbinas Pelton podem ser de: • Eixo horizontal: geralmente utilizada para um ou dois jatos. A instalação é mais econômica, de fácil manutenção, além de ser possível montar, numa mesma árvore, dois rotores. • Eixo vertical: geralmente utilizado para quatro ou seis jatos sobre as pás do rotor. A figura seguinte mostra as características da turbina Pelton em função da queda e da potência. A figura seguinte mostra o número de jatos em função da rotação e da queda. Por serem de fabricação, instalação e regulagem relativamente simples, além de empregadas em usinas de grande potência, são também largamente empregadas em micro- usinas, em fazendas, etc. Os rotores atuais são fundidos em uma só peça, com as conchas e a roda formando um só conjunto. Entretanto é possível a fabricação separada das conchas e da roda e a fixação por meio de pinos e parafusos. No primeiro caso, caso haja uma concha danificada o rotor precisa ser substituído por inteiro, enquanto no segundo caso, basta substituir a pá danificada. A geometria das conchas é bastante complicada o que torna sua fabricação um serviço quase artesanal principalmente a etapa de acabamento. A concha deve ter a capacidade de absorver convenientemente a energia cinética transmitida pela ação do jato que sai do bocal e ao mesmo tempo distribuí-la no seu retorno, sem interferir com a pá subsequente. Algumas vantagens e desvantagens da turbina Pelton em relação as outras turbinas: Vantagens: • Mais robusto; • Menos perigo de erosão das pás; • Reparos mais simples; • Velocidade de controle de pressão mais fácil; • Infraestrutura mais simples; • Gira em alta velocidade, então você pode conectar o gerador diretamente, sem perda de transmissão mecânica. Desvantagens: • Altura mínima para a operação: 20 metros; • Custo de instalação inicial; • O impacto ambiental é grande, em caso de grandes centrais hidrelétricas; • Requer vários bocais para caudais elevados. Um dos maiores problemas destas turbinas, devido à alta velocidade com que a água se choca com o rotor, é a erosão provocada pelo efeito abrasivo da areia misturada com a água, comum em rios de montanhas. As turbinas Pelton, devido à possibilidade de acionamento independente nos diferentes bocais, têm uma curva geral de eficiência plana, que lhe garante bom desempenho em diversas condições de operação. Encontram-se, no Brasil, várias centrais hidroelétricas funcionando com esse tipo de turbina, principalmente no campo das pequenas centrais, porém o número é bastante reduzido quando comparado com as tradicionais Francis e Kaplan. Principais aplicações: Como as turbinas Pelton são preferencialmente usadas para altas quedas d’agua, elas têm larga aplicação na área de usinas hidrelétricas. Exemplos de usinas: USINA GILGEL GIBE II – ETIÓPIA Gilgel Gibe II é atualmente a usina hidrelétrica mais potente da Etiópia, com uma capacidade instalada de 420 MW. A empresa Voith forneceu quatro turbinas Pelton e seus geradores e todo o equipamento mecânico e elétrico da planta, além do treinamento para a equipe que operará a usina. O projeto aumentou a capacidade hidrelétrica instalada da Etiópia em mais de 50%. Antes de a usina Gilgel Gibe II entrar em funcionamento, apenas 15% das vilas da Etiópia estavam conectadas à rede elétrica. Atualmente, metade das zonas rurais tem acesso à energia elétrica. Gilgel Gibe II usa a água da antiga central Gilgel Gibe I, localizada a montante da nova usina, no rio Gibe. A cerca de 500 metros acima da casa de força, a água é encaminhada pelo túnel revestido de concreto até dois condutos forçados que correm pela superfície. Após um trecho horizontal, um abrupto aumento na inclinação dos condutos faz com que a água ganhe velocidade rapidamente. Após algumas centenas de metros, as tubulações de pressão são separadas em quatro tubos distribuidores para girar os rotores das turbinas Pelton. A água é então direcionada para as conchas dos rotores da turbina por meio de seis bicos injetores, fazendo girar os rotores das turbinas de quase três metros e meio de diâmetro a 333 rotações por minuto. Os rotores Pelton e os geradores foram fabricados pela empresa Voith em São Paulo, no Brasil. Já o seu perfil hidráulico foi otimizado na fábrica da empresa, em Heidenheim, na Alemanha. A moderna tecnologia do perfil permite uma perda mínima de energia no momento em que o jato d‘água atinge os rotores da turbina à velocidade de mais de 350 quilômetros por hora. Exemplos de usinas no Brasil: • USINA HENRY BORDEN O complexo Henry Borden, localizado no sopé da Serra do Mar, em Cubatão, é composto por duas usinas de alta queda (720 m), denominadas de Externa e Subterrânea, com 14 grupos de geradores acionados por turbinas Pelton, perfazendo uma capacidade instalada de 889 MW, para uma vazão de 157 m3/s. • USINA EXTERNA A mais antiga das usinas possui oito condutos forçados externos e uma casa de força convencional. A primeira unidade foi inaugurada em 1926, as demais instaladas até 1950, num total de oito grupo geradores, com capacidade instalada de 469MW. Cada gerador é movido por duas turbinas tipo Pelton, acionadas pelas águas conduzidas do Reservatório do Rio das Pedras que atingem a Casa de Válvulas onde, após passarem por duas válvulas borboletas através de condutos forçados, descem a encosta atingindo as suas respectivas turbinas, perfazendo uma distância de aproximadamente 1.500 m. • USINA SUBTERRÂNEA A Usina é composta de seis grupos geradores, instalados no interior do maciço rochoso da Serra do Mar, em uma caverna de 120 m de comprimento, 21 m de largura e 39 m de altura, cuja capacidade instalada é de 420MW. O primeiro grupo gerador entrou em operação em 1956. Cada gerador é movido por uma turbina Pelton acionada por quatro jatos d'água. •USINA HIDRELÉTRICA PIRAÍ Fundada em 1908, a hidrelétrica foi a primeira construída em Santa Catarina e é uma das únicas do Estado a gerar energia sem sofrer interrupções. A usina está localizada no fim da Estrada do Salto 1, aos pés da cachoeira do Piraí. (Ver dados na Tabela da próxima página) •USINA HIDRELÉTRICA PARIGOT DE SOUZA A Usina Hidrelétrica Governador Pedro Viriato Parigot de Souza possui a potência de 260 MW, e está situada no município de Antonina. Seu reservatório está localizado na Rodovia BR-116 (trecho Curitiba - São Paulo), no município de Campina Grande do Sul, a 50 km de Curitiba. A Usina Parigot de Souza entrou em operação em outubro de 1970, tendo sido inaugurada oficialmente em 26 de Janeiro de 1971, quando entrou em operação comercial. Ela é a maior central subterrânea do sul do país. Informações Técnicas: CARACTERÍSTICAS EQUIPAMENTOS Rio Piraí Bacia Bacia do Rio Itapocu Coordenadas Geográficas LATITUDE: 26° 17’ S LONGITUDE: 49° 17’ W Municípios e Estado Joinville / SC POTENCIA (Instalada / Efetiva) 1,35 / 0,70 MW NÚMERO DE UNIDADES 06 -- VAZÃO MÁXIMA TURBINADA 0,59 m3/ s QUEDA LÍQUIDA MÁXIMA 319,47 m ÁREA DE DRENAGEM 9,03 km2 ÁREA INUNDADA 0,12 km2 TURBINAS G E R A D O R E S Início Unidade Tipo Potência (MW) Potência (MVA) Rotação Operação 01 Pelton 0,25 0,25 1.200 1908 02 Pelton 0,25 0,25 1.200 1908 03 Pelton 0,25 0,25 1.200 1911 04 Pelton 0,30 0,44 1.200 1915 05 Pelton 0,30 0,25 1.200 1924 06 Pelton 0,45 0,44 1.200 1928 Descarga média do rio Capivari 17 m3/s Velocidade da água 426 km/h Produtividade anual 900.000.000 kWh 4 turbinas Palton Velocidade 514 rpm CANAL SUBTERRÂNEO DE ÁGUA Bibliografias: ✓MÁQUINAS TÉRMICAS E HIDRÁULICAS - PROF. LUIZ CORDEIRO UERJ ✓MÁQUINAS MOTRIZES HIDRÁULICAS – ARCHIBALD JOSEPH MACINTYRE ✓SISTEMAS FLUIDOMECÂNICOS – PROF. JORGE VILLAR ALÉ PUCRS ✓http://www.dem.feis.unesp.br/intranet/capitulo8.pdf ✓www.copel.com ✓www.celesc.com.br ✓www.voith.com Máxima Capacidade de Potência 85.700 CV Capacidade Ativa Nominal 65.000 kW Transformadores trifásicos – 04 Unidades 70 MVA Freqüência Nominal 60 Hz Diâmetro 5,30 metros Comprimento 15.4 km
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