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Bioquímica Clínica

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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
BIOQUIMICA CLÍNICA 
 
 
 
1 
 
Copyright © Portal Educação 
2012 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS 
Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842b Bioquímica clínica / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 
2012. 
 225p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-396-8 
 1. Bioquímica clínica. 2. Análise clínica. 3. Análise laboratorial. I. Portal 
Educação. II. Título. 
 CDD 574.19285 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO À BIOQUÍMICA - CONTROLE DE QUALIDADE ............................................. 11 
1.1 PADRONIZAÇÃO NO LABORATÓRIO ..................................................................................... 11 
1.1.1 Padronização dos Processos Pré-Analíticos ............................................................................. 12 
1.1.2 Padronização dos Processos Pós-Analíticos ............................................................................ 14 
1.2 SISTEMA DE CONTROLE DA QUALIDADE NO LABORATÓRIO ........................................... 14 
1.3 IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE CONTROLE DA QUALIDADE ................................ 15 
1.4 CONTROLE DA QUALIDADE ................................................................................................... 15 
1.4.1 Controle Interno da Qualidade ................................................................................................... 16 
1.4.1.1Gráfico De Levey-Jennigs ......................................................................................................... 17 
1.4.1.2Sistema de Multirregras de Westgard ....................................................................................... 17 
1.4.2Controle Externo da Qualidade .................................................................................................... 25 
2 METABOLISMO DOS LIPÍDIOS ............................................................................................... 28 
2.1 DEFINIÇÃO ............................................................................................................................... 28 
2.2 FUNÇÕES ................................................................................................................................. 28 
2.3 LIPÍDEOS PLASMÁTICOS DE IMPORTÂNCIA FISIOLÓGICAS .............................................. 29 
2.4 METABOLISMO DOS LIPÍDIOS ............................................................................................... 30 
2.5 TESTES DE ROTINA ................................................................................................................ 30 
2.5.1 Triglicerídeos ............................................................................................................................. 31 
2.5.2 Colesterol Total ......................................................................................................................... 32 
 
 
3 
 
2.5.3 Colesterol HDL .......................................................................................................................... 34 
2.5.4 Colesterol LDL ........................................................................................................................... 35 
2.5.5 Relação Colesterol Total/HDL ................................................................................................... 36 
2.5.6 Relação LDL/HDL ...................................................................................................................... 37 
3 METABOLISMO DE CARBOIDRATOS .................................................................................... 40 
3.1 INSULINA .................................................................................................................................. 41 
3.2 GLUCAGON .............................................................................................................................. 42 
3.3 HIPOGLICEMIA ......................................................................................................................... 46 
3.4 HIPERGLICEMIA....................................................................................................................... 47 
3.5 CONSEQUÊNCIAS METABÓLICAS DO DIABETES ................................................................ 48 
3.6 TESTES DE INVESTIGAÇÃO E MONITORAMENTO LABORATORIAL .................................. 49 
3.7 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ...................................................................................................... 53 
4 FUNÇÃO HEPÁTICA ................................................................................................................ 57 
4.1 ANATOMIA DO FÍGADO ........................................................................................................... 57 
4.2 METABOLISMO HEPÁTICO NORMAL ..................................................................................... 57 
4.3 AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA DA FUNÇÃO HEPÁTICA ............................................................... 59 
4.4 MARCADORES LABORATORIAIS ........................................................................................... 59 
4.5 TESTES BIOQUÍMICOS DE ROTINA ....................................................................................... 59 
4.5.1 Bilirrubina ................................................................................................................................... 60 
4.5.1.1Icterícia Hemolítica ................................................................................................................... 62 
4.5.1.2Icterícia Obstrutiva .................................................................................................................... 62 
4.5.1.3Icterícia Hepatocelular .............................................................................................................. 63 
 
 
4 
 
4.5.1.4Icterícia em Recém-nascidos .................................................................................................... 64 
4.5.2 Fosfatase Alcalina ..................................................................................................................... 64 
4.5.3 Gama-Glutamiltranspertidase (γGT) .......................................................................................... 65 
4.5.4 Aminotransferases ou Transaminases ...................................................................................... 66 
4.5.4.1Alanina transaminase (ALT) ...................................................................................................... 67 
4.5.4.2Aspartato transaminase (AST) .................................................................................................. 67 
4.5.5 Albumina .................................................................................................................................... 67 
4.6 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ......................................................................................................68 
5 FUNÇÃO PANCREÁTICA ........................................................................................................ 70 
5.1 AMILASE ................................................................................................................................... 73 
5.2 AMILASE URINÁRIA ................................................................................................................. 74 
5.3 LIPASE ...................................................................................................................................... 76 
5.4 TRIPSINA SÉRICA IMUNORREATIVA ..................................................................................... 79 
6 FUNÇÃO CARDÍACA ............................................................................................................... 82 
6.1 ENZIMAS ................................................................................................................................... 82 
6.2 TIPOS DE ENZIMAS ................................................................................................................. 82 
6.3 QUADRO DISTRIBUIÇÃO DE ALGUMAS ENZIMAS E IMPORTÂNCIA DIAGNÓSTICA ......... 84 
6.4 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) ............................................................................... 85 
6.5 INDICAÇÃO DA DOSAGEM DE MARCADORES CARDÍACOS ............................................... 86 
6.6 IMPORTÂNCIA .......................................................................................................................... 87 
6.7 MARCADORES BIOQUÍMICOS DE LESÃO MIOCÁRDICA ..................................................... 87 
6.7.1 Creatinoquinase (CK) ................................................................................................................ 87 
 
 
5 
 
6.7.2 Lactato Desidrogenase(LDH) .................................................................................................... 90 
6.7.3 Aminotransferases ou Transaminases ...................................................................................... 93 
6.7.3.1Alanina transaminase (ALT) ...................................................................................................... 93 
6.7.3.2Aspartato transaminase (AST) .................................................................................................. 93 
6.7.4 Mioglobina ................................................................................................................................. 94 
6.7.5 Troponina .................................................................................................................................. 95 
6.8 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ...................................................................................................... 96 
7 FISIOLOGIA RENAL ................................................................................................................. 99 
7.1 OS RINS .................................................................................................................................... 99 
7.2 NÉFRONS ................................................................................................................................. 99 
8 FUNÇÃO DOS NÉFRONS ....................................................................................................... 101 
9 FUNÇÕES DOS RINS .............................................................................................................. 102 
10 FLUXO SANGUÍNEO RENAL.................................................................................................. 104 
11 ETAPAS DA FORMAÇÃO DA URINA .................................................................................... 105 
12 SEGUNDA ETAPA DA FORMAÇÃO DA URINA: REABSORÇÃO RENAL ........................... 109 
13 MECANISMOS DE REABSORÇÃO ........................................................................................ 110 
14 CONCENTRAÇÃO TUBULAR ................................................................................................. 112 
15 CONCENTRAÇÃO NO DUCTO COLETOR ............................................................................ 113 
16 TERCEIRA ETAPA DA FORMAÇÃO DA URINA: SECREÇÃO TUBULAR ........................... 114 
17 AVALIAÇÃO RENAL ............................................................................................................... 116 
17.1 TESTES DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR ............................................................................... 116 
17.2 CLEARENCE DE CREATININA (ou Depuração) ..................................................................... 116 
 
 
6 
 
18 UREIA ...................................................................................................................................... 120 
19 CREATININA ........................................................................................................................... 122 
20 ÁCIDO ÚRICO ......................................................................................................................... 123 
21 FERRO ..................................................................................................................................... 127 
21.1 METABOLISMO DO FERRO ................................................................................................... 129 
22 METABOLISMO MINERAL E ÓSSEO .................................................................................... 141 
22.1 CÁLCIO (Ca2+) ........................................................................................................................ 142 
22.2 HORMÔNIO PARATIREOIDEO(PTH) ...................................................................................... 143 
22.3 VITAMINA D3 ........................................................................................................................... 143 
22.4 CALCITONINA ......................................................................................................................... 144 
22.5 HIPOCALEMIA ......................................................................................................................... 145 
22.6 HIPERCALCEMIA .................................................................................................................... 145 
22.7 FÓSFORO ................................................................................................................................ 147 
22.7.1 Hipofosfatemia .......................................................................................................................... 148 
22.7.2 Hiperfosfatemia ........................................................................................................................ 148 
22.8 MAGNÉSIO (Mg) ...................................................................................................................... 149 
22.8.1 Hipermagnesemia..................................................................................................................... 149 
22.8.2 Hipermagnesemia..................................................................................................................... 150 
22.9 PATOLOGIAS .......................................................................................................................... 151 
22.9.1 Osteoporose ............................................................................................................................. 151 
22.9.2 Osteomalacia ............................................................................................................................ 152 
22.9.3 Raquitismo ................................................................................................................................ 1527 
 
22.9.4 Doença de Paget ...................................................................................................................... 153 
23 AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE......................................................................... 161 
23.1 pH ............................................................................................................................................. 161 
23.2 PCO2 ........................................................................................................................................ 162 
23.3 BICARBONATO (HCO-) ........................................................................................................... 163 
23.4 DIFERENÇA DE BASES (déficit ou excesso) .......................................................................... 163 
23.5 GASOMETRIA ARTERIAL ....................................................................................................... 164 
23.5.1 Acidose respiratória .................................................................................................................. 165 
23.5.2 Alcalose Respiratória ................................................................................................................ 165 
23.5.3 Acidose metabólica................................................................................................................... 166 
23.5.4 Alcalose metabólica .................................................................................................................. 167 
23.6 SÓDIO ...................................................................................................................................... 170 
23.7 REGULAÇÃO DO SÓDIO PLASMÁTICO ................................................................................ 171 
23.8 PEPTÍDEO NATRIURÉTICO ATRIAL (NAP) ........................................................................... 172 
23.9 DOPAMINA .............................................................................................................................. 172 
23.10 HIPERNATREMIA .................................................................................................................... 172 
23.10.1Causas .................................................................................................................................... 173 
23.10.2Sintomas ................................................................................................................................. 173 
23.10.3Tratamento .............................................................................................................................. 174 
23.11 HIPONATREMIA ...................................................................................................................... 175 
23.11.1Hiponatremia Hipovolêmica .................................................................................................... 175 
23.11.2Hiponatremia Normovolêmica ou Euvolêmica ........................................................................ 176 
 
 
8 
 
23.11.3Hiponatremia Hipervolêmica ................................................................................................... 176 
23.11.4Hiponatremia Redistributiva .................................................................................................... 176 
23.11.5Tratamento .............................................................................................................................. 177 
23.11.6Avaliação Laboratorial da Hiponatremia ................................................................................. 178 
23.12 NATRÚRIA ............................................................................................................................... 178 
23.12.1Hipernatriúria .......................................................................................................................... 178 
23.12.2Hiponatriúria ............................................................................................................................ 179 
24 POTÁSSIO ............................................................................................................................... 180 
24.1 FUNÇÕES ................................................................................................................................ 180 
24.2 CONTROLE .............................................................................................................................. 181 
24.3 HIPOPOTASSEMIA OU HIPOCALEMIA .................................................................................. 182 
24.3.1 Sinais e Sintomas ..................................................................................................................... 183 
24.3.2 Causas ..................................................................................................................................... 183 
24.3.3 Diagnóstico Laboratorial da Hipopotassemia ........................................................................... 183 
24.3.4 Tratamento Hipopotassemia ..................................................................................................... 184 
24.4 HIPERPOTASSEMIA HIPERCALEMIA .................................................................................... 184 
24.4.1 Sinais e sintomas ..................................................................................................................... 185 
24.4.2 Causas ..................................................................................................................................... 185 
24.4.3 Diagnóstico Laboratorial Na Hiperpotassemia .......................................................................... 186 
24.4.4 Tratamento Na Hiperpotassemia .............................................................................................. 186 
25 CLORETOS .............................................................................................................................. 188 
25.1 HIPOCLOREMIA ...................................................................................................................... 188 
 
 
9 
 
25.1.1 Causas ..................................................................................................................................... 188 
25.2 HIPERCLOREMIA .................................................................................................................... 189 
25.2.1 Causas ..................................................................................................................................... 189 
25.3 CLORETOS URINÁRIOS ......................................................................................................... 189 
25.4 CLORETOS NO SUOR ............................................................................................................ 190 
25.5 FIBROSE CÍSTICA ................................................................................................................... 190 
26 NATUREZA QUÍMICA DOS HORMÔNIOS ............................................................................. 193 
27 ÓRGÃO-ALVO E CONTROLE HORMONAL........................................................................... 194 
28 TIPOS DE SINALIZAÇÃO HORMONAL ................................................................................. 197 
29 SINALIZAÇÃO PARÁCRINA ................................................................................................... 198 
30 SINALIZAÇÃO ENDÓCRINA................................................................................................... 199 
31 PRINCIPAIS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS ............................................................................. 201 
31.1 GLÂNDULAPINEAL ................................................................................................................. 201 
31.2 HIPOTÁLAMO .......................................................................................................................... 202 
31.3 HIPÓFISE ................................................................................................................................. 203 
31.3.1 Adeno-hipófise .......................................................................................................................... 203 
31.3.1.1Prolactina (PRL) ..................................................................................................................... 204 
31.3.1.2Hormônio de Crescimento (GH) ............................................................................................. 204 
31.3.1.3Hormônio Adrenocorticotrófico (ACTH) .................................................................................. 205 
31.3.1.4Hormônio Estimulador da Tireoide (TSH) .............................................................................. 205 
31.3.1.5Hormônio Luteinizante (LH) ................................................................................................... 205 
31.3.1.6Hormônio Folículo-Estimulante (FSH) .................................................................................... 206 
 
 
10 
 
31.3.2 Hipófise Posterior ..................................................................................................................... 206 
31.3.2.1Ocitocina ................................................................................................................................ 206 
31.3.2.2 Hormônio Antidiurético (ADH, ou Vasopressina) .................................................................. 207 
32 TIREOIDE ................................................................................................................................. 208 
33 REGULAÇÃO DA GLÂNDULA ............................................................................................... 209 
34 PARATIREOIDES .................................................................................................................... 211 
35 TIMO......................................................................................................................................... 212 
36 SUPRARRENAIS ..................................................................................................................... 215 
36.1 CÓRTEX DA ADRENAL ........................................................................................................... 215 
36.1.1 Cortisol (glicocorticoide) ........................................................................................................... 216 
36.1.2 Aldosterona (mineralocorticoide) .............................................................................................. 216 
36.1.3 Andrógenos adrenais................................................................................................................ 216 
36.2 MEDULA ADRENAL ................................................................................................................. 217 
37 PÂNCREAS ............................................................................................................................. 228 
38 OVÁRIOS ................................................................................................................................. 220 
39 TESTÍCULOS ........................................................................................................................... 221 
40 PLACENTA .............................................................................................................................. 222 
41 ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO .................................................................................. 223 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 225 
 
 
 
 
 
11 
 
1 INTRODUÇÃO À BIOQUÍMICA - CONTROLE DE QUALIDADE 
 
 
É possível considerar nosso século como sendo o século da Qualidade, período em 
que os conceitos de qualidade estãosofrendo uma evolução considerável em função das 
características do tipo de serviço prestado pelas empresas. 
Devemos incluir o custo envolvido na realização dos mesmos ao referirmos à 
qualidade dos exames. Se qualidade significa a conformidade às necessidades do cliente, então 
os custos de qualidade englobam os custos de conformidade e custos de não conformidade. 
Os custos de conformidade podem ser divididos em: custos de prevenção e custos de 
avaliação. Exemplo: custo com calibração e com controle de qualidade. 
Os custos de não conformidade são custos de falha interna e externa. Exemplo: custo 
com repetição de exame (falha interna), pedidos repetidos de exames (falha externa). 
Melhorias na qualidade podem levar à redução de custos por evitar a repetição de 
exames, que resulta em desperdício de tempo e dinheiro. 
Com qualidade melhorada, os desperdícios podem ser eliminados com consequente 
redução de custos. 
 
 
1.1 PADRONIZAÇÃO NO LABORATÓRIO 
 
 
Padronizar significa tornar um processo uniforme, seguido da mesma forma por todos 
os envolvidos na prática. Na realização do exame é preciso observar e padronizar, além da 
etapa da realização do mesmo, chamada de “Etapa Analítica” precisa-se padronizar a etapa que 
 
 
12 
 
antecede a realização do exame chamadade “Etapa Pré-Analítica” e a etapa após a realização 
do exame chamada de “Etapa Pós-Analítica”. 
A qualidade nos exames é obtida por meio da padronização dos processos envolvidos, 
ocorrendo desde a solicitação médica dos exames até a liberação do laudo. 
A padronização laboratorial possui a finalidade de prevenir, detectar, identificar e 
corrigir erros e alterações significativas que possam ocorrer em todas as fases da realização do 
teste. 
Padronizar é “eleger” a melhor forma de realizar um determinado processo, seja por 
qualquer motivo de relevância seja de confiabilidade, economia ou segurança e que deve ser 
seguido da mesma forma por todos, dessa forma é possível identificar com mais facilidade os 
erros de processos e assim prevenir e corrigir com maior facilidade. 
 
 
1.1.1 Padronização dos Processos Pré-Analíticos 
 
 
Muitos erros e influências pré-analíticas podem ocorrer fora do laboratório, tornando os 
fatores pré-analíticos difíceis de monitorar e controlar. 
O laboratório deve fornecer instruções escritas aos clientes para evitar prováveis erros 
na fase pré-analítica. Considerando os diversos fatores que podem afetar, de certa maneira, os 
seus resultados, 
Principais fatores pré-analíticos que devem provocar erros ou variações nos resultados 
dos exames: 
 
1- Identificação da amostra: Toda amostra que chega ao laboratório deveser 
devidamente identificada comdados como nome legível e completo, idade do paciente, hora da 
 
 
13 
 
coleta, tipo de amostra se é sangue total, soro, plasma, urina, escarro, líquido, liquor, essas 
informações da etapa pré-analítica são importantes e podem influenciar na etapa analítica. 
 
2- Preparação e conhecimento do paciente: 
O paciente deve ser informado antes da coleta sobre os cuidados e preparo que deve 
ter para que seu exame tenha um resultado fidedigno. Interferências comuns são o número de 
horas de jejum inadequado e o devido acompanhamento da dieta, quando especial, nos dias que 
antecedem a realização do exame. O laboratório deve investigar se o paciente faz uso de 
tabaco, medicamentos ou álcool. Também são necessárias informações sobre a prática deexercício físico intenso e o índice de estresse. A troca de informações entre paciente e 
laboratório pode contribuir na melhoria da qualidade do resultado. 
 
3 – Coleta de Amostra 
O coletador deve conhecer todos os possíveis erros na hora da coleta como, por 
exemplo, o tempo de garroteamento, a ordem da coleta dos tubos caso tenha mais de um tipo de 
exame, o tempo a velocidade da homogeneização por inversão dos tubos, para aqueles com 
anticoagulante, se devem ser armazenados com abrigo da luz como, por exemplo, dosagem de 
metais. 
 
Os processos Pós-Analíticos que consistem nas etapas executadas após a realização 
dos exames incluem: 
1- Cálculo dos resultados; 
2- Análise de Consistência dos Resultados; 
3- Liberação dos Laudos; 
4- Armazenamento de Material ou Amostra do Paciente; 
5- Transmissão e Arquivamento de Resultados; 
6- Consultoria Técnica. 
 
 
 
14 
 
1.1.2 Padronização dos Processos Pós-Analíticos 
 
 
Após a realização do exame existe o processo Pós-Analítico que abrange: 
1- Cálculo dos resultados, por exemplo, uma creatinúria, uma proteínúria, um 
Colesterol LDL; 
2- Análise da Consistência dos Resultados significa avaliar se está compatível com 
os resultados anterior, ou com a clínica ou com as informações fornecidas pelo paciente (na fase 
pré-analítica); 
3- Liberação de laudo. Após os devidos cuidados de segurança na fase pré-
analítica e analítica, bioquímico ou biomédico assina, libera ou aprova o resultado do exame 
para a avaliação do médico; 
4- Armazenamento da amostra do paciente: Dependendo do material ou exame 
deve-se ficar guardado no laboratório por um determinado número de dias, semanas, meses ou 
anos; 
5- Transmissão e Arquivamento dos resultados: Todos os resultados de exames 
devem ser arquivados e rastreados por um determinado número de anos; 
6- Consultoria Técnica: Quando há necessidade de manutenção ou correções de 
possíveis alterações do equipamento. 
 
 
1.2 SISTEMA DE CONTROLE DA QUALIDADE NO LABORATÓRIO 
 
 
São sistemas que fornecem critérios para avaliar a performance do laboratório 
reconhecendo e minimizando os erros analíticos no laboratório. 
Tem por finalidade a obtenção de resultados confiáveis e seguros. 
 
 
15 
 
Para atingir esse objetivo, deve-se implantar um Sistema de Controle da Qualidade 
que permita: 
1- Garantir a qualidade de todos os resultados obtidos na rotina diária. 
2- Tomar providências imediatas para eliminar as causas das não conformidades 
encontradas por meio de ações corretivas. 
3- Tomar medidas preventivas para evitar uma nova ocorrência das não 
conformidades encontradas. 
 
 
1.3 IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE CONTROLE DA QUALIDADE 
 
 
A implementação do Sistema de Controle da Qualidade deve considerar os seguintes 
fatores: 
1- Participação e colaboração efetiva de todos os colaboradores; 
2- Preparação e/ou aquisição de amostra controles; 
3- Estabelecimento dos Limites Aceitáveis de Erro (LAE) para cada analito da 
amostra controle; 
4- Confecção de planilhas de controle com base nas médias e LAE para cada 
método analítico, para que os dados e correções estejam documentados; 
5- Correção das causas de “resultados fora de controle”, quando ocorrerem; 
6- Exame semanal e mensal das planilhas de controle para detectar tendências, 
desvios, perda de precisão, perda de exatidão e, quando detectados proceder às correções 
indicadas e tomar providências para evitar nova ocorrência. 
 
 
1.4 CONTROLE DA QUALIDADE 
 
 
16 
 
Em 1950, Levey e Jennings aprimoraram o controle interno, já praticado na época, por 
meio da representação gráfica dos valores/dia de cada exame. 
Estas atividades foram descritas como Programa de Controle de Qualidade e hoje são 
chamadas de Controle Externo e Interno de Qualidade. 
No laboratório podem ser empregados dois métodos: Controle interno e/ou externo da 
qualidade. 
 
 
 
1.4.1 Controle Interno da Qualidade 
 
 
Consiste na análise diária de amostra controle com valores dos analitos conhecidos 
para avaliar a precisão dos ensaios. Após, ocorre a plotagem dos resultados em um gráfico 
controle, que são comparados com os “Limites Aceitáveis de Erro (LAE)” para aquele analito. 
É possível avaliar o funcionamento confiável e eficiente dos procedimentos 
laboratoriais por meio do controle interno para fornecer resultados válidos, que possam contribuir 
eficazmente no estabelecimento do diagnóstico pelo clínico. 
 
Os LAE correspondem à média mais ou menos, dois desvios padrão. 
1- Para os valores encontrados para cada analito, dentro de mais ou menos dois 
desvios padrão com base no LAE, concluímos a eficácia do método. 
2- Para valores encontrados na amostra controle cujo valor encontrado ultrapassa 
a média mais ou menos, dois desvios padrão, o analista é alertado para possibilidade de 
problemas no processo, indicando que o método analítico não está funcionando 
adequadamente. 
 
 
 
17 
 
Os sistemas de controle interno da qualidade mais empregados são: 
― Sistema de Controle de Levey-Jennigs; 
― Sistema de controle por meio das Regras de Westgard. 
 
 
1.4.1.1 Gráfico De Levey-Jennigs 
 
 
É um gráfico onde o eixo x representa as análises realizadas diariamente, e o eixo y 
ilustra os valores da média e desvios padrão do material de controle utilizado. Desse modo, são 
demarcadas linhas no gráfico para os valores da média e também de mais ou menos 1, 2 e 3 
desvios padrões, representando os limites de controle. 
 
FIGURA 1 
 
FONTE:Disponível em: <www.labconsult.com.br>. Acesso em: 25 abr. 2011. 
 
 
1.4.1.2 Sistema de Multirregras de Westgard 
 
 
 
 
18 
 
O uso das multirregras de Westgard proporciona uma interpretação mais estruturada, o 
que possibilita uma maior detecção de erros nos ensaios, apesar de ser muito semelhante com o 
gráfico de Levey-Jennigs. 
Por conveniência, apresentaremos de forma abreviada oscritérios de decisão ou regras 
de controle. Exemplo: 12s para indicar uma medição de controle excedendo os limites de controle 
de 2 desvios padrão(DP). Outros trabalhos, porém, podem utilizar abreviações diferentes (1:2s, 
ao invés de 12s). 
As combinações de regras de controle são geralmente indicadas utilizando uma “barra” 
entre as regras de controle (exemplo: 13s/22s). 
Abaixo serão observadas as regras violadas de acordo com o resultado obtido dos 
controles. 
13sUtilizando o gráfico de Levey-Jennings observa-sequando o resultado do controle éx 
limites. 
 
 
FIGURA 2 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.westgard.com/>. Acesso em: 17 jun. 2011 
 
 
 
 
 
19 
 
12sUtilizando o gráfico de Levey-Jennings observa-se quando o resultado do controle é 
x 
controle deve ser realizada. 
 
FIGURA 3 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.westgard.com/>. Acesso em: 17 jun. 2011 
 
 
22sQuando duas medições de controle consecutivo exceder o mesmo limite de 
controle, ou seja, resultado do controle x + 2DP ou x - 2DP, a corrida analítica deve ser rejeitada. 
 
 
FIGURA 4 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.westgard.com/>. Acesso em: 17 jun. 2011 
 
 
20 
 
R4sQuando uma medição de controle forx + 2DP e a outra x - 2DP, em uma mesma 
corrida, a corrida analítica deve ser rejeitada. Esse caso demonstra a utilização de dois controles 
de níveis diferentes. 
 
FIGURA 5 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.westgard.com/>. Acesso em: 17 jun. 2011. 
 
 
41sQuando quatro medições de controle exceder o mesmo limite x 
consecutivos, a corrida analítica deve ser rejeitada.FIGURA 6 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.westgard.com/>. Acesso em: 17 jun. 2011. 
 
 
21 
 
10xQuando 10 medições de controle consecutivas estiverem no mesmo lado em 
relação à média, indica-se que a corrida deva ser rejeitada. 
 
FIGURA 7 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.westgard.com/>. Acesso em: 17 jun. 2011. 
 
8xQuando oito medições de controle consecutivas estiverem no mesmo lado em 
relação à média, esta corrida analítica deve ser rejeitada. 
 
FIGURA 8 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.westgard.com/>. Acesso em: 17 jun. 2011. 
 
 
12xQuando 12 medições de controle consecutivas estiverem no mesmo lado em 
relação à média, a corrida deve ser rejeitada. 
 
 
22 
FIGURA 9 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.westgard.com/>. Acesso em: 17 jun. 2011. 
 
As regras de controle demonstradas acima são usualmente utilizadas quando dois 
materiais de controle são medidos uma ou duas vezes por material. 
 
Outras regras 
Algumas outras regras de controle são mais apropriadas e mais fáceis de aplicar em 
situações onde três materiais de controle diferentes são analisados. 
(2 de 3)2sQuando 2 de 3 medições de controle excederem o mesmo limite x 
resultados não devem ser aceito. 
 
 
FIGURA 10 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.westgard.com/>. Acesso em: 17 jun. 2011. 
 
 
 
23 
 
31sQuando três medições de controle consecutivo exceder o mesmo limite x 
resultados não devem ser aceitos. 
 
FIGURA 11 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.westgard.com/>. Acesso em: 17 jun. 2011. 
 
 
6xRejeita-se quando seis medições de controle consecutivas estiverem no mesmo lado 
em relação à média. 
 
 
 
FIGURA 12 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.westgard.com/>. Acesso em: 17 jun. 2011. 
 
 
 
24 
 
Algumas vezes você observará modificações desta última regra para incluir um número 
maior de medições de controle que ainda comportem três níveis: 
9xQuando nove medições de controle em dias consecutivos estiverem no mesmo lado 
em relação à média, os resultados não devem ser aceitos. 
Com o auxílio destes gráficos é possível identificar tendências nas quais várias 
medições consecutivas de controle apresentam-se aumentadas ou diminuídas. 
 
FIGURA 13 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.westgard.com/>. Acesso em: 17 jun. 2011. 
 
7TQuando se observa uma tendência de sete medições de controle, no mesmo sentido, 
de forma progressiva, aumentando ou diminuindo, esses resultados não devem ser aceitos. 
 
FIGURA 14 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.westgard.com/>. Acesso em: 17 jun. 2011. 
 
 
 
25 
 
1.4.2. Controle Externo da Qualidade 
 
É o controle entre laboratórios. Trata-se de um sistema de controle em que a média de 
cada teste do laboratório participante do programa, é comparada com a média de consenso do 
seu grupo. Cada analito tem seu valor médio calculado pelo patrocinador do programa, utilizando 
os resultados enviados pelos laboratórios, acordando com as metodologias de ensaios 
empregadas. 
Consiste na comparação da exatidão dos exames de um laboratório com a de outros 
participantes. 
É feita uma avaliação dos resultados de cada laboratório e emitido ao participante um 
conceito nas seguintes categorias: BOM, ACEITÁVEL e INACEITÁVEL de acordo com suas 
conformidades. 
 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
Complete corretamente as lacunas: 
1- A padronização no Laboratório tem a ............ de prevenir, detectar, identificar e 
corrigir ............... que possam ocorrer em todas ................ da realização do teste. 
(A) finalidade – erros e variações – os resultados 
(B) obrigatoriedade – erros ou acertos – as fases 
(C) finalidade – erros ou acertos – os resultados 
(D) finalidade – erros ou variações – as fases 
(E) obrigatoriedade- erros e variações- as fases 
 
 
26 
 
2- Por meio do controle interno de um Laboratório pode-se avaliar o funcionamento 
confiável e eficiente .................. laboratoriais para fornecer resultados válidos, que possam 
.................. eficazmente no estabelecimento do .............. pelo clínico. 
(A) dos equipamentos – contribuir – diagnóstico 
(B) dos procedimentos – contribuir – diagnóstico 
(C) dos equipamentos – avaliar – prognóstico da doença 
(D) dos equipamentos – avaliar – diagnóstico 
(E) dos procedimentos – contribuir – prognóstico da doença 
 
3- O Controle Externo da Qualidade é um sistema em que ..................... de cada teste 
do laboratório participante do programa é ....................... com a média de ...................... do seu 
grupo. 
(A) o resultado do dia 15 de cada mês – comparado – consenso 
(B) o resultado do dia 15 de cada mês – analisado – consenso 
(C) a média – comparado – acertos 
(D) o resultado do dia 15 de cada mês – comparado- acertos 
(E) a média – comparado – consenso 
 
Respostas: 
1) D 
2) B 
3) E 
 
 
 
 
27 
 
O tópico a seguir revê o papel dos lipídios dentro do metabolismo, sua 
classificação e função, bem como testes laboratoriais de rotina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
2 METABOLISMO DOS LIPÍDIOS 
 
 
2.1 DEFINIÇÃO 
 
 
Os lipídios são um grupo de hidrocarbonetos quimicamente muito diversos, tendo em 
comum à insolubilidade em água, porém solúveis em solventes apolares ou orgânicos tais como: 
álcool, éter, clorofórmio e acetona. 
Estão presentes em todos os tecidos e apresentam grande importância em vários 
aspectos da vida. 
Como os lipídios apresentam uma grande variedade estrutural, é comum subdividi-los 
em duas classes, de acordo com a complexidade de suas moléculas. De acordo com essa 
classificação temos: 
― LIPÍDIOS SIMPLES: São aqueles que, quando sofrem quebra pela molécula de 
água (hidrólise), produzem ácidos graxos e álcoois. São os monoglicerídios, diglicerídios e 
triglicerídios. 
― LIPÍDIOS COMPLEXOS: Os lipídios complexos são aqueles que apresentam 
outros grupamentos, diferentes de ácidos graxos, em sua estrutura. Mas nem por isso eles 
deixam de ser insolúveis em água. São os Fosfolipídios, Esfingolipídios e Esteroides. 
 
 
2.2 FUNÇÕES 
 
 
Os lipídios têm um papel importante servindo de hormônio ou precursores de 
hormônios, auxiliando na digestão, servindo de armazenamento e de fonte de energia 
metabólica, agindo como componentes estruturais das biomembranas, e formado isolamento 
para permitir a condução nervosa e evitar perda de calor. 
 
 
 
29 
 
2.3 LIPÍDEOS PLASMÁTICOS DE IMPORTÂNCIA FISIOLÓGICAS 
 
 
Ácidos graxos, triacilgliceróis (triglicerídeos), fosfoglicerídeos, colesterol livre e 
esterificado. Geralmente estão compartimentalizados (lipídeos associados a membranas ou no 
interior dos adipócitos), ou no plasma sanguíneo onde os lipídeos são transportados em 
associação às proteínas (lipoproteínas). 
As lipoproteínas são partículas que transportam lipídeos apolares em seu núcleo. São 
constituídas por conteúdo variável de colesterol e seus ésteres, triglicerídeos, fosfolipídeos e 
apolipoproteínas. São solúveis no plasma devido a sua natureza hidrofílica da parte proteica. 
A classificação das lipoproteínas é baseada nas propriedades físico-químicas de cada 
grupo, que diferem entre si na composição lipídica e proteica. 
― QuilomÍcrons 
― VLDL 
― LDL 
― HDL 
 
Os ácidos graxos livres também podem ser transportados no sangue em associação 
com a albumina sérica até que sejam captados pelas células. 
― Quilomicrons: éa principal forma de transporte de triglicerídios da dieta 
(exógeno) para os tecidos. 
― VLDL: lipoproteínas de densidade muito baixa: transportam TG de origem 
endógena desde o fígado e, em menor quantidade, do intestino delgado para os tecidos 
― LDL: lipoproteínas de baixa densidade: ricas em colesterol que são 
transportadas até as células. 
― HDL: lipoproteínas de alta densidade: atuam na captação do colesterol ao nível 
celular conduzindo-o até o fígado onde é catabolizado e eliminado. 
Outras lipoproteínas de interesse clínico: lipoproteínas de densidade intermediária 
(IDL) e a lipoproteína a (Lpa) que é uma variante genética da LDL plasmática. 
Núcleo hidrofóbico de ésteres de colesterol e triglicerídios. (exceção das VLDL). São 
compostas de um centro de lipídio neutro (contendo triglicerídios, ésteres de colesterol ou 
ambos), circundado por uma concha de apoproteínas, fosfolipídiose colesterol não esterificado, 
 
 
30 
 
todos orientados de modo que suas porções polares estejam expostas na superfície da 
lipoproteína, tornando assim a partícula solúvel em solução aquosa. 
Principais lipídeos transportados: colesterol e triglicerídios. 
 
APOPROTEÍNAS 
São polipeptídeos envolvidos na determinação do destino metabólico dos lipídeos no 
plasma e na sua captação pelos tecidos. Estes polipeptídeos atuam também no metabolismo 
das lipoproteínas inibindo ou ativando enzimas envolvidas neste processo. São divididas em 
quatro grupos: ApoA, ApoB, ApoC, ApoE 
 
 
2.4 METABOLISMO DOS LIPÍDIOS: 
 
 
O metabolismo dos lipídios ocorre no fígado, esses são provenientes de duas fontes: 
dos alimentos ingeridos e da reserva orgânica que é o tecido adiposo. 
Diariamente, ingerimos cerca de 25g – 105g de lipídios. Estes lipídios geralmente 
estão sob a forma de triglicerídeos. O armazenamento de ácidos graxos na forma de 
triglicerídeos é o mais eficiente e quantitativamente o mais importante do que o de carboidratos 
na forma de glicogêneo. Quando hormônios sinalizam a necessidade de energia metabólica, 
promove-se a liberação desses triglicerídios com o objetivo de convertê-los em ácidos graxos 
livres, os quais serão oxidados a produzirem energia. No entanto, outras formas de lipídios 
fazem parte da dieta diária, como os fosfolipídios, o colesterol e as vitaminas lipossolúveis. 
 
No estudo das desordens lipoproteicas são empregados os seguintes testes de rotina: 
 
 
2.5 TESTES DE ROTINA: 
 
 
31 
 
Triglicerídeos; 
Colesterol total; 
Colesterol-HDL; 
Colesterol-LDL (por cálculo); 
Relação: colesterol total/colesterol-HDL; 
Relação: colesterol-LDL/colesterol HDL. 
 
 
2.5.1 Triglicerídeos 
 
 
Os ácidos graxos apresentam-se principalmente como ésteres de glicerol ou 
acilglicerol. Essa classe depende do número de ácidos graxos presente na molécula, 
monoglicerídeo (um ácido graxo), diglicerídeo (dois ácidos graxos) e triglicerídeo (três ácidos 
graxos). 
É o principal constituinte das frações dos quilomícrons, VLDL e pequena parte das 
LDL. A grande parte das gorduras ingeridas da dieta,cerca de 90%, são triacilgliceróis. Estes 
glicerídeos são armazenados nos tecidos. 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/introducao_lipidios/classes_lipidios.htm>. 
Acesso em: 22 abr. 2011. 
 
 
 
A lipase lipoproteica age rapidamente sobre os triglicerídeos dos quilomícrons e das 
VLDL, tendo esses uma meia vida de 10 minutos e 9h respectivamente. Durante o catabolismo 
ocorre a hidrólise dos triglicerídeos, liberaçãodos ácidos graxos livres para o plasma e a 
 
 
32 
 
transferência do colesteroldas HDL para as VLDL. Diante de distúrbios que aumentam a síntese 
dos quilomícrons ou das VLDL, ou contrariamente promovem redução do catabolismo dessas 
partículas, podem ocorrer alteraçõesnos níveis de triglicerídeos plasmáticos. Os triglicerídeos 
são sintetizados no fígado e também no intestino, sendo esta a forma mais importante de 
armazenamento e transporte de ácidos graxos. 
 
 
2.5.2 Colesterol Total 
 
 
É derivado do ciclo pentanoperidrofenantreno e contém 27 átomos de carbono, uma 
ligação dupla entre os carbonos 5 e 6, hidroxila no carbono 3 e cadeia alifática de 8 carbonos no 
carbono 17. 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.vivatranquilo.com.br/saude/colaboradores/ufsc/colesterol/mat3.htm>. Acesso 
em: 15 abr. 2011. 
 
 
A dieta ocidental contém cerca de 400-700 mg/dia de colesterol, enquanto a absorção 
é em torno de 70% desse valor. 
Somente 25% desse colesterol é proveniente da dieta, o restante é sintetizado (1g/dia), 
fundamentalmente pelo fígado a partir de acetil-CoA. 
Parte do colesterol hepático é transformada em ácidos biliares e excretada pela bile. 
 
 
33 
 
Os sais e os ácidos biliares formam complexos com o colesterol, promovendo maior 
excreção desse composto. Ocorre tanto na forma livre quanto na forma esterificada. 
O colesterol plasmático é afetado tanto por fatores intraindividuais como 
interindividuais. As medidas de colesterolemia são influenciadas por: 
DIETA: a quantidade e a composição de gordura da dieta interferem nos níveis de 
lipídeos plasmáticos. 
EXERCÍCIOS FÍSICOS: quando executados de forma regular aumentam o HDL e 
reduzem o LDL. 
IDADE: o colesterol plasmático se eleva com a idade. Encontram-se valores 
diferenciados nas populações pediátricas, adolescentes, adultas e geriátricas. 
SEXO: entre 15 e 55 anos há aumento progressivo de colesterol total e LDL, com 
níveis menores em mulheres pré-menopausa, talvez pelo efeito protetor do estrogênio, quando 
comparada a homens da mesma idade. 
RAÇA: existem diferenças. Europeus do norte apresentam colesterol plasmático 
elevado. 
 
ORIGEM DO COLESTEROL 
Embora uma parte do colesterol do organismo seja derivada da ingestão alimentar, a 
maior parte é sintetizada pelo fígado e outros tecidos a partir de moléculas mais simples, 
particularmente o acetato. Quase 90% da síntese ocorremno fígado. 
 
 
LOCAL DA SÍNTESE DE COLESTEROL 
 
 
 
 
 
34 
 
FIGURA 15 
No retículo endoplasmático 
e no citosol de todos os tecidos, 
principalmente o fígado, intestino, 
além de adrenal e gônadas. 
Durante o estado 
alimentado, quando há uma ingestão 
insuficiente de colesterol para suprir a 
demanda. 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.tudodicas.com/colesterol>. 
Acesso em: 15 abr. 2011. 
 
 
 
MOMENTO METABÓLICO DA SÍNTESE DE COLESTEROL 
 
 
Durante o estado alimentado, quando há uma ingestão insuficiente de colesterol para 
suprir a demanda. 
Valores de referência para o colesterol em adultos 
(mg/dL) 
Ótimo < 200 
Limítrofe 200-239 
Alto >240 
 
 
2.5.3 Colesterol HDL 
 
 
Lipoproteínas discoides que têm papel no transporte de colesterol dos tecidos periféric 
 
 
35 
 
os para o fígado em processo denominado transporte reverso de colesterol. 
A prevalência de doenças cardiovasculares é muito maior em indivíduos com níveis 
reduzidos de HDL. 
Os níveis de colesterol HDL são dependentes do sexo e da idade. 
 
Valores de referência para o HDL em adultos 
(mg/dL) 
Ótimo > 65 
Limítrofe 45-65 
Alto <45 
 
 
2.5.4 Colesterol LDL 
 
 
Formadas principalmente ou quase na sua totalidade a partir das VLDL pela perda de 
triglicerídios e de apoproteínas, exceto apo-B 100. 
A remoção dos triglicerídios reduz o tamanho das partículas e aumenta a sua 
densidade. 
São as partículas lipídicas mais aterogênicas do sangue. Constitui 2/3 do colesterol 
plasmático. Em níveis elevados estão associados diretamente ao risco de doençasvasculares. 
É determinado pelo emprego de antissoro policlonal enzimático em partículas de látex 
removendo assim os VLDL e HDL da amostra. Também são obtidos pelo cálculo pela fórmula de 
Friedewald. 
Obtêm-se bons resultados com o uso dessa fórmula quando os TG são menores que 
400 mg/dL. A determinação direta não apresenta vantagens sobre os valores de cálculo. 
 
 
 
36 
 
 
 
 
Valores de referência para o LDL em 
adultos (mg/dL) 
Ótimo <100 
Desejável 100-
139 
Limítrofe 130-
159 
Alto 160-
189 
Muito Alto >190 
 
 
2.5.5 Relação Colesterol Total/HDL 
 
 
Modo de visualizar a influência combinada de fatores de risco de doença coronariana. 
Divisão do COLESTEROL TOTAL pelo HDL-índice de risco coronariano. 
Para aplicação da fórmula o paciente não pode estar padecendo de doenças que 
alteram os níveis de lipoproteínas séricas 
 
 
Colesterol LDL= cotesterol total - (colesterol HDL + triglicerídios / 5) 
VLDL= triglicerídios / 5 
Colestrol LDL = colesterol total – (HDL+ VLDL) 
 
 
37 
 
 
 
 
2.5.6 Relação LDL/HDL 
 
 
Associa o COLESTEROL TOTAL, HDL e TRIGLICERÍDIOS (cálculo do LDL). 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 
 
 
Completa a 2ª (segunda) coluna de acordo com a 1ª (primeira) 
 
1-Coloque V para verdadeiro e F para falso: 
(...) As lipoproteínas são partículas que transportam lipídeos apolares em seu núcleo. 
 
 
38 
 
(...) O metabolismo dos lipídios ocorre no fígado, estes são provenientes de duas 
fontes: dos alimentos ingeridos e da reserva orgânica que é o tecido adiposo. 
(...) Os lipídios simples são aqueles que apresentam outros grupamentos, diferentes de 
ácidos graxos, em sua estrutura. 
(...) A prevalência de doenças cardiovasculares é muito maior em indivíduos com 
níveis reduzidos de LDL. 
(...) Os lipídios são um grupo de hidrocarbonetos quimicamente muito diversos, tendo 
em comum à insolubilidade em água, porém solúveis em solventes apolares ou orgânicos tais 
como: álcool, éter, clorofórmio e acetona. 
 
 
2- Marque a resposta certa: 
Embora uma parte do colesterol do organismo seja derivada .............................., a 
maior parte é sintetizada pelo.......................... e outros tecidos a partir de moléculas mais 
simples, particularmente .......................... 
 
(A) do metabolismo – pâncreas – o acetato 
(B) da ingestão alimentar – fígado – o acetato 
(C) do metabolismo – fígado – os ácidos biliares 
(D) da ingestão alimentar – pâncreas – os ácidos biliares 
(E) do metabolismo – pâncreas – os ácidos biliares 
 
 
 
 
 
39 
 
Respostas: 
1- (V ) - (V) - (F) - (F) - ( V) 
2- (B) 
 
 
O próximo tópico irá rever o metabolismo dos carboidratos. Relaciona o papel dos 
hormônios insulina e glucagon, desordens metabólicas e testes para avaliação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
3 METABOLISMO DE CARBOIDRATOS 
 
 
A aquisição energética para manutenção das funções corporais é realizada através das 
fontes exógenas ou endógenas e são classificados em três categorias químicas principais: 
carboidratos, gordura e proteína. 
A insulina e o glucagon são reguladores do metabolismo. A secreção destes hormônios 
é regulada principalmente pelos níveis de glicose plasmática. 
A produção destes hormônios tem origem nas ilhotas de Langerhans no pâncreas. As 
ilhotas por sua vez são constituídas de 60%de células , a fonte de insulina, e 25% de células , 
a fonte do glucagon. O restante secreta vários peptídeos com funções gastrointestinais. Os 
hormônios das ilhotas são secretados na veia porta onde se juntam na circulação esplânica ao 
influxo dos nutrientes oriundos das refeições. O fígado, órgão central da passagem de nutrientes, 
encontra-se desta forma exposto a concentrações maiores dos hormônios das ilhotas quando 
comparados as concentrações recebidas pelos tecidos periféricos. Isso também permite que o 
fígado module a disponibilidade de insulina e glucagon nos tecidos periféricos pela extração de 
grande quantidade desses hormônios durante a primeira passagem por meio deste órgão. A 
secreção da insulina e do glucagon é coordenada com a secreção de enzimas pancreáticas 
exócrinas. Ambas são estimuladas pela entrada de nutrientes no trato gastrointestinal e por 
hormônios gastrointestinais. 
Dentro do fígado esses hormônios controlam o armazenamento ou a oxidação dos 
substratos ingeridos. 
A insulina e o glucagon são frequentemente secretados e agem de forma recíproca, 
quando um é necessário, o outro normalmente não é. 
As consequências da deficiência isolada de insulina é a doença conhecida por 
Diabetes tipo I. Já a deficiência de glucagon é desconhecida na medicina, além disso, ela pode 
ser compensada por outros mecanismos. 
 
 
 
41 
 
3.1 INSULINA 
 
 
A produção da insulina, responsável pela incorporação celular e armazenamento dos 
combustíveis metabólico, ocorre com a síntese de um pré e pró-hormônio. Em continuidade, o 
peptídeo-sinal é clivado para produzir a pró-insulina de cadeia única. O estabelecimento de 
pontes dissulfídicas é seguido por uma excisão de um peptídeo conector, conhecido como 
Peptídeo C. O complexo de Golgi envolve então, a insulina e o peptídeo C em grânulos 
secretores, que contém também zinco e unem seis moléculas de insulina em um hexâmero. 
Dessa forma, os hexâmeros de insulina e o peptídeo C são liberados via exocitose. Após a 
liberação ocorre a dissociação em monômeros biologicamente ativos. 
O principal substrato estimulador da liberação de insulina é a glicose. Havendo a 
presença de nutrientes advindos da dieta, o organismo os utilizará inibindo simultaneamente os 
substratos endógenos. A exposição das células  à glicose induz a uma liberação rápida, mas 
transitória de insulina. Em caso de exposição contínua essa resposta enfraquece 
gradativamente, apenas para dar lugar a uma segunda fase mais prolongada. Ao concluir-se a 
digestão e absorção dos nutrientes da dieta, os níveis de glicose retornam aos níveis basais e a 
secreção de insulina reduz a uma taxa que é mantida estável durante os períodos entre as 
refeições e o jejum noturno. Se o jejum for prolongado por dias, a secreção da insulina declina 
abaixo da taxa basal e em seguida retorna em um nível mais baixo. Nessa condição a secreção 
de insulina é mantida por níveis plasmáticos inferiores, mas levemente estimulatórios de glicose. 
No intuito de manter os níveis de glicose no plasma sanguíneo dentro da faixa de normalidade, 
ocorrem as contribuições advindas dos níveis acentuadamente elevados de cetoácidos e ácidos 
graxos livres. 
A secreção da insulina também é modulada por influências estimulatórias colinérgicas 
e  adrenérgicas, bem como inibitórias  adrenérgicas. A exposição crônica aos altos níveis de 
glicose ou de lipídeos é tóxica as células  das ilhotas do pâncreas. 
A concentração de insulina na veia porta é de 2 a 10 vezes maior que na circulação 
periférica. Sendo assim, taxas secretórias reais das células  são estimadas de maneira mais 
 
 
42 
 
fidedigna pela mensuração dos níveis plasmáticos ou até mesmo urinários de peptídeo C. Este 
peptídeo possui uma meia vida plasmática maior que a da insulina,além de não ser removida 
pelo fígado. Até o momento, porém o peptídeo C e a pequena quantidade de pró-insulina 
secretada pelas células  não apresentam quaisquer ações fisiológicas comprovadas. 
A ação da insulina é facilitar a armazenagem de substrato e inibir a liberação dos 
mesmos. Sendo assim, a insulina secretada ou administrada, diminui a concentraçãoplasmática 
de glicose, dos ácidos graxos livres e cetoácidos e predominantemente dos aminoácidos 
essenciais de cadeia ramificada (leucina, isoleucina, valina). Os principais locais de ação da 
insulina são, o fígado a musculatura e o tecido adiposo. A insulina estimula a captação de 
glicose pelas células e a armazenagem como glicogênio no músculo e tecido adiposo. Estimula 
também o transporte de glicose do plasma para citoplasma, onde é rapidamente fosforilada. No 
músculo e fígado estimula ainda a formação do glicogênio. No tecido adiposo o papel mais 
importante da insulina sobre os carboidratos é estimular a esterificação de ácidos graxos livres 
para armazenagem como triglicerídeos. Outras funções da insulina se referem ao estímulo à 
conversão de glicose em glicogênio e a inibição da reação inversa. Além disso, este hormônio 
desvia o equilíbrio entre glicólise e a gliconeogênese em direção ao primeiro processo e distante 
do segundo. 
No tecido adiposo a insulina facilita a transferência de gordura circulante para a célula 
adiposa. 
Quando os níveis plasmáticos de glicose declinam abaixo do normal, esses efeitos 
serão atenuados por fenômenos autorregulatórios intra-hepáticos, bem como pela secreção de 
hormônios com ação antagonista ao da insulina como, por exemplo, o glucagon. A adrenalina, os 
glicocorticoides e hormônio do crescimento também são hormônios contrarregulatórios. 
 
 
3.2 GLUCAGON 
 
 
 
 
43 
 
O glucagon é sintetizado e secretado em resposta a uma redução dos níveis 
plasmáticos de glicose, sendo um importante regulador do metabolismo intra-hepático da glicose 
e ácidos graxos livres. O gene do glucagon conduz a síntese de um pré e pró-glucagon nas 
células  do pâncreas, que por sua vez é processado em um pró-hormônio que subsequente 
gera o glucagon e outros peptídeos de função desconhecido até o momento. 
Em certas células do trato intestinal, o processamento do pré e pró-glucagon produzem 
peptídeos semelhantes ao glucagon, mas com funções distintas. Ao contrário da insulina, o 
glucagon é inibido por altos níveis de glicose e estimulado por baixos níveis deste substrato. A 
secreção do glucagon está relacionada via de feedback à principal função do hormônio, ao 
estímulo a produção de glicose pelo fígado e manutenção deste substrato. 
Assim, a hipoglicemia evoca rapidamente um aumento de duas a quatro vezes a 
concentração plasmática de glucagon, enquanto a hiperglicemia suprime a secreção deste 
hormônio em mais de 50%. Outro substrato energético importante, os ácidos graxos livres, 
também suprime a liberação deste hormônio, enquanto um declínio acentuado nos níveis destes 
ácidos é estimulatório. As proteínas e os aminoácidos advindos de uma refeição são substratos 
para a produção de glicose e estimula a secreção de glucagon, mas essa ação é deprimida pela 
ação concomitante da glicose ou da insulina. O glucagon é extraído pelo fígado na primeira 
passagem, e apresenta uma meia vida plasmática curta, além de sofrer degradação nos rins e 
no próprio fígado. 
O glucagon promove a mobilização e não o armazenamento de combustíveis. 
Este hormônio exerce um efeito gliconeolítico imediato e intenso por meio da ativação 
enzima glicogênio fosforilase hepática. Dessa forma, a glicogênio sintase é inibida e a produção 
de glicogênio é evitada e a gliconeogênese é estimulada pelo glucagon. Ocorre um aumento das 
enzimas gliconegênicas-chave (ex. piruvatocarboxilase) e uma redução das enzimas glicolíticas 
(ex. fosfofrutoquinase). 
Quando ocorre um aumento nas concentrações de glucagon observa-se rapidamente a 
elevação dos níveis plasmáticos de glicose, mesmo na presença de concentrações de insulina 
ligeiramente elevadas. Uma ação intra-hepática importante do glucagon consiste em direcionar 
os ácidos graxos livres provenientes da dieta ao processo de  oxidação e distanciá-los da 
síntese de triglicerídeos. A enzima Malonil-COA, responsável por inibir a transferência de ácidos 
 
 
44 
 
graxos livres à mitocôndria, tem sua concentração reduzida na presença de glucagon e,dessa 
forma, ocorre uma maior transferência dos ácidos graxos às mitocôndrias para conversão em 
cetoácidos. 
Na cetoacidose diabética o aumento dos níveis de glucagon colabora para a produção 
excessiva de cetoácidos. A diminuição do glucagon pela administração de insulina ajuda a 
restabelecer os níveis de cetoácidos e do Ph. As ações deste hormônio sobre os tecidos adiposo 
e muscular são mais insignificantes, a menos que a insulina esteja ausente, não sendo a 
utilização periférica de glicose influenciada pelo glucagon. Contudo, este hormônio é capaz de 
ativar a enzima lípase hormônio-sensível do tecido adiposo, aumentando assim, a lipólise, a 
distribuição dos ácidos graxos livres ao fígado e a cetogênese, bem como a distribuição de 
glicerol ao fígado e a gliconeogênese. 
O peptídeo 1 (GLP1) é o produto do gene pré e pró-glucagon que é expresso 
predominantemente nas células L intestinais, principalmente íleo e cólon. O GLP1 é secretado 
em resposta à ingestão de nutrientes, glicose, galactose orais, porém não intravenosos, 
aminoácidos, estímulos colinérgicos e β adrenérgicos. Este peptídeo aumenta suas 
concentrações em 100 vezes após as refeições e é rapidamente clivado pela enzima depeptil 
peptidase, gerando assim uma meia vida plasmática menor que dois minutos a este peptídeo. A 
GLP1 estimula a liberação de insulina aumentando a resposta das células β do pâncreas à 
glicose e estimula a neogênese de células β. Logo, o GLP1 também reduz a secreção de 
glucagon e o esvaziamento gástrico, tendendo assim a diminuir as concentrações de glicose no 
plasma. 
As concentrações plasmáticas de glicose em indivíduos normais sob jejum varia de 70 
mg/dl a 99 mg/dl no sangue venoso e no sangue arterial a glicose sofre um aumento de 15 a 30 
mg/dl. 
 
 
 
 
 
 
45 
 
FIGURA 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Berne &Levy.Fundamentos de Fisiologia, 2006, pág.618. 
 
 
FIGURA 17 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE:Berne & Levy. Fundamentos de Fisiologia, 2006, pág.622. 
 
 
 
 
46 
 
FIGURA 18 
 
 
 
 
 
FONTE:Berne & Levy. Fundamentos de Fisiologia, 2006, pág.626. 
 
 
3.3 HIPOGLICEMIA 
 
 
A hipoglicemia é caracterizada pelos níveis de glicose abaixo dos limites encontrados 
no jejum, onde os valores inferiores a 50 mg/dl para adultos e 40 mg/dl para recém-nascidos, 
conduzem a este quadro. Algumas das causas que desencadeiam na hipoglicemia são a ingesta 
de álcool, doenças hepáticas (tumores, cirrose portal severa), doenças endócrinas 
(hipotireiodismo, hormônio do crescimento), tumores pancreáticos (produtores de insulina, 
insulinoma), tumores não pancreáticos (sarcomas, hepatomas, neoplasmas gastrointestinais, 
septicemia (por bactérias gram-positivas), insuficiência renal crônica (redução da inativação renal 
pela insulina, diminuição da glicogênese renal pela insulina, perda de proteínas resultando no 
baixo suprimento de alanina (precursor glicogênico) e defeito na reabsorção de glicose, 
hipoglicemia reativa causada pela liberação excessiva de insulina após as refeições, prematuros, 
diabetes melito materna, idiopática, entre outras. 
Alguns sintomas clínicos da hipoglicemia são: fraqueza, suor, calafrios, fome, tonturas, 
náusea, desconforto epigástrico. Como o cérebro é totalmente dependente de glicose, níveis 
muito baixos podem provocar disfunções severas no SNC. A restauração da concentração de 
glicose sanguínea provoca pronta recuperação, apesar da provável lesão irreversível. Os 
 
 
 
47 
 
principais sintomas dos baixos níveisde glicose sob o SNC são enxaqueca, confusão, letargia e 
até perda de consciência. 
 
 
3.4 HIPERGLICEMIA 
 
 
É caracterizado pela elevação dos níveis da glicemia em jejum, onde os valores 
ultrapassam as 126 mg/dl. A patologia que segue em consequência aos altos níveis de glicose 
sanguínea é o Diabetes Melito. De acordo com World Health Organization (WHO) estima-se que 
mais de 220 milhões de pessoas em todo o mundo são portadores dessa enfermidade. Esta 
desordem se origina de uma anormalidade na produção ou na utilização da insulina. A 
anormalidade na produção pode ser de dois tipos. A produção deficiente de insulina pelas 
células β ou síntese relativamente normal, porém com liberação anormal de hormônio. Além das 
disfunções em nível de produção, o diabetes pode ser desencadeado por fatores 
extrapancreáticos, como disfunção nos receptores celulares nos tecidos periféricos, com 
consequente resistência a ação celular da insulina, ou por anormalidades de hormônios não 
pancreáticos que afetam a insulina ou o metabolismo da glicose no sangue. 
O Diabetes Melito (DM) possui duas categorias importantes. A primeira categoria é a 
do Tipo I ou insulino dependente. É causada por um ataque autoimune às células β do pâncreas. 
Normalmente, os portadores do DM tipo I iniciam a patologia em uma fase de vida mais precoce 
e exibe maior gravidade. Estes pacientes necessitam de injeções de insulina para o seu 
tratamento por apresentarem grande deficiência na produção de insulina. 
O segundo tipo de Diabetes Melito é o tipo II ou insulinonão dependente, é a categoria 
mais comum, pois afeta cerca de 90% dos diabéticos. Em geral, o DM tipo II inicia na meia idade 
ou depois e está frequentemente associada à obesidade e anormalidades menos graves de 
glicemia. Ocorre primeiramente um distúrbio sutil e precoce no padrão de secreção da insulina. 
Há então um atraso na resposta aos níveis ascendentes de insulina e por fim a glicose passa a 
 
 
48 
 
não ser mais reconhecida como um estímulo. A causa primária da disfunção das células β 
permanece desconhecida. O diabético tipo II apresenta uma produção normal de insulina, porém 
exibe uma redução na utilização da insulina pelo fígado e tecidos periféricos (resistência a 
insulina). Há ainda os pacientes que apresentam graus variáveis na produção de insulina. 
Embora existam definições observam-se pacientes jovens, cuja doença se assemelha ao DM 
tipo II e indivíduos adultos com características semelhantes ao DM tipo I. O National Diabetes 
Data Group reconhece duas outras categorias de diabetes. O primeiro está associado a várias 
condições e síndromes idiopáticas (diabetes secundário). Esta categoria está relacionada à 
destruição do tecido pancreático (pancreatite) causada por drogas, por exemplo, e que 
produzem anormalidades na tolerância à glicose. As anormalidades nos receptores de insulina, 
também se enquadram nesta categoria. A segunda categoria é o diabetes gestacional, que surge 
durante a gravidez e pode ou não persistir após o parto. O tratamento do DM tipo II é feito por 
meio de dieta, medicação oral ou com pequenas doses de insulina. 
Os sintomas clínicos do diabetes são poliúria (micção frequente),polidipsia (sede 
excessiva), polifagia (fome excessiva), além de fadiga, perda de peso e fraqueza. 
As consequências dessa patologia são danos e disfunções em vários órgãos, 
especialmente nos rins, olhos, coração, e vasos sanguíneos. 
 
 
3.5 CONSEQUÊNCIAS METABÓLICAS DO DIABETES 
 
 
Hiperglicemia: pelo aumento da produção hepática e redução da captação celular da 
glicose. A elevação da glicose urinária com diurese osmótica e consequente perda de água, 
sódio, potássio e fosfato, leva a depleção dessas substâncias. 
O aumento da tonicidade do líquido extracelular que extrai água das células 
produzindo desidratação celular e se houver a ingestão de água, a diluição dos constituintes 
celulares levará a hiponatremia (níveis de sódio baixos). 
 
 
49 
 
Distúrbios do metabolismo proteico: Estado catabólico associado à perda proteica, 
principalmente por elevação da gliconeogênese. 
Distúrbios do metabolismo lipídico: a deficiência de insulina e a ação oposta do 
glucagon e da adrenalina estimulam a lipólise e a liberação de ácidos graxos para a circulação e 
a produção de energia. A deficiência de insulina inibe a lípase lipoproteica e eleva os níveis de 
triglicerídeos. 
Hiperpotassemia/Hipopotassemia: A insulina permite a captação de íons K+ pela célula. 
Na redução de insulina o potássio deixa as células provocando hipertassemia. Parte deste 
potássio é perdida na urina, causando um deficit no organismo. Quando a insulina é 
administrada o potássio retorna as células e pode resultar em hipopotassemia. 
Hiperfosfatemia/Hipofosfatemia: A insulina ao estimular a glicólise, utiliza fosfato 
inorgânico (produção de ATP), o que eleva a captação celular de fosfato. Na ausência de 
insulina o fosfato é liberado das células, promovendo hiperfosfatemia. Uma parte é perdida na 
urina. Quando a insulina é administrada o fósforo retorna as células e pode resultar em 
hipofosfatemia. 
Distúrbio ácido-base: associado à cetoacidose. 
Distúrbio de sódio e água: A hiponatremia pode ocorrer como consequência à 
hiperglicemia extracelular. Ocorre grande perda de água nos pacientes diabéticos, que é 
compensada pela ingestão oral, porém pacientes graves podem desidratar-se e dependendo do 
grau de desidratação, o sódio plasmático aumenta levando a hipernatremia (aumento do sódio). 
 
3.6 TESTES DE INVESTIGAÇÃO E MONITORAMENTO LABORATORIAL 
 
 
Glicose plasmática de jejum: O paciente deve estar em jejum de 12-14 horas. Os 
resultados normais não devem excluir o diagnóstico de distúrbios metabólicos de carboidratos. 
 
 
 
50 
 
Valores de referência: 
70-99 mg/dl- normal 
100-126mg/dl –tolerância a glicose diminuída 
>126 mg/dl –diabético 
 
Glicose plasmática pós-prandial de 2horas: Glicemia 2 horas após a ingestão de 
75g de glicose em solução aquosa 25% ou refeição contendo 75g de carboidratos. É um teste 
útil na avaliação do diabetes. Normalmente após uma ingestão de carboidratos a glicose 
sanguínea tende a retornar aos valores normais após 2 horas. Este teste, porém, requer atenção 
ao uso de certos fármacos, agentes químicos, desordens hormonais e dieta ao avaliar o 
resultado. Uma concentração de glicose maior que 140mg/dl e menor que 200mg/dl após 2 
horas à ingestão indica tolerância a glicose diminuída. 
Teste oral de tolerância à glicose (TTOG): Este teste é útil para pacientes com níveis 
glicêmicos limítrofes de jejum e em gestantes para testar o diabetes gestacional. É um teste mais 
sensível que a glicemia em jejum. O TTOG requer alguns cuidados importantes como, por 
exemplo, jejum de 12-14 horas, sem uso de tabaco, medicações ou exercício físico (permanecer 
sentado). Não deve ser realizado durante recuperação de doença aguda, estresse emocional, 
cirurgia e traumatismo. Determinadas drogas devem ser suspensas semanas antes do teste 
(como diuréticos, contraceptivos orais e fenitoína). A dose inicial para adultos é de 75g e de 
1,75g/Kg para crianças até a dosagem máxima de 75g, consumida em cinco minutos. Colher 
sangue em jejum, 30, 60, 90,120 minutos após a ingestão da sobrecarga. Nas gestantes a 
dosagem de glicose é de 50 g nas semanas de 24-28 de gestação, se este for anormal, deve ser 
realizado TTOG após a gestação. 
Hemoglobina glicosilada:Esta hemoglobina é conhecida também como 
hemoglobinaglicada ou hemoblobina A1C (HbA1C).Este teste baseia-sena ligação da glicose, a 
hemoglobina contínua e estritamente de modo irreversível durante a meia-vida das hemácias 
(120 dias),

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