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Fundamentos de Direito Empresarial A disciplina Fundamentos de Direito Empresarial fundamenta todos os ramos do conhecimento das Ciências Sociais e Econômicas ao oferecer o aparelhamento teórico-prático necessário à atuação do profissional no mercado de trabalho, ou seja, atuando nos embates forenses, seja prestando consultoria empresarial ou seguindo a carreira acadêmica. Aula 1 – Introdução aos Fundamentos do Direito Ai final desta aula, você será capaz de : Descrever e identificar a importância da norma jurídica para o estudo da disciplina Direito Empresarial. Nesta aula, você estudará conceitos de Direito e Moral, Direito Objetivo e Subjetivo, Público e Privado, bem como as fontes do Direito: primárias e secundárias. Além disso, identificará os conceitos de Integração da Norma Jurídica: Analogia e Equidade, Ramos do Direito e Direito Empresarial. Você sabe qual é a origem do termo Direito? O termo Direito provém da palavra latina directum, que significa reto. O Direito tem sua definição nominal etimológica como sendo a qualidade daquilo que é regra. O Direito pode ser definido como aquilo que é mais adequado para o indivíduo que, vivendo em sociedade, tal direito deve compreender fundamentalmente o interesse da coletividade. Do interesse da coletividade estar compreendido no Direito, surgem longas discussões que se travam ao logo dos tempos. Essas longas discussões obrigam os conceitos do certo ou errado, do direito e do não direito a se adaptarem às novas realidades geográficas, religiosas, humanísticas e históricas, para descrever apenas algumas questões que interferem na evolução e adequação do direito a ser aplicado. Flávia Leal Vilanova afirma que, diante da realidade social em que vivemos, de inseguranças e incertezas, onde a fronteira entre o que é moralmente correto ou incorreto não pode ser avistada com clareza, talvez seja o momento de repensar sobre a razão e como esta deve ser aplicada às questões que a sociedade enfrenta. Chegou a hora de percebermos que SER HUMANO é a melhor das nossas faculdades para compreender e solucionar problemas tão simplesmente humanos. Temos que reconstruir os valores humanos, para que associados às evoluções do campo da ciência, possam contribuir para as relações sociais serem harmoniosas e pacíficas, recuperando a capacidade de viver em coletividade e em prol de um bem estar comum. Para que a coletividade viva num bem estar comum, devem ser estabelecidas normas jurídicas que estejam para além do mero formalismo, que atuem em simbiose com a realidade socioeconômica e que correspondam aos anseios sociais de justiça, de equilíbrio socioeconômico e de dignidade. Mas em quais princípios estas normas estariam baseadas? Nos princípios da Ética Ética é um conjunto sistemático de conhecimentos racionais e objetivos a respeito do comportamento humano moral. É a teoria ou ciência do comportamento moral do homem em sociedade. Vamos conhecer as diferenças entre Ética e Moral? Ética Parte de uma série de práticas morais e busca determinar a essência da moral, sua origem, as condições objetivas e subjetivas do ato moral, as fontes de justificação desses juízos e o princípio que rege a mudança e a sucessão de diferentes sistemas morais. Moral A moral não é estática. É um fato histórico mutável e dinâmico que acompanha as mudanças políticas, econômicas e sociais e onde a existência de princípios absolutos se torna impossível. O Direito nasce para harmonizar não só os conflitos sociais e políticos do homem, mas também para compor, juntamente com a moral, o seu comportamento ético perante seus pares. Vamos estudar agora o Direito Empresarial? A empresa compõe o cenário de atuação de um ramo do Direito designado Direito Empresarial. O Direito Empresarial desdobra-se num dos ramos do Direito Privado e se estrutura por meio de um conjunto de normas, cujo objetivo é harmonia nas relações empresariais. A aplicação da Teoria da Empresa foi inserida no sistema jurídico brasileiro com o advento do Código Civil de 2002. Longe de parecer somente uma mudança de vocábulo, a Teoria da Empresa consagra o que há muito tempo os tribunais já aplicavam: a relevância da atividade economicamente organizada. Obs: Afasta-se com isso a antiga figura do comerciante – antes, titular de atos de comércio - para darmos início ao estudo do empresário, realizador de atos de empresa. Aula 02 – Teoria da Empresa e Conceito de Empresário Ao final desta aula, você será capaz de: identificar a ampliação do antigo conceito de comerciante para a nova designação de empresário diante do implemento da Teoria da Empresa. Nesta aula, você conhecerá a Teoria da Empresa: Evolução Conceito de Empresário X Comerciante. Estudará, também, as atividades excluídas do contexto empresarial e os pressupostos para a atividade regular de empresário, identificando suas obrigações. Você conhece o significado da palavra Empresário para o Direito Empresarial? Segundo a Teoria da Empresa, é considerado empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. O empresário pode ser pessoa natural(empresário individual) ou jurídica(sociedade empresária). Veja os requisitos para a atividade empresarial. Profissionalismo O empresário deve exercer sua atividade de forma habitual e não esporádica. Exercício da Atividade O empresário exerce uma atividade, que é a própria empresa. Economia A busca do lucro na exploração da empresa. Organização Segundo Fábio Ulhoa Coelho, os fatores presentes na empresa são: o capital, a mão-de-obra, os insumos e a tecnologia. Produção A fabricação de mercadorias ou a prestação de serviços. Circulação A intermediação de mercadorias ou de serviços. Agora que você já sabe o que representa o empresário, vamos conhecer um pouco mais sobre os temas do Direito Empresarial? A pessoa natural que opta em abrir o seu próprio negócio individualmente, sem a constituição de sociedade com amigos ou conhecidos, é chamado de empresário individual. Até o advento do novo Código Civil, sob a orientação da teoria dos atos de comércio, seu conceito técnico-jurídico era de comerciante(Para nós, as leis e normas aplicáveis à pratica mercantil eram exclusivas de quem realizava atos de intermediação das mercadorias com habitualidade, finalidade de lucro e em nome próprio, ficando ausentes do conceito as atividades oriundas da cadeia de produção, bem como as de prestação de serviço.). Hoje, independentemente do negócio ser relacionado à produção, circulação de bens ou serviços, o que importa é que a atividade fim tenha se concretizado por meio de uma atividade economicamente organizada. Mas o que significa uma atividade economicamente organizada? As ciências econômicas classificam a atividade economicamente organizada como empresa. É realizada sob o comando do seu dono, agregando valores de produção para a realização da atividade final. Algumas atividades permaneceram excluídas da nova conceituação de Empresário. Os pressupostos para regular o exercício da atividade empresarial estão estabelecidos no Artigo 972 do CC. “Art. 966 do Código Civil (...) Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissãoconstituir elemento de empresa.” Um menor de idade pode ser um empresário? Em princípio, por não ter adquirido a capacidade civil plena, o menor não poderá exercer regularmente a atividade de empresário individual, exceto duas exceções. Na emancipação, o menor com 16 anos completos pode adquirir a capacidade civil plena nas hipóteses previstas na Lei Civil. Existe algum impedimento nas sociedades entre marido e mulher? Há um impedimento chamado relativo. Pela Lei Civil, no seu artigo 977CC, ele determina que marido e mulher podem contratar sociedade entre si, desde que o regime de casamento não seja o da comunhão total ou da separação de bens obrigatória. Veja agora os tipos de sociedade formados e regidos pela Lei Civil. Vamos observar uma situação? O que ocorre com a empresa que funciona mesmo existindo um impedimento legal? O Artigo 973 do Código Civil determina que aquele que exercer atividade empresarial violando o impedimento legal para tal, responderá pelas obrigações contraídas. Para cumprir as suas obrigações, o empresário deve registrar-se na Junta Comercial(É o órgão oficial encarregado da execução e administração dos serviços de registro), manter escrituração regular de seus negócios e levantar demonstrações contábeis periódicas. Vamos estudar agora as regras para escrituração dos livros e a contabilidade? O empresário e a sociedade empresária deverão adotar um sistema de contabilidade, mecanizando ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, de acordo com a documentação respectiva, devendo levantar, anualmente, o balanço patrimonial e o de resultado. Aula 03 – Estabelecimento Empresarial, Nome Empresarial e Direito Societário Ao final desta aula, você será capaz de: conceituar o instituto do Estabelecimento Empresarial; identificar os elementos formadores do Estabelecimento Empresarial; definir a estrutura do Direito Societário no Sistema Jurídico Brasileiro. Nesta aula, você estudará o conceito e os elementos formadores do Estabelecimento Empresarial. Além, disso você conhecerá como é estruturado o Direito Societário no Sistema Judiciário Brasileiro. Você sabe o que é um Estabelecimento Empresarial? Estabelecimento Empresarial é a reunião organizada dos bens corpóreos(balcões, mercadorias, maquinários etc) e incorpóreos(ponto, n ome, marca etc) para o exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária. Antes da Teoria da Empresa, este instituto era conhecido como Fundo de Comércio. Após o Código Civil, com a previsão no seu artigo 1.142CC, passou a ser classificado como Estabelecimento Empresarial ou Fundo de Empresa. Agora que você já sabe o que é um Estabelecimento Empresarial, veja no que consiste o seu trespasse. O trespasse consiste na venda do estabelecimento empresarial. Não podemos confundi-lo com a venda do ponto empresarial. Veja o motivo, observando a diferença entre trespasse e venda. No trespasse há alienação(transferência) de todo o complexo de bens. Na venda do ponto, subentende-se que a empresa somente mudará o local de exercício da sua atividade empresarial. Conheça agora os elementos do estabelecimento empresarial. Bens Corpóreos São bens materiais como: mercadoria, maquinários, frota, utensílios, entre outros. Bens Incorpóreos Também conhecidos como Imateriais, são bens como: nome e título do estabelecimento, bem como a marca do produto utilizado pelo empresário. Ponto e Locação Empresarial É o espaço físico, fixo ou não, onde o empresário se estabelece, constituindo um dos elementos incorpóreos do estabelecimento comercial. Em virtude dos investimentos pelo empresário despendidos para sua organização, o ponto gozará de proteção decorrente da Lei do Inquilinato (8.245/91). Nome Empresarial É a identificação do sujeito para o exercício da empresa (art. 1.155, CC). Não se confunde com a marca, pois esta representa um sinal de identificação perante o público consumidor de seus produtos ou serviços. Não se confunde com o nome fantasia, também chamado de título do estabelecimento, que identifica o local em que a atividade é exercida. Marcas dos Produtos Apresenta uma proteção em lei especial conhecida como Lei de Propriedade Industrial, que disciplina a invenção, o modelo de utilidade, o desenho industrial e a marca. Vamos entender a atividade empresarial no Direito Societário? Veja que a atividade empresarial poderá ser exercida de duas formas. Pelo empresário, individualmente. Apresenta a tranquilidade na lucratividade individual, porém, tem-se o fantasma da responsabilidade ilimitada do empresário, que exerce sua atividade em nome próprio, respondendo com todo o seu patrimônio pelas dívidas contraídas. Pela constituição de uma sociedade. É uma pessoa jurídica do direito privado que atende aos interesses de seus membros, atuando com objetivo de lucro, exercendo atividade economicamente organizada. Aula 4 - Ato Constitutivo da Sociedade e Agentes Societários Ao final desta aula você será capaz de: Enumerar os elementos de validade do contrato social; Identificar os agentes econômicos atuantes na sociedade; Diferenciar os pontos relevantes que diferenciam sócio do administrador; Definir o grau de responsabilidade do sócio e do administrador da sociedade. Nesta aula, você estudará os agentes econômicos atuantes na esfera do direito societário. Além disso, verá que a importância e a necessidade do tema estão baseadas nas atribuições distintas dos sócios e dos administradores da sociedade. Você sabe o significado de contrato social? Sua elaboração deve obedecer as normas legais, contendo cláusulas que são essenciais para seu arquivamento na Junta Comercial como, por exemplo, o nome da sociedade, qualificação dos sócios, indicação da sede, dentre outros. A doutrina estabelece elementos de validade para o contrato social e os classifica em elementos gerais e elementos específicos. Observação: Sua elaboração deve obedecer as normas legais, contendo cláusulas que são essenciais para seu arquivamento na Junta Comercial como, por exemplo, o nome da sociedade, qualificação dos sócios, indicação da sede, dentre outros. Vamos conhecer os elementos comuns do contrato social? Veja os elementos comuns a qualquer ato jurídico. Capacidade Objeto Lícito Forma prescrita ou não defesa em lei Veja agora os elementos específicos do contrato social, que são chamados assim por tratarem de questões próprias do Direito Societário. Veja agora os direitos e as obrigações dos agentes societários atuantes na sociedade. Direitos Participação nos lucros. Assumir a função de sócio administrador. Fiscalizar os administradores das sociedades. Ter acesso aos dados contábeis. Ter direito de retirada. Obrigações Integralizar o Capital Social. Participar das perdas. Respeita as cláusulas pactuadas no Contrato Social. Prestar contas quando assumir a função de sócio administrador. Veremos agora como ocorre à desclassificação da qualidade de sócio. Quando um sócio deixa de ser sócio? Pela morte do sócio. De forma voluntária (Por meio do exercício do direito de retirada). Cessão de suas quotas a terceiros. Exclusão (Obrigatória). A Terminologia técnica usada para a desclassificação é resolução de um sócio perante a sociedade. (Jáque o vocábulo “resolução” consiste na quebra do pacto estabelecido no contrato social por um dos sócios). Aula 05 – Tipos Societários no Sistema Jurídico Brasileiro Ao final desta aula você será capaz de: Explicar a nova estrutura dos tipos societários por conta da modificação do Código Civil; Contrastar as sociedades em desuso com as mais constituídas entre os sócios; Diferenciar as sociedades e o grau de responsabilidade patrimonial dos seus sócios. Nesta aula, você estudará a nova construção societária trazida pelo Código Civil, desde de 2002. Além disso, você verificará que as sociedades estão separadas em dois grandes grupos: Sociedades não personificadas e sociedades personificadas. Vamos conhecer os tipos de sociedade? As sociedades são classificadas como simples ou empresárias. Sociedades Simples Exercem uma atividade econômica ou não, porém, não organizada e adquirem personalidade jurídica quando fazem inscrição no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas de sua sede. Sociedades Empresárias Têm por objeto o exercício da empresa e adquirem personalidade jurídica com o registro de seus atos constitutivos na Junta Comercial. As sociedades não personificadas são divididas em dois grupos. Veja quais são. Sociedade Comum (Juntas comerciais ou Cartórios de Pessoas Jurídicas). Não tem seus atos constitutivos inscritos no registro competente. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum, ainda que irregular. A responsabilidade dos sócios será solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. Sociedade em Conta de Participação Não tem seus atos constitutivos inscritos no registro competente. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum, ainda que irregular. A responsabilidade dos sócios será solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. Não tem personalidade jurídica, não possui firma social, nem se revela publicamente a terceiros. Nela, figuram duas categorias de sócio: Ostensivo (Contrata em nome da sociedade, possuindo responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais.) e participante (Não contrata em nome da sociedade, de sorte que não possui responsabilidade pelas obrigações sociais, porém, ficará limitado aos investimentos empregados na sociedade pelo sócio ostensivo, nos termos do contrato social). Vamos conhecer a Sociedade Personificada Simples? A Sociedade Simples será constituída mediante contrato por escrito, devendo conter, além das cláusulas livremente pactuadas entre os sócios, alguns itens. Veja quais são. Nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios (Se pessoas físicas). Firma ou denominação, nacionalidade e sede dos sócios (se pessoas jurídicas). Denominação, objeto social, sede e prazo de duração da sociedade. Capital social em moeda corrente; a quota-parte de cada sócio no capital social e sua forma de integralização. As prestações de cada sócio no capital social, cuja contribuição refira-se a serviços. A administração da sociedade e os poderes e atribuições de cada sócio. A participação de cada sócio nos lucros e perdas. A forma de responsabilidade dos sócios (subsidiárias ou não). Veremos agora as características da Sociedade Personificada Empresária. A sociedade empresária, como já mencionada, é a pessoa jurídica que explora a empresa. É uma atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Veja como ela pode ser classificada. Quanto à Responsabilidade dos Sócios A responsabilidade dos sócios poderá ser: Ilimitada: respondem de forma solidária e ilimitada pelas obrigações sociais (ex.: sociedade em nome coletivo); Limitada: respondem até certo limite da contribuição para o capital social (ex.: sociedade por ações e limitadas). Mista: alguns sócios respondem de forma ilimitada pelas obrigações da sociedade; outros de forma limitada (ex.: sociedade em comandita simples). Quanto à Forma de Constituição e Dissolução Poderá ser: Contratual: sociedade constituída e regulamentada a partir de um contrato social ( ex: sociedades em nome coletivo, em comandita simples e limitada). Institucional: regulamentada a partir de um estatuto social (ex: sociedades em comandita por ações e anônimas). Responsabilidade dos sócios Uma vez personificada a sociedade, os sócios, via de regra, não respondem pelas obrigações da sociedade enquanto não exaurido o patrimônio social. Falaremos agora da Sociedade em Nome Coletivo e da Sociedade em Comandita Simples. Sociedade em Nome Coletivo é uma típica sociedade de pessoas, na qual todos os sócios(A administração compete aos sócios, não admitindo delegação de poderes a terceiros) têm responsabilidade, solidária e ilimitada, pelas obrigações sociais. Somente pessoas físicas podem participar, sejam empresárias ou não. Na Sociedade em Comandita Simples há duas categorias de sócios: Os comanditados - pessoas físicas com responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. Os Comanditários – Pessoas físicas ou jurídicas com responsabilidade limitada ao valor de sua quota (art. 1.045, CC). Aula 06 – Sociedade Limitada e Sociedade Anônima Ao final desta aula, você será capaz de: Descrever as novas normas para a sociedade limitada e anônima; Definir a responsabilidade dos sócios na sociedade limitada e nas sociedades por ações; Explicar as características das sociedades por quotas e das sociedades por ações, a alienação e penhora da quotas, a deliberação dos sócios na sociedade limitada e nas sociedades anônimas. Nesta aula, verificará a importância das Sociedades Limitada e Anônima no mundo empresarial. Verá desde as estruturas de menor complexidade das Sociedades Limitadas, até as de maior complexidade das sociedades por ações. Iniciaremos nossa aula estudando a Sociedade Limitada. A Sociedade Limitada é considerada uma das sociedades mais usuais no Direito Brasileiro, já que a responsabilidade dos sócios está restrita ao valor de suas quotas, estabelecendo nítida separação entre o patrimônio pessoal dos sócios, que não podem ser atingidos pelas obrigações. Seu capital social é a contribuição inicial dos sócios para a formação da sociedade. O ato inicial para a contribuição do capital social representa uma manifestação de vontade em tornar-se sócio da sociedade, podendo a subscrição ocorrer de imediato ou em até 180 dias. Veja agora como são as normas relacionadas às responsabilidades dos sócios. Limitada Cada sócio responde pelo valor de sua quota-parte, mas todos são solidários pela integralização total do capital social. Ilimitada O patrimônio dos sócios não pode se alcançado por dívidas contraídas pela sociedade. Subsidiária Enquanto não esgotado o patrimônio social, não pode a execução recair sobre bens particulares dos sócios. Vamos conhecer os direitos e deveres dos sócios nas Sociedades Limitadas? Direitos Participar no resultado social. Contribuir para as deliberações sociais. Fiscalizar a administração. Retirar-se da sociedade. Deveres Integralização do capital social. Lealdade Sigilo Informação A Administração da Sociedade Limitada compete aos sócios determinadospelo contrato social ou a terceiros estranhos à sociedade. Assim, o administrador da sociedade limitada poderá ser sócio ou não, nomeado em contrato ou ato separado. As deliberações dos sócios serão computadas conforme a participação destes na sociedade, podendo ser realizadas em assembléia ou reunião de sócios. Vamos estudar agora a Sociedade Anônima? É regida pela Lei 6.404/76, usualmente utilizada para constituição de sociedade que necessita de grandes investimentos. Por disposição legal, será sempre mercantil, independentemente de seu objeto social. Seu Capital Social divide-se em ações, as quais representam valores mobiliários, que limitam a responsabilidade do acionista. O limite desta é o preço de emissão (subscrição). Veja como a Sociedade Anônima é classificada. Sociedade Anônima Aberta e Sociedade Anônima Fechada Na Sociedade anônima aberta, os valores mobiliários estão em negociação no mercado de valores mobiliários, a cargo do mercado de balcão ou das bolsas de valores. Já na fechada, seus valores mobiliários não estão em negociação nesses mercados. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é responsável por supervisionar e controlar o mercado de capitais no Brasil. É uma autarquia federal, regulada pela Lei 6.385/76. Veja como é classificado o mercado de capitais da Sociedade Anônima. Mercado Primário Opera a subscrição de valores mobiliários emitidos pela companhia. Mercado Secundário Opera a compra e venda de ações por intermédio das bolsas de valores. Mercado de Balção Opera emissão de valores mobiliários de companhia aberta, perante terceiros, por meio de um banco. Integra tanto o mercado primário como o secundário. Bolsa de Valores Pessoa jurídica de direito privado cuja função é ampliar o volume de negócios nos mercados de capitais, operando a compra e venda de ações ou de outros valores mobiliários. A Sociedade Anônima poderá ser constituída por escritura pública ou particular, devendo em ambos os casos atender a certos requisitos. Veja quais são. Subscrição, de pelo menos, duas pessoas de todas as ações em que se divide o capital social. Realização inicial de 10%, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro. Efetivação do depósito da parte do capital em dinheiro no Banco do Brasil ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela CVM. (O valor da efetivação em dinheiro poderá variar conforme objeto da companhia). As ações representam uma parcela do capital social da companhia. Aquele que adquirir uma ação será considerado acionista. As ações possuem valores mobiliários, emitidos pela própria companhia com a finalidade de captar investidores. Aula 07 – Empresa e Relação com Consumidor Ao final desta aula, você será capaz de: Identificar os conceitos de fornecedor e consumidor no ordenamento jurídico brasileiro; Definir a relação de consumo, mercadoria e prestação de serviços; Identificar o agente responsável pelos danos ao consumidor; Explicitar as técnicas de oferta e publicidade e cláusulas abusivas nos contratos de consumo. Nesta aula, você estudará novo perfil da empresa contemporânea diante das adaptações necessárias impostas pela lei consumerista. Vamos iniciar a aula conhecendo alguns conceitos? Consumidor – É toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Consumidor por Equiparação – A lei o equipara ao conceito de consumidor, podendo com isso o agente se valer das proteções das regras consumeristas. Fornecedor – É toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira e os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. A palavra atividade do art.3º traduz o significado de que todo produto ou serviço prestado deverá ser efetivado de forma habitual, de forma profissional ou comercial. Produto – É qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. Serviço – É qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária. A relação de consumo é constituída pela relação jurídica composta pelos dois agentes atuantes nas relações de consumo: de um lado o consumidor e do outro a figura do fornecedor. Não haverá relação de consumo e, por via indireta, não haverá proteção do Código de Defesa do Consumidor, se não houver a formação da ponte jurídica entre o consumidor e o fornecedor, quer na aquisição de um produto, quer na prestação de um serviço. A Política Nacional de Relações de Consumo está lastreada em determinados princípios. Vamos conhecê-los? Responsabilidade Fato e Vício do Produto ou Serviço Vamos entender agora as questões relacionadas às Responsabilidades Civis e Subjetivas do Fornecedor? Ao diferenciar obrigação de responsabilidade, constatamos que, em toda obrigação há um dever jurídico originário; já na responsabilidade há um dever jurídico sucessivo. O Código de Defesa do Consumidor estabeleceu obrigações para o justo equilíbrio na relação de consumo, imputando responsabilidades na hipótese de descumprimento das obrigações consignadas na legislação consumerista. E quais são os impactos para quem não cumpre as Responsabilidades pelo Fato do Produto e do Serviço? O Código do Consumidor atribui a quem fornece um produto ou serviço defeituoso a obrigação de reparação dos danos causados aos consumidores. É a chamada responsabilidade objetiva, que o art.12 e art.14 do CDC. expressam o dever do fornecedor em indenizar “independentemente da existência de culpa”. Vamos estudar agora o Contrato nas Relações de Consumo. Instrumento pacificador de conflitos Apesar do Código de Defesa do Consumidor não tipificar os contratos, norteia princípios para a boa condução de um contrato entre consumidor e o fornecedor. O contrato de adesão, por exemplo, é definido expressamente na lei do consumidor, no art. 54 in verbis: “Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.” O termo cláusulas abusivas do contrato concretiza as interpretações dos Tribunais acerca das cláusulas leoninas. Veja as práticas empresariais de consumo. Oferta - A evolução das relações de consumo conduziu à necessidade de novo tratamento atinente à oferta e publicidade. Propaganda Enganosa - leva o consumidor ao erro ou ao engano na aquisição do produto ou do serviço. Propaganda Abusiva – Anuncia o produto por meios de ferramentas que venham a agredir os bons costumes ou incitam a discriminação racial, a violência, a inocência das crianças, dentre outros mecanismos. Aula 08- Títulos de Créditos Ao final desta aula, você será capaz de: Definir o conceito e características dos títulos de crédito; Enumerar os atributos dos títulos de créditos; Identificar os agentes cambiários atuantes nas relações cambiárias; Diferenciar os instrumentos cambiários nas diversas modalidades de títulos de crédito. Nesta aula, você estudará os atributos, as características e os institutos cambiários dos títulos de crédito. Você sabe o que significa Título de Crédito? Seu conceito clássico foi trazido pelo professor e jurista CesareVivante, que afirma ser o título de crédito todo documento necessário para o exercício de um direito literal e autônomo nele contido. Título de Crédito é todo documento que o portador necessita ter em mãos para poder exigir ou provar o seu direito de crédito contra aquele que assinou o título, dentro dos limites dos valores, datas e segurança de vícios contidos nesse título. Os atributos do Título de Crédito são: literalidade (Somente será considerado o que nele estiver escrito), cartularidade (É o documento por uma cártula (papel). Para o possuidor exercitar os direitos decorrentes do crédito, é necessária sua apresentação) e autonomia (Representa uma independência nas relações obrigacionais que se firmam no próprio título.). Veja como os títulos são classificados. Quanto ao modelo Livres: não existe um padrão definido para sua confecção, podendo ser emitidos de forma livre, observado os requisitos da lei. Exemplos: nota promissória e letra de câmbio. Vinculados: a lei atribuiu um padrão específico, não permitindo sua livre confecção. Exemplos: cheque e duplicata. Quanto a Estrutura Promessa de Pagamento: o título apresenta duas relações jurídicas, o emitente – sacador – e o beneficiário – tomador. Exemplo: nota promissória. Ordem de Pagamento: título em que há três relações jurídicas: a do sacador – que dá a ordem; a do sacado – destinatário da ordem; e a do tomador – beneficiário da ordem. Exemplos: cheque e duplicata. Quanto à emissão Não causais: títulos cuja criação independe de uma origem específica. Exemplos: nota promissória e cheque. Causais: necessitam de uma origem para sua criação. Exemplo: duplicata mercantil. Quanto a Circulação Ao portador: títulos em que o emitente não identifica seu beneficiário. Estão praticamente abolidos desde o início dos anos 90. Nominativos: títulos em que o emitente identifica o beneficiário, registrando-o em livro próprio. Exemplo: ações nominativas das S/A. À ordem: títulos passíveis de endosso, em branco (lança-se a assinatura sem indicar a favor de quem se endossa) ou em preto (endosso com indicação do nome do beneficiário). Vamos estudar agora os Agentes Cambiários. Agentes Cambiários são as pessoas envolvidas nas relações cambiárias que, de acordo com a sua posição, apresentam direitos e obrigações diferenciadas. Sacador – aquele titular que emite o título de crédito. Sacado - quem é indicado a pagar o título. Aceitante – o sacado que aceita a indicação de pagar o título. Avalista – terceiro que garante o pagamento daquele obrigado a pagar o título. Endossante – aquele que transfere os direitos contidos no título para um endossatário. Beneficiário ou Tomador – aquele que recebe a quantia estabelecida no título. Conheça os Institutos Cambiários. Veja agora as modalidades de títulos de Crédito. 1. Letra de Câmbio – É uma ordem de pagamento à vista ou a prazo pela qual o sacador dirige-se ao sacado para que este pague determinada importância a uma terceira pessoa. 2. Nota Promissória – É uma promessa direta de pagamento dada pelo devedor em favor do credor. 3. Cheque – É uma ordem de pagamento à vista, emitida contra um banco, mediante fundos disponíveis do emitente, em poder do sacado, proveniente de depósito ou de contrato de abertura de crédito. 4. Duplicata – é um título de crédito de origem brasileira que tem a finalidade de documentar as operações mercantis. Aula 09 – Contratos Empresariais Ao final desta aula você será capaz de: Diferenciar os agentes atuantes nas relações contratuais, seus direitos e deveres; Conceituar as modalidades de contratos tradicionais; Identificar os novos contratos empresariais: conceito e características. Nesta aula, você estudará os eixos econômicos e jurídicos dos contratos contemporâneos que atuam nas relações jurídicas das empresas. Os contratos empresariais, como o próprio nome sugere, referem-se a contratos que envolvem relação entre empresários. Os contratos entre particulares, exceto os do trabalho, se submetem a dois regimes: civil e de tutela de consumidores. Os contratos empresariais especificamente formam a relação jurídica dos empresários entre si, haja vista as demais relações apresentarem dispositivos legais próprios como as normas de consumidor, trabalhistas e tributárias. Eles possuem as características de acordo com o seu tipo de pacto. Os contratos são norteados por vários princípios. Por meio deles, conseguimos atuar no mundo jurídico sem que nenhuma das partes seja lesionada pelo pacto firmado. Conheça os princípios dos contratos. Princípio da Liberdade de Contratar Princípio da Relatividade Contratual Princípio da Força do Contrato Princípio da Boa Fé Principio da Igualdade entre as Partes Veja como os Contratos Empresariais são classificados. Veja agora as modalidades de Contratos. Aula 10- Recuperação Judicial, Extrajudicial e Falência da Empresa Ao final desta aula, você será capaz de: Definir os conceitos dos novos institutos de recuperação da empresa e a falência; Diferenciar a recuperação judicial, extrajudicial e falência; Enumerar as fases de desenvolvimento do processo de recuperação judicial, extrajudicial e falência; Relacionar os órgãos de atuação na recuperação judicial, extrajudicial e falência; Identificar pontos positivos e negativos da recuperação judicial, extrajudicial e da falência. Nesta aula, você estudará o novo perfil da empresa contemporânea, sua função social e a necessidade de sua superação organizacional diante de uma crise econômico-financeira por meio do processo de recuperação judicial, extrajudicial e falência. Com a promulgação da Lei 11.101/05, o Brasil passa a adotar duas formas de evitar a falência do devedor em crise. Recuperação Judicial. Recuperação Extrajudicial. O empresário e a sociedade empresária estão sujeitos à recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência. Algumas sociedades, embora empresárias, estão excluídas total ou parcialmente da falência, ou excluídas totalmente da recuperação (art. 2). Vamos entender agora o perfil de dois atores envolvidos nas relações judiciais e extrajudiciais. Administrador Judicial Profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador ou pessoa jurídica especializada. Comitê de Credores Órgão facultativo na falência e na recuperação judicial. Sua existência somente se justifica nas empresas com grande complexidade organizacional. Só poderá ser Administrador ou membro do Comitê a pessoa que não é legalmente impedida. Vamos entender os conceitos relacionados à recuperação judicial? A recuperação judicial é de uma ação que tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira da empresa, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do empregado e dos interesses dos credores, promovendo a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. O Empresário A Sociedade Empresária O Cônjuge Sobrevivente Os Herdeiros O Inventariante O Sócio Remanescente Quais são os requisitos para requerer a recuperação judicial? Exercer atividade regular há mais de dois anos. Não ser falido e, se o foi, estarem extintas suas responsabilidades. Não ter, há menos de cinco anos, obtido concessão de recuperação judicial;sendo o devedor micro ou empresário de pequeno porte, o prazo é ampliado para oito anos. Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por crime falimentar. Vamos estudar agora os conceitos relacionados ao microempresário e empresário de pequeno porte. Considera-se microempresário aquele que atinge faturamento bruto anual de R$ 244.000,00 e empresário de pequeno porte aquele cujo faturamento bruto anual varie entre R$ 244.000,01 e R$ 1.200.000,00. Os microempresários e os empresários de pequeno porte poderão apresentar um plano especial de recuperação judicial. Recuperação O plano de recuperação limitar-se-á a algumas condições (art. 71). Abrangerá exclusivamente os créditos quirografários. Preverá parcelamento em até 36 parcelas iguais e sucessivas, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros de 12% a.a. Preverá o pagamento da primeira parcela no prazo máximo de 180 dias, contado da distribuição do pedido de recuperação judicial. Estabelecerá a necessidade de autorização do juiz, depois de ouvido o administrador judicial e o Comitê de Credores, para o devedor aumentar despesas ou contratar empregados. Vamos entender os conceitos relacionados à recuperação extrajudicial? Nem todos os credores serão atingidos pelo plano recuperação extrajudicial. Veja. Credores Trabalhistas Credores Tributários Credores Titulares de posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietários ou promitente vendedor de imóveis cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade e de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio. Credor decorrente de adiantamento de contrato de câmbio para a exportação. O empresário e a sociedade empresária, para requerer a homologação do acordo de recuperação extrajudicial, deverão preencher os requisitos previstos no art. 161. Requisitos Se o devedor encontrar uma saída para a crise que enfrenta em conformidade com os credores, não precisará atender a nenhum dos requisitos previstos na lei. Assim, quando a lei impõe requisitos, está se referindo ao devedor que pretender levar seu acordo à homologação judicial. Obs.: após a distribuição do pedido de homologação, os credores que aderiram ao plano não podem mais desistir da adesão, salvo com a anuência dos demais signatários. Vamos estudar agora a Falência? Você sabe o seu significado? A falência é uma execução coletiva movida contra um devedor, empresário ou sociedade empresária, atingindo o seu patrimônio para uma venda forçada, partilhando o resultado, proporcionalmente, entre os credores. Quem está sujeito à falência? A falência atinge o empresário e a sociedade empresária, bem como o espólio do devedor empresário e aqueles que, embora expressamente proibidos, exercem atividades empresariais. Para a caracterização do estado de falência é necessário que o devedor apresente-se insolvente. No Brasil, a insolvência presume alguns elementos. Veja. Impontualidade Execução Frustrada Prática de Atos de Falência
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