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Manual do Jovem Advogado

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Manual do 
JOVEM ADVOGADO
2ª edição 
Revisado e Atualizado
Noções e dicas para iniciar no mercado de trabalho
Porto Alegre/RS, 2011
verso da capa
CAA
1
2
Manual do 
JOVEM ADVOGADO
2ª edição 
Revisado e Atualizado
Noções e dicas para iniciar no mercado de trabalho
Porto Alegre/RS, 2011
3 
4
PRESIDENTE DA OAB/RS
CLAUDIO PACHECO PRATES LAMACHIA
Presidente da CEJA
Pedro Zanette Alfonsin 
Vice-Presidente da CEJA
Matheus Portella Ayres Torres 
Secretário-Geral da CEJA
Felipe Waquil Ferraro 
COMISSÃO DE TRABALHO DO MANUAL 
DO JOVEM ADVOGADO
Antonio Zanette
Aline Frimm Krieger
Artur Santos Daudt de Oliveira
Camila Mollerke
Cristiana Sanchez Gomes Ferreira
Fábio Peres Mesquita
Felipe Waquil Ferraro 
Leonardo Barcelos de Oliveira
Marlon Adriano Balbon Taborda
Matheus Portella Ayres Torres
Marciano Barbieri (membro honorário)
Mariana Koch
Ramiro Grando
Rodrigo Bueno Prestes
Rodrigo Cassol Lima
Taísa Salvi
Vinicius Cervo
COMISSÃO ESPECIAL DO JOVEM ADVOGADO 
5
6
7 
 
PREFÁCIO 
 
Ao nos aproximarmos do limiar de um NOVO ANO, senti imensa 
satisfação e orgulho em receber o segundo exemplar do Manual do Jovem 
Advogado. O talentoso colega Pedro Alfonsin, Presidente da Comissão 
Especial do Jovem Advogado da OAB/RS, tem conduzido uma notável 
plêiade de jovens advogados que constituem a laboriosa e brilhante 
comissão, com inusitado entusiasmo, empenho e real interesse. 
A relevante tarefa assumida pelos jovens colegas ultrapassou em 
muito as expectativas dos que, como eu, militam há longos anos nessa 
difícil , mas gratificante tarefa profissional e, ainda assim, dedicam uma 
parcela ponderável de seu precioso tempo diário para prestar um 
relevante serviço à Ordem dos Advogados do Brasil . 
Oriundos de Faculdades de Direito sediadas na capital e no 
interior, onde se iniciaram nas ciências jurídicas, os jovens colegas de 
acentuado espírito público lograram aprovação no exame de ordem e não 
hesitaram, tão logo obtiveram sua inscrição na OAB, em se integrar à 
nossa instituição para fortalecê-la e colaborar ativamente para que esta 
defenda com coragem e obstinação o Estado Democrático de Direito, 
fundamento de uma sociedade progressista, humana e justa. 
Desde a instalação da Comissão do Jovem Advogado, o vibrante 
grupo organizou inúmeras reuniões, promoveu debates, cursos e 
seminários inteiramente voltados ao aprimoramento da cultura jurídica e 
à integração da comissão com os jovens advogados que vivem no interior 
e que estão inscritos numa das 106 Subseções espalhadas pelo imenso 
território rio-grandense. Tem sido um trabalho intenso, eficiente, digno 
da nossa admiração e do nosso aplauso. 
Depois de lançarem e propagarem com êxito a primeira edição do 
referido manual, os jovens da comissão elaboraram esta segunda edição, 
que traz a marca da experiência acumulada e um propósito de 
extraordinário e altruístico significado: orientar outros novos e jovens 
colegas. 
 
8 
 
O material escolhido e bem programado é de simples e gratificante 
leitura. Um produto autêntico de colegas responsáveis. São todos jovens 
colegas, competentes, comprometidos, dedicados ao estudo e à fraterna 
convivência, e oferecem à sociedade um magnífico exemplo de união e 
de devoção aos interesses da classe e da cidadania. 
Este Manual, concebido, proposto, organizado e revisado pela 
Comissão Especial do Jovem Advogado da OAB/RS, é dedicado aos 
milhares de jovens que estão inscritos na nossa Seccional, iniciando sua 
atividade profissional. 
É também de caráter eminentemente prático, por isso, de 
apontamentos reduzidos, com o objetivo de orientar para a prática 
forense, sabidamente árdua, mas caminho da plena realização 
profissional. 
Quando a Diretoria da OAB/RS aprovou sua reedição, por 
considerá-la efetivamente de marcante utilidade aos que desejam atuar 
nos foros e tribunais do país com dedicação integral, responsabilidade e 
eficiência, também teve por escopo homenagear ao Presidente e a todos 
os integrantes da Comissão do Jovem Advogado. 
É uma homenagem simples, mas de sincero reconhecimento a uma 
Comissão que se revelou atuante, interessada, comprometida com os 
anseios da classe e que trabalha em perfeita sintonia com esta gestão, 
que tem administrado a Seccional com permanente fidelidade ao lema 
“OAB/RS - Transparente e Participativa”. 
É desejo da nossa Diretoria e do Conselho Seccional que os 
milhares de jovens que, para nosso orgulho, integram nossos quadros, 
após vencerem arduamente todas as etapas de uma boa formação, possam 
complementá-la, agindo com constante e integral observância aos 
princípios consagrados no Código de Ética e Disciplina e às normas 
expressas na Lei 8.906/94 - Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil 
- alcançando, assim, a gratificação do resultado profícuo e do êxito 
profissional. 
Claudio Pacheco Prates Lamachia 
Presidente da OAB/RS 
9 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Inicialmente cabe uma menção honrosa a incansável Comissão de 
formatação do Manual do Jovem Advogado, que representa todo o 
esforço dos dirigentes da OAB/RS nos últimos anos para dar guarida 
para aqueles advogados que estão iniciando a carreira. 
Hoje no Brasil, as Faculdades de Direitos formam todo ano 
inúmeros Bacharéis em Direito, formação esta extremamente positiva, 
que propicia o exercício do trabalho em diversas áreas, haja vista as 
carreiras públicas e privadas, sendo a mais conhecida delas a advocacia, 
profissão esta, das mais relevantes na sociedade. 
O advogado é o único profissional liberal mencionado 
expressamente na Constituição Federal, no seu artigo 133, que este é 
indispensável à administração da justiça, exigindo uma qualificação 
técnica adequada para defender o direito do seu constituído. 
Para aqueles que escolheram a advocacia como profissão, é 
fundamental compreender suas prerrogativas desde o inicio, como ensina 
Ruy Barbosa, patrono da advocacia, na Oração aos Moços: 
 
Eis o de que nos há de preservar a just iça brasi leira, 
se a deixarem sobreviver, ainda que agredida, oscilante e 
mal segura, aos outros elementos consti tut ivos da 
república, no meio das ruínas, em que mal se conservam 
ligeiros traços da sua verdade. 
Ora, senhores, esse poder eminencialmente 
necessário, vi tal e salvador, tem os dois braços, nos quais 
aguenta a lei , em duas inst i tuições: a magistratura e a 
advocacia, tão velhas como a sociedade humana, mas 
elevadas aos cem dobros, na vida consti tucional do 
Brasil , pela estupenda importância, que o novo regime 
veio dar à just iça. 
Meus amigos! É para colaborardes em dar existência 
a essas duas inst i tuições que hoje saís daqui habil i tados. 
Magistrados ou Advogados sereis, duas carreiras quase 
sagradas, inseparáveis uma da outra, e , tanto uma como a 
outra, imensas nas dif iculdades, responsabil idades e 
ut i l idades. 
 
 
 
10 
 
A Comissão Especial do Jovem Advogado da OAB/RS (CEJA) 
ganha importância na medida em que tem como fulcro primordial, 
fornecer subsídios para que o profissional tenha condições mínimas de 
iniciar a carreira e para que participe da Instituição. 
Exemplos de Projetos bem sucedidos da CEJA são: o primeiro 
Manual do Jovem Advogado, os Grupos de Estudos, a formação de 
comissões no interior do estado, o Meeting da OAB Jovem, campanha 
contra o aviltamento dos honorários advocatícios, o engajamento de 
centenas de jovens advogados junto a OAB, eventos de confraternização, 
destacam o jovem advogado dentro da sua instituição e perante a 
sociedade. 
Foi nesse sentido que a OAB/RS resolveubrindar os jovens 
advogados de todo o Estado com a Segunda Edição do Manual do Jovem 
Advogado. 
 
 
Pedro Zanette Alfonsin 
Presidente da CEJA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
SUMÁRIO 
 
1. A HISTÓRIA DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL ................................................. 12 
2. OS PROJETOS DA CEJA ............................................................................................................ 13 
2.1 Interiorização ........................................................................................................................ 13 
2.2 Grupos de Estudos ................................................................................................................ 14 
2.3 OAB nas Faculdades de Direito ........................................................................................... 14 
2.4 Eventos ................................................................................................................................. 15 
2.5 Meeting Jurídico ................................................................................................................... 15 
3. O QUE A OAB OFERECE AOS ADVOGADOS ........................................................................... 15 
3.1 Escola Superior da Advocacia – ESA................................................................................... 16 
3.2 Caixa De Assistência dos Advogados Do Rio Grande Do Sul - CAA/RS ........................... 16 
3.2.1 Serviços e Instalações da CAA/RS em Porto Alegre: ...................................................... 16 
3.3 Sede Campestre e Galpão Crioulo: ....................................................................................... 17 
3.4 Cooperativa de Crédito dos Advogados ............................................................................... 18 
4. DOS DIREITOS E PRERROGATIVAS DO ADVOGADO ........................................................ 18 
4.1 Da Ausência de Hierarquia e Subordinação ......................................................................... 19 
4.2 Da Independência Profissional e sua Inviolabilidade ........................................................... 19 
4.3 DO SIGILO PROFISSIONAL ..................................................................................................... 21 
4.4 Do Direito de Comunicação com o Cliente, do Exame de Autos e Carga Processual .......... 21 
4.5 Do livre ingresso em Recintos Judiciais, Repartições e Assembléias e do Direito ao uso da 
Palavra ................................................................................................................................................23 
4.6 Do Direito ao Desagravo Público e a Salas de Advogados .................................................. 24 
4.7 Das Medidas da Seccional do Rio Grande do Sul em Defesa das Prerrogativas .................. 24 
4.8 Plantão da Comissão de Defesa, Assistência e das Prerrogativas dos Advogados José 
Francisco Oliosi da Silveira - Gestão 2010/2012................................................................................... 25 
5. DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE ........................................................................... 26 
5.1 Procuração ............................................................................................................................ 26 
5.2 Substabelecimento, Renúncia e Revogação .......................................................................... 27 
5.3 Honorários Advocatícios ...................................................................................................... 28 
5.3.1 Honorários Contratuais .................................................................................................... 28 
5.3.2 Honorários Sucumbenciais ............................................................................................... 29 
5.3.3 Trabalhistas ...................................................................................................................... 30 
5.3.4 Prestação de Serviço como Advogado Correspondente ................................................... 30 
5.3.5 Tabela de Honorários da OAB/RS ................................................................................... 31 
5.3.6 Cobrança e Execução de Honorários ................................................................................ 31 
5.4 Prestação de Contas .............................................................................................................. 32 
6. DA RESPONSABILIDADE CIVIL e CRIMINAL DO ADVOGADO ........................................... 33 
6.1 Da Responsabilidade Contratual do Advogado .................................................................... 34 
6.2 Da Obrigação de Meio e de Fim na Atividade advocatícia .................................................. 34 
6.3 Da Responsabilidade Subjetiva/Objetiva .............................................................................. 35 
6.4 Responsabilidade por Ação: Comissão e Omissão ou Ausência de conduta do agente ........ 35 
6.5 Responsabilidade Criminal do Advogado. ........................................................................... 36 
7. DA ATUAÇÃO DO ADVOGADO EM AUDIÊNCIA ................................................................ 36 
8. PROCESSO ELETRÔNICO ......................................................................................................... 38 
9. LIMITES DA PUBLICIDADE NA ADVOCACIA ......................................................................... 39 
10. TRIBUTAÇÃO NA ADVOCACIA ......................................................................................... 40 
10.1 Da Tributação aos Advogados e das Sociedades de Advogados. ......................................... 40 
10.1.1 Advogado - Pessoa Física: ............................................................................................... 41 
10.2 SOCIEDADES DE ADVOGADOS: .................................................................................... 44 
10.2.1 Impostos pagos mensalmente ...................................................................................... 44 
10.2.2 Impostos pagos trimestralmente .................................................................................. 45 
10.3 REMUNERAÇÃO ADVOGADO ....................................................................................... 45 
10.3.1 Como empregado: ............................................................................................................ 46 
10.3.2 Como sócio: ................................................................................................................. 46 
10.3.3 Como Associado: ......................................................................................................... 46 
10.3.4 Contribuições Sindicais e a OAB ............................................................................ 47 
10.3.5 Reembolso de Despesas ............................................................................................... 47 
11. VOCÊ SABIA QUE ................................................................................................................. 48 
12. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 51 
12 
 
 
1. A HISTÓRIA DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
 
Por ato do Imperador Dom Pedro I, em 11 de agosto de 1827, 
fundaram-se os Cursos de Ciências Jurídicas e Sociais no Brasil - um na 
cidade de São Paulo e outro na cidade de Olinda. 
O surgimento da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) se deu 
por influência dos estatutos da associação portuguesa que já em 1838 
previam a criação de uma Ordem dos Advogados nos moldes conhecidos 
atualmente. 
Em 1843, no Brasil , advogados reunidosna casa do Conselheiro 
Teixeira de Aragão elaboraram os estatutos do Instituto dos Advogados 
Brasileiros - IAB - com uma finalidade precípua: “a constituição da 
Ordem dos Advogados”, sendo aprovado no mesmo ano pelo Governo 
Imperial que objetivava a organização da entidade. 
No entanto, a criação da OAB efetivou-se quase um século após a 
aprovação dos seus estatutos. Pode-se dizer que a criação da OAB se 
confunde com a sua primeira atuação no intento de concretizar os 
princípios de democracia e justiça social já que nasce em razão de um 
momento crítico da vida política do país – revolução de 1930. 
O primeiro regulamento da OAB foi aprovado mediante o Decreto 
n. 20.784/1931, prevendo a criação do Conselho Federal para o exercício 
das atribuições da Ordem em todo o território nacional. 
Sob a condução de Levi Carneiro na condição de primeiro 
presidente da OAB e Attílo Vivácqua a Ordem se consolidou como 
entidade representativa da sociedade. 
Carneiro e Vivácqua, à frente da presidência organizaram a 
instituição solucionando os problemas de interpretação do Estatuto 
atuando em prol da criação das seções estaduais e elaborando o Código 
de Ética. 
No decorrer da Segunda Guerra Mundial, após o abatimento de 
cinco navios brasileiros por submarinos alemães, em 1942, a OAB exigiu 
do Governo providências para o desagravo da soberania nacional. A 
13 
 
repercussão da medida em conjunto com manifestações populares fez 
com que o país entrasse na Guerra juntando-se aos Aliados. 
Em 1964, com o Golpe Militar, registram-se mais atuações da OAB 
na defesa das garantias fundamentais organizando e consolidando uma 
sociedade livre e democrática. Teve poder de decisão, no tocante aos 
Advogados com direitos políticos suspensos pelo Governo, determinando 
que estes não mais estariam impedidos de exercer a advocacia. 
Em 1983 a OAB juntamente com entidades e partidos 
oposicionistas encetaram a campanha “Diretas Já!”, pleiteando a escolha 
do chefe do executivo por voto popular. 
Ainda, contou com participação direta e efetiva em prol da 
democracia, para a promulgação da Constituição de 1988, representando 
o fim dos vestígios autoritários provenientes da época da ditadura. 
Portanto, a OAB vem cumprindo seus objetivos e finalidades de 
forma a preservar os valores correspondentes à defesa da democracia e 
das prerrogativas individuais, não se calando frente a acontecimentos 
políticos temerários e se mostrando como entidade indispensável ao 
cultivo de uma sociedade plenamente livre. 
 
 
2. OS PROJETOS DA CEJA 
 
2.1 Interiorização 
 
A Comissão Especial do Jovem Advogado, desde 2008, em 
conjunto com a diretoria da OAB/RS busca incentivar a instalação de 
comissões em todas as subseções de modo a tornar realidade o ideal em 
volto da expressão “Nenhuma subseção sem CEJA”. 
O trabalho, coordenado por Matheus Portella Ayres Torres, visa 
implementar os projetos da CEJA nas subseções, sendo elo entre o jovem 
advogado e sua entidade de classe. 
 
 
 
14 
 
2.2 Grupos de Estudos 
 
Os Grupos de Estudos da CEJA, coordenado por Felipe Waquil 
Ferraro, visa à interação dos jovens advogados sobre temas específicos, 
tanto a distância, quanto através de encontros presenciais, a fim de 
debater temas peculiares de cada matéria. 
Em junho/2011, os grupos contavam com aproximadamente 2.000 
(dois mil) cadastrados nas 17 (dezessete) áreas oferecidas, sendo, em 
média, 40% (quarenta por cento) dos integrantes atuantes no interior do 
Estado. 
O número elevado de inscritos demonstra uma nova visão dos 
recém-formados, os quais buscam melhores conhecimentos pela troca de 
informações. Interessante ressaltar que os grupos de estudos são 
inteiramente gratuitos. 
Os grupos disponíveis atualmente são: 
 
Civil - Processo Civil – Penal - Processo Penal - Trabalho 
 
Societário e Recuperação de Empresas – Informática - Ambiental 
 
Consumidor – Tributário - Família e Sucessões - Previdenciário 
 
Administrat ivo – Consti tucional – Desport ivo - Médico 
 
Propriedade Intelectual - Internacional 
 
 
2.3 OAB nas Faculdades de Direito 
 
O Projeto “Conhecendo a OAB/RS”, desenvolvido pela Comissão 
Especial do Jovem Advogado (CEJA), coordenado por Leonardo Barcelos 
de Oliveira, em conjunto com a Escola Superior de Advocacia (ESA), 
visa propiciar aos estudantes do curso de Direito maior conhecimento 
sobre temas que são essenciais ao advogado. 
Por intermédio de palestras, os graduandos são orientados para que 
tenham condutas compatíveis com os preceitos dispostos na legislação 
que rege a advocacia e nos demais princípios a ela atinentes. 
15 
 
 
 
2.4 Eventos 
 
A CEJA, em conjunto com a OAB/RS e CAA-RS, possui 
tradicionais eventos em seu calendário anual, tais como: 
 
- Festa Junina da OAB-RS; 
- CEJA no Acampamento Farroupilha; 
- Encontro Estadual do Jovem Advogado. 
- Encontros Regionais dos Grupos de Estudos 
 
 
2.5 Meeting Jurídico 
 
A iniciativa leva aos advogados que se encontram em início de 
carreira, informações sobre a profissão e o mercado de trabalho por meio 
de palestras realizadas por renomados nomes do direito e da área 
empresarial. 
Os encontros são realizados mensalmente sendo que, os debates 
buscam oferecer experiências profissionais a fim de agregar e inovar a 
carreira jurídica do jovem advogado, por exemplo, a relação do 
empresário ou cliente/pessoa física com o advogado. 
 
 
Para maiores informações sobre os projetos realizados pela 
CEJA, contatar a Secretaria das Comissões por intermédio do 
telefone (51) 3284-6400 ou pelo site www.jovemadvogado.com.br 
 
 
3. O QUE A OAB OFERECE AOS ADVOGADOS 
 
16 
 
3.1 Escola Superior da Advocacia – ESA 
 
 
A Escola Superior de Advocacia do Rio Grande do Sul – ESA – foi 
criada no ano de 1985, através da resolução n 24/85 do Conselho 
Seccional, tendo sido a primeira do Brasil. 
Seu objetivo é garantir o aprimoramento profissional e cultural de 
advogados e estagiários. 
Nos últimos anos, disponibilizou, através de convênio com a AASP 
(Associação dos Advogados de São Paulo), cursos telepresenciais, 
inclusive de Pós-Graduação, possibilitando amplo acesso dos 
profissionais da advocacia. 
Ainda, há, semanalmente, o “Cinema na ESA”, no qual se pode, de 
forma gratuita, assistir a filmes previamente informados. 
Informa-se, outrossim, que, ao jovem advogado, a ESA oferece 
descontos especiais, além de espaço para publicações de artigos junto ao 
Jornal da Ordem. 
 
 
3.2 Caixa De Assistência dos Advogados Do Rio Grande Do Sul - 
CAA/RS 
 
A presidência da CAA/RS é exercida por Arnaldo de Araújo 
Guimarães e possui sede na OAB/RS na Rua Washington Luís, 1110 – 
3º/4º/5º andar - Centro Histórico - CEP: 90010-460 – Porto Alegre/RS 
Telefone: (51) 3287.7400 Site: www.caars.org.br - E-mail: 
caars@caars.org.br. 
 
 
3.2.1 Serviços e Instalações da CAA/RS em Porto Alegre: 
 
-Benefícios: (51) 3287.7413 
-Convênios: (51) 3287.7412 
17 
 
-Loja: (51) 3287.7480 
-Marketing: (51) 3287.7447 
-Cafeteria: (51) 3287.7470 
-Farmácia: (51) 3287.7491 
-Livraria: (51) 3287.7442 
-Óptica: (51) 3287.7440 
-Centro de saúde: (51) 3287.7471 
 
- Clínica Odontológica: Dentística, periodontia, endodontia, 
odontopediatria, clareamento, ortodontia e bruxismo. 
- Clínica Médica: Clínica-geral, cardiologia, otorrinolaringologia, 
dermatologia, ginecologia, pediatria, geriatria, urologia e nutrição. 
- Fisioterapêutica : Reeducação postural global, fisioterapia, e 
acupuntura. 
- Psicoterapêutica: Psiquiatria e psicologia. 
- Cuidados especiais : Massoterapia, estética facial, l impeza de 
pele e peeling . 
 
 
Para informações sobre os serviços e instalações disponibilizados, 
consulte o site da CAA/RS ou o setor de Convênios pelo telefone (51) 
3287.7412. 
 
 
3.3 Sede Campestre e Galpão Crioulo: 
 
A sede Campestre e o Galpão Crioulo, sob administração da 
CAA/RS, estão à disposição dos advogados e estagiários de todo o 
Estado do Rio Grande do Sul, bem como seus dependentes e contam com 
área de lazer, espaço para comemoração de festas, casamentos, 
aniversários, entre outros. Informações telefones (51) 8137.3485 (51) 
3287.7433. 
 
 
18 
 
3.4 Cooperativa de Crédito dos Advogados 
 
O objetivo da criação da Cooperativa de Crédito dos Advogados 
Gaúchos é proporcionar aos advogados acesso a produtos e serviços 
financeiros, voltados para as necessidades da nossa classe, com taxas 
mais baixas em comparação às praticadas pelas instituições financeiras 
comerciais. O grande diferencial da COOABCred é que, ao se associar, o 
advogado passará a ser dono da Cooperativa, tendo, ao final de cada 
período fiscal, direito à participação proporcional na distribuição das 
sobras da operação cooperativada. 
Para se associar à Cooperativa de Crédito dos Advogados Gaúchos 
deve ser preenchida a ficha cadastral e realizada a integralização de 
cota-capital, no valor mínimo de R$ 500,00 (quinhentos reais), valor que 
poderá ser parcelado em até 10 vezes. Através do link 
http://www.oabrs.org.br/cooperativa_credito.php pode ser realizado o 
download dos formulários e instruções para preenchimento do cadastro e 
abertura da conta. Após, o advogado deverá entrar em contato pelos 
telefones (51) 3287-2800 com Taynah, ou (51) 3287-1800, ramal 1926 
com Rita Frank, para receber as instruções sobre o local de entrega da 
documentação. Aquelas subseções que tiverem malote com a Seccional 
poderão utilizar tal meio para a remessa dos documentos, aos cuidados 
da Vice-Presidência. 
 
 
4. DOS DIREITOS E PRERROGATIVAS DO ADVOGADO 
 
Estabelece o artigo 133 do Constituição Federal de 1988, o 
advogado é indispensável à administração da Justiça, sendo defensor do 
Estado Democrático de Direito, da cidadania, da moralidade pública, da 
Justiça e da paz social, cabendo a esse tratar a todos, com cordialidade, 
respeito, discrição e independência, devendo exigir igual tratamento, 
sempre zelando pelas prerrogativas a que tem direito. 
19 
 
Em nosso país, o exercício da advocacia é privativo dos que se 
inscrevem nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil. Desta forma, 
embora a Constituição Federal assegure o livre exercício de qualquer 
trabalho, ofício ou profissão, condiciona tal direito à observância das 
condições indispensáveis estabelecidas pela legislação 
infraconstitucional. 
Ademais, são nulos os atos praticados por pessoa não inscrita na 
Ordem dos Advogados do Brasil , sem prejuízo das sanções civis, penais 
e administrativas. 
Por tal razão, é de extrema importância que o advogado ao 
ingressar nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil, conheça os 
direitos e deveres inerentes ao seu exercício profissional, dispostos na 
Lei n. 8.906 de 04 de julho de 1994. 
 
 
4.1 Da Ausência de Hierarquia e Subordinação 
 
No exercício da advocacia, não há hierarquia entre advogados, 
magistrados e Ministério Público, devendo, como referido acima, todos 
se tratarem com consideração e respeito recíprocos. 
Ao advogado é dado o direito de exercer livremente seu ofício, em 
todo território nacional. Respeitada as determinações legais, no exercício 
da advocacia, é indispensável à utilização do documento profissional, 
servindo, inclusive, como prova de identificação civil para todos os fins 
legais. 
 
 
4.2 Da Independência Profissional e sua Inviolabilidade 
 
No exercício da profissão o advogado é inviolável, situação que se 
aplica tanto ao profissional público quanto particular. De modo que 
advogado está no cumprimento do dever de prestar assistência àquele que 
o constituiu, dispensando-lhe orientação jurídica perante qualquer órgão 
do Estado e converte a sua atividade profissional, quando exercida com 
20 
 
independência e sem indevidas restrições, em prática inestimável de 
liberdade. 
Assim sendo, independentemente da instância em que se encontre 
exercendo seu trabalho, incumbe, ao advogado, neutralizar os abusos, 
fazer cessar o arbítrio, exigir respeito ao ordenamento jurídico e velar 
pela integridade das garantias legais e constitucionais outorgadas àquele 
que lhe confiou à proteção de sua liberdade e de seus direitos1. 
A exemplo disso, o Conselho Nacional de Justiça, em recente 
decisão2 em sessão plenária, recomendou que os magistrados se eximam 
de ameaçar ou determinar a prisão de advogados públicos federais e 
estaduais para forçar que sejam cumpridas decisões judiciais dirigidas 
aos gestores públicos, uma vez que, a inviolabilidade do advogado no 
exercício da função é norma insculpida na Constituição Federal. 
A inviolabilidade do advogado estende-se, também, ao seu 
escritório ou local de trabalho, a sua correspondência escrita ou 
eletrônica, telefônica e telemática, bem como aos demais instrumentos de 
trabalho utilizados, desde que digam respeito ao exercício profissional. 
Desta forma, somente em casos em que estiverem presentes 
indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte do 
advogado, é que a autoridade competente poderá decretar a quebra dessa 
inviolabilidade, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e 
apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de 
um representante da Ordem dos Advogados do Brasil, sendo, em 
qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos 
objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos 
demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre 
clientes. Salvo nesses casos, qualquer violação de sigilo ou interceptação 
de comunicação do advogado será ilegal, configurando abuso de poder. 
O advogado só pode ser preso em flagrante, por motivo de 
exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, devendo haver a 
 
1 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas corpus n. 98.237. Brasília, 15 dez. 2009. Relator Ministro 
Celso de Mello. DJ, 06 nov. 2010. Disponível em: <http://www.stf.jus.br>. Acesso em: 22 set. 2011. 
2 BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Brasília. Pedido de Providências 0000749-61.2011.2.00.0000, 
30 ago. 2011. Relator Conselheiro Jorge Hélio de Oliveira. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/>. 
Acesso em: 02 set. 2011. 
21 
 
presença de um representante da Ordem dos Advogados do Brasil, para 
lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos 
deve ocorrer a comunicação expressa à seccional onde o profissional se 
encontra inscrito. 
O advogado preso, só poderá ser recolhido antes de sentença com 
trânsito em julgado em sala de Estado Maior, com instalações e 
acomodações condignas e, na sua falta, em prisão domiciliar. 
O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injuria, 
difamação ou desacato que seja punível em relação a qualquer 
manifestação mais acalorada de sua parte. Nestes casos, entende-se que 
prevalece a intenção de defender, que, consequentemente, exclui a 
vontade de ofender. Todavia, existem sanções disciplinares perante a 
Ordem dos Advogados do Brasil , pelos excessos que venha a cometer. 
 
 
4.3 DO SIGILO PROFISSIONAL 
 
Ao advogado compete o sigilo das informações recebidas declientes, impondo-se o seu respeito, exceto em hipóteses de grave 
ameaça à vida, à honra, ou quando o advogado se veja afrontado pelo 
próprio cliente e, em defesa própria, tenha que revelar segredo, porém 
sempre restrito ao interesse da causa. 
Mesmo que liberado ou solicitado pelo cliente, o advogado pode 
recusar-se a depor como testemunha em processo no qual tenha 
funcionado ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de 
quem seja ou foi procurador, especialmente se versar sobre fato 
relacionado ao sigilo profissional. 
 
 
4.4 Do Direito de Comunicação com o Cliente, do Exame de Autos e 
Carga Processual 
 
Em observância ao princípio da ampla defesa, é assegurado ao 
advogado comunicar-se pessoal e reservadamente com seu cliente, 
22 
 
independentemente de procuração, ainda que esse esteja preso, detido ou 
recolhido em estabelecimento civil ou militar, e ainda mesmo que esteja 
considerado incomunicável. 
É direito do advogado examinar, em qualquer órgão dos poderes 
Judiciário e Legislativo, da Administração Pública em geral, ainda que 
sem procuração, os autos dos processos, estejam eles em andamento ou 
já tenham sido encerrados, podendo extrair cópias das peças que julgar 
importantes e fazer anotações, ou retirá-los em carga pelo prazo legal, 
afora os processos sob regime de segredo de justiça ou outras 
circunstâncias estabelecidas na Lei n. 8.906/94. 
Deste modo, é ilegal qualquer “ato normativo”, “resolução” ou 
“portaria”, seja ela administrativa ou judicial, que vise a restrição de 
vista e retirada de autos em carga pelo advogado. Ao magistrado não 
compete legislar, mas tão somente interpretar e aplicar a lei. 
É direito do advogado examinar em qualquer repartição policial, os 
autos de inquérito e os de flagrante, estejam eles em andamento ou já 
tenham sido encerrados, ainda que eles estejam conclusos à autoridade 
policial, podendo extrair cópias das peças que julgar importantes e fazer 
anotações. 
Ainda no que se refere ao inquérito policial, mesmo à sombra de 
sigilo, pode o advogado examiná-lo, ainda que sem procuração, porque, 
embora a Constituição Federal estabeleça que todos os atos processuais 
serão públicos, salvo aqueles a que se decrete segredo de justiça, é 
importante lembrar que esta ressalva diz respeito exclusivamente aos 
autos processuais, e, por isso, não alcança o inquérito policial, mero 
procedimento administrativo que não integra o processo, ficando, 
consequentemente, fora do alcance da previsão referente ao segredo de 
Justiça3. 
Nesse sentido, em respeito ao direito de defesa e do devido 
processo legal, o Supremo Tribunal Federal aprovou a Súmula vinculante 
 
3 D’URSO, Luiz Flávio Borges. O sigilo do inquérito policial e o exame dos autos por advogado. Revista 
do Instituto de pesquisa e Estudos: Divisão Jurídica, Bauru, n. 24, p. 172-174. 
23 
 
n. 144, originária de proposta do Conselho Federal da Ordem dos 
Advogados do Brasil, que ratifica o direito do advogado, no interesse de 
seu cliente, a ter acesso amplo aos elementos de prova que já integrem os 
autos do inquérito policial, em qualquer repartição da policia judiciária. 
Deste modo, com a aprovação dessa Súmula vinculante, qualquer 
violação a prerrogativa de vista dos autos de inquérito e os de flagrante, 
não só permite medidas civis e penais, como também Reclamação ao 
Supremo Tribunal Federal. 
 
 
4.5 Do livre ingresso em Recintos Judiciais, Repartições e 
Assembléias e do Direito ao uso da Palavra. 
 
Ao advogado é permitido ingressar livremente em qualquer 
edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço 
público, incluindo salas de audiências, secretarias, cartórios, entre 
outros locais, podendo permanecer em pé ou sentado, conforme preceitua 
o inciso VI, do artigo 7º da Lei n. 8.906/94. Bem como, possui liberdade 
para se retirar destes locais, independentemente, de licença, inclusive em 
casos em que houver atraso do magistrado ou outra autoridade, nos 
termos dos incisos VII e XX, do mesmo diploma legal. 
É direito do advogado dirigir-se diretamente aos magistrados em 
salas e seus gabinetes de trabalho, independentemente de horário 
previamente marcado. 
O advogado pode falar em pé ou sentado, em juízo, tribunal ou 
órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder 
Legislativo. 
Ao advogado é permitido o uso da expressão, “pela ordem”, em 
qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer 
equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou 
afirmações que venham a influenciar a decisão a ser tomada pelo 
 
4 Súmula vinculante n. 14 do STF: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo 
aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com 
competência de policia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.” 
24 
 
magistrado, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem 
feitas. Da mesma forma que lhe é permitido reclamar, verbalmente ou 
por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a 
inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento. 
 
 
4.6 Do Direito ao Desagravo Público e a Salas de Advogados 
 
A todos os inscritos nos quadros da Ordem dos Advogados do 
Brasil é concedido o direito ao desagravo público, promovido pelo 
Conselho competente, de ofício, a pedido do próprio advogado ou de 
qualquer pessoa, quando ofendido no exercício da profissão, ou em razão 
desta. 
Ao Poder Judiciário e Executivo, compete a instalação em todos os 
juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas 
especiais permanentes para os advogados. 
 
 
4.7 Das Medidas da Seccional do Rio Grande do Sul em Defesa das 
Prerrogativas 
 
Desta forma, com o propósito de defender os direitos, garantias e 
prerrogativas dos advogados no exercício de sua profissão, a Ordem dos 
Advogados do Brasil, seccional do Rio Grande do Sul, criou, através do 
seu Regimento Interno, a Comissão de Defesa, Assistência e das 
Prerrogativas dos Advogados – José Francisco Oliosi da Silveira. Esta 
Comissão Permanente, com sede na Rua Washington Luiz, n. 1110, 
Centro Histórico, Porto Alegre, funciona de segunda a sexta-feira, das 
08h30minh às 18h30minh, com os seguintes telefones de contato: (51) 
3287.1853 ou (51) 3287.1827 e fax: (51) 3225.7806, com Vânia ou 
Fernanda. 
Nas demais subseções do Estado, o advogado que tenha, de alguma 
forma, sofrido ou esteja sofrendo qualquer espécie de violação a seus 
direitos, garantias e prerrogativas no exercício de sua profissão deve 
25 
 
procurar a sede da Ordem dos Advogados do Brasil , na Comarca onde 
esta tenha ocorrido. 
A Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas dos Advogados 
mantém, ainda, um plantão 24 horas, com atendimento realizado por seus 
membros. Deste modo, a Ordem dos Advogados do Brasil , seccional do 
Rio Grande do Sul, ciente das dificuldades enfrentadas pelos advogados 
no seu dia a dia, principalmente no inicio de sua militância, coloca à 
disposição da classe, profissionais aptos e prontos a intercederem em 
prol dos advogados nos casos de ameaça e violação das suas 
prerrogativas. 
Cumpre destacar, que esse serviço abrange todo o território do 
Estado do Rio Grande do Sul e é gratuito a todos os inscritos nos 
quadros da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Rio Grande do 
Sul. 
 
 
4.8 Plantão da Comissão de Defesa, Assistência e das Prerrogativas 
dos AdvogadosJosé Francisco Oliosi da Silveira - Gestão 
2010/2012 
 
Coordenador dos Plantões: 
Marçal dos Santos Diogo – OAB/RS 55.519 
Celular do Plantão: (51) 8170.7556 
 
Plantão no Crime: 
Mateus Marque Conceição – OAB/RS 71.869 
Celular do Plantão: (51) 8123.8923 
 
Plantão no Cível: 
Karina Contiero Silveira Santa Helena – OAB/RS 39.580 
Celular do Plantão: (51) 8170.7555 
 
 
26 
 
Plantão no Trabalho 
Maria Cristina Hofmeister Meneghini – OAB/RS 15.283 
Celular do Plantão: (51) 8170.7554 
 
 
5. DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE 
 
5.1 Procuração 
 
Procuração é o documento ou título mediante o qual uma pessoa, o 
mandante, outorga a outra, mandatário, por escrito ou em alguns casos 
verbalmente, poderes para praticar atos ou administrar interesses e/ou 
negócios. As regras gerais do mandato estão dispostas nos artigos 653º à 
691º, do Código Civil. 
São diversas espécies de procuração, importando para o presente 
trabalho a com cláusula ad judicia, que confere ao advogado poderes 
para representar outrem em Juízo. Para que a mandato possibilite tal 
representação deve nele constar, expressamente, nos poderes outorgados, 
a informação “para o fim específico de representar em juízo” ou 
semelhante. A assinatura do mandante não precisa ser reconhecida em 
tabelionato, salvo exceções legais. 
Há, ainda, poderes especiais, tais como reconhecer a procedência 
do pedido, transigir, desistir, que devem integrar o instrumento, caso 
seja de interesse das partes, nos termos do artigo 38º, do Código de 
Processo Civil. Quando a atuação for de advogados com pessoa jurídica 
constituída, o nome da empresa deve constar junto da qualificação dos 
profissionais. (artigo 15º, §3º, da Lei nº 8.906/94). 
Quanto à pessoa jurídica como outorgante, a procuração poderá ser 
por instrumento público ou será juntado nos autos, com a procuração, o 
contrato social da empresa em que conste que a pessoa que assinou o 
mandato tem poderes para tanto. 
Ademais, da prática forense, extrai-se que para que o advogado 
levante valores depositados em juízo em nome do seu cliente, tal poder 
deve constar da procuração. 
27 
 
No Juizado Especial Cível o mandato poderá ser verbal, salvo 
quanto aos poderes especiais (artigo 9º, §3º, da Lei nº 9.099/1995). 
Já na Justiça do Trabalho, o mandato pode ser tácito, sem 
procuração nos autos, conferida no ato da audiência dentre as partes, 
desde que conste da ata da solenidade (súmula 164 do TST) o mesmo se 
aplicando ao Direito Penal. Todavia, de salientar que, tanto na seara 
Trabalhista quanto Penal, o mandato tácito não alcança os poderes 
especiais. 
Em casos de urgência é possível atuar como advogado em um 
processo sem a devida procuração desde que esta seja juntada aos autos 
nos 15 dias subsequentes (artigo 5º, §1º, da Lei nº 8.906/94). 
O artigo 7º, da Lei nº 8.906/94 regula o acesso do advogado a 
processos/procedimentos e mesmo indivíduos recolhidos ao sistema 
prisional sem o instrumento de mandato. 
 
 
5.2 Substabelecimento, Renúncia e Revogação 
 
Substabelecimento é o ato pelo qual o advogado nomeia um 
substituto para a atuação em determinado processo, ou seja, transfere os 
poderes a si outorgados pelo seu cliente a um colega advogado. 
Há dois tipos: com reservas, quando o mandatário transfere, 
autoriza outro advogado a atuar na causa, mas não se afasta do processo 
(vide artigo 667º, do Código Civil quanto a responsabilidade) e sem 
reservas quando a substituição significa o afastamento do mandatário. 
Na hipótese de substabelecimento sem reservas persiste o direito 
do profissional em perceber honorários na proporção do seu trabalho. 
Revogação ocorre quando a parte mandante não deseja mais os 
serviços do advogado contratado, sendo que deverá constituir nos autos, 
novo representante (artigo 44, do Código de Processo Civil). 
Já a renúncia ocorre quando o mandante não deseja mais atuar no 
processo em nome do mandatário. Tal intenção deve ser comunicada 
formalmente ao mandante, via de regra, por carta com aviso de 
recebimento. 
28 
 
Persiste a responsabilidade do advogado quanto ao processo pelo 
prazo de 10 dias após a notificação da renúncia ao cliente (artigo 45, do 
Código de Processo Civil e artigo 5º, §3º, da Lei nº 8.906/94). 
Tanto na renúncia quanto na revogação, há direito do advogado 
perceber os honorários proporcionais ao trabalho prestado. 
Em havendo extinção do contrato dentre as partes, tanto o 
advogado sucessor quanto o sucedido deverá proceder nos termos do 
Código de Ética, CPC e poderão ser feitas consultas ao TED da OAB/RS. 
 
 
5.3 Honorários Advocatícios 
 
A advocacia é um munus público, como se observa no artigo 133 
da CF, sendo, portanto, a remuneração do advogado, o reconhecimento 
pela prestação de serviços, a qual poderá perdurar por anos. 
Define-se honorário como remuneração à pessoa que exerce 
profissão liberal por seus serviços. Consoante à doutrina e jurisprudência 
contemporâneas, os honorários advocatícios são verbas de natureza 
alimentar, processos e procedimentos falimentares, concurso de credores, 
insolvência civil e liquidação extrajudicial. 
A Lei nº 8.906/94 (Estatuto do Advogado) faz expressamente a 
distinção entre as espécies de honorários advocatícios nascidos de 
qualquer condenação judicial, diferenciando de forma peremptória, no 
artigo 22, os honorários convencionados (contratuais) dos 
sucumbenciais. 
 
 
5.3.1 Honorários Contratuais 
 
O Estatuto da Advocacia5 regulamenta sobre honorários nos seus 
arts. 22 a 26, estabelecendo certas regras. O advogado deve contratar, 
 
5 BRASIL. Lei n.º 8.906, de 4 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos 
Advogados do Brasil (OAB). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8906.htm>. 
Acesso em: 17 set. 2011. 
29 
 
por escrito, a prestação dos serviços profissionais, fixando o valor dos 
honorários, reajuste e condições de pagamento, inclusive no caso de 
acordo, observando os valores mínimos constantes na Tabela, conforme 
dispõe o artigo 41 do Código de Ética e Disciplina da OAB. 
Salvo estipulação diversa, um terço dos honorários é devido no 
início do trabalho, outro terço até a decisão de primeiro grau e o restante 
no final, valores estes que serão atualizados monetariamente. 
O desempenho da advocacia é meio e não resultado, o que deve 
sempre ser esclarecido aos clientes, quando da contratação. Os 
honorários serão devidos independentemente do êxito da ação ou do 
desfecho do assunto tratado. 
Quando da renúncia ou revogação de poderes, outorgados aos 
causídicos, deve-se atentar à hipótese, o art. 22, §4º do Estatuto do 
Advogado embasa o pedido de “reserva dos honorários” por parte do 
advogado atuante na causa, mediante juntada do contrato de honorários 
nos autos do processo em que fora patrono com o pleito de dedução do 
quantum a ser recebido oportunamente. 
Haverá fixação por arbitramento judicial quando não houver 
contrato ou acordo firmado entre cliente e advogado, sendo o 
estabelecimento do valor, então, tarefa que caberá ao magistrado, sempre 
com supedâneo, minimamente, na Tabela da OAB. 
 
 
5.3.2 Honorários Sucumbenciais 
 
Honorários sucumbenciais são aqueles previstos no art. 20 §§ 3º e 
4º do CPC, os quais diversamente dos honorários contratuais, serão 
fixados pelo juiz ao advogado da parte “vencedora”, arcados pela parte 
sucumbente à proporção de 10 a 20% sobre o valor da condenação com 
observância a critérios de grau de zelo, lugar da prestação de serviços, 
naturezae importância da causa, dentre outros. 
Quando da ocorrência dos casos previstos no art. 20, §4º, o STJ 
tem decidido de forma reiterada que pelo Princípio da Isonomia deve ser 
aplicado o disposto no §3º, deste mesmo artigo. 
30 
 
Dentre os principais projetos da OAB/RS afigura-se a “luta contra 
o aviltamento de honorários”. Na defesa de prerrogativas dos 
profissionais da advocacia, nossa entidade busca a conscientização de 
magistrados e demais operadores do Direito de que, dotados de caráter 
alimentar e fundamentais à subsistência do profissional, os honorários 
devem ser estabelecidos de forma compatível ao desempenho do honroso 
trabalho que é o do advogado. 
 
 
5.3.3 Trabalhistas 
 
Na Justiça do trabalho o estabelecimento de honorários 
sucumbenciais é regido pelas Súmulas nº 219 e 329 do TST, cuja 
exegese, ao permitir a condenação jamais em percentual superior a 15%, 
determina a observância dos requisitos de credenciamento do empregado 
por Sindicato da categoria profissional e, ainda, o de lit igar sob o pálio 
do Benefício da Justiça Gratuita (BJG) 6. 
Saliente-se que está em trâmite no Congresso Nacional o Projeto 
de Lei nº 5.452/2009, o qual visa a implementar a obrigatoriedade de 
fixação de honorários sucumbenciais aos advogados trabalhistas, os 
quais, hoje, são somente passíveis de auferir honorários contratuais 
pactuados junto a seus clientes. 
 
 
5.3.4 Prestação de Serviço como Advogado Correspondente 
 
A gama de serviços que podem ser prestados passa pelo 
acompanhamento do cumprimento de determinações judiciais, 
extração de cópias de peças e decisões, distribuição de ações ou 
protocolos, diligenciar perante servidores do poder judiciário para que 
estes tenham uma melhor compreensão das peculiaridades do caso, 
realização de relatórios processuais, etc.. 
 
6
 MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários à CLT, 12ª edição. São Paulo: Atlas, 2008, p. 817. 
31 
 
Para a realização de tais serviços, é interessante que o advogado 
correspondente seja remunerado com valores consentâneos aos 
estipulados na Tabela de Honorários da OAB/RS a fim de não ter seu 
trabalho aviltado; podendo fracionar a hora técnica/intelectual, para 
adequar a remuneração. 
 
 
5.3.5 Tabela de Honorários da OAB/RS 
 
Na Tabela de Honorários7 encontram-se vários tipos de 
procedimentos e valores mínimos e/ou percentuais do valor que deve 
balizar a contratação dos serviços de advocacia. 
Esta tabela está dividida em 16 áreas do direito que prevê mais de 
200 meios de atuação do advogado. Os parâmetros lá estabelecidos 
variam de acordo com o objeto do procedimento adotado, sem prejuízo 
de um valor “fixo” a ser sempre cobrado pelo advogado a certo 
procedimento. 
Com o advento das facilidades conferidas por procedimentos 
jurídicos extrajudiciais, não podem os advogados aviltar o numerário ou 
o parâmetro de cobrança de seus honorários contratuais, devendo mantê-
los equânimes em qualquer das modalidades, o que fomenta celeridade 
tanto aos clientes como também aos advogados, porquanto o número de 
processos judiciais desgastantes será bastante reduzido. 
 
 
5.3.6 Cobrança e Execução de Honorários 
 
A ação de cobrança de honorários advocatícios observa o disposto 
no procedimento sumário, conforme aduz o art. 275, “f” do CPC. 
 
7
 BRASIL. Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Rio Grande do Sul. Resolução n.º 07 
de 21 de agosto de 2009. Tabela de Honorários da OAB/RS. Disponível em: 
<http://www.oabrs.org.br/noticia_ler.php?id=8855>. Acesso em: 17 set. 2011. 
32 
 
Existindo um contrato de honorários advocatícios, é possível fazer 
sua execução direta. Importante salientar que a nova redação do CC, em 
seu art. 221, dispensa a assinatura de 02 (duas) testemunhas. 
Os honorários de sucumbência são considerados títulos executivos 
quando contemplados em decisão judicial, conforme art. 585 do CPC. O 
Estatuto da Advocacia e a OAB, dispõe em seu art. 24 que a execução 
dos honorários poderá ocorrer no processo onde o Advogado atuou, se 
assim o convier. 
É possível cobrar do vencido as despesas que o vencedor teve, 
como a contratação de advogado, através de prévio contrato de 
honorários, nos termos do art. 20 do CPC. 
Em processo em que o advogado estiver litigando contra o estado, 
a decisão condenatória deverá fracionar os créditos8 do advogado do seu 
cliente, como dispõe o Estatuto da Advocacia e a OAB em seu art. 23. 
Findo o prazo de 15 (quinze) dias para que o devedor faça o 
pagamento espontâneo, o valor devido será acrescido de 10% (dez por 
cento), conforme estabelecido no art. 475-J, do CPC. 
O art . 652-A, do CPC, diz que em havendo o despacho do início da 
execução o juiz deverá de plano arbitrar os honorários de sucumbência a 
ser pago pelo executado. 
Caso o devedor apresente Embargos, o juiz deverá fixar os novos 
honorários de sucumbência (Art. 475-A, do CPC). 
 
 
5.4 Prestação de Contas 
 
O dever objetivo de prestar contas de mandato está previsto no 
artigo 668 do Código Civil. Antes disso, está no Código de Ética 
Profissional do Advogado nos incisos I, II e III do artigo 2º. Local onde 
estão balizadas as condutas deontológicas do advogado. 
 
8 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Processo 564.132/RS. Recurso Extraordinário, Repercussão Geral. 
Disponível em: <http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=517185>. Acesso 
em: 17 set. 2011. 
33 
 
A parte que se sentir lesada em relação a tal prestação pode 
utilizar instrumento com rito próprio para este fim o qual está previsto 
nos artigos 941 e seguintes do Código de Processo Civil . 
Intentando reduzir os riscos que podem fazer o profissional 
desaguar no oceano de responsabilidades já mapeadas neste manual, a 
prestação de contas surge como amuleto para repelir mal-entendidos e 
atrair segurança para o Advogado na relação com seu cliente. 
A chave da prestação está, além do dever de informação sobre 
valores pecuniários em qualquer fase do processo; nas contas dos 
eventos de interesse do mandante. Sugere-se que sejam solicitadas 
informações devidas pelo Cliente antes mesmo que este as ofereça; essa 
presteza transmite confiança em seu Advogado. 
O Patrono torna-se, ainda, depositário de documentos e bens 
deixados pelo Patrocinado. Nessas hipóteses, sugere-se que sejam 
colhidas apenas cópias dos documentos e, casos imprescindíveis os 
originais, que se formalize tanto seu recebimento quanto sua devolução. 
O mesmo se aplica para os bens evitando-se assim, mal-entendidos. 
A ausência de Prestação de Contas é falta ética grave apenada com 
a suspensão do exercício profissional. Portanto, para resguardar os 
interesses do profissional e de seu cliente, é importante o devido 
arquivamento do comprovante da mencionada Prestação de Contas e seu 
respectivo contrato de honorários por, no mínimo cinco anos, que é prazo 
prescricional previsto no artigo 43 do Estatuto da Advocacia. 
 
 
6. DA RESPONSABILIDADE CIVIL e CRIMINAL DO ADVOGADO 
 
As circunstâncias do mundo contemporâneo modificaram as 
relações humanas de um modo geral, nos conferiram a capacidade de 
produzir mais em menor tempo, por revés, tal capacidade traz consigo 
seus contratempos; ou seja, a capacidade de maior produtividade 
individual tem como consequência o aumento, na mesma proporção, da 
responsabilidade do que assumimos. 
34 
 
Assim, não obstante às já naturais exigências cotidianas, devemos 
redobrar a atenção com os processos e os clientes, tanto quando dasnossas condutas comissivas, quanto às omissivas, vez que podem acabar 
lesando o interesse moral e/ou material de nosso patrocinado. 
Observando, sempre, as obrigações e deveres funcionais 
consignados no Código de Ética e Disciplina da OAB (vide tópico 
específico). 
 
 
6.1 Da Responsabilidade Contratual do Advogado 
 
A responsabilidade civil do advogado, geralmente, é contratual, 
decorrendo basicamente de instrumento de mandato (vide tópico 
específico). Em menor número, a relação advogado-cliente pode ser 
extranegocial ou empregatícia. 
 
 
6.2 Da Obrigação de Meio e de Fim na Atividade advocatícia 
 
Obrigação de Meio é aquela em que o profissional não se obriga a 
um objetivo específico e determinado. 
O que o contrato impõe ao advogado, na obrigação de meio, é a 
realização da sua atividade pautada em atenção, cuidado, diligência, 
l isura, dedicação e toda a técnica disponível, com um objetivo fim, mas 
sem o compromisso de atingi-lo. 
Cabendo é claro, ao advogado, empreender todos os esforços 
possíveis, bem como o uso diligente de todo seu conhecimento técnico 
para realizar o objeto do contrato. 
Já a obrigação de resultado ou de fim Meio é aquela na qual a 
parte se compromete a um determinado resultado específico, que sem o 
alcance do mesmo, não haverá o cumprimento do contrato. 
A responsabilidade do advogado é compreendida pela sua 
independência e por tal por razão, a advocacia é, em tese, atividade de 
meio e não de resultado. 
35 
 
 
 
6.3 Da Responsabilidade Subjetiva/Objetiva 
 
A responsabilidade subjetiva toma como base a noção de culpa, 
devendo o sujeito passivo - cliente - demonstrar o nexo de causalidade 
existente entre o dano e a ação ou omissão do agente - advogado. 
Já a teoria da responsabilidade civil objetiva, fundamentada no 
risco que determinada atividade poderia gerar a terceiros, ficando 
obrigado a repará-lo. Sendo, nesta teoria, irrelevante que a ação do 
agente denote imprudência, imperícia ou negligência. 
Portanto, ao advogado, via de regra, se aplica a teoria subjetiva, o 
que implica na demonstração de negligência, imprudência ou imperícia, 
que se observa, por exemplo, quando o procurador perde prazos, comete 
erros grosseiros, deixa de formular pedidos necessários, não orienta 
corretamente o cliente, etc. 
Ao advogado, se aplicará a teoria objetiva, quando prometer o 
resultado do trabalho. Cabendo ao cliente demonstrar, a existência do 
contrato e a não obtenção do objetivo prometido, independente das suas 
razões, com exceção do caso fortuito ou força maior. 
 
 
6.4 Responsabilidade por Ação: Comissão e Omissão ou Ausência de 
conduta do agente 
 
A responsabilidade do advogado pode decorrer de ato próprio, de 
ato de terceiro que esteja sob a sua responsabilidade ou por sua omissão. 
As ações consistem no fazer (ato comissivo) ou deixar de fazer 
(ato omissivo) alguma coisa. 
Já a ausência de conduta não se adentra na definição de “ato”, pois 
não há a intervenção da vontade, sendo impossível conduta diversa. 
Assim, em regra, quando da ausência de conduta, não há culpa do 
advogado. 
 
36 
 
 
6.5 Responsabilidade Criminal do Advogado. 
 
O Advogado, no exercício de sua função, está sujeito não só a 
responsabilização administrativa e cível, como visto alhures, mas 
também sujeito a Lei Penal em todas suas cominações. 
Exceção apenas, as tipificações excluídas pela legislação 
específica da advocacia. É claro que quando cometidos no exercício da 
profissão. 
 
 
7. DA ATUAÇÃO DO ADVOGADO EM AUDIÊNCIA 
 
É dever do advogado portar-se de modo com que seja merecedor do 
respeito e da confiança da sociedade, devendo dispensar a todos o mesmo 
zelo e respeito a que tem direito. É no ato solene da audiência em que 
este princípio – de urbanidade – encontra-se mais latente. Deve agir 
cordialmente para com todos, inclusive em face da parte adversa. 
É importante lembrar que não há hierarquia ou subordinação entre 
advogados, magistrados ou membros do Ministério Público, devendo 
todos se trataram com consideração e respeito recíprocos. 
É direito do advogado que, aguardados 30 minutos sem que se 
instale a audiência, por ausência da autoridade que a deva presidir, 
retirar-se do recinto, informando o motivo de sua ausência mediante 
petição protocolizada, obstando assim qualquer prejuízo aos direitos de 
seu cliente9. 
O advogado tem imunidade profissional, não consti tuindo 
injúria ou difamação em relação a possíveis 
manifestações mais acaloradas realizadas em defesa de 
seu cl iente. No entanto, tal agir não pode ser entendido 
como l iberdade para ofender ou desrespeitar os demais 
indivíduos presentes no ato. Os excessos cometidos pelo 
 
9
 (NR - No que se refere ao exercíc io da prerrogativa de re t irada, embora o Estatu to da 
OAB preveja apenas a necessidade de protocolar s imples comunicação em juízo, 
recomenda-se que, a lém do protocolo da comunicação, exi ja-se ao of íc io judicia l que 
expeça cer t idão da ausência do juiz . Em eventual caso de recusa, pode, a inda, o 
advogado sol ici tar a outras pessoas presentes que também constatem a ausência da 
autor idade, servindo de tes temunho do fa to) . 
37 
 
profissional poderão ser alvo de representação frente à 
OAB sendo punidos por meio de procedimento discipl inar 
nos moldes previstos no Estatuto da OAB. 
 
 
As perguntas destinadas à inquirição das testemunhas e das partes 
serão, em regra, dirigidas ao juiz para que este, após o deferimento, as 
faça oficialmente ao depoente. As perguntas indeferidas serão 
consignadas em ata, se assim a parte requerer (arts. 413/416 do CPC). 
Exceção à regra ocorre nos feitos criminais, onde as perguntas 
formuladas serão direcionadas diretamente às testemunhas, bem como ao 
réu, restringindo-se o magistrado a refutar perguntas que induzam à 
respostas ou que não tenham relação com os fatos a que se pretende 
esclarecer naquele ato (art. 212 do CPP). Aponta-se que o desrespeito de 
tal regra importa em nulidade, devendo ser declarados nulos todos os 
atos subsequentes, com a repetição inclusive da audiência. 
Todos os fatos ocorridos na audiência devem ser consignados em 
ata, com a reprodução fiel do ocorrido. O advogado não deve assinar a 
ata da audiência de que não tenha participado ou que conste a presença 
de representante do Ministério Público quando este não tenha estado 
presente, sob pena de incorrer nas penas do crime de falsidade ideológica 
e demais sanções disciplinares. 
Nos casos em que a audiência é registrada por meio do sistema de 
gravação, após a degravação, o advogado poderá ter vista ou retirar em 
carga o processo, a fim de impugnar possíveis infidelidades da ata em 
face da solenidade. 
Cabe apontar que, em alguns casos, a intimação de decisões se dá 
na própria audiência, momento em que o advogado deve manifestar 
interesse recursal, sob pena de preclusão. Por tal razão, frisa-se o 
cuidado que o advogado deve ter quanto às informações registradas na 
ata e ao recurso das decisões que muitas vezes são exaradas nesta, 
atentando para a especificidade de cada procedimento, oportunizando a 
reversão correta e eficaz da medida a que se pretende atacar. 
O advogado é porta voz de seu cliente, podendo impedir ao 
magistrado, promotor ou advogado da parte adversa que o interpele 
38 
 
diretamente, salvo nos casos em que deva prestar seu depoimento 
pessoal. Dada a especialidade da situação, importa mencionar que apenas 
nos casos de transação penal (Lei n. 9.099/95), a manifestaçãodo cliente 
supera a de seu advogado, quando discordantes. 
A audiência é um dos momentos mais importantes do 
procedimento, uma vez que proporciona às partes e a seus respectivos 
advogados a possibilidade de esclarecer os fatos, bem como suas 
posições de modo mais técnico e convincente ao juiz, colaborando para o 
julgamento da causa. 
 
 
8. PROCESSO ELETRÔNICO 
 
Nas últimas décadas, a tecnologia colocou-se cada vez mais a 
disposição do direito e de seus operadores. Embora impossível o direito 
acompanhar a sociedade, muito pior do que isso é tangenciar o avanço 
das novas tecnologias. Porém alguns avanços tecnológicos já se fazem 
presentes na rotina de muitos advogados, a fim de se efetivar cada vez 
mais a otimização continua da prestação jurisdicional. 
A lei 11.419/2006 regulamenta a informatização processual, 
abordando pontos relevantes desta incorporação efetiva da tecnologia a 
serviço da sociedade. 
Os atos processuais, de maneira geral, poderão ser praticados na 
sua totalidade de forma eletrônica. 
A implantação do processo eletrônico visa um significativo avanço 
da celeridade processual. Dentre os benefícios mais significativos, 
podemos destacar os seguintes: extensão do prazo de protocolizarão 
mesmo após o fechamento do expediente forense, economia com viagens 
para outras comarcas, redução de pastas físicas nos escritórios. 
Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil, com sede na capital 
federal, dos 672.100 advogados registrados na OAB, apenas 68.800 têm 
certificados digitais para fazer peticionamentos eletrônicos e ter acesso à 
Justiça digital. Esse número representa pouco mais de 10% de todos os 
profissionais do país em agosto de 2011 (dois mil e onze). Mais do que 
39 
 
isso, o grande desafio que se coloca em todos os escritórios de 
advocacia, diz respeito as suas respectivas estruturas organizacionais. 
Hodiernamente, existem dois meios de peticionamento eletrônico. 
Via certificação digital ou por intermédio de cadastro nos respectivos 
órgãos estatais. 
É inconteste o fato de que a digitalização processual é uma 
realidade aos advogados. Esta modificação na rotina dos operadores do 
direito acompanha a Era da inclusão digital e da evolução da tecnologia, 
salientando que este é um processo em constante mudança, cabendo ao 
profissional do direito atualizar-se. 
 
 
9. LIMITES DA PUBLICIDADE NA ADVOCACIA 
 
O proceder ético deve ser regra na vida profissional e pessoal do 
advogado de modo que a inobservância deste acarretará em infração 
disciplinar punível administrativamente sem prejuízo de possível 
responsabilidade cível e criminal. A base legal que regula e limita a 
publicidade na atividade do profissional de advocacia está positivada no 
Código de Ética e Disciplina da OAB, arts. 28 a 34, no Provimento 
94/2000 do Conselho Federal da OAB e no Estatuto da Advocacia e da 
OAB nos arts. 34 a 43. 
O Provimento 94/2000, Conselho Federal da Ordem dos Advogados 
do Brasil, menciona no Art. 1º. 
 
. . .permit ida a publ icidade informativa do advogado e da 
sociedade de advogados, contanto que se l imite a levar ao 
conhecimento do público em geral , ou da cl ientela , em 
par t icular , dados objet ivos e verdadeiros a respei to dos 
serviços de advocacia que se propõe a prestar , observadas as 
normas do Código de Ét ica e Discipl ina e as deste 
Provimento. 
 
Em relação à forma da publicidade considera-se meio lícito, desde 
que não ofenda a discrição e a moderação, o uso da Internet, de revistas, 
folhetos, jornais, cartões de visita e referentes à apresentação do 
escritório, placa indicativa do escritório onde ele encontra-se instalado, 
40 
 
l istas telefônicas e análogas, comunicação de mudança de endereço ou 
alteração de dados através dos meios de comunicação escrita ou através 
de mala direta que só pode ser enviada para colegas ou a clientes 
cadastrados. 
No tocante ao conteúdo da publicidade é obrigatório a indicação 
do nome completo e o número da OAB do advogado ou sociedade de 
advogados, podendo ainda constar de forma facultativa o nome dos 
advogados que integram a sociedade e a e área de especialização do 
advogado ou da sociedade de advogados. 
São considerados meios ilícitos de publicidade o uso de televisão, 
rádio, outdoor, painéis de propaganda, anúncios luminosos e quaisquer 
outros meios de publicidade em via pública ou símbolos que 
comprometam a discrição e a sobriedade da advocacia, sendo ainda 
proibido o uso dos símbolos oficiais utilizados pela OAB, bem como, 
cartas circulares e panfletos distribuídos ao público, mala direta enviada 
a uma coletividade sem autorização prévia e a utilização de meios 
promocionais típicos de atividade mercantil , como oferta de serviços 
mediante intermediários ou indicação de valores e promoções. 
Ainda, não deve constar na publicidade, o que configuraria 
captação de clientela, qualquer cargo ou função pública que o advogado 
tenha exercido, sendo ainda vedado informações acerca de casos famosos 
que o profissional tenha patrocinado. 
Em face das limitações éticas acima expostas, as quais são 
exemplificativas, devendo as demais serem consultadas na legislação 
afeitas a matéria, bem como submeter sua publicidade, antes de ser 
veiculada, ao crivo do TED. A grande propaganda do advogado é o seu 
trabalho. 
 
 
10. TRIBUTAÇÃO NA ADVOCACIA 
 
10.1 Da Tributação aos Advogados e das Sociedades de Advogados. 
 
41 
 
Antes de se constituir formalmente uma sociedade de advogados, é 
importante verificar o custo dos impostos incidentes sobre o tipo de 
sociedade a fim de verificar qual a forma menos onerosa para o 
advogado: tributar as receitas do escritório percebendo-as através da 
pessoa física dos advogados ou atribuí-la a uma sociedade de advogados? 
É imprescindível que isso seja respondido atenciosamente a fim de 
se evitar tributação a maior. 
Para optar pela forma de tributação menos onerosa, explica-se cada 
uma das cargas tributárias: 
 
 
10.1.1 Advogado - Pessoa Física: 
 
A carga tributária é composta dos tributos: Imposto sobre a Renda 
Pessoa Física, Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza e 
recolhimento para a Previdência Social. 
 
 
10.1.1.1 Imposto sobre a Renda Pessoa Física: 
 
Receitas recebidas pelo advogado, pessoa física, devem ser 
declaradas para o Fisco anualmente até o último dia útil do mês de abril 
do ano subsequente através da Declaração de Ajuste Anual de Imposto de 
Renda. 
Nesta, serão informados todos os valores recebidos, mas ao 
contribuinte é assegurado abater do valor percebido as despesas com 
“livro-caixa” (despesas dedutíveis indispensáveis para a manutenção do 
escritório, desde que devidamente lançadas em um livro transcrito 
manualmente ou de forma eletrônica10). 
 
10 Para orientações sobre o que pode ser deduzido em livro caixa, consulte WWW.receita.fazenda.gov.br no link 
perguntas e respostas. 
 
42 
 
Além disso, por se tratar de um imposto progressivo, após se 
apurar a receita auferida abatendo-se as despesas de livro caixa, o 
advogado sabe o valor da alíquota aplicável ao seu caso, de acordo com a 
sua faixa de rendimentos determinada na seguinte tabela: 
Tabela Progressiva para o cálculo anual do Imposto sobre a Renda 
da Pessoa Física para o exercício de 2012, ano-calendário de 2011. * 
 
Base de cálculo anual em 
R$ 
Alíquota 
% 
Parcela a deduzir do imposto em 
R$ 
Até 18.799,32 - - 
De 18.799,33 até 28.174,20 7,5 1.409,95 
De 28.174,21 até 37.566,12 15,0 3.523,01 
De 37.566,13 até 46.939,5622,5 6.340,47 
Acima de 46.939,56 27,5 8.687,45 
 
Tabela Progressiva para o cálculo anual do Imposto sobre a Renda 
da Pessoa Física para o exercício de 2013, ano-calendário de 2012. * 
 
Base de cálculo anual em 
R$ 
Alíquota 
% 
Parcela a deduzir do imposto em 
R$ 
Até 19.645,32 - - 
De 19.645,33 até 29.442,00 7,5 1.473,40 
De 29.442,01 até 39.256,56 15,0 3.681,55 
De 39.256,57 até 49.051,80 22,5 6.625,79 
Acima de 49.051,80 27,5 9.078,38 
* Tabela aprovada pela Lei nº 11.482, de 31 de maio de 2007, alterada pelo art. 1º da Lei nº 12.469, de 26 de agosto 
de 2011. (Fonte: http://www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/TabProgressiva2012a2015.htm ) 
 
Ou seja, de acordo com a faixa de ganho, a alíquota aplicável varia 
entre zero e 27,5% (vinte e sete e meio por cento). 
 
Lembretes: 
43 
 
 
* este é um imposto progressivo, sendo que os 
valores percebidos dentro das faixas menores devem 
ser tributados conforme tal, por esta razão consta na 
tabela os montantes chamados de “parcela a deduzir”. 
 
* considerando-se as diversas possibilidades de 
dedução, indicamos entrar na seção de perguntas e 
respostas do site da Receita Federal 
(www.receita.fazenda.gov.br) para esclarecimento de 
dúvidas. 
 
* É muito importante ressaltar que a apuração do 
valor de IRPF a pagar é feita mensalmente e em 
havendo valores a pagar estes devem ser recolhidos 
através da DARF código 0190, o chamado carnê-leão 
e na Declaração de Ajuste Anual entregue de março a 
abril do ano subsequente serão apurados eventuais 
valores pagos a maior ou menor, para o ajuste e 
pagamento da diferença ou eventual restituição. 
 
* A apuração do carnê-leão mensal deve utilizar a 
Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto 
sobre a Renda da Pessoa Física, disponível em: 
http://www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/Contrib
Font2012a2015.htm 
 
 
10.1.1.2 Imposto sobre Serviço 
 
O valor do ISSQN é fixo e anual e varia de acordo com o 
Município, devendo cada advogado fazer a sua inscrição na cidade onde 
atua e verificar o custo desta anuidade. 
 
 
10.1.1.3 Recolhimento para a Previdência Social 
 
O advogado autônomo deve se inscrever como tal na Previdência 
Social e recolher o valor equivalente a 20% dos seus ganhos, passando, 
com isso, a ter a condição de segurado da Previdência Social, fazendo 
jus à aposentadoria no futuro. 
44 
 
A inscrição pode ser feita via internet, no site 
www.previdenciasocial.gov.br. 
 
 
10.2 SOCIEDADES DE ADVOGADOS: 
 
Já em relação as sociedades de advogados, a forma de tributação 
mais vantajosa, a princípio, costuma ser o lucro presumido, que gera a 
seguinte carga tributária: 
Quando se opta pelo lucro presumido significa que o Fisco 
presume que a sociedade de advogados tem 32% de lucro sobre todo o 
seu faturamento e a partir desta presunção aplica as alíquotas dos 
impostos incidentes sobre o lucro, quais sejam, a Contribuição Social 
sobre o Lucro Líquido (CSLL) e o Imposto sobre a Renda – Pessoa 
Jurídica. 
Com isso, a alíquota aplicável para se apurar os impostos devidos 
pelas sociedades de advogados são os seguintes (os percentuais 
correspondem ao percentual do faturamento bruto que é o valor de cada 
um dos impostos – exemplo: 3% significa que para cada R$ 100,00 
faturados deverá ser pago R$ 3,00 de COFINS): 
 
 
10.2.1Impostos pagos mensalmente 
(pagamento no dia 25 e antecipa se for final de semana ou feriado). 
 
-PIS (Programa de Integração Social) - 0,65% 
-COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade 
Social)- 3% 
- ISS (Imposto sobre serviço de qualquer natureza) – é um valor 
fixo mensal por profissional e o valor e data de vencimento varia de 
acordo com o município. 
 
 
45 
 
10.2.2Impostos pagos trimestralmente 
(acumulam-se os valores dos três meses anteriores e efetuam-se os pagamentos dos trimestres 
nos meses de janeiro, abril, julho e outubro): 
 
· Imposto de renda - 4,8% * 
· Contribuição social - 2,88% * 
*Estas alíquotas representam os percentuais de 15% e 9% 
incidentes somente sobre a presunção de lucro de 32%11. 
 
TOTAL DE IMPOSTOS: 11,33% (sobre o valor do faturamento, 
ou seja, as notas fiscais emitidas e outros rendimentos tributáveis), mais 
o valor mensal fixo devido em razão do ISSQN. 
Além disso, ainda existe a obrigação de pagar a Previdência 
Social, que é composta de 11% da parte do sócio e 20% da parte da 
empresa, totalizando 31% do valor do pró-labore retirado. (Atualmente, 
o mínimo é de R$ 545,00, que incidindo 31% totaliza um recolhimento 
mínimo de R$ 168,95). 
Observação: As sociedades de profissionais, como é o caso da 
sociedade de advogados, não pode recolher tributos sob a sistemática do 
simples nacional, conforme expressamente veda a Lei Complementar n° 
123/06, em seu artigo 17: 
 
 
10.3 REMUNERAÇÃO ADVOGADO 
 
A escolha do modelo societário e trabalhista a ser adotado por uma 
sociedade de advogados é determinante na carga tributária à qual estará 
ela sujeita. Para tanto passaremos a expor as regras gerais sobre a 
tributação de remuneração a advogados: 
 
 
 
11 Caso o faturamento trimestral seja maior que R$ 187.500,00 (cento e oitenta e sete mil e quinhentos 
reais), o valor excedente será tributado com um adicional de 10% de IRPJ (Imposto de Renda Pessoa 
Jurídica). 
46 
 
10.3.1 Como empregado: 
 
a) Contribuição à Previdência Social devida pelo empregado sobre 
remunerações até o limite do salário-de-contribuição (para saber os 
descontos: www.previdenciasocial.gov.br) 
b) Imposto de Renda na Fonte, devido pelo empregado, CONFORME 
ALÍQUOTAS EXPLICITADAS NO ITEM ANTERIOR; 
c) Previdência Social devido pela empresa à alíquota de 20% sobre toda 
a remuneração; 
d) Contribuições a outras entidades e fundos - “Sistema S” - devidas pela 
empresa, QUE VARIA DE 0,10 A 5,8% DE ACORDO COM A 
ATIVIDADE DEENVOLVIDA. 
e) encargos trabalhistas. 
 
 
10.3.2 Como sócio: 
 
No qual o lucro é isento. 
 
 
10.3.3 Como Associado: 
 
Nos termos do Estatuto da Advocacia, Código de Ética Profissional 
e especialmente do artigo 39 do Regulamento Geral do Estatuto da 
Advocacia e da OAB de 16/11/1994, o qual dispõe: 
 
Art. 39. A sociedade de advogados pode associar-se 
com advogados, sem vínculo de emprego, para 
participação nos resultados. Parágrafo único. “Os 
contratos referidos neste artigo são averbados no 
registro da sociedade de advogados.” 
 
 
47 
 
A associação com sociedade não agrega encargos trabalhistas, 
porém, há a incidência de contribuição previdenciária e retenção 
de Imposto de Renda. 
 
 ͳͲ.͵.Ͷ Contribuições Sindicais e a OAB 
 
A Lei Federal nº 8906/94 em seu artigo 47 atribuiu a OAB função 
tradicionalmente desempenhada pelos sindicatos, ou seja, a defesa dos 
direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, senão 
vejamos: 
 
Art. 47. O pagamento da contribuição anual à OAB isenta 
os inscritos nos seus quadros do pagamento obrigatório 
da contribuição sindical . 
 
 
Recentemente, alguns sindicatos têm exigido de escritórios e 
advogados o pagamento dessas contribuições. Entrementes, diante do 
mencionado artigo 47, bem como do fato de ser a filiação a sindicatos 
voluntária, tal cobrança não é devida. Nesse sentido segue também a ADI 
2522 julgada pelo STF. 
 
 
10.3.5Reembolso de Despesas 
 
Escritórios de advocacia usualmente se veem obrigados a adiantar 
determinadas despesas em nome de seus clientes, que são posteriormente 
reembolsadas em separado, por meio das chamadas notas

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