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Direitos Humanos - Resumo

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Breve resumo
Aula 1
Fases de evolução dos direitos humanos:
1 - Fase de Pré-historia
2 - Fase de afirmação dos direitos naturais
3 - Fase de constitucionalidade dos direitos fundamentais
Direitos do Homem - Direito inerente à pessoa humana, que nasce com o homem. Não positivado e pré-estatal (existe antes mesmo da formação do estado), ou seja, direitos naturais.
* Quando esses direitos são positivados em documentos internacionais eles passam a se chamar direitos humanos. 
* Tem como característica a universalidade e irrenunciabilidade
* Quando os direitos do homem são positivados em uma determinada constituição eles passam a ser direitos fundamentais
Características dos Direitos Fundamentais:
- Imprescritibilidade (Não prescrevem)
- Inalienabilidade (São inegociáveis e intransferíveis)
- Irrenunciabilidade (Não podem ser objeto de renúncia, podendo apenas ser deixados de ser exercidos voluntariamente)
- Historicidade (São históricos, ou seja, derivam de uma evolução progressiva no tempo)
- Universalidade (São consagrados a todas as pessoas independente de nacionalidade, raça, credo, sexo, convicção política e inclinação filosófica)
- Efetividade
- Complementaridade (Uma dimensão de direitos fundamentais não revoga o outro)
- Relatividade ou Limitabilidade (Não há direitos absolutos)
 As fases de evolução dos direitos fundamentais:
- Fase de pré-história dos Direitos Humanos (1648) _ Fim das guerras religiosas e criação do Estado-nacional (Estado absoluto)
- Fase de afirmação dos Direitos Naturais (1648 - 1789) _ Revolução francesa e correntes jus naturalistas
- Fase de Constitucionalização dos Direitos Fundamentais _ Limitações do poder do Estado
DESCRIÇÃO ARTIGO
Direitos individuais Art. 5º
Direitos à nacionalidade Art. 12
Direitos políticos Arts. 14 a 17
Direitos sociais Arts. 6º e 193 e ss.
Direitos coletivos Art. 5º
Direitos solidários Arts. 3º e 225
Nova sistematização:
a) dos direitos e garantias individuais e coletivos (78 incisos do artigo 5º da Constituição de 1988); 
b) dos outros direitos fundamentais previstos no título II de nossa Lei Fundamental; 
c) de vários outros direitos espargidos ao longo da Constituição, e.g., art. 150, I e III, art. 196, art. 204; 
d) dos chamados princípio constitucionais implícitos que decorrem do regime, dos princípios adotados pela Constituição, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte (art. 5 § 2º).
Aula 2
Como os tratados internacionais são incorporados ao direito interno?
Dois turnos, nas duas Casas, por três quintos dos votos. Quando aprovado de acordo com este rito, o tratado de direitos humanos passa a ter status equivalente ao de emenda constitucional.
Aula 3
Normas de eficácia plena, contida e limitada:
- As normas constitucionais de eficácia plena são aquelas de aplicabilidade imediata, direta, integral, desde a entrada em vigor da Constituição, sem a necessidade de regulamentação por uma norma infraconstitucional editada posteriormente pelo poder constituinte derivado.
- As normas constitucionais de eficácia contida também têm aplicabilidade imediata, desde a entrada em vigor da Constituição. Entretanto, podem ter seu alcance restringido nos casos e na forma que a lei infraconstitucional estabelecer. O legislador comum pode restringir, mas não pode ampliar o alcance da norma constitucional.
- As normas de eficácia limitada têm aplicabilidade mediata e indiretaw na medida em que dependem de complementação de outras normas para serem aplicadas. Tais normas regulamentadoras tanto podem ser do poder legislativo quanto do executivo.
Aula 4
Teoria dimensional dos Direitos fundamentais:
1ª Dimensão – Liberdade: Direitos Civis e Políticos
obs: são direitos negativos com um caráter de abstenção do Estado em não interferir nessas liberdades individuais
2ª Dimensão – Igualdade: Direitos Sociais, econômicos, culturais e trabalhistas
3ª Dimensão – Fraternidade: Direitos coletivos e Difusos
4ª Dimensão – Direito à democracia, direito ao pluralismo e direito à informação. São os direitos das minorias, o direito de ser diferente, enfim, o direito da humanidade.
5ª Dimensão – Estados Nacionais x Realidades distintas via internet
Aula 5
Eficácia dos Direitos Sociais e Reserva do Possível:
A Reserva do Possível pressupõe a demonstração da impossibilidade econômica para justificar a não implementação desses direitos. Assim, a cláusula da Reserva do Possível se afigura como um instrumento de ponderação entre a implementação ou efetivação de um direito social e as suas consequências.
A Cláusula da Reserva do Possível só pode ser invocada quando demonstrado de forma objetiva a existência de indisponibilidade financeira Estatal para efetivar as prestações positivas.
Reserva do Possível Fática: Refere-se aos limites dos recursos públicos disponíveis
Reserva do Possível Jurídica: Relaciona-se com a necessária ponderação que deve ser feita em relação a todos os princípios em jogo, para decidir-se qual decisão tomar no caso concreto.
Dificuldade Contramajoritária:
Obstáculo na plena concretização dos direitos fundamentais porque significa a falta de legitimidade democrática do poder judiciário para fixar políticas públicas no lugar do legislador democrático eleito pelo povo. Trata de uma suposta impossibilidade de que órgãos formados por agentes públicos não eletivos, invalidem decisões de órgãos legitimados pela escolha popular. Seria então, a dificuldade contramajoritária, um meio de se questionar a própria legitimidade do controle de constitucionalidade exercido pelos tribunais.
Proteção Judicial dos Direitos Humanos e Ilegitimidade do Poder Judiciário definir alocação de Recursos Públicos:
Os Direitos Sociais são capazes de gerar um direito subjetivo diretamente sindicável perante o poder judiciário. 
O poder judiciário não está autorizado constitucionalmente para participar da feitura das leis orçamentárias.
Aula 6
O conceito do mínimo existência:
Patrimônio jurídico fundamental, acervo de direitos subjetivos mínimos sem os quais qualquer pretensão de vida digna seria improvável.
Aula 7
Os Direitos Fundamentais e Suas garantias Constitucionais
Figuras jurídicas constitucionais garantidoras dos direitos fundamentais: São remédios constitucionais as garantias voltadas para a defesa dos direitos dos cidadãos. Quando usadas para acionar a prestação jurisdicional, podem ser denominadas de ações constitucionais. São os seguintes: direito de petição, direito a certidões, habeas corpus, mandado de segurança, mandado de injunção, habeas data e ação.
Aula 8
O Sistema Constitucional de emergência e a restrição dos Direitos Fundamentais:
Estado Defesa: O Presidente da República deve, antecipadamente, tomar conhecimento dos pareceres emitidos pelo Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional (causa sócio-política que atingiu um grau elevadíssimo de descontrole) ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza (fatores naturais relacionados ao clima). (Desencadeamento do Estado de defesa: Real e efetiva ameaça à ordem pública ou à paz social).
Limites das medidas de defesa: determinar tempo de duração não superior a 30 dias; especificar as áreas a serem abrangidas; indicar medidas coercitivas a vigorarem sendo elas: Restrição ao direito de reunião, ainda que exercida no seio das associações, Do sigilo de correspondência, do sigilo de comunicação telegráfica e telefônica, especificar medidas de ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos.
Obs: Ressalta-se que as opiniões dos Conselhos não vinculam a decisão do Chefe do Executivo que, tendo decidido pelainstituição do Estado de Defesa ou sua prorrogação, deverá submeter, dentro de vinte e quatro horas, o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. Na hipótese do Congresso estar em recesso, deverá ser convocado extraordinariamente, no prazo de cinco dias, para apreciar o decreto devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.
Estado de Sítio: O Presidente da República deve, após ouvir a opinião do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional, solicitar autorização ao Congresso Nacional, conforme o comando constitucional (Art. 137, CRFB). O emprego da medida de Sítio é ato extremado e configura a existência de situações mais graves que aquelas que justificariam o estabelecimento do Estado de Defesa.
O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas. Depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas
As resoluções a serem cumpridas pelo executor das medidas do sítio são formalizadas através de decreto presidencial que, uma vez publicado, legitimará a prática dos atos constritores do exercício de direitos individuais.
O Congresso Nacional atuará como instrumento fiscalizador do Estado Democrático de Direito Excepcional. Por essa razão, permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas.
Obs: Há que se atentar que o Presidente, ao solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar ou prorrogar o Estado de Sítio, deve relatar os motivos determinantes do pedido cuja decisão do Congresso será por maioria absoluta. Estando o Congresso em recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal o convocará para dentro de cinco dias apreciar o ato de solicitação. Em hipótese alguma o Presidente da República poderá decretar o Estado de Sítio sem a prévia autorização do Congresso Nacional.
Aula 9
A colisão de Direitos Fundamentais e os princípios da Concordância Prática e da Proporcionalidade:
A colisão de direitos constitucionais e a ponderação de valores: a Constituição Brasileira, ao harmonizar valores contraditórios entre si, gera substancial colisão de direitos. Ex: Livre iniciativa x Direitos do Consumidor, Autonomia privada x Direitos trabalhistas, liberdade de imprensa x direito à privacidade, etc.
Princípio da Concordância Prática: havendo colisão de bens protegidos constitucionalmente, deve-se favorecer decisões através das quais ambos os direitos (ou bens constitucionais), em conformidade com a possibilidade de seu equilíbrio e proporcionalidade, sejam garantidos, em autêntica concordância prática.
Ponderação: A ponderação é o processo pelo qual se resolverá a colisão de direitos, levando-se em consideração a incidência dos elementos fáticos do caso concreto. 
Ponderação Harmonizante: O objetivo é conciliar os princípios em tensão, mediante aplicação do princípio da concordância prática (concessões recíprocas dos valores e bens de conflito). Não há sacrifício de nenhum dos direitos em colisão.
Ponderação Excludente: O objetivo é escolher um princípio vencedor, com sacrifício dos demais princípios em conflito, mediante a aplicação do princípio da proporcionalidade e, em especial, da sua assim chamada tríade subprincipal (adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito)
Princípio da Proporcionalidade: adequação, necessidade e proporcionalidade em Sentido Estrito. Com efeito, a aplicação da tríade subprincipial da proporcionalidade será extremamente útil na atribuição da dimensão de peso a cada um dos direitos em colisão.
Subprincípio da adequação ou da conformidade: pelo subprincípio da adequação ou da conformidade, o juiz ou intérprete deve apreciar a relação entre o fim constitucional e as medidas impostas pelos direitos em tensão, havendo, pois, a exigibilidade de um em relação às outras. Resultado: o direito escolhido deve ser adequado e útil para atingir o fim colimado pelo preceito constitucional envolvido na colisão.
Subprincípio da necessidade: Nesta linha de interpretação, o juiz deve escolher o direito mais suave, o direito que causa o menor desgaste aos valores constitucionais patrocinados pelo direito perdedor. Ou seja, o subprincípio da necessidade é um teste para a identificação do direito menos gravoso para os valores constitucionais em tensão.
obs: a aplicação do teste da necessidade, o intérprete avalia o grau da lesão imposta ao direito constitucional perdedor, não admitindo em nenhuma hipótese a violação do seu núcleo essencial. Ou seja, o direito derrotado cede até o limite máximo de seu conteúdo essencial, daí não passa.
Subprincípio da proporcionalidade em sentido estrito: em essência, é uma verificação de custo/benefício. Pelo subprincípio da proporcionalidade em sentido estrito comparam-se as vantagens da aplicação do direito vencedor com as desvantagens decorrentes da não aplicação do direito perdedor. Assim sendo, o teste da proporcionalidade stricto sensu garante a aplicação do direito cuja promoção dos valores constitucionais protegidos compensa o desrespeito dos outros valores albergados pelo direito perdedor.
Aula 10
A pretensão de um sistema universal de direitos humanos busca proteger o cidadão contra seu próprio Estado. Tal tipo de proteção somente começa a ganhar visibilidade a partir do fim da Segunda Guerra Mundial. Foram os horrores e crueldades protagonizados pelo nazi-fascismo que impulsionaram a formação de um sistema de tutela de direitos humanos em nível global.
Portanto, só se pode efetivamente falar em proteção internacional dos direitos humanos com a criação da ONU em 1945. Antes disso tínhamos um sistema fragmentado de proteção dos direitos humanos.
O Direito Internacional dos Direitos Humanos busca, por conseguinte, tornar os direitos humanos um tema transnacional de preocupação de toda a comunidade internacional, resultando daí um processo de universalização e internacionalização desses direitos. Esses processos permitiram, por sua vez, a formação de um sistema normativo internacional de proteção de direitos humanos de âmbito global.
a) Princípio dos Poderes Implícitos: pelos poderes implícitos, permite-se a atuação em domínios próximos das atividades e atribuições da UE, mas que não estão expressamente previstos nas normas de competências, quando isso se mostre necessário à consecução de objetivos que determinado órgão deve alcançar. Ou seja, seriam competências não escritas, mas logicamente necessárias aos exercícios das competências por atribuição.
É bem verdade que este princípio, em tese, conflita com o princípio das atribuições limitadas e, por isso, deve a sua prevalência ser vista como uma possibilidade de flexibilização e adaptação dos poderes políticos, quando se alteram as situações fáticas de forma contundente.
b) Princípio da Cooperação Leal: O princípio da Cooperação Leal implica na necessidade de ter em consideração os deveres recíprocos de respeito, assistência e cooperação. Na UE ele tem por função facilitar a interação que se estabelece entre Estados soberanos, mas que possui características, como vimos, de uma estrutura federalista.
c) Cooperação diferenciada: De aplicação residual, é outro mecanismo que visa a conceder maior flexibilidade, permitindo soluções jurídicas diferenciadas para situações que exijam tratamentos diferenciados.
d) Respeito pelas identidades nacionais: este princípio proporciona a todos os Estados o direito subjetivo de proteção, em face da UE e dos demais Estados. Assim, o respeito pelas identidades nacionais investe-se como uma obrigação de considerar também este aspecto no processo de ponderação.
e) Respeito pela Estadualidade: Mesmo sendo uma organização supranacional, constituída por Estados soberanos, a UE deve proteger as funções essenciais dos Estados (com maior acento na integridade territorial, na ordem pública e na segurança nacional).
Eis aqui os alicerces do sistema de tutela de direitos humanos; o primeiroalicerce, a Carta das Nações Unidas, pode ser vislumbrado como instrumento jurídico obrigatório que determina o respeito aos direitos humanos e estabelece a obrigação dos Estados de cooperarem entre si para dar cumprimento a este desígnio.
O segundo alicerce do sistema global de direitos humanos é a Declaração Universal, documento que deu expressão concreta aos direitos humanos e serviu de base à ação internacional de salvaguarda dos direitos humanos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos tem o mérito de colocar, em caráter definitivo, o tema dos direitos humanos no rol dos grandes temas globais e de dar início ao desenvolvimento do chamado direito internacional dos direitos humanos.
De tudo se vê, por conseguinte, que a Declaração Universal dos Direitos Humanos consagra ao mesmo tempo os valores da democracia liberal de primeira dimensão com a social democracia de segunda dimensão. E mais ainda: demonstra inequivocamente que os direitos humanos são complementares, isto é, uns dependem dos outros, como, por exemplo, o direito à liberdade e o direito à igualdade e vice-versa.
Sem a pretensão de substituir o sistema nacional constitucional, a Declaração Universal dos Direitos Humanos é considerada - por parte da doutrina - como um documento de soft norms, vale dizer normas de grande valor moral, porém sem força vinculativa, diretamente sindicável perante um tribunal internacional. Nesse sentido, a Declaração Universal seria uma mera Carta de proclamação de intenções políticas entre os Estados, cuja efetividade seria dependente de regulamentação interna constitucional e infraconstitucional.
Por outro lado, doutrinadores há que entendem que a Declaração Universal de Direitos Humanos é um catálogo de normas cogentes, e muito embora suas normas sejam fruto de uma resolução adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (não sendo considerada, portanto, um tratado internacional), seu conteúdo normativo é concebido como materialmente jusfundamental, logo de plena efetividade. Em consequência, os Estados-parte da ONU têm o dever de promover o respeito e a observância dos direitos humanos, não podendo alegar razões de direito interno para não cumprir as normas cogentes da Declaração Universal. Enfim, devemos compreender que a Carta das Nações e a Declaração Universal dos Direitos Humanos são documentos internacionais inter-relacionados e interdependentes, portanto, normas jus cogens, de cumprimento obrigatório por parte dos Estados nacionais.
A diferença entre os dois pactos no tocante ao mecanismo de proteção decorre que o pacto de Direitos Civil e políticos surgem “obrigações precisas e imediatas” para os Estados, enquanto que o pacto de direitos econômicos, sociais e culturais é de aplicação progressiva.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 e os Pactos Internacionais de 1966 compõem o chamado sistema global de proteção dos direitos humanos de alcance geral.
Aqui é importante ressaltar que os dois sistemas de proteção dos direitos humanos – o global e o regional – coexistem harmonicamente, sem graves dicotomias ou antinomias entre eles. Com rigor, em termos de proteção dos direitos humanos, esses dois sistemas se integram e se complementam na aspiração maior da realização da proteção da pessoa humana, vale dizer, com as palavras de Celso de Mello, a posição do homem como sujeito de direito; do homem como 'um fim em si mesmo' (Maritain). É nesse diapasão que o sistema regional de proteção dos direitos humanos surge como resposta a violações de direitos por parte dos Estados nacionais. Destarte, cabe aos Estados levarem em consideração aspectos sociais e culturais peculiares de sua própria região na projeção normativa protetiva da dignidade humana. Em consequência, uma pessoa que sofreu violação de direito pode optar pelo sistema de proteção que melhor lhe convier.
Questões:
*A primeira dimensão dos direitos fundamentais surge como reação ao mecanismo de concentração do poder político do Estado, cuja arquitetura jurídica prejudicava a burguesia ascendente. E assim é que a positivação dos direitos de primeira dimensão em documentos solenes e superiores tem dupla conotação: de um lado, a sacralização do pacta sunt servanda e, do outro, a criação de um modelo de estatalidade mínima. A partir de tais considerações, responda, JUSTIFICADAMENTE, se é correto afirmar que tal modelo de Estado corresponde ao Estado Social (welfare State)?
A resposta é negativa, pois as características apontadas correspondem ao modelo de Estado liberal. Com efeito, o Estado liberal e os direitos de primeira dimensão promovem a proteção das liberdades individuais diante do autoritarismo do Estado absoluto. Em sua grande maioria, são direitos negativos com um caráter de abstenção do Estado em não interferir nessas liberdades individuais. Correspondem à expressão liberdade dentro da trilogia da Revolução Francesa (liberdade-igualdade-fraternidade) já que simbolizam o respeito aos direitos civis e políticos dos cidadãos em relação ao Estado que se vê então limitado no seu poder absoluto de outrora.
*As garantias fundamentais como um todo, são frutos de um progressivo e paulatino enriquecimento na hermenêutica jurídico-positiva, possuindo vários desdobramentos e materializando-se em diversas dimensões. Contudo, atualmente, podem ser alicerçadas no respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana.¿ Qual a solução apresentada pelos autores para a resolução das aparentes antinomias constitucionais? Colisão de direitos fundamentais: Princípios da Razoabilidade, ponderação de interesses e proporcionalidade.
*Os Tratados e Convenções de Direitos Humanos só se incorporarão ao Direito Interno com o status de norma constitucional material e formal, se votados em ambas as Casas do Congresso Nacional, em dois turnos, com aprovação por três quintos dos votos de seus membros.
*Direitos sociais: são referentes à educação, saúde, trabalho, previdência social, lazer, segurança, proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados. Sua finalidade é a melhoria das condições de vida dos menos favorecidos, concretizando assim, a igualdade social.
*É importante reconhecer que o catálogo de direitos fundamentais do cidadão brasileiro se perfaz mediante direitos explícitos (Título II e outros direitos positivados ao longo da Constituição) e direitos implícitos. Os direitos implícitos decorreriam do regime, princípios constitucionais e tratados internacionais
* Sobre o princípio da dignidade da pessoa humana, é CORRETO afirmar que: Contém um núcleo essencial, que não admite restrição, denominado mínimo existencial.

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