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Aula - Vitimologia

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ANTROPOLOGIA – AULA 05 - VITIMOLOGIA – 
1. Fatos Históricos marcantes: Vítima na antiguidade – auto tutela e a vingança. Advento do final da 2ª Guerra Mundial – massacre dos judeus - No Brasil do Séc. XX Delegacia especializada da mulher – Lei Maria da Penha.
2. Conceito: a) “ A ciência que procura estudar a personalidade da vítima sob os pontos de vista psicológico e sociológico na busca do diagnóstico e da terapêutica do crime e da proteção individual e geral da vítima” Benjamim Mendelsohn.
		b) Pessoa que individual ou coletivamente tenha sofrido danos, inclusive, lesões físicas ou mentais, sofrimento emocional, perda financeira ou diminuição substancial de seus direitos fundamentais, como conseqüência de ações ou omissões que violem a legislação penal vigente nos estados membros, incluída a que prescreve o abuso de poder”. Resolução 40/34 Assembléia Geral das Nações Unidas – 11 de 198
O advogado de origem israelita Benjamin Mendelsohn, em Jerusalém, em 1956, se notabilizou pela publicação de seus estudos e idéias sobre a vítima, daí porque o termo vitimologia, da qual é o criador, propagando seu estudo na ampla e multiforme órbita do direito. O advogado analisou como ciência autônoma em relação à criminologia, mas tal entendimento encontra voz divergente nos demais doutrinadores, primeiro porque não a entenderam como ciência, bem como, por ser correlata a criminologia.
	Afirma Newton Fernandes, que é irrelevante o caráter científico, na realidade, desponta como um dos ramos da criminologia, que, sob a filtragem do Direito Penal e da Psiquiatria, tem por objetivo a observação biológica, psicológica e social da vítima face ao fenômeno criminal.
	O valor dos propósitos do estudo da vítima não se funda em análise específica, mas geral da pessoa que sofreu o dano, a lesão, a destruição de um bem, seja por culpa de terceiro ou própria.
	Benjamim Mendelsohn, mencionava que a vitimologia é fundamentalmente biopsicossocial, porém, no aspecto criminológico, sua personalidade será auscultada em relação biopsicológica e social, com a problemática da criminalidade e sobretudo, levando-se em conta o aspecto terapêutico vitimal e preventivo. NO enfoque jurídico, a vítima deve ser considerada também em relação à legislação civil e trabalhista, almejando ressarcimento. 
	Em 1973, na cidade de Jerusalém, foi levado a efeito o 1º Congresso Internacional de Vitimologia, sob a supervisão do criminólogo chileno Israel Drapkin, razão pela qual, a partir desse evento, foram propagadas e discutidas as causas da vitimização, as pesquisas e a prevenção. 
	A atitude e o comportamento da vítima devem se sopesados nas diversas ramificações do direito.
	No âmbito da criminologia o liame entre criminoso e vítima deverá ser objeto de análise.
3. Liame criminoso e vítima
	Mendelsohn, utilizou a expressão “DUPLA-PENAL”. Tal expressão realça a significância desse elo de característica dual.
	A relação criminoso-vítima é extremamente útil para a aferição do dolo e da culpa ao transgressor típico e para eventual responsabilidade ou estado de coadjuvação involuntária na ocorrência do crime, porém, a idéia prevalecente é que o criminoso é o ponto principal do fato delituoso.
	A contribuição da vítima, ainda que inconsciente pode dar ensejo ao pensamento que o ilícito poderia não ter ocorrido ou ter inexpressivo significado.
	Relevante a análise dos elementos relacionados à personalidade moral, antecedentes e condições pessoais da vítima, que exerce influência na classificação do crime e na aplicação da sanção penal.
	Atualmente, criminoso e vítima são encarados como figuras diametralmente opostas, eis que, consoante ensinamento da psicologia social, na interação das condutas individuais, a ação humana é sempre resposta a estímulo.
	A vítima pode ser: a) passiva; b) ativa e concorrente, ou seja, pessoas truculentas, irascíveis, piadistas, provocadoras, dissimuladas, agressivas....
	
4. Tipos de vítimas
	As vítimas podem ser:
a) Inocentes ou culpadas;
b) Acidentais;
c) Participantes;
d) Voluntárias (suicídio);
e) Familiar;
f) Vulneráveis;
g) falsas e dissimuladas;
h) circunstanciais – vigias de banco, médicos no exercício da profissão e sujeitos à denunciações, policiais.
	Os fatores como idade (infância, adolescência e velhice) , sexo (homossexuais), profissão (policiais, vigilantes,), da situação religiosa ( cristãos, espíritas, judeus, muçulmanos), etnias (índios), dependentes químicos, causas ocasionais (linchamentos, saques) podem converter para a facilidade da condição de vítima.
5. Proteção às vítimas
	Natural a ocorrência do medo e da frustração. 
	Lei 9807/99 Programa de Proteção às Vítimas. 
	
	Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 9.807, DE 13 DE JULHO DE 1999.
	
	Estabelece normas para a organização e a manutenção de programas especiais de proteção a vítimas e a testemunhas ameaçadas, institui o Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas e dispõe sobre a proteção de acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração à investigação policial e ao processo criminal.
         O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DA PROTEÇÃO ESPECIAL A VÍTIMAS E A TESTEMUNHAS
        Art. 1o As medidas de proteção requeridas por vítimas ou por testemunhas de crimes que estejam coagidas ou expostas a grave ameaça em razão de colaborarem com a investigação ou processo criminal serão prestadas pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal, no âmbito das respectivas competências, na forma de programas especiais organizados com base nas disposições desta Lei.
        § 1o A União, os Estados e o Distrito Federal poderão celebrar convênios, acordos, ajustes ou termos de parceria entre si ou com entidades não-governamentais objetivando a realização dos programas.
        § 2o A supervisão e a fiscalização dos convênios, acordos, ajustes e termos de parceria de interesse da União ficarão a cargo do órgão do Ministério da Justiça com atribuições para a execução da política de direitos humanos.
        Art. 2o A proteção concedida pelos programas e as medidas dela decorrentes levarão em conta a gravidade da coação ou da ameaça à integridade física ou psicológica, a dificuldade de preveni-las ou reprimi-las pelos meios convencionais e a sua importância para a produção da prova.
        § 1o A proteção poderá ser dirigida ou estendida ao cônjuge ou companheiro, ascendentes, descendentes e dependentes que tenham convivência habitual com a vítima ou testemunha, conforme o especificamente necessário em cada caso.
        § 2o Estão excluídos da proteção os indivíduos cuja personalidade ou conduta seja incompatível com as restrições de comportamento exigidas pelo programa, os condenados que estejam cumprindo pena e os indiciados ou acusados sob prisão cautelar em qualquer de suas modalidades. Tal exclusão não trará prejuízo a eventual prestação de medidas de preservação da     integridade física desses indivíduos por parte dos órgãos de segurança pública.
        § 3o O ingresso no programa, as restrições de segurança e demais medidas por ele adotadas terão sempre a anuência da pessoa protegida, ou de seu representante legal.
        § 4o Após ingressar no programa, o protegido ficará obrigado ao cumprimento das normas por ele prescritas.
        § 5o As medidas e providências relacionadas com os programas serão adotadas, executadas e mantidas em sigilo pelos protegidos e pelos agentes envolvidos em sua execução.
        Art. 3o Toda admissão no programa ou exclusão dele será precedida de consulta ao Ministério Público sobre o disposto no art. 2o e deverá ser subseqüentemente comunicada à autoridade policial ou ao juiz competente.
        Art. 4o Cada programa será dirigido por um conselho deliberativo em cuja composiçãohaverá representantes do Ministério Público, do Poder Judiciário e de órgãos públicos e privados relacionados com a segurança pública e a defesa dos direitos humanos.
        § 1o A execução das atividades necessárias ao programa ficará a cargo de um dos órgãos representados no conselho deliberativo, devendo os agentes dela incumbidos ter formação e capacitação profissional compatíveis com suas tarefas.
        § 2o Os órgãos policiais prestarão a colaboração e o apoio necessários à execução de cada programa.
        Art. 5o A solicitação objetivando ingresso no programa poderá ser encaminhada ao órgão executor:
        I - pelo interessado;
        II - por representante do Ministério Público;
        III - pela autoridade policial que conduz a investigação criminal;
        IV - pelo juiz competente para a instrução do processo criminal;
        V - por órgãos públicos e entidades com atribuições de defesa dos direitos humanos.
        § 1o A solicitação será instruída com a qualificação da pessoa a ser protegida e com informações sobre a sua vida pregressa, o fato delituoso e a coação ou ameaça que a motiva.
        § 2o Para fins de instrução do pedido, o órgão executor poderá solicitar, com a aquiescência do interessado:
        I - documentos ou informações comprobatórios de sua identidade, estado civil, situação profissional, patrimônio e grau de instrução, e da pendência de obrigações civis, administrativas, fiscais, financeiras ou penais;
        II - exames ou pareceres técnicos sobre a sua personalidade, estado físico ou psicológico.
        § 3o Em caso de urgência e levando em consideração a procedência, gravidade e a iminência da coação ou ameaça, a vítima ou testemunha poderá ser colocada provisoriamente sob a custódia de órgão policial, pelo órgão executor, no aguardo de decisão do conselho deliberativo, com comunicação imediata a seus membros e ao Ministério Público.
        Art. 6o O conselho deliberativo decidirá sobre:
        I - o ingresso do protegido no programa ou a sua exclusão;
        II - as providências necessárias ao cumprimento do programa.
        Parágrafo único. As deliberações do conselho serão tomadas por maioria absoluta de seus membros e sua execução ficará sujeita à disponibilidade orçamentária.
        Art. 7o Os programas compreendem, dentre outras, as seguintes medidas, aplicáveis isolada ou cumulativamente em benefício da pessoa protegida, segundo a gravidade e as circunstâncias de cada caso:
        I - segurança na residência, incluindo o controle de telecomunicações;
        II - escolta e segurança nos deslocamentos da residência, inclusive para fins de trabalho ou para a prestação de depoimentos;
        III - transferência de residência ou acomodação provisória em local compatível com a proteção;
        IV - preservação da identidade, imagem e dados pessoais;
        V - ajuda financeira mensal para prover as despesas necessárias à subsistência individual ou familiar, no caso de a pessoa protegida estar impossibilitada de desenvolver trabalho regular ou de inexistência de qualquer fonte de renda;
        VI - suspensão temporária das atividades funcionais, sem prejuízo dos respectivos vencimentos ou vantagens, quando servidor público ou militar;
        VII - apoio e assistência social, médica e psicológica;
        VIII - sigilo em relação aos atos praticados em virtude da proteção concedida;
        IX - apoio do órgão executor do programa para o cumprimento de obrigações civis e administrativas que exijam o comparecimento pessoal.
        Parágrafo único. A ajuda financeira mensal terá um teto fixado pelo conselho deliberativo no início de cada exercício      financeiro.
        Art. 8o Quando entender necessário, poderá o conselho deliberativo solicitar ao Ministério Público que requeira ao juiz a concessão de medidas cautelares direta ou indiretamente relacionadas com a eficácia da proteção.
        Art. 9o Em casos excepcionais e considerando as características e gravidade da coação ou ameaça, poderá o conselho deliberativo encaminhar requerimento da pessoa protegida ao juiz competente para registros públicos objetivando a alteração de nome completo.
        § 1o A alteração de nome completo poderá estender-se às pessoas mencionadas no § 1o do art. 2o desta Lei, inclusive aos filhos menores, e será precedida das providências necessárias ao resguardo de direitos de terceiros.
        § 2o O requerimento será sempre fundamentado e o juiz ouvirá previamente o Ministério Público, determinando, em seguida, que o procedimento tenha rito sumaríssimo e corra em segredo de justiça.
        § 3o Concedida a alteração pretendida, o juiz determinará na sentença, observando o sigilo indispensável à proteção do interessado:
        I - a averbação no registro original de nascimento da menção de que houve alteração de nome completo em conformidade com o estabelecido nesta Lei, com expressa referência à sentença autorizatória e ao juiz que a exarou e sem a aposição do nome alterado;
        II - a determinação aos órgãos competentes para o fornecimento dos documentos decorrentes da alteração;
        III - a remessa da sentença ao órgão nacional competente para o registro único de identificação civil, cujo procedimento obedecerá às necessárias restrições de sigilo.
        § 4o O conselho deliberativo, resguardado o sigilo das informações, manterá controle sobre a localização do protegido cujo nome tenha sido alterado.
        § 5o Cessada a coação ou ameaça que deu causa à alteração, ficará facultado ao protegido solicitar ao juiz competente o retorno à situação anterior, com a alteração para o nome original, em petição que será encaminhada pelo conselho deliberativo e terá manifestação prévia do Ministério Público.
        Art. 10. A exclusão da pessoa protegida de programa de proteção a vítimas e a testemunhas poderá ocorrer a qualquer      tempo:
        I - por solicitação do próprio interessado;
        II - por decisão do conselho deliberativo, em conseqüência de:
        a) cessação dos motivos que ensejaram a proteção;
        b) conduta incompatível do protegido.
        Art. 11. A proteção oferecida pelo programa terá a duração máxima de dois anos.
        Parágrafo único. Em circunstâncias excepcionais, perdurando os motivos que autorizam a admissão, a permanência poderá ser prorrogada.
        Art. 12. Fica instituído, no âmbito do órgão do Ministério da Justiça com atribuições para a execução da política de direitos humanos, o Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas, a ser regulamentado por decreto do Poder Executivo. Regulamento
CAPÍTULO II
DA PROTEÇÃO AOS RÉUS COLABORADORES
        Art. 13. Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão judicial e a conseqüente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado:
        I - a identificação dos demais co-autores ou partícipes da ação criminosa;
        II - a localização da vítima com a sua integridade física preservada;
        III - a recuperação total ou parcial do produto do crime.
        Parágrafo único. A concessão do perdão judicial levará em conta a personalidade do beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso.
        Art. 14. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime, na localização da vítima com vida e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um a dois terços.
        Art. 15. Serão aplicadas em benefício do colaborador, na prisão ou fora dela, medidas especiais de segurança e proteção a sua integridade física,considerando ameaça ou coação eventual ou efetiva.
        § 1o Estando sob prisão temporária, preventiva ou em decorrência de flagrante delito, o colaborador será custodiado em dependência separada dos demais presos.
        § 2o Durante a instrução criminal, poderá o juiz competente determinar em favor do colaborador qualquer das medidas previstas no art. 8o desta Lei.
        § 3o No caso de cumprimento da pena em regime fechado, poderá o juiz criminal determinar medidas especiais que proporcionem a segurança do colaborador em relação aos demais apenados.
DISPOSIÇÕES GERAIS
        Art. 16. O art. 57 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, fica acrescido do seguinte § 7o:
"§ 7o Quando a alteração de nome for concedida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente de colaboração com a apuração de crime, o juiz competente determinará que haja a averbação no registro de origem de menção da existência de sentença concessiva da alteração, sem a averbação do nome alterado, que somente poderá ser procedida mediante determinação posterior, que levará em consideração a cessação da coação ou ameaça que deu causa à alteração."
        Art. 17. O parágrafo único do art. 58 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, com a redação dada pela Lei no 9.708, de 18 de novembro de 1998, passa a ter a seguinte redação:
"Parágrafo único. A substituição do prenome será ainda admitida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente da colaboração com a apuração de crime, por determinação, em sentença, de juiz competente, ouvido o Ministério Público." (NR)
        Art. 18. O art. 18 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, passa a ter a seguinte redação:
"Art. 18. Ressalvado o disposto nos arts. 45, 57, § 7o, e 95, parágrafo único, a certidão será lavrada independentemente de despacho judicial, devendo mencionar o livro de registro ou o documento arquivado no cartório." (NR)
        Art. 19. A União poderá utilizar estabelecimentos especialmente destinados ao cumprimento de pena de condenados que tenham prévia e voluntariamente prestado a colaboração de que trata esta Lei.        
        Parágrafo único. Para fins de utilização desses estabelecimentos, poderá a União celebrar convênios com os Estados e o Distrito Federal.
        Art. 19-A.  Terão prioridade na tramitação o inquérito e o processo criminal em que figure indiciado, acusado, vítima ou réu colaboradores, vítima ou testemunha protegidas pelos programas de que trata esta Lei.  (Incluído pela Lei nº 12.483, de 2011)
Parágrafo único.  Qualquer que seja o rito processual criminal, o juiz, após a citação, tomará antecipadamente o depoimento das pessoas incluídas nos programas de proteção previstos nesta Lei, devendo justificar a eventual impossibilidade de fazê-lo no caso concreto ou o possível prejuízo que a oitiva antecipada traria para a instrução criminal. (Incluído pela Lei nº 12.483, de 2011)
        Art. 20. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei, pela União, correrão à conta de dotação consignada no orçamento.
        Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
        Brasília, 13 de julho de 1999; 178o da Independência e 111o da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Renan Calheiros
Art. 245 da Constituição Federal.
 Art. 245 - A lei disporá sobre as hipóteses e condições em que o Poder Público dará assistência aos herdeiros e dependentes carentes de pessoas vitimadas por crime doloso, sem prejuízo da responsabilidade civil do autor do ilícito.
Conclusão: É cediço que somos vulneráveis a ocorrência de crimes, porquanto, é insquestionável a necessidade dos cuidados possíveis com o fito de impedir ou dificultar a ação criminosa ou do acaso, para evitarmos a condição de vítimas.
Como complemento, o texto extraído dos meios eletrônicos:
Sérgio Abinagem Serrano
Promotor de Justiça
Titular da 13ª Promotoria de Justiça de Goiânia
Especialista em Direito Penal, Processual Penal e Criminologia pela UFU(Universidade Federal de Uberlândia-MG)
Membro da Banca Examinadora do Concurso Público para ingresso na carreira do Ministerio Público Goiano - 2004
Email: 13promotoria@mp.go.gov.br
Inserido em 2/4/2004
Parte integrante da Edição no 70
Código da publicação: 238
I - A 2ª GUERRA MUNDIAL E SUAS CONSEQÜÊNCIAS PARA A VITIMOLOGIA
O HORROR NAZISTA E A VITIMOLOGIA
" 'Nenhum povo sobre a Terra possui um só palmo do seu território por graça de uma vontade divina ou de um direito divino. As fronteiras dos Estados são criadas pelos homens e eles próprios as modificam...Do mesmo modo que os nossos antepassados não receberam como uma dádiva do céu o solo sobre o qual vivemos, tendo-o conquistado com o risco das suas vidas, também não será por graciosa dádiva que o nosso povo obterá no futuro o solo - e com ele a segurança da subsistência -, mas sim unicamente por obra de uma espada vitoriosa.' A citação corresponde ao Mein Kampf.
Já em 1924 Hitler proclamava o direito da Alemanha à conquista e anexação de territórios alheios. Esperava encarnar aquela espada vitoriosa que consolidaria no mundo a quimérica supremacia da raça ariana, à qual prometida mil anos de paz.
Em estritas razões de consangüinidade se inspiraram as primeiras ações da expansão hitleriana. Estava escrito no Mein Kampf que a Áustria passaria a pertencer ao Reich: 'a Áustria germânica deve voltar ao acervo comum da pátria alemã'. A anexação produziu-se em 13 de março de 1938, horas depois de o exército alemão, sem encontrar resistência, ter invadido o país. Em setembro de 1938, por razões de consangüinidade irredenta, a Europa julgava encontrar-se à beira da guerra. Hitler reclamava à Tcheco-Eslováquia o território dos Sudetos. E ninguém na Europa queria morrer pela integridade do território atribuído ao Governo theco-eslovaco. A França e a Grã-Bretanha, suas aliadas, haviam pressionado o primeiro-ministro Benes para que aceitasse a entrega do território e, à revelia dos thecos, Daladier e Chamberlain negociaram com Hitler em Munique, nos dias 29 e 30 de setembro, com Mussolini como testemunha e como mediador, a transferência para a Alemanha da terra sudeta. Sem disparar um tiro, Hitler anexara um território de 41.000 km2. Daladier e Chamberlain estavam convencidos de haver salvo a paz..."
Todos sabemos que não salvaram a paz. Ao contrário, uma desastrosa demonstração de medo e incapacidade de enfrentamento, encorajando o maior ditador do século XX, a colocar em prática suas idéias expansionistas, com brutal ódio racial que acompanhava suas forças, onde a impiedade era considerada honrosa.
O resultado de 55 milhões de mortos, 35 milhões de feridos e 3 milhões de desaparecidos, chocou o mundo e destruiu uma cultura de nacionalismo extremado, o expansionismo do capitalismo pela força dos mercados nacionais e isto influenciou o Direito Penal na Europa.
A QUEDA DO DIREITO PENAL CLÁSSICO NA EUROPA.
O Direito Penal ainda clássico em diversos países, não suportaria nas nações que viram-se destruídas pela Guerra, sua continuidade.
Um Direito Penal mais dinâmico, que protegesse as vítimas e as estudassem, que não fosse apenas um defensor da norma jurídica, mas de bens jurídicos de fato relevantes, vibraria nas fibras dos juristas e operadores do Direito.
Afinal, os crimes agora eram praticados em massa, crimes mesmo contra a humanidade, como o genocídio dos judeus, dos ciganos, etc.
Governos que não fossem eleitos democraticamente, não teriam legitimidade para impor o futuro de seus povos oprimidos.
Os crimes da era Stalinista igualmente foram denunciados anos mais tarde, após o final da 2ª Guerra Mundial e da morte do ditador. Stálin foi denunciado por seus camaradas, como se fosse o único culpado, eximindo-se seus colaboradores de qualquer culpa, como se não soubessem, não tivessem colaborado e incentivado tais práticas e sobretudo silenciado a respeito por vários anos.
Desta forma, as democracias ocidentais da Europa, buscam garantir a liberdade individual docidadão, o respeito à dignidade da pessoa humana, concedendo amparo social, com a diminuição da jornada de trabalho. Tais conquistas advieram não através da formal-democracia, mas da democracia-real, de um verdadeiro pacto entre as classes dominantes e os proletários que já recebem as notícias, via rádio, dos massacres ocorridos no Camboja e igualmente da reabilitação de milhares de pessoas presas e mortas na URSS(cujo país realiza reforma em seu Código Penal, amenizando o rigor das leis criminais) e no leste europeu. Cidadãos que foram heróis durante a revolução bolchevique e na Guerra Civil que eclodiu posteriormente, pessoas que lutaram na resistência contra os nazistas na Europa Oriental ocupada, haviam sido mortas, deportadas, exiladas e internadas em hospitais psiquiátricos como "inimigos do povo".
O trabalhador europeu ocidental confia nas empresas nacionais que buscam garantir o seu bem-estar social e começa a ascensão social, com capacidade de consumo e acesso à educação e saúde pública gratuita e de boa qualidade, contrapondo as conquistas sociais dos operários do leste europeu.
O Direito Penal Mínimo inicia a fase de não intervir na vida do cidadão, a não ser que seja socialmente relevante fazê-lo, com a conseqüência de que as condutas a serem criminalizadas, devem ser aquelas que mais causem danos sociais.
É o reflexo do horror nazista que veio nortear a nova consciência garantista, cujos ventos chegaram ao Brasil, mas já quando este mergulha na globalização, o que é natural, pois em nosso território, as dores da Guerra não foram sentidas.
Um dos reflexos positivos do final da 2ª Guerra Mundial foi a volta da importância da vítima, do estudo de seu comportamento e classificação.
Vítima que estava esquecida desde os tempos da vingança privada, onde ela era o centro das atenções, com direito de realizar justiça com as próprias mãos e ir além, vingar-se, mesmo que por causas que são hoje consideradas insignificantes.
A vítima na antigüidade possuía o Direito de "Auto Tutela" que é a vingança privada.
Contudo, após a revolução francesa, a vítima é esquecida.
Com a evolução social e notoriamente com os massacres perpetuados na 2ª Guerra Mundial e especialmente o holocausto judeu, voltou-se à preocupar-se com a vitimologia.
Antes, Carrara já afirmara que o Direito Penal era o Direito dos Criminosos, pois a vítima estava relegada ao segundo plano.
Procura-se então aplicar-se a multa reparatória, ou seja, o autor paga a multa não ao Estado(fundo penitenciário), mas sim à vítima.
CONTRIBUIÇÃO À VITIMOLOGIA NO BRASIL.
A grande contribuição vitimológica foi a criação da "Delegacia da Mulher", que foi uma criação brasileira que entusiasmou os holandeses.
Nas grandes cidades - metrópoles - estão sendo estudadas as criações de CIC("Centro Integração de Cidadania"), diante das grandes distâncias entre bairros pobres e periféricos dos fóruns.
O CIC de São Paulo possui: Promotor de Justiça, Poder Judiciário, Procuradoria de Assistência Judiciária, Posto Médico(médico, assistente social, psicólogo) e polícia(civil e militar).
II - CLASSIFICAÇÃO DAS VÍTIMAS.
Podemos classificar as vítimas em:
- Primária(ou inocente), que subdivide-se em:
a) fungível - vítima que não desempenha qualquer papel para que o crime ocorra;
b) acidental - vítimas que estão em local de crime. Ex: cliente de banco que ali se encontra na hora do assalto; o motorista do chefe de Poder que sofre o atentado.
- Participante ou infungível (quase-inocente): é a vítima que facilita a ocorrência do delito ou a provoca; são vítimas descuidadas(que deixam o carro aberto ou esquecem de guardá-lo na garagem, etc.). São subdivididas em:
a) voluntárias - são aquelas que têm um papel participativo e que aquiesce ao delito(eutanásia, suicida);
b) alternativa - é aquela que deliberadamente se coloca em posição de vítimas - no passado o duelo; hoje as brigas de gangues;
c) familiar - mulheres e crianças que sofrem violência, via de regra, por homens, sendo a maior cifra negra da criminalidade. Estes delitos, ao contrário do que as pessoas pensam são cometidos em sua maioria pela classe média e alta;
d) vítimas vulneráveis: mulheres, homossexuais, crianças, velhos, minorias(prostitutas), profissões(caixas de banco, motoristas de táxi, policiais, bombeiros, etc.), turistas estrangeiros;
e) vitimização simbólica: política e religiosa;
f) falsas vítimas: motivos econômicos, psicológicos. Aquela que se crê vítima, ou inventa o delito praticado;
- Vítima terciária: o delinqüente ou possível autor de um fato, submetido a tortura policial(Ex: o caso do bar "Bodega" em São Paulo);
- Vítimas testemunhais: testemunhas que sofrem ameaças e sevícias(até mesmo por policiais - Exemplo: bar "Bodega" - São Paulo, capital);
- Vitimização pós penitenciária: é a exclusão social dos egressos do sistema penitenciário..
				FIM. 
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