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DIREITO ELEITORAL

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Seja bem Vindo! 
 
Curso 
Direito Eleitoral 
CursosOnlineSP.com.br 
 
 Carga horária: 35hs 
 
 
 
 
 
 
Conteúdo Programático: 
 
A origem do Direito Eleitoral 
Direitos Fundamentais (gênero) 
Direitos Políticos 
Elegibilidade: Condições e Conceitos 
Sistemas Eleitorais, Partidos Políticos e Sistemas 
Partidários 
Ação de Impugnação de Pedido de Registro de 
Candidatura 
Recurso contra a Diplomação 
Bibliografia/Links Recomendados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A origem do Direito Eleitoral 
A origem do Direito Eleitoral está no Direito Constitucional. Por 
isso a primeira matéria que deve ser vista, quando começamos a 
estudar Dt.Eleitoral, é um tema de 
Direito Constitucional. Temos que iniciar, dentro do 
Dt. Constitucional, com os direitos fundamentais, para só 
depois estudar um tipo de direito fundamental, que a CF 
estabelece, o direito eleitoral. 
O Direito Eleitoral dedica-se ao estudo das normas e 
procedimentos que organizam e disciplinam o funcionamento do 
poder de sufrágio popular, de modo que se estabeleça a precisa 
equação entre a vontade do povo e a atividade governamental. 
A lei eleitoral é exclusivamente federal por disposição 
constitucional (Art. 22, I, da CF), não podendo, desta forma, os 
estados e municípios disporem sobre regras de cunho eleitoral, 
nem mesmo supletivamente. 
As Medidas Provisórias não podem conter disposições com 
conteúdo eleitoral e/ou partidário (Art. 62, I, “a”, da CF). 
Vigora no Direito Eleitoral o Princípio da Anterioridade, ou seja, 
embora entrando em vigor na data de sua publicação, a lei 
somente será aplicada se a eleição acontecer após 1 (um) ano da 
data de sua vigência (Art. 16, da CF). 
 
 Direitos Fundamentais (gênero) 
I) Direitos Fundamentais (gênero): 
1) Conceito: 
São direitos da pessoa humana. São direitos inerentes à condição de pessoa 
humana. 
Na CF brasileira esse direito da pessoa humana se subdividem em 5 espécies: 
1ª) Direitos Individuais ► Concentrados no art. 5º da CF (mas não exauridos nesse 
artigo). 
2ª) Direitos Coletivos ► Concentrados no art.5º da CF ( " " " " " " " ") 
3ª) Direitos Sociais ►Concentrados no art.7º da CF (há outros arts. sobre o 
assunto). 
Existia uma dúvida se esses Direitos Sociais seriam direitos Fundamentais; em 
algumas constituições como a Portuguesa não o são. 
4ª) Direito à Nacionalidade ► Exauridos no art.12 da CF 
5ª) Direitos Políticos ► Concentrados no art.14 da CF 
Obs.: Alguns autores como o Alexandre de Morais colocam uma 6ª espécie 
que são os Partidos Políticos. O professor não concorda com essa 
classificação, porque partidos políticos não são direitos, são apenas 
instrumentos para que os direitos políticos sejam executados. 
(1) Direitos Individuais: 
São os direitos da pessoa individualmente considerada. 
Ex: Liberdade, Vida, Propriedade, Igualdade, etc. 
Considerar a pessoa como indivíduo é o que diferencia os direitos individuais 
dos direitos coletivos, embora o fundamento constitucional seja o mesmo, ou 
seja, art.5º. 
(2) Direitos Coletivos: 
São os direitos das pessoas, coletivamente consideradas. Direitos de uma 
classe, de um grupo, de uma categoria. 
Ex: Liberdade de Associação; Liberdade de Reunião. 
Seja o direito do homem tomado individualmente (dt. individual), seja o direito 
do homem parte de um grupo (direito coletivo), e por isso estão juntos no artigo 
5º da CF, são direitos primordialmente negativos; porque, em regra, são 
cumpridos através de uma obrigação de não fazer – “non facere” (de abstenção). 
Em regra, o Estado e o particular (porque hoje se fala muito em obrigação 
horizontal) atendem aos direitos individuais ou coletivos quando não fazem 
alguma coisa. 
Ex: Estado atende meu direito a liberdade quando não me prende de modo 
ilegal. 
Estado atende meu direito de igualdade quando não faz discriminação (racial, 
religiosa, etc.). 
Estado e Particular atendem ao meu direito de propriedade quando não 
a invadem e a tomam. 
Estado atende ao meu direito a reunião quando me permite que me reúna com 
meus pares com finalidade pacífica. 
(3) Direito Social: 
O Direito Social é, ao contrário do individual e coletivo, direito primordialmente 
positivo, ou seja, é atendido por uma obrigação de fazer – “facere”. O Estado e 
o particular atendem o Direito Social quando prestam alguma coisa. 
Ex: Direito à Cultura → quando o Estado disponibiliza meios de cultura 
Direito à Educação → quando o Estado disponibiliza meios de educação 
Direito à Previdência Social → quando o Estado fornece um regime de 
previdência (Geral, Especial, etc.). 
(4) Direito à Nacionalidade: 
Nacionalidade ► Vínculo que une a pessoa ao Estado 
Portanto, direito à nacionalidade é o vínculo jurídico que une a pessoa ao 
Estado. Esse vínculo pode variar de Estado para Estado, ou seja, 
ser ius solis, ius sanguinis, etc. 
(5) Direito Eleitoral: 
Importa em espécie de direitos políticos. 
Direito Político ► Direito de participação na vida política do Estado. 
Uma das formas pela qual a pessoa participa, ativamente e passivamente, da 
vida política do Estado é através do Direito Eleitoral. 
2) Distinção entre Nacionalidade X Cidadania: 
Poucos autores fazem essa distinção e atrelam erroneamente um conceito a 
outro. 
Verificaremos em todos os livros a seguinte afirmação, que não é de todo 
correta: “Cidadania é qualificação política da Nacionalidade”; isso é afirmado 
pelos autores porque todos dizem que cidadão é o nacional que exerce Direitos 
Políticos. Portanto, para esses autores cidadania seria um “plus” ao conceito de 
nacionalidade. Essa afirmação não está de todo correta. Podemos apenas 
dizer que cidadão é, em regra, o nacional que exerce direitos políticos –
 em regra, a cidadania decorre da nacionalidade. No entanto, pode 
haver situações onde há nacionalidade sem haver cidadania e, situações em 
que há cidadania sem nacionalidade. 
Nacionalidade ► Vínculo jurídico que une a pessoa ao Estado. 
≠ 
Cidadania ►Em regra, é a qualificação política da Nacionalidade. 
Cidadão► Em regra, é o nacional que exerce Direitos Políticos. 
Uma questão de prova frequente é se pode haver nacionalidade sem cidadania 
e vice-versa; e a resposta é que pode haver ambas as situações, embora, em 
regra, os dois conceitos estejam atrelados. 
Exceções: 
■ Nacionalidade sem cidadania 
(Nacional que não é cidadão, porque não exerce Dts. Políticos - não vota e não 
é votado) 
 Menor de 16 anos (nacional que não é cidadão) 
 Pessoas (> 16 anos) que tem os Dts. Políticos suspensos ou perdidos com base no art. 15 da CF, 
enquanto vigorar a suspensão ou perda. 
Obs.: A Incapacidade, ou entra como menor (incapacidade por idade) ou por 
perda dos Direitos Políticos (interdição), como no caso do doente mental. 
O preso tem duas hipóteses diferentes, que devem ser analisadas: 
Prisão Provisória → não há qualquer restrição aos seus direitos políticos. Esse 
preso continua a ser cidadão. Mesmo, que já esteja cumprindo pena, se 
couberem recursos, isto é, se a sentença condenatória não tiver transitado em 
julgado, ele é cidadão ainda; pode votar e pode inclusive ser eleito. 
Prisão Definitiva→ é causa de suspensão dos Dts. Políticos – art.15, III da CF – 
após o trânsito em julgado da sentença condenatória (sentença definitiva, 
enquanto durarem seus efeitos). 
■ Cidadania Brasileira sem Nacionalidade Brasileira: 
Só existe em um caso previsto na CF, art. 12, § 1º ► Portugueses Equiparados. 
Portanto, por esse artigo, salvo algumas exceções previstas na CF, oportuguês equiparado aos brasileiros, tem direitos políticos análogos aos dos 
brasileiros natos; podem votar e ser votados. 
Isso só é concedido ao Português (nato ou não – ex: francês naturalizado 
português) e não a pessoas nacionais de países que falam idioma português 
como Angolanos, Moçambicano, etc. Porque em Portugal existe a equiparação 
com relação aos brasileiros que lá residem, também, há 1 ano. Podem votar e 
ser votados, inclusive podem fazer parte de cargos europeus do Mercado 
Comum. E bom deixar claro, que não é, como se falava erroneamente, um 
caso de dupla nacionalidade, porque para o Brasil ele tem nacionalidade 
portuguesa, ele apenas tem a cidadania brasileira. 
A Constituição Argentina e Uruguaia tem dispositivo de equiparação 
com a Espanha igual a esse que existe entre Brasil e Portugal - práxis comum 
entre colonizadores e colônias. Portugal, no entanto, só tem essa disposição 
em relação a nos, não tem com relação a Angola, Moçambique, etc. 
 
Direitos Políticos 
1) Conceito: 
Os Direitos Políticos são os direitos de participação na vida política do Estado. 
E essa participação pode ocorrer de duas formas, compreendendo, portan
to, dois direitos primordiais: 
■ Direito de Participação na vida política do Estado de forma ativa (“ius 
sufragii”) 
= Direito de Votar 
■ Direito de Participação na vida política do Estado de forma passiva (“ius 
honorum”) 
= Direito de ser votado 
Cada um desses direitos está correlato a algum tema: 
Direito de votar está correlato ao tema da Alistabilidade (só vota quem e
stá alistado) ou Cidadania Ativa ou Capacidade Eleitoral Ativa. 
Direito de ser votado está correlato ao tema da Elegibilidade (só é eleito quem 
é elegível) ou Cidadania Passiva ou Capacidade Eleitoral Passiva. 
Por isso o Direito Eleitoral tem que ser dividido em 3 partes: estudo 
da Alistabilidade (quem se alista, como se alista, quando se alista), estudo 
da Elegibilidade (quem se elege, como se elege, quando se elege) e, por 
último, o estudo sobre oProcesso Eleitoral, a parte processual do direito eleitoral 
(como se vai levar uma questão de alistabilidade ou de eventual inelegibilidade 
à apreciação do poder judiciário). 
2) Diferença entre Sufrágio e Voto: 
Pergunta frequente de provas, até porque a CF se equivocou com relação a 
isso. 
Sufrágio► É o direito político em si (de votar). Por isso chamamos o direito de votar de “ius 
sufragii”. 
Voto►é o modo pelo qual esse direito político (sufrágio) vai ser exercitado na 
Democracia Indireta (obs.: o voto é direto; instrumento da Democracia Indireta). 
Esse mecanismo da Democracia Indireta, não exclui outros mecanismos 
próprios da Democracia 
Direta; temos 3 desses mecanismos na CF no art.14: Plebiscito (I), 
Referendo (II) e Iniciativa do Povo ou Iniciativa Popular (III). 
Portanto, a nossa Democracia, apesar de usar o voto como principal 
instrumento, não é Indireta e sim Semi-direta, porque tem também 
instrumentos próprios de uma Democracia Direta. Nossa Democracia é, 
portanto, em regra Indireta, através do voto, mas possui mecanismos, e pode 
lançar mão deles, de Democracia Direta; por isso Semi-Direta. 
A CF cometeu um equívoco em seu art.60, § 4º, II: “Não será objeto d
e deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: II-
 o voto direto, secreto, universal e periódico;” que foi corrigido pelo art.82 do 
Cód. Eleitoral: ”O sufrágio é universal e direto; o voto, obrigatório e secreto”. 
Esse artigo do CE deixa claro, que as 4 qualidades dadas para o voto na CF, 
não são todas do voto, duas delas são do sufrágio, cujo único mecanismo é o 
voto (instrumento de excelência do sufrágio). 
Obs.: Existe o Sistema eleitoral de voto direto e o sistema eleitoral de voto 
indireto. Isso é diferente de Democracia direta, que se trata do povo exercendo 
o poder de forma direta (através do plebiscito, referendo e iniciativa popular) e 
Democracia Indireta, que é o povo exercendo o poder através de 
seus representantes, portanto, de forma indireta. A nossa CF, via de regra, 
prevê que nossa Democracia é exercida através do sistema eleitoral de voto 
direto (Democracia Indireta). Mas prevê também,que possa ser 
exercida, excepcionalmente, através do voto indireto (art.81, § 1º, quando o 
Congresso Nacional elege o Presidente do Brasil, ocorrendo vacância nos 
últimos dois anos). 
3) Alistabilidade (cidadania ativa ou capacidade eleitoral ativa): 
Temos como primeira premissa desse estudo entender o que é Alistamento 
Eleitoral: 
Alistamento Eleitoral ► significa Procedimento Administrativo (assim como o é a licitação, o 
tombamento, o concurso público, etc.) de qualificação e inscrição do próprio eleitor, com a 
consequente atribuição de um título (título eleitoral). 
Esse conjunto de atos administrativos tem, portanto, dupla função: primeiro 
qualificar e depois inscrever; para materializar esses atos de qualificação 
 e de inscrição a Administração lhe confere um título. Todo esse procedimento 
é o Alistamento Eleitoral. 
Uma forma de conceituar Alistamento de forma mais sintética é dizer que se 
trata da primeira fase do Processo Eleitoral. O Processo Eleitoral “latus sensu”, 
a rigor, é composto de 4 fases: (1) Alistamento; (2) Votação; (3) Apuração; e (4) 
Diplomação (ato que declara que alguém conseguiu um mandato eletivo, ou 
seja, que foi eleito). 
Vamos dividir o estudo de alistamento em 4 subitens: (1º) Alistamento 
Obrigatório; (2º) Alistamento Facultativo; (3º) Alistamento Proibido; e (4º) 
Suspensão e perda dos Direitos Políticos. 
3.1) Alistamento Obrigatório: 
Está previsto no art. 14, § 1º, I, da CF e nos art.4º (inteiro) e 8º caput do Código 
Eleitoral. O restante dos dispositivos do Cód. Eleitoral que falam de alistamento 
não foram recepcionados pela CF. 
A CF prevê em seu artigo 14 § 1º duas regras para o alistamento 
eleitoral obrigatório: inciso I “O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios 
para os maiores de 18 anos” e inciso II “b” a contrário senso: “para os menores 
de 70 anos”. 
Faixa etária: ≥ 18 e ≤ 70 anos 
Prazo Para Alistamento Eleitoral: 1 (um) ano após aquisição da capacidade Eleitoral. 
Termo inicial seria a data da aquisição da capacidade e não maioridade 
eleitoral (que hoje coincide com a maioridade civil = 18 anos), porque esse 
termo inicial só valeria para brasileiros natos; no caso de brasileiros 
naturalizados o termo inicial do prazo de um ano seria a data da naturalização. 
Obs.: O parágrafo único do art.8º do CE, que prevê um prazo de 100 dias antes 
do dia anterior a eleição subsequente à data que completar 19 anos, não foi 
recepcionado pela CF/88, segundo a justiça eleitoral. 
Ser ano eleitoral, não tem importância para fins de alistamento, mas terá importância para 
outras fixações como fixação de domicílio para concorrer numa determinada localidade. 
3.2) Alistamento Facultativo: 
Está previsto no art. 14, § 1º, II da CF/88 c.c o Cód. Eleitoral, art.6º, I, “b” (só 
essa alínea foi recepcionada pela CF/88). 
Temos 3 regras previstas na CF: 
a) Analfabetos; 
b) Maiores de 70 anos; 
c) Maiores de 16 e menores de 18 anos ( ≥ 16 e < 18). 
Reflexões sobre o tema: 
(1) Não há identidade entre a data que a pessoa adquire a capacidade eleitoral, 
com a data em que a pessoa adquire a capacidade civil plena, porque aos 16 
anos a pessoa é relativamente incapaz na esfera civil, mas já pode ser capaz 
na esfera eleitoral; tendo, é claro, a capacidade de votar, porque a capacidade 
de ser votado só é obtida, hoje, aos 18 anos. 
(2) Os analfabetos são, portanto, alistáveis, mas não são,em hipótese al
guma, elegíveis (não podem ser eleitos para cargo nenhum, mas podem votar). 
Porque é condição de elegibilidade saber ler e escrever. 
Questões de prova: 
1) A parte legitimada para ação popular é o cidadão. E acabamos de ver que o maior de 
16 anos pode se alistar, tendo, portanto, direitos políticos, e sendo consequentemente 
cidadão. Esse menor, alistado, se quiser promover ação popular, deve estar assistido 
em juízo ou não? Para efeito de direito público é cidadão (cidadania ativa), mas para 
efeito de direito privado é relativamente incapaz; e diz o Cód. Civil, que os relativamente 
incapazes devem ser assistidos. Como se resolve essa questão; esse menor tem 
assistência necessária ou não? Porque se analisássemos a questão sob o ponto de vista 
do direito público, essa assistência seria dispensável, por já se tratar de um cidadão; 
mas se analisarmos sob o ponto de vista do direito privado, essa assistência seria 
necessária. 
R: Existe controvérsia em doutrina com relação a essa questão (quando existe 
controvérsia é de bom tom dizer nome do autor, seu fundamento e sua 
posição): 
■1ª Posição: Rodolfo de Camargo Mancuso (grande autor, hoje). 
A Assistência é imprescindível, sob pena, até, de nulidade do processo, ou, 
seja o maior de 16 e menor de 18 anos tem que ser assistido na promoção de 
ação popular. 
Fundamento: Porque sob o ângulo do Dt. Privado, trata-se de uma pessoa 
relativamente incapaz. E se não for assistida há nulidade do processo. 
■ 2ª Posição: Mario Bento Martins Soares 
A Assistência é dispensável. 
Fundamento: Porque, sob ponto de vista do Dt. Público trata-se de um cidadão. 
Para ele não há necessidade de assistência para exercer um direito político. 
Essa questão nunca chegou aos tribunais, por isso ainda não temos 
jurisprudência. Mas pela posição que o STF de hoje adota e pelo peso de seu 
defensor 
(prof. Mancuso), a tendência é que siga a 1ª posição. Há uma tendência 
jurisprudencial que a assistência seja indispensável. 
Obs.: A emancipação civil não afeta o Direito Eleitoral. A idade de 16 anos tem 
que ser atingida para que haja possibilidade de alistamento. 
2) A atual jurisprudência admite que o juiz eleitoral (de ofício) aplique teste de 
verificação de alfabetização do candidato para efeito de elegibilidade? 
R: É possível teste de verificação de alfabetização, aplicado de ofício pel
o juízo eleitoral, para efeito de elegibilidade. Se o juízo eleitoral tiver clara 
suspeita que o postulante a candidato seja analfabeto pode executar o teste e 
segundo seu resultado, se ficar comprovado o analfabetismo, indeferir o pedido 
de candidatura. O ideal é que o juízo aplique o mesmo teste para todos os 
candidatos suspeitos, a fim de manter um critério mais objetivo de avaliação. 
Para que esse teste seja aplicado, é preciso que se avalie antes, a 
razoabilidade de sua aplicação, ou seja, só deve ser aplicado se a pessoa não 
traz documentos públicos de escolaridade; juntado documento de 
escolaridade mínima (basta ser alfabetizado), o pedido de candidatura de
ve ser deferido (isso, no entanto, não impede que em caso de possível fraude 
documental, o MP eleitoral a investigue e responsabilize criminalmente quem a 
praticou). 
Fundamento: Acórdão do TSE n° 12.510 de 15/02/1993. 
3.3) Alistamento Proibido: 
Previsto no art. 14, § 2º da CF c/c art. 5º, III e art. 6º, I, “a” do Cód. Eleitoral. 
Analisando estes artigos extraímos 4 regras para o alistamento proibido: 
(1) Menor de 16 anos; 
(2) Estrangeiros (salvo situação do Português Equiparado – art. 12 §1º da CF); 
(3) Conscrito (quem está em serviço militar obrigatório – durante esse período); 
(4) Pessoas que tenham seus direitos políticos suspensos ou perdidos. 
Obs¹: Os inválidos descritos no art. 6º, I, “a” seriam casos de pessoas com 
seus direitos políticos suspensos. 
Obs²: Quando acaba a causa da suspensão, se já tiver se alistado antes, não 
precisa se realistar, mas se ainda não tiver se alistado, terá que se alistar 
(alistamento nunca é automático). 
No caso do jovem de 18 anos que ainda não fez seu alistamento eleitoral e vai 
servir ao exército, passando, portanto, a ser conscrito, quando sair das f
orças armadas, aos 19 anos, tem o prazo de alistabilidade obrigatória 
postergado em um ano, ou seja, até os 20 anos. 
Questões Sobre o Tema: 
(1) O estrangeiro não pode se alistar, salvo o Português Equiparado. Não estamos 
falando em pessoas naturalizadas, porque essas são consideradas brasileiras, 
para fins do alistamento e elegibilidade (naturalizado deixa de ser estrangeiro 
e, portanto não esta incluída nesse rol). 
(2) Como ficam as pessoas menores de 16 anos emancipadas pelo CC (por ex.: pelo 
casamento, pela instalação de negócio próprio)? A emancipação do direito civil 
repercute no direito eleitoral ou não? 
R: Assunto pacífico na doutrina e na jurisprudência: Causas que cessem a 
incapacidade civil (emancipação) não se aplicam ao direito eleitoral, ou seja, tem 
aplicação restrita ao direito civil. Para fim de direito eleitoral só vale o critério biológico 
(idade), ou seja, ter pelo menos 16 anos. Essa diferença de tratamento é explicada, 
porque o direito civil nessa parte de emancipação tutela direito patrimonial e 
direito eleitoral tutela direito público. Não se pode estender norma de direito 
patrimonial a direito que envolve política pública. Porque tutelam bens 
completamente diferentes (dt. civil tutela direito patrimonial e dt. eleitoral tutela 
direito político). 
Portanto, pessoa de 15 anos casada pode exercer todos os atos da vida 
civil (comprar, vender, etc.), mas não pode votar ainda. 
(3) Indivíduo se alista aos 16 anos e aos 18 anos ingressa no serviço militar obrigatório. 
Como já possui título eleitoral, esse indivíduo pode votar durante o serviço militar ou 
não? Se votar, esse voto é válido? 
R: O indivíduo em serviço militar obrigatório portador de título que vota, é fato atípico, 
porque a vedação constitucional é que essa pessoa (conscrito) se aliste eleitoralmente, mas não 
que vote. O art. 14 § 1º fala que são obrigatórios o alistamento e o voto, mas o § 2º não fala em 
vedação a votar. Não teria nenhuma sanção, para fins de direito privado e direito 
público (eleitoral), se votasse. Isso não quer dizer que não possa ser aplicada a 
ele uma punição disciplinar militar, se abandonar seu posto de trabalho para 
votar, porque o serviço militar não tem que conceder a esses indivíduos prazo 
durante o dia para votar, como outros servidores fariam jus. 
3.4) Perda e Suspensão dos Direitos Políticos: 
As causas de perda e suspensão são tratadas juntas no art. 15 da CF. 
■ Perda► Privação Definitiva de Direitos Políticos 
■ Suspensão► Privação Temporária de Direitos Políticos 
Questões sobre o Tema: 
(1) Existe algum efeito secundário ou acessório da Perda ou Suspensão dos direitos 
políticos? Se existir, qual será? 
Suponhamos que um prefeito municipal tenha os seus direitos políticos suspensos, 
ele perderia seu mandato também? 
R: Existe um efeito secundário importantíssimo, em regra, tanto na perda como 
na suspensão dos direitos políticos, que é a perda do mandato eletivo. Esse 
efeito acessório é, em regra, automático Se o suposto prefeito, durante o seu 
mandato, sofrer perda ou suspensão de seus direitos políticos, ele 
automaticamente perde o mandato. 
Falamos que ocorre em regra, porque no executivo ocorre sempre e 
automaticamente (presidente da república, governador e prefeito sempre 
perdem seus mandatos). Mas no caso do poder legislativo, em casos de 
condenação criminal transitada em julgado, principal causa de suspensão,essa 
perda não é automática. Tanto com relação a senadores e deputados federais 
e estaduais essa suspensão depende de um juízo político das casas as quais 
pertencem. Nessas situações específicas o senado, a câmara e assembléia 
respectivamente vão deliberar sobre a perda dos mandatos dos condenados 
criminalmente em definitivo. 
Fundamentos: Em relação aos deputados federais e senadores podemos citar o 
art.55, § 2º da CF. O fato de não ser automática a perda do mandato é porque 
nem todo o crime pode ser compatível com a perda do mandato eletivo. Por 
exemplo, um deputado que foi condenado por crime de lesão corporal culposa 
no trânsito, transitada em julgado, não precisaria perder seu mandato, porque é 
um delito que qualquer um de nós está sujeita e não torna a pessoa 
incompatível com o cargo que ocupa. 
Obs.: Esse mesmo dispositivo da CF (art. 55 § 2º) é o aplicado para perda de 
mandato por falta de decoro parlamentar. O § 2º, tanto faz referência ao inciso 
VI, que fala em sentença penal transitada em julgado - caso citado acima, 
como se refere ao inciso II, que trata da perda do mandato, quando o 
procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar. Em 
ambos os casos, a CF exige maioria absoluta dos votos, portanto só se perde o 
mandato por 277 votos na Câmara (513 membros) e 41 votos no Senado (80 
senadores), exige voto secreto e defesa ampla. 
O § 1º do mesmo artigo define o que seria a quebra de decoro parlamentar: 
“É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento 
interno, o abuso das prerrogativas asseguradas aos membros do Congresso Nacional ou a 
percepção de vantagens indevidas”. 
É importante, reparar que a CF só fala em uma sanção para a quebra do 
decoro, que é a perda do mandato. A nossa legislação vai mais longe, 
prevendo também a inelegibilidade do candidato (perda do registro). 
O art. 27 § 1º da CF estende essa possibilidade de perda de mandato aos 
deputados estaduais, nos mesmos casos previstos para os deputados 
federais e senadores e nos mesmos moldes do artigo 55, ou seja, 
dependendo, também de juízo da casa a qual pertencem (Assembléia 
Legislativa). 
Poderíamos afirmar que nesse rol constitucional faltou tratar dos vereadores; 
isso implica que para eles deve haver juízo político da casa ou não? Se um 
vereador do RJ foi condenado por sentença definitiva, transitada em julgado, 
pela pratica de crime de homicídio, o que se pergunta é se ele deixa de ser 
vereador automaticamente com a sentença definitiva ou tem que ser submetido 
a juízo político da Câmara Municipal do 
RJ? A simetria entre deputado estadual e vereador ou não? Esse silênci
o Constitucional é uma lacuna técnica, que permitiria a analogia com os 
deputados estaduais, ou se trata de silêncio eloqüente? 
R: No Brasil encontraremos duas posições sobre essa controvérsia (só dois 
autores tratam do assunto): 
1ª Posição: Alexandre de Moraes. 
Não existe juízo político; se o vereador for condenado como trânsito 
em julgado, ele perde o mandato automaticamente. Porque, para esse autor, 
não há simetria entre deputado estadual e vereador. Portanto, o silêncio 
constitucional foi um silêncio eloqüente. Se o constituinte quisesse estender 
o mesmo tratamento aos vereadores, o teria feito de forma expressa, como 
fez para o deputado estadual no art. 27 § 1º. 
2ª Posição: Pedro Henrique Távora Niess. 
Há juízo político. Se o deputado for condenado definitivamente, sua 
perda de mandato não é automática, podendo, inclusive, ser afastada 
pelo julgamento político de seus pares da Câmara Municipal. Para esse autor 
existe simetria entre deputado estadual e vereador e como a CF apresenta 
essa lacuna técnica, ela deve ser suprida com a analogia. 
Já há jurisprudência do STF sobre o tema, em acórdão recentíssimo 
(RE 225019) no qual o STF excluiu o juízo político. Portanto, para a corte 
suprema a perda do mandato do vereador deve ser automática devido ao 
silêncio eloqüente da CF. 
Temos inclusive vários dispositivos em que a CF não deu o mesmo tratamento 
aos vereadores que deu aos deputados estaduais. O grande exemplo é a 
imunidade 
parlamentar (a dos vereadores é completamente diferente da dos deputa
dos estaduais). O vereador só tem a imunidade material no limite do município, 
se a lei orgânica for expressa; enquanto que o deputado estadual tem 
imunidade formal e material, sem qualquer limitação espacial, mesmo nos 
estados em que não atua. 
É importante gravar para provas/concursos: Presidente da República, Governador e 
Prefeito (Executivo) e Vereador (Legislativo Municipal) a perda do mandato é automática, 
após sentença penal condenatória transitada em julgado. Deputados Federais e 
Senadores (Legislativo Federal) e Deputados Estaduais (Legislativo Estadual) é 
necessário que suas respectivas casas deliberem sobre a perda do mandato, por 
votação secreta, por maioria absoluta, facultada ampla defesa. 
(2) A quem cumpre decretar perda ou suspensão dos direitos políticos? Pertence 
ao judiciário ou executivo? É uma questão de competência (Judiciário) ou 
atribuição (Executivo)? 
Obs: Quando falamos em poder judiciário, não estamos nos referindo só à 
justiça eleitoral. Porque no caso de uma sentença criminal transitada em 
julgado, pode ser que o juízo criminal (estadual comum ou federal comum) a 
aplique. 
R: Já há hoje um consenso no Brasil, que é uma função do Judiciário, salvo uma única 
exceção. Ou seja, cabe ao poder Judiciário, pela justiça competente para o caso 
concreto, que pode não ser a justiça eleitoral, decretar perda ou suspensão dos 
direitos políticos. 
Só há a discussão dessa competência em uma situação, que está prevista no 
art. 15, IV da CF/88: “recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou 
prestação alternativa, nos termos do art. 5º , VIII:”. Esse artigo trata do que 
chamamos 
deEscusa de Consciência. A escusa de consciência é um direito fundamental 
individual que todo indivíduo tem de não 
cumprir obrigação a todos imposta, por motivação de ordem religiosa, 
filosófica ou política. O caso que mais acontece, hoje, de escusa de 
consciência é das testemunhas de Jeová que se recusam a prestar serviço 
militar obrigatório, por ferir sua convicção religiosa ao pegar em armas. 
Obs.: É importante colocar, que o art. 15 em todos os seus incisos tem erro 
técnico, inclusive no próprio inciso IV, quando fala de recusa de cumprir 
obrigação ou prestação alternativa. A conjunção presente deveria ser e e 
não ou. O exercício de um direito fundamental (escusa de consciência – art. 5º, 
VIII e o próprio art. 15, IV da CF) não poderia ser causa de perda dos direitos 
políticos; o que provoca a perda é o exercício da escusa de consciência e 
o descumprimento da prestação alternativa prescrita (ex: serviço civil 
alternativo – serviço à comunidade carente). 
Essa situação da escusa de consciência somada ao descumprimento a 
prestação alternativa (IV) é a única controvérsia na doutrina, com relação a 
quem cumpre a decretação de perda ou suspensão de direitos políticos. 
Porque essa questão envolve as forças armadas, e, eventualmente, o chefe 
das forças armadas em guerra é o chefe supremo do Poder Executivo 
(Presidente da República). Existem duas posições: 
1ª Posição: José Afonso da Silva. 
Deveria ser competência do Judiciário, a decretação de perda ou suspens
ão dos direitos políticos, também nessa situação, porque não há exceção. 
Qualquer decretação de perda e suspensão dos direitos políticos deve ser feita 
pelo Poder Judiciário. 
2ª Posição: Fávila Ribeiro. 
A Atribuição deveria ser doPoder Executivo porque esse caso seria 
uma exceção à competência do Judiciário. Como esse caso envolve as Forças 
Armadas cabe ao Presidente da República (chefe das Forças Armadas) a 
decretação da perda ou suspensão dos direitos políticos. 
Para esse autor, qualquer situação que envolva escusa de consciência 
+ descumprimento da prestação alternativa, não só as situações envolvendo as 
forças armadas (por ser a situação mais freqüente), a decretação de perda ou 
suspensão dos direitos políticos é atribuição do Presidente da República, 
através de uma decisão administrativa (sem necessidade de homologação). 
Obs.: Essa função é exclusiva do Presidente da República, sendo, portanto, 
indelegável? (pergunta em aula) 
R: Se trata de uma função indelegável, por ele se tratar do chefe das Forças 
armadas. As funções que o Presidente pode delegar e a quem podem ser 
delegadas estão descritas no art. 84 parágrafo único da CF. 
A Jurisprudência do TSE é acorde com a 2ª posição, ou seja, cabe nesse caso 
do inciso IV, ao presidente da república a decretação da perda ou suspensão 
dos direitos políticos (ato administrativo), todas as outras situações são de 
competência do poder Judiciário – Acórdão 14.012 de 10/10/2001 do TSE. 
Obs.: Por ser decisão administrativa – ato administrativo, pode haver da parte 
do “lesado” pela decisão, recurso administrativo (como o Presidente é 
autoridade máxima cabe apenas recurso próprio) ou questionamento judicial 
(mandato de segurança ao STF – porque se trata de ato do Presidente da 
República), nunca questionando a competência, mas apenas questionando 
algum vício dessa decisão. 
Obs.: Como ficaria a situação da Imunidade do Presidente da República, com 
relação a essa possibilidade de condenação criminal? 
R: Existem duas Imunidades processuais penais do Presidente da República: 
(1) Não pode ser preso durante o seu mandato; e (2) não 
pode ser responsabilizado, durante o seu mandato, por atos estranhos ao 
exercício de suas funções (art.86, § 4º da CF). Portanto, podemos visualizar 
pela 2ª imunidade, que o Presidente da República pode ser responsabilizado 
por atos coerentes com sua função; pode responder por prevaricação, mas não 
pode responder por seqüestro, roubo, etc. Nesse caso poderia responder a 
processo de crime comum (prevaricação) junto ao STF e perderia o seu cargo 
de Presidente automaticamente se fosse condenado em definitivo. Isso é 
diferente de “Impeachment” (impossibilidade de exercer a função pública por 8 
anos) em que a Câmara admite que o Presidente seja julgamento pelo Senado, 
porque aqui não se trata de condenação penal, seria uma condenação 
administrativa. 
Os governadores e prefeitos têm tratamento idêntico, pelo princípio da Simetria 
(a CF estende a eles vários tratamentos que dá ao chefe do executivo). 
3.4.1) Perda dos Direitos Políticos: 
► Privação definitiva de direitos políticos que poderão vir a ser readquiridos no futuro 
por provocação do interessado (provocar o Judiciário ou o Executivo, dependendo de 
quem seja a “competência”). 
Está prevista no artigo 15, I e IV da CF: (I) Cancelamento da naturalização por 
sentença transitada em julgado; e (IV) Recusa de cumprir obrigação a todos 
imposta “ou” (e) prestação alternativa, nos termos do art.5º, VIII. Para a 
doutrina dominante, apesar de não serem pacíficos, esse dois incisos 
se referem à perda de direitos políticos. 
O inciso primeiro é extremamente mal redigido, porque por ele dessa forma 
escrito, parece que estão excluídos dessa perda os brasileiros natos, o que não 
ocorre. Esse inciso deveria ser lido da seguinte forma: perda da nacionalidade 
brasileira e aquisição de outra nacionalidade. Exemplo disso: se um brasileiro 
nato, se naturaliza hoje espanhol, ele perde a nacionalidade brasileira. 
Obs.: Pergunta que aparece freqüentemente em provas: Se a naturalização 
fosse condição para permanência naquele país, esse indivíduo teria que perder 
a nacionalidade brasileira? 
R: Não; assunto claramente tratado no art. 12 § 4º, II “b” da CF/88. Esse artigo 
exclui a perda da nacionalidade nesta condição, afastando, portanto, o art.15, I 
da CF. 
3.4.2) Suspensão de direitos políticos: 
► Privação temporária de direitos políticos, que poderão vir a ser readquiridos no futuro, 
automaticamente, cessadas às causas que deram ensejo à suspensão. 
Ex: Condenado que já cumpriu sua pena, deixa de ter seus dts. políticos 
suspensos. 
Interditado, cessada a causa da interdição, deixa de ter, automaticamente, 
seus dts. políticos suspensos. 
Prevista no art. 15, II, III e V da CF/88 (para a corrente majoritária): 
(II) Incapacidade civil absoluta. Aqui temos que ler, na verdade, interdição, com 
consequente incapacidade civil absoluta. Porque a pessoa que tem 
incapacidade civil absoluta desde o início, sequer adquiriu dts políticos, 
portanto, não os poderia ter 
suspensos. Não podemos confundir um estado – interdição –
 com um fato, incapacidade civil absoluta. Cessada a causa da interdição 
(cessado o estado), cessa a causa da suspensão de direitos políticos, que são 
readquiridos, automaticamente. 
Pularemos o inciso III, indo direto para o V. 
(V) Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º: “Os atos de improbidade 
administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função 
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e 
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”. Nesse artigo 
temos que ler: Sentença que condena o réu com trânsito em julgado por prática de ato 
de improbidade administrativa. Porque, segundo a nossa CF, a pessoa presume-
se inocente, até a sua condenação definitiva. E até porque improbidade 
administrativa é apenas uma imputação, sentença transitada em julgado é um 
fato. 
Obs.: Alguns autores, inclusive, o Prof. Ramaiana, indicam que esse inciso V 
seria uma situação de perda. Mas o professor Guilherme discorda totalmente 
dessa posição. Para ele esse inciso não deixa qualquer dúvida de se tratar de 
causa de suspensão, porque o próprio art. 37, § 4º, a que se refere o inciso V, 
fala em suspensão de direitos políticos. 
O inciso III foi deixado para o final, porque é o mais perigoso. E todas as 
questões formuladas em prova, quando falam e suspensão de direitos políticos, 
falam desse inciso: 
(III) Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos. 
Nós já tocamos nesse assunto quando discutimos a perda de mandato eletivo, 
que para deputado federal e estadual e senador, essa perda não é automática. 
Esse inciso dá ensejo a 5(cinco) questões, que iremos discutir a seguir: 
(1ª) A CF fala em condenação criminal, qual seria, então, a natureza jurídica da infração 
penal? Trata apenas de condenação penal por crime ou pode ser condenação por 
contravenção penal, também? Pois sabemos que a infração penal é gênero que 
compreende duas espécies: 
(1) Crime e (2) Contravenção Penal. 
Se caísse, por exemplo, numa prova a seguinte questão: João da Silva foi 
condenado, com sentença transitada em julgado, pela contravenção penal de 
jogo do bicho; ele teria os seus direitos políticos suspensos? Aqui, não temos 
uma condenação criminal, teríamos, na verdade uma condenação 
contravencional. 
E se for condenação por crime, que não seja apenado com prisão, seja apenado com 
pena restritiva de direitos ou multa, teria seus direitos políticos suspensos? 
R: Embora a CF/88 diga infração penal, se considera qualquer infração penal, seja crime 
ou contravenção penal. A partir do momento que sai uma sentença penal condenatória 
transitada em julgado há a suspensão dos direitospolíticos. Seja aplicada pena privativa 
de liberdade ou não. Mesmo que se aplique pena restritiva de direitos ou pena de 
multa, há a suspensão dos direitos políticos. 
Uma pessoa foi condenada por uma contravenção penal de jogo do bicho a 
pagar pena de multa; no momento que essa sentença transita em julgado tem 
seus direitos políticos suspensos. A questão que avém daí é até quando dura 
essa suspensão, no caso da pena de multa, por exemplo. 
(2ª) O que a CF quer dizer com a expressão: “enquanto durarem seus efeitos”? 
Até porque o termo inicial dessa suspensão é bem tranqüilo, data em que a 
sentença transitou em julgado. Por isso, como já mencionamos anteriormente, 
presos provisórios (prisão em flagrante, preventiva, provisória, ou por sentença 
recorrível) têm seus direitos políticos plenos (ativos=votar; passivos= ser 
votado). Há inclusive, um projeto de lei, de levar a possibilidade de votar a 
esses presos, ou seja, sessões eleitorais em estabelecimentos penais. Porque 
o preso só não vota por impossibilidade física; e não pode exigir votar fora da 
prisão, porque esse direito não é assegurado na CF como direito líquido e 
certo. 
Recentemente o TRE do RJ indeferiu pedido de candidaturas, no último pleito, 
de pessoas acusadas em crimes; isso não poderia ser feito com base na 
CF/88. Pela CF até pessoas condenadas em crimes hediondos com sentença 
recorrível devem ter seus pedidos de candidatura deferidos. 
R: Quanto a isso a Jurisprudência é pacífica; enquanto durarem seus efeitos significa 
até a data da declaração extintiva de punibilidade ou, se houver cumprimento, até a data 
da declaração de extinção da pena. Se o réu cumpriu a pena, a suspensão dos 
direitos políticos dura até a declaração de extinção da pena; se o réu não 
chegou a cumprir a pena, não podemos falar em pena e por isso tem seus 
direitos políticos suspensos até a declaração de extinção da punibilidade. 
Pouco 
importando, para essa suspensão os fatos anteriores, como a declaração 
 de reabilitação do condenado, ou indenização 
total do dano, ou estabelecimento de relação com a família (casamento com 
a estuprada). É necessária para reaquisição dos direitos políticos a declaração 
de extinção da punibilidade ou da pena, nenhum fato anterior tem qualquer 
importância sobre isso. 
O intervalo de tempo da suspensão vai da sentença de condenação transitada m 
julgado até a sentença declaratória extintiva da punibilidade ou da pena. Por exemplo, 
no caso de multa, no momento do pagamento integral da multa está extinta a 
pena e faz jus a reaquisição de seus direitos políticos. Se o pagamento da 
multa for parcelado, com o pagamento da última parcela, volta a fazer jus de 
seus direitos políticos. Em relação à pena restritiva de direitos, a suspensão 
dura enquanto durar a pena. Quando extinguir a pena extingue também a 
suspensão. 
(3ª) Se houver, eventualmente, uma medida de despenalização (os dois principais 
exemplos de medidas despenalizadoras, hoje, seriam: (1) Transação penal; (2) 
Suspensão Condicional do Processo (sursis processual)), como a transação penal 
ou o sursis processual, ocorre suspensão dos direitos políticos dessa pessoa que 
transacionou ou teve seu sursis processual? 
R: Qualquer medida de despenalização (não há pena) importa em não condenação (não 
se discute culpa); e como não há condenação, não há, também, suspensão de direitos políticos. 
(4ª) Um incidente de execução penal (e não, como na hipótese anterior, uma 
medida de despenalização), como o caso do livramento condicional ou 
da suspensão condicional da pena (sursis penal), afeta a suspensão dos direitos 
políticos do condenado? Por exemplo, uma pessoa condenada que está 
cumprindo pena, em regime fechado, é beneficiada com o livramento 
condicional ou com o sursis penal; como isso afeta a suspensão de seus 
direitos políticos? 
R: Não, qualquer incidente de execução penal não afeta a suspensão de direitos 
políticos, que perdura enquanto durar a pena. Esses incidentes não implicam em 
extinção da punibilidade ou da pena. 
Obs¹: Há uma declaração de extinção de punibilidade ou de extinção da pena, 
que é comunicada (por ato administrativo mínimo para dar ciência) à justiça 
eleitoral e às juntas eleitorais, havendo automaticamente a cessação da 
suspensão dos direitos políticos. 
Obs²: A condenação civil, por não se tratar de condenação criminal, funciona 
como a prisão provisória em relação aos direitos políticos, o preso pode votar e 
ser votado, só não vota porque há uma impossibilidade física de sair da cadeia 
para isso. 
(5ª) O que significa Inelegibilidade legal? E quais seus efeitos? 
R: Temos que fazer menção a Lei Complementar 64/90 (Lei das Inelegibilidades) art.1º, I, 
“e”: “São inelegíveis: os que forem condenados criminalmente, com sentença transitada 
m julgado, pela prática de crime contra a economia popular, 
a fé pública, a administração pública, o patrimônio público, o mercado financeiro, 
pelo tráfico de entorpecentes e por crimes eleitorais (todos os crimes eleitorais), pelo prazo de 3 
(três) anos, após o cumprimento da pena;”. Porque sempre que houver uma condenação criminal, 
temos que ver se é por um dos crimes previstos nesse artigo. Se for, quando for declarada extinta 
a punibilidade ou declarada extinta a pena, ele só vai readquirir parte de seus direitos políticos – 
direito de votar (capacidade eleitoral ativa) – porque seu direito de ser votado (capacidade eleitoral 
passiva) fica obstado por mais 3 (três) anos. Nesses crimes, 
o condenado só volta a ser cidadão em sua plenitude, 3 anos após o cumprimento da pena. 
 
Obs.: “Impeachment”: Fica impedido durante 8 anos de ocupar qualquer função pública, não só 
mandato eleitoral. 
 
Elegibilidade: Condições e Conceitos 
4) Elegibilidade (cidadania passiva ou capacidade eleitoral passiva): 
4.1) Condições de Elegibilidade: 
As condições para alguém ser eleito para um cargo eletivo (elegibilidade) estão 
enumeradas exaustivamente (taxativamente) no art. 14, §3º da CF/88. Estudaremos, 
portanto, esse parágrafo, inciso por inciso: 
I- a Nacionalidade Brasileira; 
Sobre esta condição devemos frisar que o inciso fala apenas de nacionalidade 
brasileira, ou seja, brasileiro nato ou não (apenas nacionalizado). 
Já estudamos anteriormente, uma situação, prevista na CF, que pode ser exceção a 
essa regra: a prevista no art. 12, § 1º - do Português Equiparado (fazer remissão). O português 
equiparado pode ser eleito no Brasil, sem ser brasileiro (português equiparado não é sequer 
naturalizado, continua sendo nacional de Portugal). 
Devemos também com relação a esse inciso fazer outra remissão ao art. 12, § 3º, 
porque traz como condição para ser eleito para determinados cargos (Presidente 
da República e Vice-Presidente; Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do 
Senado; Ministro do STF; carreira diplomática; oficial das forças armadas, Ministro do 
Estado de Defesa) a necessidade de ser brasileiro nato (cargos privativos de 
brasileiros natos); portanto esses cargos não podem ser exercidos nem por 
naturalizados nem portugueses equiparados. 
Obs.: A Constituição Americana tem norma igual, exigindo que para ser Presidente e 
Vice-Presidente americano a pessoa tenha que ser americano nato. Só que o Bush acabou de 
apresentar uma proposta de emenda querendo acabar com isso. Só que o prazo para emendar a 
Constituição Americana é o de aprovação em todas as assembléias estaduais. A última emenda à C. 
Americana, Emenda 21 começou a ser votada em 1898 e acabou de ser votada em 2001 (demorou 103 
anos). 
Notas Importantes sobre esse artigo (CF- art. 12, § 3º): 
Éimportante ressaltar que não é cargo privativo de brasileiro nato, cargo de deputado 
federal ou senador. O brasileiro naturalizado e até o português equiparado podem ser 
deputados e senadores, só não podem ser Presidentes dessas casas legislativas. 
Essa exigência é feita, porque o Presidente do Senado e o Presidente da Câmara são 
eventuais substitutos do Presidente da República, cargo de brasileiro nato por 
excelência. 
Há exigência de ser brasileiro nato para ser Ministro do STF; não existe essa 
exigência para ser Ministro do STJ. Tanto é que temos um Ministro no STJ que é 
alemão naturalizado brasileiro. A exigência de ser nato o Ministro do STF é, também, 
porque o Presidente do STF pode ter que substituir o Presidente da República. 
Obs.: O Fernando Henrique, quando nomeou a Ellen Grace, na verdade queria 
nomear para ser a primeira ministra do STF, a Ada Grinover, mas não pode fazê-lo porque ela é 
italiana. 
Com relação aos diplomatas, todos os países fazem essa exigência que sejam natos. 
Com relação aos militares a exigência de ser brasileiro nato se restringe aos 
oficiais. Poderíamos, portanto, ter cabos, soldados e sargentos, naturalizados ou 
portugueses equiparados. 
Com relação ao Ministro de Estado da Defesa é a primeira vez que a CF se 
reporta a um cargo de ministro específico. Porque sempre que ela se refere a 
ministros, fala de ministros e ministérios genericamente. Portanto, o único ministro que 
tem que ser brasileiro nato, é o Ministro da Defesa. Essa exigência é porque, pela 
nossa CF, é o ministro da Defesa quem coordena os comandos militares; e se os 
oficiais militares têm que ser natos é evidente que o Ministro Civil que os coordena, 
tenha, também, que ser nato. 
II) o Pleno Exercício dos direitos políticos; 
Isso significa que nenhum direito político tenha sido suspenso ou perdido (vide tópicos 
de suspensão e perda de direitos políticos). Temos que combinar esse artigo, portanto, 
com o art.15 da CF/88. 
III) o Alistamento Eleitoral; 
Vide o tópico de Alistamento Eleitoral. Combinar com os art. 14, § 1º, I (alistamento 
obrigatório) e II (alistamento facultativo) e art.14, § 2º (alistamento proibido). 
IV) o Domicílio Eleitoral na Circunscrição; 
Com relação a esse inciso temos que colocar 3 questões: 
(1ª) Conceito de Domicílio Eleitoral. O Domicílio Eleitoral se confunde com 
o Domicílio Civil? 
R: Domicílio Eleitoral é um conceito distinto de Domicílio Civil. 
■ Domicílio Civil (do CC) ►Local onde se estabelece residência com ânimo de 
adjudicar (permanecer). 
■ Domicílio Eleitoral ► Segundo o art.42, parágrafo único do CE”: “ Para o efeito 
da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, e, 
verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas”. A 
Interpretação que é dada a esse artigo, hoje pela doutrina e pela jurisprudência (TRE 
do RJ –
 Acórdão 26.014 de 12/04/04 (eleição de Nova Iguaçu) e Acórdão 26.587(eleição 
de Conceição de Macabú) são a seguinte: Para se ter um domicílio eleitoral é necessário que se verifique, 
pelo menos, um de três vínculos (vínculos alternativos e não cumulativos): 
1º) Vínculo Patrimonial → demonstrar que a pessoa tem patrimônio no local; 
2º) Vínculo Laborativo → demonstrar que a pessoa preste trabalho no local; 
3º) Vínculo Social → demonstrar que a pessoa tenha vida social no local. 
Se a pessoa demonstrar apenas um desses três vínculos, ela demonstra que tem 
domicílio eleitoral no local. Se não demonstrar pelo menos um desses vínculos, não 
demonstra que tem domicílio eleitoral no local. Devemos reparar que o conceito é 
muito mais elástico que o conceito de domicílio civil. 
Antigamente se discutia se o vínculo afetivo era suficiente para demonstrar 
domicílio eleitoral. Hoje não se considera o vínculo afetivo, tem que ter pelo menos vínculo social, isto é, 
previamente antes da inscrição para o pleito, frequentar o local com habitualidade, ter amigos lá, etc. 
Obs.: Foi por não ter quaisquer desses vínculos que a inscrição de candidatura do 
Lindeberg Farias para prefeito de Nova Iguaçu foi indeferida, houve recurso para o 
TRE que indeferiu também. Agora, a questão está e, julgamento pelo STE; mas 
teoricamente ele não tem domicilio eleitoral em Nova Iguaçu e não poderia ter sido 
eleito prefeito de lá. Provavelmente essa candidatura vai ser deferida porque logo que 
assumiu como prefeito já ganhou o título de cidadão honorário de Nova Iguaçu, para 
tentar demonstrar o vínculo social pretérito (discutível, até porque é posterior a ação, 
mas provavelmente uma manobra que dará certo). 
(2ª) O que seria Circunscrição? A Circunscrição pode variar conforme o tipo de 
eleição (ex: eleição local, a circunscrição é menor, regional é maior e nacional é 
maior ainda? Ou é um conceito só?)? 
R: A atual jurisprudência entende que a circunscrição muda conforme o tipo de 
eleição: 
1) Eleição Local (Prefeito ou Vereador) ► Circunscrição significa território 
do Município (tem que provar o domicílio eleitoral naquele Município). 
2) Eleição Regional (sendo eleitos por um Estado: 
(a) Governador; (b) Deputado estadual; (c) Deputado Federal ou(d) Senador da República) ► 
Circunscrição significa o território do Estado (tem que provar o domicílio eleitoral naquele Estado). 
3) Eleição Nacional (Presidente da República) ►Circunscrição significa 
território brasileiro (tem que provar domicílio eleitoral no Brasil). È possível, através dessa 
interpretação, que um magnata nato no Brasil, que viva no exterior, não tenha qualquer patrimônio 
aqui, mas por ter família ou até amigos aqui, vir a ser Presidente do Brasil. 
(3º) Há um Prazo mínimo para que se prove esse Domicílio Eleitoral? Até quando 
antes do pleito pode-se mudar o domicílio eleitoral? 
R: Esse prazo existe e está fixado no art. 9º “caput” da Lei 9.504/97 (Lei 
Eleitoral): “Para concorrer ás eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral 
na respectiva circunscrição pelo prazo de, pelo menos, um ano antes do pleito e 
estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo”. 
É importante, ressaltar que não é um ano antes da inscrição e sim um ano antes da 
eleição, o que significa dizer, que o prazo contado da sua inscrição eleitoral é muito menor (6 meses). O 
individuo tem que ter seu domicílio eleitoral fixado um ano antes da eleição. Esse é o mesmo prazo 
exigido para a filiação á partido político. Ele tem que ter, há um ano do pleito, seu domicílio 
eleitoral fixado e sua filiação partidária deferida. 
Obs.: Por essa exigência legal, soa estanho que o Presidente do STJ, deixe de ser 
desembargador e já concorra ás eleições para governador de seu Estado (Piauí); 
porque o Presidente do STJ não pode estar filiado a partidos políticos e falta menos 
de 1 ano para as eleições que ele pretende concorrer (exigência de estar filiado há 1 ano). 
A mesma surpresa nos acomete ao ver o Ministro do STF querer concorrer a 
Presidência da República há menos de 1 ano do pleito, se ele não pode sequer estar 
filiado a partido político enquanto for Ministro. 
V – a Filiação Partidária; 
Aqui surgem duas situações interessantes: 
1ª) Filiação Partidária é proibida pela CF para membros da Magistratura 
(art.95, parágrafo único, III) e do Ministério Público (art.128, § 5º, II, “e”). E
sses membros, portanto, não dão satisfação a todas às condições de elegibilidade. 
Obs.: Com relação ao MP, havia exceções (podia ter filiação com o ônus de não poder 
exercer atividades eleitorais como MP, mas não podia ter atividade partidária), que foram abolidas 
pela Emenda 45. Antes da Emenda a alínea “e” desse artigo era assim:“exercer atividades político-
partidárias salvo exceções previstas em lei” (poderia estar filiado por lei do próprio MP). Hoje o membro 
do MP não pode sequer se filiar, e quando é aprovado no concurso, se filiado, tem que se desfiliar. 
O membro do MP ou Magistratura aposentado ou exonerado, por estarem afastados de suas funções, 
podem se filiar. Porque o objetivo da norma é que a pessoa prejudique sua atividade judicante por sua 
atividade partidária. 
Isso não quer dizer que magistrados e membros do MP sejam inelegíveis, embora na prática a 
consequência seja a mesma, eles não satisfazem a todas as condições de elegibilidade existentes. Ser 
inelegível e não dar satisfação a todas as condições de elegibilidade são coisas distintas, esse último 
caso é muito menos grave, porque passando a satisfazer a condição podem ser eleitos. 
2ª) O art. 14, §3º, V, da CF enseja um dos conflitos mais graves entre normas 
constitucionais. Porque esse inciso exige, como condição de elegibilidade, que a 
pessoa esteja filiada a partido político. Se conflitarmos esse artigo com o art. 142, §3º, 
V da CF: “o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos 
políticos;”. Combinando esses artigos chegamos à conclusão que o militar por não 
poder se filiar, não preenche todas as condições de elegibilidade, não podendo, 
portanto, ser eleito. Mas se formos ler o art.14, § 8º: “O militar alistável é elegível, 
atendendo as seguintes condições: I- se contar menos de dez anos de serviço, deverá 
afastar-se da atividade; II- se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela 
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato de diplomação, para 
a inatividade”, vemos que o militar é alistável e elegível , sob algumas condições. A 
solução do conflito, formulada pelo STF, entre as três normas constitucionais é a 
seguinte: 
 
 
Temos como vimos no esquema, dois momentos cruciais: data do registro da 
candidatura e data da diplomação. Até a data que tiver seu pedido de registro de 
candidatura deferido, até esse momento, o militar não pode e não deve estar filiado a 
nenhum Partido Político. Nesse primeiro intervalo se aplica o art.142, § 3º, V da CF. 
Na data em que o militar registrar a sua candidatura, isto é, na data em que tiver o seu 
pedido de candidatura deferido, ele toma duas providencias: (1ª) se filia ao Partido 
Político (portanto, é dispensado aquele prazo de filiação 1 ano antes do pleito) e (2ª) 
se afasta da sua atividade. Esse afastamento vai ter duas qualidades: (1ª) Se tiver 
menos de 10 anos de serviço militar, ele só se afasta da atividade (termo técnico= 
afastamento da atividade = sem soldo); (2ª) se tiver mais de 10 anos, ele ficara 
agregado pela autoridade superior (termo técnico= agregamento ou agregação; que é, 
também, afastamento, só que com o pagamento de soldo). Nesse intervalo de tempo 
se aplica, a rigor, o art. 14 § 8º, I e II parte inicial. Enquanto durar a campanha 
eleitoral, ele está afastado de suas atividades militares. 
Se o militar perder a eleição, ele retorna à sua atividade como militar, cancelando 
(dando baixa) a sua filiação partidária, porque o art. 14, § 3º, V diz que o militar não 
pode estar filiado a partido. 
Se o militar ganha a eleição, ele é diplomado no cargo, e a partir dessa data se aplica 
o art. 14, § 8º, II (parte final), que diz que, uma vez diplomado, o militar passa para a 
inatividade, ou seja, tecnicamente ele passa a ser reformado. Basta que o militar 
exerça um cargo para que seja reformado, ou seja, passe para a inatividade perpétua. 
Tendo menos ou mais de 10 anos de serviço militar, ele será reformado, fazendo 
diferença o tempo que permanecer nas Forças Armadas para o cálculo do valor do 
seu provento como reformado (“aposentado”). 
Isso é importante para que percebamos que uma condição inafastável (condição “sine 
qua non”) para a elegibilidade é a filiação a Partidos Políticos, não se afastando essa 
condição nem de militares. O que existe, no caso dos militares, é uma mitigação da 
exigência do prazo de 1 ano de filiação antes do pleito. 
Obs.: O que a CF veda é a acumulação de cargos, não a acumulação de proventos; o 
militar, portanto, pode acumular seus proventos como reformado, com proventos de 
aposentadoria como civil. 
Precisa de 8 anos de atividade legislativa federal para se aposentar, bastando apenas 
um mandato para Senador (e dois mandatos para Deputado Federal), isso é possível 
porque o regime de previdência é específico e pode estipular suas regras. 
VI – a Idade mínima de: 
a) 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; 
b) 30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do DF; 
c) 21 anos para Deputado Federal, Estadual ou Distrital, Prefeito e Vice- Prefeito, 
e Juiz de Paz; 
d) 18 anos para Vereador. 
Há, portanto uma idade mínima exigida que varia dos 18 aos 35 anos. É importante 
perceber que a pessoa só adquire seus direitos políticos em toda plenitude 
(capacidade eleitoral plena) aos 35 anos, quando pode ser eleita para qualquer cargo. 
Sobre esse inciso temos algumas questões a serem colocadas: 
1ª) Quando se verifica essa idade mínima exigida: no registro de candidatura ou 
na posse? Menor de idade (menor de 18 anos), assistido, pode registrar 
candidatura para vereador, provando que na data da posse terá 18 anos? 
R: Atualmente o termo de verificação da idade é a data da posse. Isso está 
previsto no art.11, § 2º da Lei 9.504/97(Lei Eleitoral): “A idade mínima consti
tucionalmente estabelecida como condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a 
data da posse”. É entendido, dessa forma porque a idade mínima é condição para exercício do cargo, e 
não para concorrer a ele, e exercício do cargo só passa a haver com a posse. 
Portanto, o menor de 18 anos, assistido, pode formular pedido de registro de candidatura 
para vereador, se provar que, se eleito, na posse terá 18 anos. 
2ª) Em casos de substituição temporária, há alguma peculiaridade com relação à 
idade do substituto? 
R: O único autor que fala de idade mínima de substituído e idade mínima 
de substituto é o prof. Joel Cândido. Esse autor afirma que na situação de substituição, a idade 
mínima do substituto deve corresponder à idade mínima do substituído. 
Por exemplo, para ser Presidente da República há a exigência que a pessoa tenha 
idade mínima de 35 anos. O Presidente tem como seu potencial substituto o 
Presidente da Câmara dos Deputados. Só que para ser deputado a idade mínima é 
de 21 anos; portanto, poderia um deputado federal qualquer, maior de 21 anos, vir a ser Presidente da 
Câmara e tornar-se substituto do Presidente da República? Para esse autor, para ser Presidente da 
Câmara o deputado federal tem que ter no mínimo 35 anos, para não correr-se o risco do Presidente da 
República vir a ser substituído por alguém com idade menor que a exigida para seu cargo. O mesmo 
raciocínio deve ser empregado em nível estadual: para ser governador é preciso ter no mínimo 30 anos, 
portanto, o Presidente da Assembléia Legislativa, que pode vir a substituir o Governador tem que ter no 
mínimo 30 anos (sabendo-se que pode ser deputado estadual com 21 anos). E também deve ser 
empregado em nível municipal, para ser presidente da Câmara dos Vereadores tem que ter no mínimo 21 
anos (sabendo-se que pode ser vereador a partir dos 18 anos). 
4.2) Causas de Inelegibilidade: (analise do tópico anterior sob o ponto de vista 
negativo) 
(ausência de Elegibilidade) 
 
 
Diz a doutrina hoje, que inelegibilidade é um gênero que se divide em duas grandes 
espécies: (1) Inelegibilidade Absoluta e (2) Inelegibilidade Relativa (Reflexa paraalguns autores). A Inelegibilidade absoluta ocorre em duas situações: (1) na situação 
dos inalistáveis (por motivo óbvio, se a pessoa é inalistável, consequentemente é 
inelegível – se não pode ter direitos políticos ativos, não pode ter direitos políticos 
passivos); e (2) no caso dos analfabetos (como já vimos, analfabeto não é inalistável, 
não entrando na primeira situação, porque seu alistamento não é proibido, e sim 
facultativo; não obstante a isso ele é sempre inelegível). 
A inelegibilidade Relativa ocorre em 4 hipóteses: (1) Mandato Eletivo (quando a 
pessoa já é titular de mandato eletivo, não se discutindo a possibilidade de ser 
eleito para outro mandato ao mesmo tempo); (2) Vínculo de Afinidade, Casamento, e Parentesco (causa 
mais discutida nos dias de hoje); (3) Serviço Militar (o militar na ativa é inelegível); (4) Causas Legais 
(previstas em lei). 
Basicamente são três as diferenças entre inelegibilidade absoluta e relativa: 
1ª) Inelegibilidade Absoluta se refere a qualquer cargo eletivo, não podendo 
ser flexibilizada, ou seja, não podendo ser relativizada (ex: é inelegível para tal cargo, mas é elegível 
para outro). 
2ª) Essa Inelegibilidade Absoluta decorre de uma característica do candidato, o 
candidato é que inelegível (é inalistável ou é analfabeto). 
3ª) A Inelegibilidade Absoluta está enumerada exaustivamente na Constituição (não 
existem, como na Relativa, as causas legais; porque as causas são todas constitucionais). 
Portanto a Inelegibilidade Absoluta se refere a qualquer cargo eletivo, 
decorre de uma característica do candidato e está enumerada taxativamente na 
Constituição. 
A contrario senso, Inelegibilidade Relativa (1ª) é relativa a apenas alguns cargos 
eletivos; (2ª) decorre de uma circunstância da eleição (ex: naquela eleição a pessoa 
tem um vínculo de parentesco, naquela eleição a pessoa já tem um mandato ou está na ativa no serviço 
militar); (3ª) está enumerada exemplificativamente na CF, tanto é que existem causas legais(causas 
que as leis fazem menção). 
Os fundamentos constitucionais para essas espécies de inelegibilidade são: 
■ Inelegibilidade Absoluta, tanto a por ser o candidato inalistável, quanto por ser 
analfabeto → art.14 § 4º. 
■ Inelegibilidade Relativa: = Mandato Eletivo → art. 14 § 5º. §7º. 
= Vínculo de Afinidade, Parentesco ou casamento → art.14 
= Serviço Militar → art. 14 § 8º 
= Causas Legais → art. 14 § 9º c/c LC. 64/90. 
Anteriormente já falamos sobre as situações de inelegibilidade absoluta (inalistáveis e analfabetos), sobre 
a inelegibilidade relativa com relação aos militares e com relação às causas legais (inelegibilidade legal). 
Agora falaremos sobre as duas questões pendentes, muito perguntadas em concursos: Inelegibilidade por 
vínculo e inelegibilidade durante mandatos eletivos. As questões jurisprudências mais modernas 
englobam essas situações. 
Teríamos que analisar casos concretos, como o do Governador Alckmin, que substitui 
o Gov. Mario Covas, quando ficou doente, o sucedendo, depois de sua morte e depois 
foi eleito Governador de São Paulo (3 mandatos consecutivos?). Teríamos que 
analisar também, o caso da Rosinha, esposa do ex-governador Garotinho. E outros 
casos concretos. 
4.2.1) Mandato Eletivo: 
Segundo o art. 14, § 5º: “O Presidente da República, os Governadores de Estado e do 
Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão 
ser reeleitos para um único período subseqüente”, chefes do Poder Executivo Federal, Estadual, do DF e 
Municipal, não só os titulares, como aqueles que os houver substituído ou sucedido poderão ser reeleitos 
uma vez só. Esse art. 14 § 5º é um dos belos exemplos na Constituição de Ponderação do legislador 
constitucional: porque a Constituição permite reeleição, mas permite reeleição uma vez só. Parece ter 
havido nessa norma a Ponderação de dois princípios: de um lado o Princípio Republicano (todo o poder 
político é temporário) e de outro lado o Princípio da Eficiência da Administração Pública (para a 
Administração ter eficiência, é necessário uma certa continuidade, e talvez 4 anos seja pouco tempo para 
se alcançar às metas de eficiência pretendidas). Uma reeleição só permite que o poder continue 
temporário, mas com tempo suficiente para ser eficiente e cumprir suas metas. 
Existem 3 questões importantes sobre esse tópico: 
1ª Questão – O próprio artigo faz uma diferença entre Substituição e Sucessão: 
■ Sucessão ► É sempre definitiva (só os vices são sucessores do Presidente, do 
Governador e do Prefeito). 
■ Substituição ► É sempre temporária (no caso do Presidente são substitutos 
o Vice- Presidente, o Presidente da Câmara, do Senado e do STF; no caso 
Governador são substitutos o seu vice, o Presidente da Assembléia e o Presidente do 
STJ; com relação ao Prefeito são substitutos o seu vice e o Presidente da Câmara e 
até o Presidente do Tribunal de Contas no RJ também o é). 
Obs.: Toda a prova oral pergunta o rol de sucessores de Presidente da República. 
Mas não existe rol, porque sucessor do Presidente, só o Vice-Presidente. O que existe 
é rol de substitutos (Vice-Presidente, Presidente da Câmara, do senado e do STF). 
2ª Questão: O STF acabou de julgar o Caso do Alckmin: 
1º Mandato (?) 
4 anos 
2º Mandato 
4 anos 
3º Mandato 
4 anos 
 ----------------------------------------
- 
Substituição do Covas em seu 1º Mandato 
(alguns dias quando Covas fazia 
tratamento) 
 
 ---------------
----------------
-------Sucessão 
do Covas em seu 
2º Mandato 
(como 
seu Vice, quand
o Covas 
morreu) 
 
------------------------------
- 
Eleito Governador de SP 
(titular) 
A questão que chegou ao STF foi a seguinte: Alckmin, como vice de Covas, o substitui 
em seu primeiro em vários momentos, porque foi quando Covas se descobriu doente e 
começou a fazer tratamento. Depois o sucedeu, em seu segundo mandato, quando 
Covas, veio a falecer. Poderia Alckmin ter sido eleito para Governador ou essa eleição 
não poderia ocorrer por se tratar de seu 3º mandado consecutivo? 
R: No RE 366.488 (Caso Alckmin) o STF entendeu que embora a CF em seu art.14 
§ 5º fale em substituição e sucessão, deve ser entendido apenas como 
sucessão. Não se computa qualquer intervalo de tempo como substituto, para fins de mandato 
para impedir reeleição, ou seja, só o período em que foi sucessor é contado como mandato. 
Essa interpretação da CF não foi literal; o STF usou o princípio da razoabilidade para 
interpretar, porque não seria razoável, que quem substitui o outro em apenas alguns 
momentos, não podendo nessas esparsas ocasiões implementar o seu modo de 
governo, não possa ter direito, se eleito, a manter sua administração por um período 
de 8 anos, o que assegurado a qualquer candidato. 
Portanto, o Alckmin poderia ter assumido o mandato como Governador de SP porque 
o 1º Mandato em que substitui Covas não se conta. Teria, portanto, com esse último, 
apenas dois mandatos consecutivos, o que é permitido pela CF. Agora, ele não pode 
ser candidato ao Governo de SP (nem qualquer pleito estadual, como deputado 
estadual, deputado federal ou senador), por isso quer se eleger Presidente da 
República (pleito nacional). Poderia se candidatar também a Prefeito de SP (pleito 
municipal). 
Obs.: Se o Governador morrer assume o Vice, mas se o Vice morrer, logo após, é 
realizada nova eleição (eleição indireta). 
Em Niterói o Prefeito atual inicialmente sucedeu o Prefeito anterior e foi eleito, 
posteriormente como titular. Nesse caso considera-se o período de Sucessão como 1º 
mandato e a eleição como titular como reeleição, portanto 2º mandato (e últimoconsecutivo). 
3ª Questão: Se exige desincompatibilização (renuncia 6 meses antes do pleito) 
para fins de reeleição? O Lula se quiser ser reeleito tem que se desincompatibilizar 
do cargo de Presidente 6 meses antes do novo pleito? O Alckmin teria que ter se 
desincompatibilizado do cargo de Governador, para concorrer a Presidência da 
República? 
R: Segundo o art. 14 § 6º: “Para concorrerem a outros cargos, O presidente da 
República, os Governadores de Estado e do Df e os Prefeitos devem renunciar aos 
respectivos mandatos até seis meses antes do pleito”. Portanto, chefes do executivo, 
se visam reeleição (para o mesmo cargo) não precisam abandoná-lo 6 meses antes 
do pleito, mas se visam ser eleitos para outro cargo, tem que renunciar ao anterior 
pelo menos 6 meses antes do pleito. O Alckmin que era Governador de São Paulo e 
agora vai concorrer a outro cargo (presidência da República) tem que renunciar seis 
meses antes do pleito. Já o Lula que é candidato à reeleição não precisa renunciar 
antes do pleito (desincopatibilização). 
Em relação ao legislativo não se exige desincompatibilização como no executivo. 
Os membros do legislativo (deputado ou senador), apenas se licenciam do seu cargo, 
concorre a um cargo do executivo e, se não for eleito, volta para seu cargo no 
legislativo e cumpre o resto do seu mandato (ex: a Senadora Heloisa Helena 
concorrendo à Presidência da República). 
Com relação ao § 5º do art. 14 é interessante fazermos uma menção ao direito 
comparado americano, que tem uma norma semelhante a essa, com uma importante 
diferença. Pela Constituição Americana, o Presidente Americano só pode se reeleito 
uma única vez. Depois dessa reeleição, ele nunca mais pode ser eleito para a 
Presidência da República, ou seja, ele é vitaliciamente inelegível. No Brasil O 
Presidente depois de reeleito, não pode ser novamente reeleito para mandato 
subseqüente, mas pode ser eleito saltando uma eleição. Podemos ter um Presidente 
da República no Brasil eleito 10, 15, 20 vezes. Isso acontece com qualquer chefe do 
executivo (ex: Prefeito do RJ já foi eleito 3 x). 
4.2.2) Vínculo de Afinidade, Casamento ou Parentesco: 
Previsto no art.14 § 7º da CF: São inelegíveis, no território de jurisdição do 
titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou 
por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, 
do DF, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos sei meses 
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à 
reeleição. 
Obs.: onde está escrito substituído leia-se também sucedido. 
Território de Jurisdição não significa território físico. A interpretação que a 
Jurisprudência dá hoje a território de jurisdição é território para o mesmo tipo de 
pleito (para o mesmo tipo de pleito nacional, estadual e municipal). Mesmo que esse 
pleito se realize num mesmo território físico. Ou seja, um filho de um Governador de 
Estado pode se candidatar a prefeito de um município do mesmo Estado (o município 
pertence ao mesmo Estado, mas o pleito é outro, um é estadual e o outro é municipal). 
Esse parágrafo engloba três casos concretos: 
1º Caso: Caso Garotinho► A cônjuge do ex-governador do Estado, Garotinho, 
concorreu ao mesmo cargo do marido no mandato imediatamente posterior ao dele. 
Ela poderia ter sido eleita? Ela poderia ser candidata a sua própria reeleição? 
Porque o STJ entendeu que a Rosinha era elegível, e no mesmo pleito entendeu que o 
deputado Jorge Murad, cunhado do governador do Maranhão era inelegível? 
R: Pelo acórdão do TSE, o cônjuge, consangüíneo ou afim pode ser candidato para o 
mesmo cargo na eleição subseqüente a do cônjuge, consangüíneo ou afim, desde que 
atendidas duas condições cumulativas: (1) Que o titular tenha deixado o cargo seis 
meses antes do pleito (tenha havido desincompatibilização = renúncia); (2) Que o 
titular esteja no seu primeiro mandato. 
No Rio o Garotinho estava no seu primeiro mandato e renunciou a ele 6 meses antes do 
pleito; então a sua cônjuge foi considerada elegível. No Maranhão a governadora renunciou 
6 meses antes do pleito, mas já estava no seu segundo mandato, pois havia sido reeleita; portanto 
seu cunhado foi considerado inelegível. 
Vai ser feito uma consulta ao TSE este mês de março, para ver se a 
Governadora Rosinha é elegível para reeleição e se seus parentes consangüíneos ou afins também 
o seriam. Se seguirmos o raciocínio do TSE no acórdão previamente citado, podemos deduzir que ele 
negará a possibilidade da reeleição da Rosinha e de qualquer parente seu ou afim. A única interpretação 
possível para o acórdão é que a Rosinha foi eleita como se o Garotinho tivesse sido reeleito. Se ele for 
eleito agora nesse pleito teríamos três mandatos consecutivos desse núcleo familiar, o que é vedado 
constitucionalmente – perpetuação não pode. Portanto, agora, ela ele e toda a família e 
afins são inelegíveis para o pleito estadual, poderiam se candidatar para o pleito 
municipal ou federal. 
Obs.: D. Marisa poderia se candidatar a pleito estadual ou municipal, mesmo Lula 
sendo candidato à reeleição a Presidência; porque se tratam de pleitos diversos. 
2º Caso: Caso Vizeu ► Vizeu é um Município do Pará, onde a prefeita que havia sido 
eleita e reeleita tinha união homo afetiva (ou homo erótica) com outra senhora, que por 
sua vez, foi candidata à eleição de deputada. Poderia ter sido candidata ou não, já que 
a vedação para o mesmo pleito, no caso estadual, fala em cônjuge, não citando união 
estável (companheiro) e muito menos união homo afetiva (parceiro)? Qual é a 
extensão dessa inelegibilidade? Poderia ser estendida tanto para a União estável 
quanto homo afetivo (interpretação extensiva da Constituição)? A norma pretende 
impedir que apenas a família se mantenha no poder ou que pessoas que possuam 
relação de afeto permaneçam no poder? 
Obs.: O STJ, na opinião do professor Guilherme, falhou ao tratar a união homo afetiva 
como união estável, porque a CF em seu art. 226 § 3º fala de “união estável entre 
homem e mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em 
casamento”. Nos parece que a união afetiva merece a mesma tutela constitucional que 
a união estável, só que a única falha do STJ foi atribuir a união afetiva a qualidade de 
união estável, por serem ,como a própria constituição prova, coisas diversas. Não é 
união estável, porque a CF fala entre homem e mulher e essa união não tem 
diversidade de sexos; e a união homo afetiva não pode ser convertida em casamento, 
objetivo do § 3º, porque o código civil impede. 
É interessante que se a esposa morre o marido continua tendo vínculo parental com 
os sogros. Essa relação não se rompe com a morte do elo entre os dois, a esposa. 
R: Segundo o STF estende-se o conceito de cônjuge compreende também o 
companheiro da união estável e o parceiro da união homo afetiva. A vedação estende- 
se a todos. Interpretou o § 7º como união afetiva, mesmo que essa união afetiva não 
gere vínculo familiar. 
Politicamente a interpretação do STF foi perfeita, porque o que se quer impedir é 
a perpetuação do poder de determinado núcleo de pessoas, que mantêm uma relação afetiva. Mas 
juridicamente a interpretação foi horrorosa (absurdo jurídico), porque normas que restringem direitos 
(norma que restringe direito político – participar de pleito) só podem ser interpretadas restritivamente e 
nunca extensivamente. E mais extensiva que essa interpretação do STF impossível! 
3º Caso: Caso de Ipubi: Ipubi é um município em que a prefeita eleita e reeleita. Em 
seu segundo mandato houve separação judicial do marido, e o ex-marido passa a

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