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CRB II A NOVA CLASSE MÉDIA

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A NOVA CLASSE MÉDIA: O Trabalho na Base da Pirâmide Social Brasileira
Márcio Pochmann
Capítulos 3 e 4
3. O TRABALHO PARA FAMÍLIAS
Trabalho prestado a uma parte das famílias brasileiras (geralmente àquela de maior renda e riqueza)
A existência desse trabalho relaciona-se com a concentração de renda e riqueza com a existência de parcela significativa da força de trabalho sobrante
Menor utilização de trabalho doméstico devido ao uso de equipamentos como lavadoras em geral, forno micro-ondas, entre outros
 
TRABALHO PRODUTIVO X TRABALHO IMPRODUTIVO
O trabalho produtivo é aquele que agrega valor ao bem ou serviço, ou seja, o valor gerado pelo trabalhador é superior ao custo de sua conservação
O trabalho improdutivo, em contrapartida, a mão de obra alocada gera valor econômico insuficiente para a sua própria manutenção
Enquanto o comportamento da ocupação no trabalho produtivo depende das variações nas atividades econômicas (privadas e públicas), o desempenho do trabalho improdutivo resulta da dimensão do excedente econômico apropriado pelos proprietários, especialmente daqueles mais ricos. 
3.1 Natureza do trabalho nas unidades familiares brasileiras
Traços do passado serviçal e escravista
Remuneração não segue a mesma lógica do setor público e privado, impedindo a plena adoção das leis sociais e trabalhistas para o emprego assalariado 
Relação nível de renda das famílias com a disponibilidade dos bens e serviços públicos e privados (creches e/ou escolas, por exemplo) 
Em 2009, o contingente de ocupados nas unidades familiares era de 7,2 milhões
Trabalho mensalista X Trabalho horista/diarista
Mensalista: trabalho assalariado, geralmente sem contrato formal
Horista/Diarista: “trabalho por conta própria” ; 29,3% do total de trabalhadores, estão presentes nessa categoria, mas somente 26,3% possuem vínculo formal de trabalho definido pela CLT
Dos 2,3 milhões de trabalhadores que desenvolvem trabalho doméstico, nem 10% contribuem para a previdência social 
Prevalência da admissão direta de trabalhadores pelas unidades familiares dificulta a profissionalização dos serviços gerais especializados
Pela terceirização, a oferta dos serviços às famílias permitiria a profissionalização das atividades 
Os empreendimentos terceirizados contratariam somente trabalhadores protegidos pela legislação social e trabalhista
Para os trabalhadores em unidades familiares, deveriam ser garantidas condições e relações de trabalho definidas pelo código do trabalhador terceirizado, a ser criado
Tudo isso implicaria nas despesas com a contratação, fazendo com que esse tipo de serviço fosse dirigido, cada vez mais, para as residências com maior poder de pagamento
3.2 Dimensão do trabalho de prestação de serviços para famílias 
Em 1996, 17,3 mi de trabalhadores prestavam serviços
Dos 23,6 mi de trabalhadores ocupados no brasil, em 2007
Quantidade de membros ocupados nesse segmento: 
Dos 23,7 mi de trabalhadores que exercem atividades para famílias no Brasil, quase 61% estão longes da legislação social e trabalhista:
De maneira geral, os trabalhadores ocupados nas atividades para famílias pertencem ao segmento de baixa remuneração:
Entretanto, Existe uma elite no conjunto dessa mão de obra, cuja remuneração mensal supera cinco salários mínimos:
Quase 60% dos trabalhadores de atividades familiares encontram-se agrupados como:
Do total de 90,6 MI DE Trabalhadores ocupados no brasil em 2007:
A ocupação de prestação de serviços para famílias caracteriza-se não somente pela baixa remuneração, mas também pela precarização do emprego da mão de obra.
3.3 Evolução e principais características do trabalho doméstico 
Ocupação, basicamente, realizada pelo sexo feminino
Entre 1970 e 2009, a presença masculina passou de 2,3% para 6,4%
No ano de 2009, o trabalho doméstico respondia por 17% das ocupações femininas
No período de 1970 a 2009, a quantidade de empregados domésticos no Brasil, passou de 1,3 mi para 5,9 mi de pessoas ocupadas 
Do conjunto de trabalhadores no interior das unidades familiares, 70,7% exercem na condição de mensalistas e 29,3% na condição de horista 
Um em cada cinco recebem mensalmente um salário mínimo oficial 
 
Das família que contratam o trabalho doméstico há grande concentração daquelas com renda elevada
A ocupação de trabalho doméstico no Brasil continua sendo de pessoas não brancas: Em 1989, quase 49% dos ocupados eram brancos; em 2009, essa parcela reduziu-se para menos de 38%
No Brasil, o pagamento do trabalho doméstico apresenta 1,6% do total das despesas das famílias brasileiras, é uma parcela menor que despesas com energia (2,2%), telefone (2,4%) e remédios (2,2%) 
Mais de 90% das ocupações tem rendimento de 1,5 salário mínimo 
Em 2009, a faixa de até 1,5 salário mínimo compreendia quase 93% 
Um redução mínima em 40 anos, observando que em 1970, 97,4% recebiam até 1,5 salário mínimo 
Entre as décadas de 1970 e 2000, observa-se um mudança radical na distribuição etária dos ocupados no serviço doméstico: 
Com relação à escolaridade, constata-se outra alteração importante:
Com relação ao local de realização do trabalho doméstico:
Verifica-se que o trabalho doméstico cresceu nas regiões norte, nordeste e centro-oeste
Pela alta informalização das relações de trabalho e baixo remuneração, o cargo doméstico persiste desassociada da participação sindical: em 2009, 2,2%dos trabalhadores domésticos estavam sindicalizados; entretanto, em 1999, esses trabalhadores representavam somente 1%
Por fim, percebe-se a importância do avanço recente do trabalho na base da pirâmide social
Destacou-se a necessidade da revisão do regime contratual, devido ao trabalho doméstico ter sido desenvolvido sob características herdadas da escravidão, capaz de permitir a estruturação do setor empregador de mão de obra terceirizada às atividades em unidades familiares
A terceirização da contratação do trabalho doméstico apresenta-se cada vez mais contemporânea com a universalização o acesso aos direitos sociais e trabalhistas no Brasil
O melhor entendimento do trabalho doméstico atual abre a possibilidade de organização e estruturação dos contratos de trabalhos domésticos em unidades familiares 
4.O TRABALHO NAS ATIVIDAES PRIMÁRIAS E AUTÔNOMAS
Setor primário identifica-se o conjunto das atividades laborais na agricultura, na pecuária e no extrativismo mineral e vegetal
As ocupações autônomas, por sua vez, referem-se àquelas que, em geral, são desempenhadas por natureza própria, sem subordinação e nem sempre com presença de algum meio de produção
4.1 Movimento geral da ocupação no setor primário
Organizações produtivas diferenciadas
Prevalece o assalariamento na agricultura empresarial e, na agricultura familiar, o trabalho não assalariado, para o próprio negócio rural
Prevalência dos baixos salários
Setor Primário
Quantidade de ocupados
Composição etária 
Setor Primário
Escolaridade
Cor/etnia
Setor Primário
Em relação ao gênero, nota-se uma trajetória recente de rápida ascensão da presença feminina: no ano de 2009, as mulheres ainda não respondiam por um terço do total das ocupações, mas em 1970 eram menos de 10%
Em geral, as ocupações são fundamentalmente preenchidas por homens
Verifica-se, também, queda leve e contínua do peso relativo das atividades rurais exercidas pelos trabalhadores do setor primário: no fim da década de 2000, menos de 71% das ocupações eram exercidas no meio rural, enquanto em 1979, compreendiam quase 72% do total dos trabalhadores.
Setor Primário
Presença do setor nas Regiões geográficas
Participação relativa dos estados 
Nove estados do conjunto da federação perderam participação relativa no total dos trabalhadores do setor primário (GO, MS, PR, SP, RJ, SE, PE, RN e MA)
Quatorze aumentaram relativamente o peso das ocupações (MT, RS, SC, ES, MG, BA, AL, PB, CE, PI, PA, RR, AM e RO)
Acre, Amapá e o Distrito Federal mantiveram suas posições relativas
Setor Primário 
Filiação
Sindical 
4.2 Características do trabalho autônomo
Crescente parcela do total das ocupações brasileiras
Remuneração
No ano de 2009, 69% dos autônomos recebiam até 1,5 salário mínimo mensal; 18,4% recebiam de 1,5 a 3 s.m.; 5,7% recebiam de 3 a 5 s.m.; e 5,1% mais de 5 s.m.
Em 1979, 70,2% eram remunerados por 1,5 salário mínimo; 16,9% de 1,5 a 3 s.m.; 8,3% de 3 a 5 s.m.; e 4,6% mais de 5 s.m.
Trabalho autônomo
sindicalização
Menos de 15% dos trabalhadores são filiados à entidades de representação de seus interesses laborais
Em 1999, 13,3% eram sindicalizados
Em 2009, houve aumento de 1,3%, passando a 14,6% de trabalhadores sindicalizados 
Gênero 
Destaca-se a presença dominante dos homens, que em 2009 representaram quase dois terços dos postos de trabalho
A presença feminina vem aumentando, uma vez que passou de 13,1%, em 1970, para 37,3% do total das ocupações autônomas, em 2009 
Trabalho autônomo
Em relação a faixa etária, houve uma elevada participação de pessoas dos 25 aos 44 anos de idade entre os anos de 1970 e 2000 (praticamente metade dos autônomos). Porém, em 2009, o número se reduziu para 42% , na sequência, cresce a importância da faixa dos 45 anos aos 64 anos de idade
Pessoas com menos idade (até 24 anos) passou de 18,6%, em 1970, para 10%, em 2009
Também entre os ocupados autônomos decresce o peso relativo dos trabalhadores iletrados: em 1970, os trabalhadores sem estudos representava 48% do total de ocupados autônomos, a medida que, em 2009, esse segmento respondia por menos de 16% do total
Apesar disso, em 2009, menos de um terço dos trabalhadores autônomos estava na faixa de dez anos ou mais de estudo
Trabalho autônomo
Cada vez mais o trabalho autônomo vem sendo exercido pela população não branca, no ano de 2009, 55% do total de trabalhadores era representado por não brancos
Quanto a composição geográfica dos autônomos, nota-se, por exemplo, um nítido decréscimo no meio rural, passando de 47%, em 1979, para 29,5% do total de postos de trabalho autônomos, em 2009
Aumentou significativamente no meio urbano, sobretudo não metropolitano, que passou de 33%, em 1979, para 47%, em 2009
Já no meio urbano, teve um crescimento de 19,9% para 23,5% entre 1979 e 2009, pouco significativo
Trabalho autônomo
Em 1970, mais de 47% dos trabalhadores autônomos concentravam-se na região Nordeste e 17,6%, na região Sudeste
Quarenta anos depois, as regiões Nordeste e Sudeste passaram a responder por 69,1% das ocupações do país
São Paulo teve a maior elevação do peso relativo no total do trabalho autônomo no Brasil, entre os anos de 1980 e 2009
Nesse mesmo período, outros dezesseis estados da federação elevaram sua posição relativa no total da ocupação autônoma no Brasil, somente dois mantiveram inalterado seu peso relativo, e oito estados da federação apresentaram queda em sua posição relativa 
DEBATE
Abordamos na apresentação o perfil dos trabalhadores das unidades familiares, do setor primário e dos autônomos, dentre as características percebe-se uma elevação no número de trabalhadores com idade entre 45 e 64 anos. Em sua opinião, porque grande parte das ocupações desses segmentos é formada por pessoas dessa faixa etária? 
Alunos:
Bárbara Pin
Bruno Vrublieski
Carolina Teixeira 
Carolina Vieira
Hugo Duarte
ADMINISTRAÇÃO – 2º TERMO/INTEGRAL

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