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Professora Deusdedy Direito Penal - Parte Geral Material das aulas 01 a 06 1 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br 1. CONCEITO E PRINCÍPIOS 1.1 CONCEITO: Direito penal é ramo do direito público que estabelece as normas gerais penais, as infrações e suas respectivas sanções. a) Normas gerais: elas definem o que é infração penal, quais as regras de ilicitude, erros, culpabilidade, aplicação das penas, dentre outras abordagem da parte geral do direito penal. b) Infrações penais: o direito penal estabelece em legislação específica quais sãos os crimes e as contravenções penais. c) Sanções - a pena cominada a cada infração (pode ser privação de liberdade, restrição de direitos e multa). Com a expressão “Direito Penal”, são abarcados o conjunto de leis penais e o sistema de interpretação dessas leis, que é o saber do Direito Penal. O sistema penal compõe o controle social punitivo institucionalizado e formalmente punitivo. 1.2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO PENAL (CONSTITUCIONAIS E GERAIS) a) PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU ISONOMIA: a lei penal busca a igualdade, ou seja, tratar de forma igual os iguais e com desigualdade os desiguais, na medida de cada uma das suas desigualdades isto é a verdadeira igualdade. b)PRINCÍPIO RESERVA LEGAL: O artigo 1º do Código Penal estabelece que “não há crime sem lei anterior que o defina nem pena sem previa cominação legal”, assim diante de dois princípios previstos neste artigo, ou seja, o da LEGALIDADE em sentido “stricto sensu” e da ANTERIORIDADE, temos a exigência do respeito à restrita reserva legal. Previsto no artigo 5º XXXIX da CF e no artigo 1º do Código Penal – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (nullum crimen nulla poena sine lege). Dentro da reserva legal podemos destacar a lex praevia (lei sempre anterior à conduta analisada); lex cripta (a lei deve ser escrita, veda-se utilização de usos e costumes, para tipificar crimes); lex stricta ( dentro da restrita legalidade, vedando-se a analogia para tipificar condutas) e lex certa (a lei penal deve ser a mais precisa possível, para evitar interpretações distintas para normas incriminadoras). Professora Deusdedy Direito Penal - Parte Geral Material das aulas 01 a 06 2 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br c) PRINCÍPIO INTRANSCEDÊNCIA: A lei penal estabelece a responsabilidade penal personalíssima. Art. 5º, XLV, CF - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. d) PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA - A inocência se presume, devendo o Estado provar a culpa de quem quer que seja acusado da prática de infração penal. Tratando-se de ausência de provas o Estado aplica o princípio do favor rei, ou seja, “in dublio pro reo”. LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória e) LIMITAÇÃO E INDIVIDUALIZAÇÃO DAS PENAS – seja em relação a quantidade e qualidade - a Constituição da República veda ou restringe algumas penas penas - XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis f) PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA O princípio impõe limites ao arbítrio do legislador, sendo o poder incriminador do Estado “ultima ratio” última regra coercitiva g) PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE o direito penal tem caráter fragmentário, não sancionando todas as condutas que violam bens jurídicos, mas apenas as condutas mais graves, perigosas, contra bens jurídicos mais relevantes. h) PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL Segundo Hans Welzel, o Direito penal deve tipificar as condutas que tenham relevância social, caso uma conduta seja socialmente adequada não há o que se falar em infração penal, e por isso não se reveste de tipicidade i) PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA Tem como defensor Claus Roxin, o qual defende que a tipicidade de uma conduta exige ofensa de alguma gravidade aos bens jurídicos que a lei protege, algumas condutas que atingem bens jurídicos são tão pequenas que chegam a irrelevância j) PRINCÍPIO DA LESIVIDADE Diz respeito ao escopo do direito penal de tutelar sempre bens jurídicos de terceiros ofendidos, e não quando as pessoas se auto-ofendem. Outra vertente do princípio da lesividade é o intuito de impedir a aplicação do direito penal do autor, ou seja, impedir que o agente seja punido pelo que é, mas somente pelo que faz. Vários outros princípios, como o da irretroatividade penal, retroatividade benéfica penal, verdade real, territorialidade, dentre outros serão vistos no decorrer da exposição da matéria. Professora Deusdedy Direito Penal - Parte Geral Material das aulas 01 a 06 3 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br 2. APLICAÇÃO DA LEI PENAL As regras para aplicação da lei penal brasileira no tempo e no espaço estão descritas no Código penal conforme os artigos 1º ao 12 do Código Penal. 2.1 APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO O princípio básico é do “tempus regit actum”, ou seja, a lei do tempo rege os fatos que aconteceram ao seu tempo. A lei aplicada é a do momento em que o crime é praticado. E quanto ao momento do crime temos três teorias. 2.1.1 MOMENTO DO CRIME a)Teoria da ação ou da atividade – considera-se praticado o crime no momento da ação ou da omissão, embora outro possa vir a ser o momento do resultado da prática delitiva. b) Teoria do efeito ou do resultado – essa teoria considera praticado o crime no momento do resultado. É a teoria inversa da anterior. c) Teoria mista ou da ubiqüidade – para essa teoria considera-se praticado o delito tanto no momento da ação como no momento do resultado. O Código penal adotou, a teoria da atividade ou ação – “ Tempo o crime CP, Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.” 2.1.2 MOMENTO DO CRIME LEIS NOVAS E SUA MOVIMENTAÇÃO NO TEMPO a) IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL - Aplica-se a lei que estava em vigor no momento do crime (teoria da ação), se outra lei entrar em vigor no decorrer do processo ou no momento em que o autor cumpre sua pena, ela não retroagirá ao dia da conduta do agente, salvo se benéfica, assim a “lex gravior” (lei mais grave) para o réu não retroage, sendo elas: - “Novatio legis” criminalizadora - nova lei que criminaliza uma conduta que antes não era considerada criminosa - “Novatio legis in pejus” - nova lei que traz prejuízo para o réu) , essa lei não criminaliza a conduta, pois a conduta já é considerada crime, porém agrava as conseqüências da pratica de um fato já considerado crime Professora Deusdedy Direito Penal - Parte Geral Material das aulas 01 a 06 4 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br b) RETROATIVIDADE DA LEI PENAL BENÉFICA – “Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.”- “Abolitio Criminis” – é lei nova que descriminaliza a conduta delitiva, sendo que conforme artigo 2º do CP, acima descrito, se uma lei posterior deixar de considerar o fato como crime, houve descriminalização, motivo pelo qual não há mais o que se falar em processo ou execução. - “Novatio legis in mellius” – é lei penal que não chega a descriminalizar a conduta, porém melhora as conseqüências da infração penal para o autor da infração. Conforme o parágrafo único do artigo 2º, lei posterior que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores. c) ULTRATIVIDADE DA LEI PENAL . Da ultratividade da lei do tempo do crime - Como as leis penais novas, em regra não retroagem, as leis existentes ao tempo do crime vão ultra-agir se forem melhores que as novas leis que surgem após o momento. No caso da lei temporária (lei que tem sua vigência vinculada a um prazo estabelecido na própria legislação) e da excepcional (lei que tem sua vigência vinculada a uma circunstância existente), como são AUTO-REVOGÁVEIS conforme expresso no código penal – “Lei excepcional ou temporária - art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.” d) SITUAÇÕES DE CRIMES DE EXECUÇÃO PERENE. Aplicação da lei penal em face dos crimes permanente ou continuados Conforme entendimento sumulado no STF – Súmula 711. . Aos crimes permanentes, cuja execução se prolonga ao logo do tempo, aplica-se a lei em vigor no dia em que cessar a permanência delitiva. . Aos crimes continuados, cuja execução se repete ao logo do tempo, da mesma forma será aplicada a lei em vigor no dia que cessar a continuidade delitiva. Aplicação da Lex Mitior durante o período de vactio legis – doutrina dominante entende possível. Lei intermediária – para Rogério Greco – “é aquela que, levando-se em consideração a sucessão de leis no tempo, se encontra entre a lei que estava em vigor na data do fato e aquela que se encontrava vigente na data da sentença” - deve ser aplicada se mais benéfica. Professora Deusdedy Direito Penal - Parte Geral Material das aulas 01 a 06 5 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br Combinação de leis – existe quando duas ou mais leis se sucedem, sendo que a lei nova conterá pontos mais favoráveis e outros menos favoráveis. A combinação existirá quando o juiz, ao aplicar a lei, utilize a lei anterior (da data do fato) juntamente com a lei posterior apenas nos pontos mais favoráveis ao réu, combinando as duas. Obs.: A doutrina é divergente quanto a possibilidade de combinação de leis, assim como os Tribunais superiores. 2.2 APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO Em relação ao LUGAR DO CRIME a lei brasileira adotou a teoria mista ou da ubiqüidade “Lugar do crime – CP, artigo 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.” 3. TERRITORIALIDADE Pelo princípio da territorialidade- a lei brasileira será aplicada para qualquer crime que ocorra em território nacional, salvo os acordos internacionais. a) Território Nacional - considera-se como território brasileiro, o solo, sub-solo, águas fluviais, marítimas e espaço aéreo correspondente que se encontre no limite de nossas fronteiras com os outros países e até 12 milhas marítimas (mar territorial). Existe também o que a lei considera como território brasileiro por extensão ou território ficto que são nossas embarcações ou aeronaves, quando fora do Brasil. Descreve o § 1º do artigo 5º do Código Penal: “ Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar”. § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.” 3.1 EXTRATERRITORIALIDADE Fatos que ocorrem completamente em outro país, em regra é assunto do país onde o fato ocorreu, mas se o fato for previsto como caso expresso de aplicação da lei brasileira, teremos a extraterritorialidade. Professora Deusdedy Direito Penal - Parte Geral Material das aulas 01 a 06 6 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br A aplicação extraterritorial da lei brasileira pode ser incondicionada (4 situações) ou condicionada (4 situações e 5 condições). a) EXTRATERRITORIALIDADE - INCONDICIONADA As situações estão descrita no inciso I do artigo 7º do Código penal que prevê: “CP, artigo 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República. b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço. d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil obs.: Independente de qualquer condição, se ocorrer qualquer das situações já descritas haverá a aplicação incondicional da lei brasileira, mesmo que exista um processo contemporâneo, pelo mesmo fato no país onde ocorreu, pois neste caso não reconhecemos litispendência internacional. b) EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA SITUAÇÕES “CP, artigo 7º, inciso II - os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; Professora Deusdedy Direito Penal - Parte Geral Material das aulas 01 a 06 7 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. - CONDIÇÕES (requisitos que devem ser observados para que haja possibilidade de se aplicar a lei brasileira ao fato ocorrido no exterior) “ CP, artigo 7º, § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.” MAIS UMA SITUAÇÃO e DUAS OUTRAS CONDIÇÕES “CP, artigo 7º, § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça.” 3.2 PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO “ CP - Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.” Alguns doutrinadoresentendem que este artigo é inconstitucional, pois embora atenue o “ne bis in idem” não o elimina, tendo em vista ninguém poder ser condenado e cumprir duas penas pelo mesmo crime. a) EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA Professora Deusdedy Direito Penal - Parte Geral Material das aulas 01 a 06 8 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br A lei brasileira não permite a homologação de sentença estrangeira para fins de aplicação de pena privativa de liberdade, porém quando se tratar de reparação civil ou medida de segurança há possibilidade, conforme descreve o artigo 9º do CP “sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; II - sujeitá-lo a medida de segurança. Parágrafo único - A homologação depende: a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. A homologação de sentença estrangeira no Brasil é decisão do STJ (na figura de seu Presidente) que permite a nacionalização de uma sentença estrangeira, com o objetivo de ser executada no território nacional, nos termos acima descritos. 3.3 APLICAÇÃO DA LEI E AS IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS E PARLAMENTARES Os representantes diplomáticos tem imunidade absoluta, em relação aos crimes praticados no país em que se acha acreditado, responde pela lei do país que representa, só sendo possível a renúncia à imunidade da jurisdição pelo país acreditante. Os cônsules e servidores consulares, só têm imunidade em relação às ações praticadas no exercício de suas funções. EMBAIXADAS: os territórios das embaixadas, embora protegidos da atuação judicial brasileira, não são considerados territórios internacionais, será aplicada a lei brasileira, pelo princípio da territorialidade. b) Os parlamentares têm imunidade interna de caráter absoluto, chamada de imunidade material, por suas palavras, votos e opinião quando no exercício do mandato, não podendo responder civil ou criminalmente por suas ações neste sentido. 4. CONTAGEM, FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS E LEIS ESPECIAIS “Contagem de prazo Professora Deusdedy Direito Penal - Parte Geral Material das aulas 01 a 06 9 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 4.1 Frações não computáveis da pena Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. 4.2 Legislação especial Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.”
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