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Direito ImobiliaI rio Unidade 5

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Núcleo de Educação a Distância
O assunto estudado por você nessa disciplina foi planejado pelo 
professor conteudista, que é o responsável pela produção de conteúdo 
didático, e foi desenvolvido e implementado por uma equipe composta 
por profissionais de diversas áreas, com o objetivo de apoiar e facilitar o 
processo ensino-aprendizagem.
2
Coordenação do Núcleo de Educação a Distância: Lana Paula 
Crivelaro Monteiro de Almeida Supervisão Administrativa: 
Denise de Castro Gomes Produção de Conteúdo Didático: Darlene 
Braga Araújo Monteiro Design Instrucional: Andrea Chagas 
Alves de Almeida Projeto Instrucional: Amália Campos Farias 
Roteiro de Áudio e Vídeo: Glauber Peixoto Rocha Produção 
de Áudio e Vídeo: José Moreira de Sousa Identidade Visual/
Arte: Diego Silveira Maia Cordeiro da Silva, Sérgio Oliveira Eugênio 
de Souza, Viviane Cláudia Paiva Programação/Implementação: 
Jorge Augusto Fortes Moura Editoração: Régis da Silva Pereira 
Revisão Gramatical: Luís Carlos de Oliveira Sousa
Créditos
DIREITO IMOBILIÁRIO
3
DIREITO IMOBILIÁRIO
Unidade 5: Títulos Apresentados ao Registro
Olá! Seja bem-vindo à Nota de Aula da Unidade 5 da disciplina de 
Direito Imobiliário. Nesse material você encontra o texto produzido pelo 
professor conteudista, além de outras fontes de pesquisa. Não esqueça de 
complementar seus estudos acompanhando a web aula desta unidade. 
Boa leitura!
A seguir conheça o objetivo apresentado na Unidade 5:
Objetivo
A Unidade 5 tem como objetivo identificar os requisitos legais atinentes à 
realização dos atos registrais, verificando a adequação da documentação 
apresentada a registro de acordo com os ditames legais.
É salutar estabelecer algumas noções gerais sobre os títulos registráveis. Todos os títulos 
apresentados ao registro são submetidos às mesmas fases do ofício de registro de imóveis e devem 
obedecer aos princípios do Direito Imobiliário. Em todos eles deve haver a indicação do título sobre 
o qual se fará o registro (registro do imóvel). Os instrumentos públicos e/ou judiciais são devolvidos 
quando são efetuados os registros, já os instrumentos particulares são arquivados após a realização 
dos mesmos. Ademais, cada título possui suas peculiaridades formais estabelecidas na legislação. Os 
documentos que dão origem as averbações devem ficar arquivados na serventia registral. Por regra, os 
registros são feitos sem requerimento expresso, apenas com a apresentação do título, com exceção da 
Incorporação Imobiliária, cujo documento que a encabeça é um requerimento. Já a averbação é feita 
com requerimento expresso, com exceção das determinações judiciais que geram averbações.
Sumário: 1. RegistRos de instRumentos Judiciais (4) 2. instRumentos PaRticulaRes levados ao RegistRo (5) 3. atos RegistRais esPeciais (5) 
3.1. unificação/fusão (5) 3.2. desmembRamentos (6) 3.3. aveRbação de constRução (6) 3.4. demolição de edificações (6) 3.5. mudança de 
numeRação de imóvel e de denominação do logRadouRo onde se localiza (6) 3.6. aveRbação de casamento (7) 3.7. sePaRação Judicial, consensual 
ou litigiosa, divóRcio e conveRsão da sePaRação em divóRcio (7) 3.8. coRReção do nome de Pessoa física (8) 3.9. alteRação de Razão social 
(8) 3.10. cancelamento de cláusulas de incomunicabilidade, imPenhoRabilidade e indisPonibilidade (9) 3.11. cancelamento de gRavames (9) 
3.12. PeRmuta (9) 3.13. tRansfeRência de fRação ideal de imóvel (10) 3.14. bem de família (10) 3.14.1. o imóvel (11) 3.14.2. a constituição 
do bem de família (11) 3.14.3. a imPenhoRabilidade do bem de família (12) 3.14.4. exceções à imPenhoRabilidade (13) 3.14.5. administRação e extinção 
do bem de família (13) 4. Retificação imobiliáRia (14) 4.1. hiPóteses de incidência da Retificação administRativa (14) 4.2. Requisitos subJetivos 
(18) 4.3. documentação necessáRia (18) 4.3.1. documentos Relacionados a lRP (18) 4.3.1.1. RequeRimento (18) 4.3.1.2. Planta de Situação e 
memoRial deScRitivo (19) 4.3.1.3. anotação de ReSPonSabilidade técnica (20) 4.3.2. documentos não Relacionados na lRP (21) 4.4. PRocedimento 
no RegistRo imobiliáRio (22) 4.5. ofício comPetente (23) 4.6. notificação dos confRontantes (24) RefeRências (29) anotações (31)
Direito Imobiliário
4
1 Registros de Instrumentos Judiciais
São os documentos originados na seara judicial. Também estão sujeitos ao exame da legalidade e 
tramitam na serventia da mesma forma que os demais documentos apresentados ao registro imobiliário. 
Sobre eles, vale lembrar que as determinações judiciais de intransferibilidade, inalienabilidade 
e impenhorabilidade somente poderão ser acatadas mediante apresentação de mandado judicial ou 
certidão de sentença, devidamente subscritos pelo juiz emitente ou por quem tem atribuição para 
tanto, na forma estabelecida pelo Código de Organização e Divisão Judiciária a que se subordina 
o emitente. Caso o mandado tenha sido emitido por juízo de comarca diversa daquela onde será 
cumprido, deverá ser encaminhado mediante carta precatória.
As penhoras, arrestos e sequestros somente podem ser registrados com a apresentação do 
mandado judicial, acompanhado do respectivo auto, cuja cópia deverá estar devidamente autenticada 
pelo juízo que o expediu.
Os cancelamentos das constrições judiciais (indisponibilidade, intransferibilidade etc.) 
deverão ser efetuados por mandado ou certidão da sentença, com a comprovação do trânsito em 
julgado da mesma, caso o objeto do cancelamento seja um registro devidamente autenticado e emitido 
pelo mesmo juízo que determinou a constituição do gravame.
Todos os documentos a eles anexos e extraídos dos autos dos processos devem ser autenticados 
pelo juízo que emitiu o documento, conforme sistema de autenticação estabelecido em cada juízo. 
Caso o imóvel pertença à outra zona imobiliária, anexar Certidão Negativa de Imóvel, 
mencionando que o imóvel objeto da averbação não se encontra lá registrado. Se o imóvel estiver 
registrado em outra circunscrição, juntar Certidão atualizada do imóvel, do Ofício anteriormente 
competente, a qual deve estar dentro do prazo de validade, ou seja, 30 dias. 
Os mandados deverão indicar, além da descrição, o título aquisitivo do imóvel (registro: 
matrícula, transcrição ou inscrição) que será tornado público (averbados ou registrados, no caso das 
matrículas ou originar abertura de novas matrículas).
Exemplo
Cumpre indicar alguns exemplos de instrumentos judiciais que geram 
registros: Formal de Partilha (Artigo 1.027, Código de Processo Civil); Carta 
de Adjudicação/Arrematação; Mandado de Intransferibilidade (Artigo 247, da 
Lei 6.015/73); Mandado de Usucapião (Artigo 226 da Lei 6.015/73). Mandado 
de Cancelamento de Registro (necessidade do trânsito em julgado da sentença 
– Artigos 250, parágrafo I e 259 – Lei 6.015/77); Gravames e ônus reais sobre 
imóveis (Penhora/Arresto e Sequestros). 
Direito Imobiliário
5
2 Instrumentos Particulares Levados ao Registro
A Lei 6.015/73 prevê a possibilidade de realização de registros com base em instrumentos 
particulares, ou seja, aqueles elaborados sem a participação de notário e nem da Justiça. No entanto, 
para que estes documentos possam ser registrados, é necessária sua expressa previsão legal. 
Conforme estabelece artigo 246, parágrafo único da Lei 6.015/73, há a necessidade de firma 
reconhecida de todos os signatários do documento particular, para que seja viável seu registro. 
Ademais, o instrumento particular deve ser apresentado em original e pelo menos em duas vias de 
igual teor e forma. Uma ficará arquivada e a outra será devolvida ao interessado com a publicidade, 
por meio de protocolo, dos atos registrais que foram realizados em razão da sua apresentação.
Pode-se citar muitos exemplos de instrumentos particulares admitidos a registro. Inicialmente, 
citemos os documentos oriundosda Junta Comercial (Lei 8.934/94). Tais normalmente são contratos 
sociais ou aditivos, constituindo ou extinguindo empresas. Quando o contrato contiver a transmissão 
de bem imóvel para constituição de capital social ou aumento de capital social, independente do valor 
do imóvel. O instrumento particular, devidamente registrado na Junta Comercial, serve para efetuar 
a transferência da propriedade para o patrimônio da empresa. No entanto, deve-se destacar que a 
retirada do bem deverá obedecer aos critérios do artigo 108, do Código Civil, ou seja, dependendo do 
valor do imóvel, deverá ser lavrada escritura pública traduzindo o ato empresarial.
Convenções de Condomínio (Lei 4.591/64 – artigo 9º, parágrafo 3º), requerimentos dirigidos 
ao ofício imobiliário, contratos oriundos do Sistema Financeiro de Habitação e do Sistema Financeiro 
Imobiliário, Contratos de Locação, Cédulas de Crédito e Debêntures e Incorporações Imobiliárias 
(Lei 4.591/64 – artigo 32) também são exemplos de documentos particulares capazes de gerar registro.
3 Atos Registrais Especiais
Analisando o elenco de atos registrais consignados no artigo 167, da Lei 6.015/73, verificamos 
a amplitude do campo de atuação do registrador. Nesta abordagem, escolheu-se os atos registrais mais 
frequentes no registro imobiliário.
3.1 Unificação/Fusão
Trata-se da junção de dois ou mais imóveis por conveniência do proprietário. Encontra guarida 
nos artigos 234, 235, Lei 6.015/73.
Atenção
Pode-se diferenciar unificação e fusão, tecnicamente. A unificação ocorre com a 
união de imóveis registrados em sistemas diversos (Ex: um imóvel matriculado e 
outro transcrito). Já a fusão se dá com a união de imóveis matriculados.
Cita-se como requisitos da unificação/fusão que os imóveis sejam limítrofes, do mesmo proprietário, 
que haja autorização do poder público municipal para a junção dos imóveis, todos os imóveis a serem 
unidos estejam registrados, de modo que possam findar em um único imóvel, adequado à realidade.
Direito Imobiliário
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3.2 Desmembramento
Desmembramento é a subdivisão de um imóvel preexistente, requerida pelo interessado, com 
autorização do Poder Público municipal, encontra previsão legal no artigo 235, parágrafo único, Lei 6.015/73.
A diferença entre Desmembramento e Loteamento (Artigo 2º, Parágrafo 2 º, Lei 6.766/79) é que 
neste segundo, verifica-se a subdivisão do imóvel com abertura de vias públicas e, consequentemente, 
há uma exigência maior de documentação.
3.3 Averbação de Construção
A averbação de construção é o ato administrativo realizado perante o ofício de registro de 
imóveis, após a conclusão da obra, a partir do qual o empreendimento passa a existir de pleno direito. 
Antes deste ato, pode o prédio existir de fato, mas para fins de Direito Imobiliário, inexiste.
Podemos citar como documentos essenciais para que se efetue a averbação da construção 
de um prédio a apresentação dos seguintes documentos junto ao Ofício de Registro de Imóveis da 
circunscrição a que o mesmo pertence: Requerimento dirigido ao Ofício de Registro de Imóveis, 
indicação das especificações da obra, registro onde será averbada a construção e reconhecimento de 
firma do signatário, documento de mandado, se necessário, CND do INSS, referente à área construída 
total do empreendimento, em que constará a identificação da obra que será averbada, certidões da 
PMF para fins de averbação, referente a cada uma das unidades construídas ou Habite-se, declaração 
firmada por profissional habilitado junto ao CREA, indicando a área privativa, comum, total e fração 
ideal de cada uma das unidades, além das vagas de garagem e forma de distribuição das mesmas e 
especificações técnicas do prédio (número de pavimentos, descrição das áreas comuns e etc.), planta 
das vagas de garagem, aprovada pela PMF (pode ser cópia autenticada).
3.4 Demolição de Edificações
Existem casos em que consta no registro do imóvel prédios que não mais existem, ou ainda, prédios 
que serão demolidos para dar origem a outros. Para publicitar tais situações, é necessário apresentar 
requerimento do proprietário ou interessado (devidamente comprovado e qualificado) com firma 
reconhecida, contendo o título aquisitivo em que deve ser feita a averbação e a indicação da área demolida. 
Ademais, deverá apresentar a certidão Municipal atestando/autorizando a demolição e juntar a certidão 
negativa de débito (CND) emitida pelo INSS, que contenha a área demolida e especificação do imóvel.
3.5 Mudança de Numeração de Imóvel e de Denominação do Logradouro 
Onde se Localiza
A publicidade da mudança de numeração do imóvel e de denominação do logradouro que o 
imóvel se localiza, provocada por ato municipal ou por reforma no imóvel, somente será possível mediante 
a apresentação de requerimento assinado pelo proprietário ou interessado devidamente qualificado, com 
firma reconhecida, indicando o título aquisitivo do imóvel em que será procedida a averbação, juntando 
certidão municipal comprovando a nova numeração ou denominação do logradouro onde se localiza o 
imóvel. A certidão municipal deverá conter a indicação do registro do imóvel.
Direito Imobiliário
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3.6 Averbação de Casamento
A publicidade da mudança de estado civil dos cônjuges também é muito frequente no registro 
de imóveis. Esta deverá ser provocada mediante a apresentação de requerimento, o qual deverá conter 
o pedido da averbação da mudança do estado civil do proprietário, bem como a alteração do nome, 
caso haja, e o regime de bens do casal, anexando, para tal fim, cópia autenticada da Certidão de 
Casamento do casal.
Comentário
Se o regime de bens do casamento for diferente do legal (Comunhão parcial de 
bens) e não for o obrigatório (art. 1.641 do C. Civil), será necessário apresentar 
o registro do pacto antenupcial do casal, para que seja averbado no registro dos 
imóveis do casal (Artigo 244 da Lei 6.015/73).
Lembre-se que a escritura pública de pacto antenupcial deverá ser apresentada para registro na 
zona imobiliária do domicílio dos nubentes. Caso não conste na escritura o endereço dos nubentes, 
deverão apresentar DECLARAÇÃO DE RESIDÊNCIA, firmada sob as penas da lei, assinada pelos 
cônjuges, com firma reconhecida, mencionado o atual endereço do casal para fixar a circunscrição 
onde será registrada a escritura. 
Atualmente o regime legal é o da comunhão parcial de bens. Assim, no silêncio dos nubentes, 
o regime que rege seu patrimônio será o da comunhão parcial. Nos casamentos celebrados antes do 
advento da Lei 6.515/77, o regime de bens legal era o da comunhão de bens.
Vale ressaltar que as pessoas que por determinação de lei casam sob o regime da separação de 
bens, também ficam dispensadas da lavratura da escritura pública de pacto antenupcial. Todavia, o 
regime de bens diverso também será objeto de averbação na serventia registral.
Os casamentos celebrados com base no regime legal ou por regime diverso em razão de 
determinação legal, não possuem escritura pública de pacto antenupcial por determinação legal, apenas 
as pessoas que exerceram opção de regimes de bens diferentes dos indicados nos referidos itens. 
3.7 Separação Judicial, Consensual ou Litigiosa, Divórcio e Conversão da 
Separação em Divórcio
Outros exemplos muito frequentes de mudança de estado civil são as oriundas de separação judicial, 
consensual ou litigiosa, divórcio e conversão da separação em divórcios. Para dar publicidade de tais situações 
é necessário apresentar Mandado Judicial ou Escritura Pública, contendo a indicação do título aquisitivo do 
imóvel do casal em que será averbada a mudança do estado civil do casal, a identificação do imóvel, número 
do processo, vara, data da sentença e seu trânsito em julgado, nome que o cônjuge passará a usar.
Caso, além da mudança do estado civil, a parte interessada deseje registrar a partilha do bem imóvel 
em questão,o mandado ou a escritura deverá conter a indicação de quem ficará com o imóvel, com a respectiva 
qualificação. Caso a partilha determine que o bem do casal será doado ao(s) filho(s) do casal, deverá ser 
recolhido o imposto de transmissão devido (ITCD), assim como se houver doação entre os cônjuges.
Direito Imobiliário
8
Esta averbação de mudança de estado civil poderá ser procedida mediante a apresentação de 
requerimento devidamente assinado pelo proprietário (um dos cônjuges) ou pessoa interessada com 
firma reconhecida, contendo a qualificação da parte requerente, título aquisitivo do imóvel (Matrícula, 
Transcrição ou Inscrição), pedido da averbação da separação, divórcio ou conversão da separação em 
divórcio, mencionando, ainda, o nome que o cônjuge virago passou a usar. Instruindo o requerimento, 
deverá anexar cópia autenticada da certidão de casamento onde conste a averbação da separação, 
divórcio ou conversão da separação em divórcio, conforme o caso.
3.8 Correção do Nome de Pessoa Física
Muitas vezes, verificam-se equívocos cometidos nos registros relacionados com a grafia dos 
nomes dos titulares do registro. Quando o erro for apenas de letras ou de omissão de cognitivos (ex: “z” 
e “s”; “i” e “e”; “de” e “da” etc.), preparar requerimento assinado pelo proprietário ou interessado, com 
firma reconhecida, indicando o título aquisitivo do imóvel em que será averbada a retificação, anexando 
cópia autenticada da certidão de nascimento ou casamento, juntamente à cédula de identidade. Caso 
o erro seja de datilografia ou de digitação, cometido no ato do registro, é necessário reapresentar o 
documento que deu origem ao ato, o qual deve conter a indicação do protocolo do ofício imobiliário 
que efetuou o registro, onde conste a correta grafia, para que seja promovida a retificação. 
Se o erro estiver contido no documento que foi apresentado para registro, tal documento 
deverá ser retificado e a retificação deverá ser apresentada para a realização da averbação devida. 
Pode ainda a retificação do nome ter origem em demanda judicial, neste caso, o documento hábil para 
provocar a averbação no registro será uma determinação do juízo em que o processo tramitou. O juízo 
competente para processar e julgar este tipo de causa é a vara de registros públicos.
3.9 Alteração de Razão Social
Frequentemente, as pessoas jurídicas mudam suas denominações e, para publicitar tais 
situações, é necessário apresentar requerimento com firma reconhecida do representante legal da 
firma, anexando o documento da pessoa jurídica comprovando que tem poderes para responder pela 
mesma. Deverá ainda anexar cópia autenticada do documento da empresa (ex: certidão simplificada da 
junta comercial, aditivo ao contrato social, ata publicada etc.) em que se verifique a nova denominação, 
vinculada à anterior, sem quebra na continuidade.
Curiosidade
Quando a empresa modificar a sua natureza social, e houver aumento ou 
diminuição de capital, entrada ou saída de sócio, é necessário apresentar certidão 
negativa de débito (CND) emitida pelo INSS. Ademais, configurando-se cisão total 
ou parcial, incorporação de empresas, fusão, não refletem somente mudança de 
denominação da empresa, mas configuram transferência de propriedade, o que 
configura ato de registro e não de averbação.
Direito Imobiliário
9
3.10 Cancelamento de Cláusulas de Incomunicabilidade, Impenhorabilidade e 
Indisponibilidade
Caso o instituidor esteja vivo, poderá autorizar o cancelamento das cláusulas mediante escritura 
pública de extinção das mesmas. Se as cláusulas forem fruto de determinação judicial, somente por 
determinação judicial serão canceladas.
3.11 Cancelamento de Gravames
Tratando-se de título extrajudicial, o qual originou o gravame, é suficiente apresentar a 
autorização expressa do credor com firma reconhecida, indicando corretamente os atos registrais que 
devem ser cancelados. 
Sendo o credor pessoa jurídica, ou pessoa física, por representação, deverá apresentar procuração 
dos signatários identificando que estão habilitados a autorizar o cancelamento do ônus/hipoteca. Caso 
tenha sido substabelecido para outro representante do credor, juntar o substabelecimento.
Caso o título que constituiu os gravames seja judicial, é preciso apresentar Mandado ou 
Certidão de Sentença emitido pelo juízo que determinou o gravame, com expressa autorização de 
liberação do mesmo (ex: penhoras, arrestos, sequestros, intransferibilidade ou indisponibilidade), nos 
termos dos artigos 250, inciso I e 259, da Lei 6.015/73, devidamente autenticado pelo órgão expedidor.
No caso de cancelamento de notas promissórias: fazer requerimento assinado pelo proprietário 
ou interessado (devidamente comprovado e qualificado) com firma reconhecida, contendo o título 
aquisitivo em que deve ser feita a averbação e a indicação do ato que será cancelado, anexando os 
originais das notas promissórias. Caso as notas promissórias tenham sido extraviadas, anexar declaração 
do credor, autorizando o cancelamento pretendido, com o devido reconhecimento de firma do mesmo. 
Quando as notas promissórias são vinculadas a um instrumento público, é necessário que 
contenham a identificação do tabelião, livro e folhas do instrumento a elas relacionadas. Neste caso, 
não há necessidade de reconhecimento de firma do credor nas notas promissórias, pois haverá a 
assinatura do Tabelião que efetuou a vinculação, e este é dotado de fé pública. Se as notas promissórias 
não forem vinculadas a nenhum instrumento público, é necessário que contenham o reconhecimento 
de firma do credor nas mesmas.
3.12 Permuta
A permuta configura a troca de um imóvel por outro, fundamenta-se no artigo 187, Lei 
6.015/73. Quando a troca tiver como objeto, imóveis de uma mesma circunscrição, a Lei exige que 
os registros sejam simultâneos. Sendo os imóveis de circunscrições diferentes, os registros serão 
independentes. Pode ter como objeto Imóveis Reais (existentes) e Imóveis Futuros; bem corpóreo por 
bem incorpóreo, mas este último sem muita segurança jurídica.
Direito Imobiliário
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3.13 Transferência de Fração Ideal de Imóvel
É importante que se destaque como ato registral especial a existência de registros de 
condomínios civis, em que várias pessoas são proprietárias de um mesmo bem imóvel indivisível. 
Diz-se, portanto, que tais pessoas são proprietárias de parte ideal do bem, uma vez que não se pode 
precisar a parte de cada uma delas.
Estas partes ideais podem ser livremente transacionadas. Normalmente são oriundas de 
partilhas em sucessão hereditária, em que vários herdeiros recebem bens distintos em condomínio, 
ou seja, cada herdeiro recebe como quinhão hereditário da parte ideal de imóveis diversos.
Pode ainda ser constituído o condomínio civil em momento precedente ao surgimento de um 
condomínio edilício. No primeiro momento, detêm-se uma comunidade de proprietários titulares de 
direito sobre um terreno. Em momento posterior, têm-se várias pessoas proprietárias de um terreno 
onde será construído um edifício (incorporação). Por fim, haverá a identificação da unidade autônoma 
de cada um dos condôminos. 
Há de se destacar que no caso de não constar no registro o percentual ideal de cada um dos 
coproprietários, a legislação impõe a presunção de fração ideal igual para cada um dos condôminos. Desta 
forma, se algum deles possuir fração ideal diferenciada, deve constar no contrato, expressamente, a indicação 
das diferentes frações, consoante disposição expressa no artigo 1.315, parágrafo único do Código Civil.
Comentário
Havendo a possibilidade de identificar a parte de cada condômino, será possível 
extinguir o condomínio civil. Desta forma, passará a ser indicada a parte de cada 
condômino especificamente. Esta extinção poderá ocorrer administrativamente 
através de escritura de divisão amigável, em que unidades habitacionaissão 
correlacionadas a cada proprietário. Não havendo acordo entre os coproprietários, 
a divisão deverá ser feita judicialmente.
Lembrando que o resultado da divisão, seja ela administrativa ou judicial, deverá ser 
comunicado ao registro de imóveis, caso contrário perdurará a indivisão e continuará existindo o 
condomínio civil. 
3.14 Bem de Família
A legislação pátria oferece proteção especial ao imóvel denominado de bem de família, sua 
previsão encontra guarida nos artigos 1.711 a 1.722 do Código Civil; artigos 260 a 265, Lei 6.015/73 e 
na Lei 8.009/90. Para atingir tal proteção, podem os cônjuges ou a entidade familiar, mediante escritura 
pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não 
ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição.
Não só a entidade familiar poderá instituir o bem de família, também há previsão para o 
surgimento do mesmo através de terceiro, o qual poderá igualmente instituir bem de família por 
testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges 
beneficiados ou da entidade familiar beneficiada.
Direito Imobiliário
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3.14.1 O Imóvel
Lei
O artigo 1.712 do Código Civil, estabelece que:
O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas 
pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, 
e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação 
do imóvel e no sustento da família.
Destaca-se que tais valores mobiliários não poderão exceder o valor do prédio instituído em 
bem de família à época de sua instituição. Desta forma, deverão os valores mobiliários ser devidamente 
individualizados no instrumento de instituição do bem de família, como dispõe a referida lei. 
Outrossim, caso se trate de títulos nominativos, a sua instituição como bem de família deverá constar 
dos respectivos livros de registro. Para tanto, o instituidor poderá determinar que a administração dos 
valores mobiliários seja confiada à instituição financeira, bem como disciplinar a forma de pagamento 
da respectiva renda aos beneficiários, caso em que a responsabilidade dos administradores obedecerá 
às regras do contrato de depósito.
Lembre-se que se for comprovada a impossibilidade da manutenção do bem de 
família nas condições em que foi instituído, poderá o juiz, a requerimento dos 
interessados, extingui-lo ou autorizar a sub-rogação dos bens que o constituem em 
outros, ouvidos o instituidor e o Ministério Público.
Lembrete
Para os efeitos de impenhorabilidade, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo 
casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. Na hipótese do casal ou entidade familiar 
ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de 
menor valor, salvo se outro tiver sido registrado para esse fim no Registro de Imóveis. No caso de 
imóvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos bens móveis quitados que guarneçam a residência e 
que sejam de propriedade do locatário.
3.14.2 A Constituição do Bem de Família
O bem de família, quer instituído pelos cônjuges ou por terceiro, constitui-se pelo registro de seu 
título no Registro de Imóveis. A instituição do bem de família far-se-á por escritura pública, declarando o 
instituidor que determinado prédio se destina a domicílio de sua família e ficará isento de execução por dívida.
Para a inscrição do bem de família, o instituidor apresentará ao oficial do registro a escritura 
pública de instituição, para que mande publicá-la na imprensa local e, à falta, na da Capital do Estado 
ou do Território. Se não ocorrer razão para dúvida, o oficial fará a publicação em forma de edital, o qual 
constará: o resumo da escritura, nome, naturalidade e profissão do instituidor, data do instrumento 
Direito Imobiliário
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e nome do tabelião que o fez, situação e característicos do prédio; o aviso de que, se alguém se julgar 
prejudicado, deverá, dentro em trinta (30) dias, contados da data da publicação, reclamar contra a 
instituição, por escrito e perante o oficial. 
Findo o referido prazo, sem que tenha havido reclamação, o oficial transcreverá a escritura 
integralmente no livro nº 3 e fará a inscrição na competente matrícula, arquivando um exemplar do jornal 
em que a publicação houver sido feita e restituindo o instrumento ao apresentante, com a nota da inscrição.
Durante o procedimento de instituição, se for apresentada reclamação, dela fornecerá o oficial, 
ao instituidor, cópia autêntica e lhe restituirá a escritura com a declaração de haver sido suspenso o 
registro, cancelando a prenotação. Nesta hipótese, o instituidor poderá requerer ao Juiz que ordene o 
registro, sem embargo da reclamação. 
Caso, o Juiz determine a realização do registro, ressalvará ao reclamante o direito de recorrer à 
ação competente para anular a instituição ou de fazer execução sobre o prédio instituído, na hipótese 
de tratar-se de dívida anterior e cuja solução se tornou inexequível em virtude do ato da instituição. 
Por fim, é bom destacar que o despacho do Juiz será irrecorrível e, se deferir o pedido, será transcrito 
integralmente, juntamente ao instrumento.
Não se pode olvidar que quando o bem de família for instituído com transmissão da propriedade, 
a inscrição far-se-á imediatamente após o registro da transmissão ou, se for o caso, com a matrícula.
3.14.3 A Impenhorabilidade do Bem de Família
Sabe-se que o bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição, 
salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio ou de despesas de condomínio. No caso de 
execução pelas dívidas referidas, o saldo existente será aplicado em outro prédio, como bem de família, 
ou em títulos da dívida pública, para sustento familiar, salvo se motivos relevantes aconselharem outra 
solução, a critério do juiz.
Atenção
O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e 
não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária 
ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam 
seus proprietários e nele residam.
Ademais, a impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, 
as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso 
profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.
Todavia, não se pode olvidar que o prédio e os valores mobiliários, constituídos como bem da 
família, não podem ter destino diverso ao da época da instituição ou serem alienados sem o consentimento 
dos interessados e seus representantes legais, ouvido o Ministério Público. Destaque-se que a isenção 
durará enquanto viver um dos cônjuges, ou, na falta destes, até que os filhos completem a maioridade.
Direito Imobiliário
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3.14.4 Exceções à Impenhorabilidade
Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos. 
Curiosidade
O artigo 3º, da Lei 8.009/90, traz a impenhorabilidade como oponível em qualquer 
processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, 
salvo se movido:
I – em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas 
contribuições previdenciárias; 
II – pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou 
à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função 
do respectivo contrato; 
III – pelo credor de pensão alimentícia; para cobrança de impostos, predial ou 
territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar; 
IV – para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo 
casal ou pela entidade familiar; 
V – por ter sido adquirido com produto de crimeou para execução de sentença 
penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens; 
VI – por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.
Acrescente que não se beneficiará da impenhorabilidade aquele que ‘sabendo-se insolvente, 
adquire de má-fé imóvel mais valioso para transferir a residência familiar, desfazendo-se ou não da 
moradia antiga.’ Neste caso, poderá o juiz, na respectiva ação do credor, transferir a impenhorabilidade 
para a moradia familiar anterior ou anular a venda realizada, liberando a mais valiosa para execução 
ou concurso, conforme a hipótese. Quando a residência familiar constituir-se em imóvel rural, a 
impenhorabilidade restringir-se-á à sede de moradia, com os respectivos bens móveis e, nos casos do 
artigo 5º, inciso XXVI, da Constituição, à área limitada como pequena propriedade rural.
3.14.5 Administração e Extinção do Bem de Família
A administração do bem de família compete a ambos os cônjuges, resolvendo o juiz em caso 
de divergência. Com o falecimento de ambos os cônjuges, a administração passará ao filho mais velho, 
se for maior, e, do contrário, a seu tutor. No entanto, poderá o ato de instituição dispor de maneira 
diferente, isto é, fixar pessoa alheia aos cônjuges para efetivar a administração do bem de família.
Vale salientar que a dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família. Ademais, 
se a sociedade conjugal for dissolvida pela morte de um dos cônjuges, o sobrevivente poderá pedir a 
extinção do bem de família, se for o único bem do casal.
Extingue-se o bem de família com a morte de ambos os cônjuges e a maioridade dos filhos, 
desde que não sujeitos à curatela.
Direito Imobiliário
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4 Retificação imobiliária
Ao atribuir presunção relativa de verdade aos registros públicos, o legislador federal possibilitou 
a anulação ou a retificação do registro. Assim, o ordenamento jurídico vigente possibilita que o registro 
seja retificado ou anulado judicial ou administrativamente. 
Atenção
A retificação visa corrigir informação contida no registro ou sanar omissões, 
adequando o registro à realidade, tornando, desta forma, fato e direito um só, em 
termos de informação publicitada no registro do imóvel. Tal procedimento deve 
acompanhar a velocidade das relações comerciais, sob pena de tornar-se um grande 
entrave às transações imobiliárias e, consequentemente, ao crescimento da economia.
Então, no exercício da competência constitucional para legislar privativamente sobre registros 
públicos, prevista no artigo 22, inciso XXV, da Constituição Federal (CF), o legislador federal alterou os 
artigos 212 a 214 da Lei 6.015/73 (Lei de Registros Públicos – LRP), através do artigo 59 da Lei 10.931, 
de 02/08/2004, publicada no Diário Oficial da União em 04/08/2004, data em que entrou em vigor. 
Neste ensejo, é necessário trazer à discussão a redação literal do artigo 212 da Lei 
6.015/73, ora transcrito:
Se o registro ou a averbação for omissa, imprecisa ou não exprimir a verdade, a retificação 
será feita pelo Oficial do Registro de Imóveis competente, a requerimento do interessado, por 
meio do procedimento administrativo previsto no art. 213, facultado ao interessado requerer 
a retificação por meio de procedimento judicial.
Parágrafo único. A opção pelo procedimento administrativo previsto no art. 213 não exclui a 
prestação jurisdicional, a requerimento da parte prejudicada.
Analisando o texto legal acima aludido, conclui-se que a principal inovação da Lei em comento 
é a criação de uma instância administrativa para as hipóteses previstas no artigo 213, da LRP, como, 
por exemplo, a retificação do cadastro imobiliário que resulte em inclusão ou alteração de áreas e 
divisas, visto que anteriormente tal retificação era, originariamente, de competência da seara judicial, 
ou seja, não se podia corrigir o registro de um imóvel, relativamente a sua caracterização, incluir uma 
medida omitida nem aumentar ou diminuir sua área sem uma ação judicial, a qual tramitava em varas 
especializadas, segundo o Código de Organização e Divisão Judiciária de cada estado. Na Comarca de 
Fortaleza, Estado do Ceará, as varas de registros públicos eram competentes para julgar tais processos.
Assim, a partir da entrada em vigor da Lei que modernizou, em parte, o registro imobiliário, 
há a possibilidade de efetivar uma alteração no cadastro do imóvel (Transcrição, Inscrição ou 
Matrícula), que resulte, por exemplo, em inclusão de dimensões e alteração de áreas, por meio de um 
procedimento administrativo, o qual passa a ser abordado neste momento.
4.1 Hipóteses de Incidência da Retificação Administrativa
A atual redação do artigo 213, da LRP – Lei de Registros Públicos (Lei nº 6.015/73) é clara 
quanto à previsão das hipóteses de retificação do registro, a saber: 
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O oficial retificará o registro ou a averbação:
I – de ofício ou a requerimento do interessado nos casos de:
a) omissão ou erro cometido na transposição de qualquer elemento do título; 
b) indicação ou atualização de confrontação;
c) alteração de denominação de logradouro público, comprovada por documento oficial;
d) retificação que vise à indicação de rumos, ângulos de deflexão ou inserção de 
coordenadas georreferenciadas, em que não haja alteração das medidas perimetrais;
e) alteração ou inserção que resulte de mero cálculo matemático feito a partir das 
medidas perimetrais constantes do registro;
f) reprodução de descrição de linha divisória de imóvel confrontante que já tenha sido 
objeto de retificação;
g) inserção ou modificação dos dados de qualificação pessoal das partes, comprovada 
por documentos oficiais, ou mediante despacho judicial quando houver necessidade de 
produção de outras provas;
II – a requerimento do interessado, no caso de inserção ou alteração de medida perimetral 
de que resulte, ou não, alteração de área, instruído com planta e memorial descritivo assinado por 
profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica no competente 
Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – CREA, bem assim pelos confrontantes.
Comentando as hipóteses acima referidas, é pertinente estabelecer a diferença entre a retificação 
de ofício e a realizada a requerimento do interessado. A primeira (retificação de ofício) presta-se a 
sanar os erros evidentes, aqueles que podem ser corrigidos pelo registrador, independente da rogação 
das partes ou produção de provas para firmar o convencimento do registrador, o que configura uma 
exceção do Princípio da Instância.
A hermenêutica jurídica nos força a entender que todas as alíneas do inciso I do artigo 213 da Lei 
6.015/73 podem ser objeto de retificação de ofício ou de requerimento do interessado. Na prática registral, 
todavia, percebe-se que dificilmente as hipóteses previstas nas alíneas “c” a “g” serão efetivadas através de 
iniciativa do oficial de registro, pois necessitam de comprovação, razão pela qual se apresenta a primeira 
crítica à norma vigente: o legislador pecou na técnica legislativa e deveria ter indicado separadamente as 
hipóteses da retificação de ofício e as da retificação a requerimento da parte interessada.
Nota-se ainda que o artigo 213, inciso I da Lei 6.015/73 estabelece diferentes condutas que 
podem ocasionar a retificação de registro: a iniciativa solitária do registrador; o requerimento do 
interessado sem necessidade de comprovação; o requerimento do interessado comprovado. Por fim, o 
artigo 213, inciso II, da lei em comento prevê o requerimento do interessado, devidamente comprovado 
e com a participação dos confrontantes. Sendo esta última conduta a que conduz a instauração do 
procedimento administrativo de retificação mais complexo.
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Assim, apesar da faculdade concedida pela lei ao oficial de registro as hipóteses previstas noartigo 213, inciso I, alíneas “d”, “e” e “f”, normalmente, estas somente serão realizadas a requerimento 
do interessado. Ademais, as solicitações de retificações que se enquadrarem na previsão contidas nas 
alíneas “d” a “g” deverão ser fundamentadas com material técnico produzido por profissional inscrito no 
Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – CREA, devidamente comprovada com a Anotação de 
Responsabilidade Técnica – ART. A apresentação do documento técnico antes indicado está fundamentada 
na necessidade de comprovação das informações que serão incluídas ou alteradas no registro do imóvel.
No texto do requerimento deverá haver a fundamentação da solicitação. Entenda-se por 
fundamentação, a indicação da hipótese legal em que se enquadra o pedido de retificação encaminhado 
ao registrador. Assim, se o requerimento for fundamentado nas alíneas “d” a “g”, pressupõe-se que o 
profissional inscrito no CREA utilizou-se de meros cálculos matemáticos e por tal razão encontra-se 
afastada a aplicabilidade do inciso II do artigo 213 em comento. 
Todavia, há entendimentos de que a planta de situação e/ou memorial descritivo, conforme o 
caso, deverão ser acompanhados de declaração firmada pelo profissional, a qual pode ser incluída no 
próprio texto do memorial ou na planta de situação, mencionando que as informações foram auferidas 
sem necessidade de visita in loco, confirmando a aplicação da técnica de medição para encontrar os 
resultados, no intuito de elidir a aplicabilidade do inciso II do artigo 213 da norma multicitada. Desta 
forma, o profissional (engenheiro, topógrafo ou arquiteto) deverá declarar que os resultados foram 
alcançados por “mero cálculo matemático” e apresentar a memória do cálculo realizado para auferir 
os resultados apresentados ao registro.
Entendimento diverso é o que se propõem, porque independente da responsabilidade prevista 
no artigo 213, parágrafo 14 da Lei 6.015/73, o profissional inscrito no CREA tem sua responsabilidade 
civil inerente à prática de seus atos profissionais. Portanto, suas informações não são mais ou menos 
valiosas somente porque estão sendo apresentadas para fins de comprovação no registro de imóveis 
e porque consta no documento por ele elaborado a informação expressa de que o documento foi 
produzido para esta finalidade.
Vistas as hipóteses de incidência previstas no inciso I do artigo 213, percebe-se que em nenhuma 
delas será necessária a participação dos confrontantes. Então, somente quando o caso concreto 
for enquadrado na previsão contida no inciso II, artigo 213, será fundamental ao procedimento 
de retificação, a manifestação dos confinantes do imóvel retificado. Nesta última previsão legal, 
participarão o interessado, o registrador, o profissional inscrito no CREA e os confrontantes. Todos 
juntos no intuito de regularizar tecnicamente o cadastro registral do imóvel, o que beneficiará não 
somente as partes envolvidas no procedimento, mas toda a sociedade. 
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Lei
O parágrafo 7º, do artigo 213, da Lei em comento estabelece que:
Pelo mesmo procedimento previsto neste artigo poderão ser 
apurados os remanescentes de áreas parcialmente alienadas, caso 
em que serão considerados como confrontantes tão-somente os 
confinantes das áreas remanescentes.
Tal dispositivo simplifica a regularização dos chamados imóveis adquiridos em maior porção. 
Aqueles vendidos fracionadamente sem a devida anotação do remanescente. Assim, o adquirente 
de parte do terreno vendido sem a observância do requisito de averbação do remanescente poderá 
requerer a regularização da parte por ele adquirida, apurando o remanescente através do procedimento 
administrativo de retificação de registro, onde serão considerados confinantes somente os vizinhos do 
imóvel que está sendo regularizado por tal procedimento e não da área total, originariamente existente.
Atenção
Os titulares de direitos reais sobre imóveis parcialmente alienados (imóveis de maior 
porção) passam a ser beneficiados pela possibilidade de uma regularização mais 
célere de sua propriedade. Com isso, ganha toda a sociedade, tendo em vista que não 
são poucos os imóveis que se enquadram em tal hipótese normativa, a maioria deles 
registrados antes do advento da Lei 6.015/73.
Continuando a análise do artigo 213, verifica-se que as áreas públicas também poderão ser 
demarcadas administrativamente, assim como prescreve o parágrafo 8º, a saber: “As áreas públicas 
poderão ser demarcadas ou ter seus registros retificados pelo mesmo procedimento previsto neste 
artigo, desde que constem do registro ou sejam logradouros devidamente averbados”. 
Lei
Não se pode olvidar da importante previsão do parágrafo 9º do multicitado artigo, o qual 
dispõe o seguinte:
Independentemente de retificação, dois ou mais confrontantes 
poderão, por meio de escritura pública, alterar ou estabelecer 
as divisas entre si e, se houver transferência de área, com o 
recolhimento do devido imposto de transmissão e desde que 
preservadas, se rural o imóvel, a fração mínima de parcelamento 
e, quando urbano, a legislação urbanística.
A análise do dispositivo acima transcrito reflete, nitidamente, a intenção do legislador em dar agilidade 
ao processo de regularização de registro, pois faculta aos confrontantes o estabelecimento das divisas de seus 
imóveis através da lavratura de escritura pública. Então, a forma do ato de alteração ou estabelecimento de 
divisas é o instrumento público, o qual poderá versar sobre transferência de área, observadas as formalidades 
legais para lavratura da escritura pública, inclusive no que pertine ao devido recolhimento dos impostos e 
atendimento às prescrições legais do Direito Urbanístico, Agrário e Meio Ambiente.
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Por fim, resta destacar que a regularização fundiária de interesse social realizada em Zonas 
Especiais de Interesse Social, nos termos da Lei 10.257, de 10 de julho de 2001, promovida por 
Município ou pelo Distrito Federal, quando os lotes já estiverem cadastrados individualmente 
ou com lançamento fiscal há mais de vinte anos, assim como a adequação da descrição de imóvel 
rural às exigências dos artigos 176, parágrafos 3º e 4º, e 225, parágrafo 3º, desta Lei, independe de 
retificação, ainda que “não são devidos custas ou emolumentos notariais ou de registro decorrentes de 
regularização fundiária de interesse social a cargo da administração pública”, assim como prescreve do 
parágrafo 15 do artigo 213 da LRP. 
4.2 Requisitos Subjetivos
Será considerado interessado em solicitar a retificação de registro o proprietário do bem imóvel em 
questão ou seu representante legal. Podendo também ser admitido procedimento de retificação proposto 
por titulares de direitos reais não registrados, mediante comprovação. Assim, caso não seja o proprietário 
que proponha o pedido de retificação, o requerente deverá comprovar sua qualidade de representante do 
proprietário ou de titular de direito real sobre o imóvel objeto do procedimento administrativo em tela.
4.3 Documentação Necessária
O artigo 213 da Lei 6.015/73 (LRP) relaciona alguns documentos essenciais à efetivação da 
retificação administrativa do registro. Todavia, na aplicação da citada norma, muitos registradores 
estão solicitando mais documentos do que os relacionados expressamente na norma em comento.
4.3.1 Documentos Relacionados na LRP
Observa-se facilmente na leitura do inciso II do artigo 213, ora comentado, a relação de 
documentos que o legislador federal julgou imprescindível à retificação administrativa de registro, 
sobre os quais se passa a tecer alguns comentários:
4.3.1.1 Requerimento
O interessado na retificação deverá apresentar requerimento solicitando-a, consoante hipóteses 
arroladas no texto do atual artigo 213 da Lei 6.015/73. O mencionado requerimento deverá conter 
a qualificação do requerente e a firmareconhecida do signatário. Podem ainda ser citados como 
elementos essenciais do requerimento: a indicação do pedido, a fundamentação e o título aquisitivo 
que será objeto de retificação. Caso seja necessária a notificação dos confrontantes (proprietários ou 
ocupantes), deverá ser consignado no requerimento o endereço para efetivação da notificação devida. 
A relação de documentos anexos ao requerimento não é requisito do mesmo, mas poderá ser 
incluída como forma de protocolo da documentação apresentada na oportunidade de solicitação da 
retificação. Também há o entendimento de que no requerimento deverá conter a declaração, sob as 
Direito Imobiliário
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penas da lei, acerca da responsabilidade do requerente, nos termos do parágrafo 14 da Lei 6.015/73. 
No entanto, percebe-se que, independente da declaração expressa do interessado, sua responsabilidade 
persiste, pois está prevista em lei. Ademais, quando o legislador entende necessário firmar declaração, 
existe a previsão expressa, como no caso do artigo 1º, parágrafo 3º, do Decreto 93.240, de 09/09/1986, 
que trata sobre a necessidade de declaração do outorgante sobre a existência de ações reais e pessoais 
reipersecutórias relativas ao imóvel objeto de escritura pública.
4.3.1.2 Planta de Situação e Memorial Descritivo
Acompanhando o requerimento, o interessado deverá apresentar planta de situação e memorial 
descritivo do imóvel, ambos firmados por profissional devidamente habilitado e com regular inscrição 
no CREA. Tais documentos deverão conter as medidas perimetrais do imóvel, áreas, pontos cardeais, 
imóveis confrontantes, logradouros públicos limitantes, nomes dos confinantes (proprietários ou 
ocupantes). Sendo edificado o imóvel retificado, sua numeração na via pública também deverá ser 
mencionada. No caso de terreno, a distância para o cruzamento ou edificação mais próxima, assim 
como o lado do logradouro para onde faz frente (par ou ímpar). Enfim, os documentos preparados 
pelo profissional inscrito no CREA deverão atender ao Princípio da Especialidade coroado no artigo 
225, da Lei 6.015/73. Nos citados documentos deverão constar ainda a identificação do profissional 
responsável pela elaboração dos mesmos e seu reconhecimento de firma, bem como a indicação do 
proprietário do imóvel e o título aquisitivo do imóvel objeto do trabalho contratado.
Tem-se verificado, na prática, outras exigências atreladas à confecção dos citados documentos, 
tais como: a indicação do registro dos imóveis confrontantes, a assinatura e o reconhecimento de 
firma do proprietário, todas infundadas, tendo em vista que o proprietário, mesmo sem assinar a 
planta e o memorial descritivo, continua responsável pelas informações neles contidos, uma vez que 
foi ele quem apresentou os referidos documentos em anexo a sua solicitação de retificação.
Ademais, o proprietário pode não ter conhecimentos técnicos sobre o levantamento realizado. 
Então, para fins de responsabilização do mesmo, não há necessidade de assinatura do proprietário na 
planta e no memorial descritivo. Caso o legislador federal entendesse como requisito da retificação a 
assinatura do proprietário nos referidos documentos, teria explicitado no texto da lei, assim como o 
fez com a possibilidade de anuência dos confrontantes.
Sobre a indicação dos registros dos imóveis limítrofes nos documentos de mensuração, 
esses também não são imprescindíveis. Claro que os registros dos imóveis confinantes, assim como 
do imóvel retificado, devem ser apresentados ao profissional contratado para que ele conclua seus 
trabalhos. No entanto, tais informações não são essenciais à redação final dos citados documentos, ou 
seja, não precisam estar expressos na planta e no memorial descritivo, mas podem estar no conjunto 
de documentos apresentados ao registrador, como será abordado mais adiante.
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4.3.1.3 Anotação de Responsabilidade Técnica
A ART – Anotação de Responsabilidade Técnica deverá conter o reconhecimento de firma do 
profissional contratado e do interessado no pedido de retificação e a identificação do serviço realizado. 
Por sua vez, na identificação do serviço deverá mencionar o endereço do imóvel, seu registro e 
finalidade do serviço contratado. Na finalidade a que se destina o serviço contratado, o profissional 
deverá mencionar que é para fins de retificação de registro de imóveis. Todavia, basta a referência 
genérica, ou seja, não é necessário mencionar especificamente o artigo e a norma que fundamentam 
o procedimento. Todavia, caso deseje especificar a fundamentação da retificação administrativa, o 
correto é mencionar o artigo 213 da Lei 6.015/73 e não a Lei 10.931/2004.
O profissional responsável pela elaboração da planta de situação e do memorial descritivo do 
imóvel deverá comprovar sua habilitação e a regularidade do exercício da profissão mediante emissão 
de ART – Anotação de Responsabilidade Técnica. Tal requisito resulta da possível responsabilização 
do profissional que efetuou o levantamento técnico, caso seja verificada alguma irregularidade que 
prejudique terceiros, posteriormente à efetivação de retificação feita com base nos documentos por ele 
confeccionados (planta e memorial descritivo). Assim, o referido profissional responderá pelos danos 
causados nos termos da legislação vigente acerca da responsabilidade civil e criminal dos mesmos, 
conforme o caso concreto.
A ART deverá conter o reconhecimento de firma do profissional contratado e do interessado 
no pedido de retificação, bem como a identificação do serviço realizado. Também na identificação 
do serviço deverá mencionar o endereço do imóvel, seu registro e finalidade do serviço contratado. 
Na finalidade a que se destina o serviço contratado, o profissional deverá mencionar que é para fins 
de retificação de registro de imóveis. Todavia, basta a referência genérica, assim, não é necessário 
mencionar especificamente o artigo e a norma que fundamentam o procedimento. Todavia, caso 
deseje especificar a fundamentação da retificação administrativa, o correto é mencionar o artigo 213 
da Lei 6.015/73 e não a Lei 10.931/2004. 
Neste procedimento administrativo, é importante destacar a participação dos confrontantes, os 
quais podem ser prejudicados por um eventual procedimento de retificação indevida. Neste sentido, é 
imprescindível a sua manifestação, a qual poderá ocorrer de duas formas: mediante assinatura destes 
na planta de situação ou por meio de notificação realizada pelo registrador de imóveis.
Caso os confinantes assinem a planta, nesta deverá constar a qualificação deles, assim como 
o reconhecimento de firma. Caso os confinantes não assinem a planta, será necessário notificá-los na 
forma abordada no procedimento registral debatido nessa unidade. Ainda tratando sobre confrontantes, 
urge esclarecer que são aqueles com linha divisória comum ao imóvel objeto da retificação, excluindo-
se desta definição os logradouros públicos. Neste sentido, lembre-se que as pessoas jurídicas de direito 
público titulares de direitos reais sobre os logradouros que fazem limite com o imóvel retificado não são 
confinantes para fins de notificação ou de assinar a planta que instrui o procedimento administrativo 
em tela. Serão assim consideradas, caso sejam proprietárias de imóveis confrontantes. 
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Exemplo
Exemplificando, pode-se citar um imóvel retificado que tenha dois limites com 
ruas e outros dois com prédios de propriedade de particulares, somente os 
proprietários dos prédios particulares serão notificados ou assinarão a planta 
manifestando sua anuência. Todavia, caso um destes imóveis fosse um prédio que 
integra o patrimônio estatal, a pessoa jurídica de direito público seria considerada 
confrontante para os fins da retificação administrativa de registro, devendo ser 
notificada ou manifestar expressamente anuência, medianteassinatura na planta.
Relativamente à notificação de pessoa jurídica de direito público, lembre-se que a retificação 
do registro jamais prejudicará o direito de propriedade de bens públicos, uma vez que sobre estes 
paira a vedação de usucapião de terras públicas. Ademais, a retificação não autoriza aquisição de 
propriedade, mas somente a correção das características da propriedade existente.
Caso os imóveis limítrofes sejam registrados, é de bom alvitre que seja indicado no 
requerimento, na planta e no memorial descritivo seus registros. Todavia, lembre-se mais uma vez que 
a falta de indicação de tais informações não deve ser entendida pelo registrador como exigência legal 
a ser sanada. Ademais, como visto anteriormente, o registro de um imóvel não é elemento técnico de 
atribuição do profissional inscrito no CREA. Poderá o registrador colher tais informações de ofício 
em sua serventia e fazer integrar no procedimento administrativo ou solicitar tais informações ao 
interessado caso possam estar registradas em outra serventia.
Fica claro, portanto, que o registrador deve usar o bom senso e concluir pela viabilidade da 
retificação através da análise do conjunto dos documentos apresentados, deixando de lado o rigorismo 
exacerbado que leva à burocracia e cria uma grande resistência social ao exercício de profissão tão 
importante para a sociedade.
4.3.2 Documentos não relacionados na LRP (Lei de Registros Públicos)
O inciso II do artigo 213 já transcrito anteriormente estabelece expressamente os documentos 
indispensáveis à instauração do procedimento administrativo de retificação de registro imobiliário 
face ao ofício competente. Todavia, a aplicação da norma vem criando a necessidade de apresentação 
de outros documentos não relacionados na Lei, o que pode variar em cada serventia, conforme o livre 
convencimento do registrador, tendo este, a faculdade de aumentar a relação de documentos exigidos. 
No entanto, o delegado (oficial de registro) não deve olvidar que a finalidade da alteração da Lei de 
Registros Públicos foi simplificar o procedimento de retificação imobiliária e não o tornar mais complexo do 
que era na época em que algumas espécies de retificação somente eram ultimadas com a chancela do Judiciário.
Ao ampliar o rol de documentos constantes da Lei 6.015/73, mais especificamente, no artigo 213, 
inciso II, o registrador deve sempre ter em mente o bom senso, a razoabilidade e o intuito da Lei que faculta 
o procedimento administrativo, sem colocar em risco a segurança jurídica do registro, tornando-se, 
desta forma, um aliado do crescimento econômico do país e não um entrave para o mercado imobiliário.
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Comentário
O registrador, buscando seu convencimento juridicamente seguro, poderá realizar 
diligências, assim como estabelece o parágrafo 12, da LRP a seguir transcrito: “Poderá 
o oficial realizar diligências no imóvel para a constatação de sua situação em face dos 
confrontantes e localização na quadra”. 
Com relação à exigência de apresentação da certidão atualizada do registro do imóvel retificado 
quando este pertence à circunscrição onde está sendo procedida a retificação, não deve prosperar sob a 
alegativa de obrigar as partes a solicitar a certidão do registro antes de realizar o levantamento técnico 
do imóvel retificado, pois caso a parte interessada tenha se baseado em registros antigos, o resultado do 
trabalho técnico entrará em conflito com as informações constantes no registro, o que saltará aos olhos 
do registrador quando efetuar o exame da legalidade do título. Ademais, o profissional contratado para 
levantar os dados técnicos de caracterização do imóvel deverá comparecer no local do imóvel e não 
se vincular às informações constantes no registro. Desta forma, não deve ser considerado documento 
essencial da retificação administrativa, a certidão atualizada de registro, quando o imóvel objeto da 
retificação já estiver registrado no ofício imobiliário onde está sendo requerido tal procedimento.
Frisa-se, por oportuno, que a apresentação da referida certidão não deve ser entendida como 
requisito do procedimento de retificação administrativa, ou seja, como documento que deve integrar o 
procedimento já citado. Todavia, os profissionais inscritos no CREA contratados para realizar qualquer 
trabalho relacionado com a propriedade imóvel devem solicitar dos contratantes a certidão atualizada 
do registro, no intuito de prevenir responsabilidade e garantir a precisão das informações que prestarão. 
4.4 Procedimento no Registro Imobiliário
Inicialmente, cumpre destacar que a retificação administrativa de registro configura um 
procedimento e não um processo, como explicita o próprio texto legal. Desta afirmação, infere-se que não se 
deve aplicar a este procedimento, por analogia, normas próprias de processos judiciais, incursas no Código 
de Processo Civil, pois a Lei de Registros Públicos – LRP estabelece expressamente que o procedimento é 
administrativo, cujos requisitos são apenas aqueles expressamente previstos no artigo 213 da LRP.
Ademais, o artigo 1° da Lei 5.869, de 11/01/1973, Código de Processo Civil – CPC, estabelece 
que suas disposições aplicam-se à jurisdição civil, contenciosa e voluntária, exercida pelos juízes, o 
que torna imperioso o distanciamento da aplicabilidade das normas do CPC ao procedimento de 
retificação administrativa de registro previsto na LRP.
Na esteira deste raciocínio, não se pode, por exemplo, estender os prazos estabelecidos no 
artigo 213, privilegiando a Fazenda Pública, sob o escopo de aplicabilidade analógica do CPC ao 
procedimento ora estudado. Apresentado requerimento solicitando a retificação, este será lançado no 
livro de protocolo, gerando a prenotação devida. Todavia, por não ser um processo, o registrador não 
precisa se preocupar com formalidades, tais como autuação, despachos de juntada de documentos, 
numeração de páginas, folhas com decisões.
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Lembre-se, oportunamente, que os referidos procedimentos poderão ser adotados por cada 
registrador na medida em que se enquadrem em sua rotina diária. Todavia, não são estas ou outras 
formalidades que tornarão o procedimento de retificação de registro mais ou menos seguro. Neste 
sentido, é bom lembrar que o artigo 1º da Lei 8.935/94, estabelecem que o serviço registral tem natureza 
técnica e administrativa. Ademais, o artigo 28 da mesma norma legal estabelece que os registradores 
gozam de independência no exercício de suas atribuições. Assim, o registrador poderá adotar a forma 
de processar a retificação administrativa que melhor se adequar a sua rotina.
Atenção
A utilização de termos técnicos, tais como Qualificação Negativa ou Positiva do Título 
e Decisão Interlocutória, pode parecer formalidade excessiva e esconder uma rotina 
de trabalho simples e sem burocracia. Na verdade, a chamada Qualificação Negativa 
configura a recusa do oficial de registro em efetivar a retificação, por impropriedade da 
documentação apresentada ou por impugnação por parte de confrontante. Tal negativa 
será apresentada ao requerente através das Notas Devolutivas, Notas de Pendências ou 
Aviso de Exigências, conforme terminologia adotada por cada serventia.
Durante o procedimento de retificação, o registrador poderá apresentar várias Notas Devolutivas, 
dependendo da apresentação da documentação e da manifestação dos confrontantes, visando um 
deslinde satisfatório do requerido. Neste intuito, o registrador poderá até mesmo marcar reunião com 
o requerente e os confrontantes sob impugnação ou para qualquer outro esclarecimento que julgar 
conveniente. Não deve, todavia, fazer disto uma regra. Frisa-se mais uma vez, que o registrador deve 
sempre utilizar o bom senso, sem perder de vista a segurança jurídica que deve conferir aos registros.
4.5 Ofício competente
Ratificando o Princípio daRogação ou Reserva de Iniciativa, o procedimento em estudo 
(Artigo 213, inciso II, LRP) inicia-se mediante apresentação do requerimento solicitando a retificação 
administrativa do registro, “destinado ao registrador competente para o registro do imóvel”, segundo 
o Princípio da Circunscrição, conforme Código de Divisão e Organização Judiciária de cada estado ou 
para o ofício de registro de imóveis anteriormente competente onde o imóvel ainda estiver registrado. 
Nesta última hipótese, o requerente deverá comprovar, mediante certidão atualizada, que o imóvel 
ainda não está registrado na serventia atualmente competente.
É conveniente lembrar que se o imóvel for objeto de inscrição ou transcrição, o requerente 
deverá observar junto ao registro imobiliário a existência de espaço na coluna de averbação, caso 
contrário, será necessário proceder abertura de matrícula, a qual somente pode ser efetivada pelo 
registrador competente para o registro no momento da realização da retificação. Existe entendimento 
de que a retificação administrativa de registro sempre ensejará abertura de matrícula. 
No entanto, a averbação da nova descrição do imóvel poderá ser realizada na matrícula 
existente, dando continuidade ao cadastro imobiliário, ou na transcrição/inscrição que contenha 
espaço na coluna de averbação, no intuito de preservar o espírito da Lei de Registros Públicos ao criar 
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o fólio registral, qual seja: simplificar o seu entendimento e tornar único seu cadastro, observadas as 
exceções legais, no que se refere a mudança de circunscrição e desmembramento do imóvel, no qual 
necessariamente serão abertas novas matrículas.
4.6 Notificação dos Confrontantes
Se a planta não contiver a assinatura de algum confrontante, este será notificado pelo oficial 
de Registro de Imóveis competente, a requerimento do interessado, para se manifestar em quinze 
dias, promovendo-se a notificação pessoalmente ou pelo correio, com aviso de recebimento, ou ainda 
por solicitação do oficial de Registro de Imóveis, pelo oficial de Registro de Títulos e Documentos 
da comarca da situação do imóvel ou do domicílio de quem deva recebê-la, assim como estabelece o 
parágrafo 2º do artigo 213, LRP.
Nota-se, portanto que cabe ao registrador efetivar a notificação do confrontante, a qual deve 
ser requerida pelo interessado, ou seja, no requerimento que inaugurou o procedimento deve constar 
a solicitação da notificação dos confiantes que não concordam liminarmente na planta elaborada.
Ao interessado cabe requerer ao registrador que proceda com a notificação e, para que esta 
seja efetivada como sucesso, deverá indicar no requerimento o endereço onde poderá ser localizado 
o confinante. Não indicando ao registro o endereço para onde deve ser encaminhada a notificação, o 
registrador a encaminhará para o endereço do imóvel confinante ou para o endereço do confrontante 
que constar no registro, o que pode acarretar uma grande perda de tempo e dinheiro para o requerente. 
Exemplo
Imaginemos a seguinte situação: se o imóvel limítrofe for um terreno, certamente 
o confinante não será lá encontrado; se não tiver registro, para onde o registrador 
enviará a notificação? Ou ainda, se no registro do imóvel o endereço do confrontante 
estiver desatualizado ou tiver sido omitido no registro? Diante do exposto, o mais 
conveniente é que o profissional responsável pelo levantamento técnico certifique-se 
sobre o domicílio dos confinantes.
O registrador e o interessado poderão também fazer uso da Internet ou de listas telefônicas 
para localizar os confinantes e ultimar a necessária notificação. Feitos todos os esforços neste sentido, o 
legislador possibilita a publicação de edital para efetuar tal notificação, tendo em vista que uma pessoa 
não pode ser penalizada pela desídia de seu vizinho não localizado. Na notificação, o registrador 
deverá consignar o prazo para que o confinante se manifeste e a advertência de que seu silêncio faz 
presumir anuência com relação aos termos da retificação.
A necessidade de notificação dos confrontantes fundamenta-se no direito de propriedade 
dos imóveis limítrofes, porque, a partir do momento em que tomam ciência do procedimento 
administrativo, podem apresentar impugnação ao pedido de retificação formulado pelo interessado, 
caso o procedimento esteja contrariando seu direito. 
É salutar observar as disposições literais dos parágrafos 3º ao 5º do artigo 213, da Lei 6.015/73, a saber:
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Lei
§ 3º. A notificação será dirigida ao endereço do confrontante constante do Registro de 
Imóveis, podendo ser dirigida ao próprio imóvel contíguo ou àquele fornecido pelo 
requerente; não sendo encontrado o confrontante ou estando em lugar incerto e não sabido, 
tal fato será certificado pelo oficial encarregado da diligência, promovendo-se a notificação 
do confrontante mediante edital, com o mesmo prazo fixado no § 2°, publicado por duas 
vezes em jornal local de grande circulação. 
§ 4º. Presumir-se-á a anuência do confrontante que deixar de apresentar impugnação no 
prazo da notificação. 
§ 5º. Findo o prazo sem impugnação, o oficial averbará a retificação requerida; se houver 
impugnação fundamentada por parte de algum confrontante, o oficial intimará o requerente 
e o profissional que houver assinado a planta e o memorial a fim de que, no prazo de cinco 
dias, se manifestem sobre a impugnação.
Nota-se, por oportuno, que a publicação de Edital somente será necessária se o confinante 
não for localizado. Neste sentido, infere-se que a referida formalidade não pode ser estendida a 
possíveis interessados, como ocorre nas ações de usucapião, quando houver ausência de registro dos 
imóveis vizinhos (ocupação). Caso este entendimento prosperasse, sempre haveria a necessidade de 
publicação de edital, mesmo havendo registro e os proprietários sendo notificados, pois nem sempre o 
proprietário tem interesse ou conhecimento sobre a real situação do imóvel, podendo em muitos casos 
já ter transferido o imóvel sem publicitar no registro imobiliário.
Detalhe importante que não pode ser esquecido é que poderão ser anexadas à carta de 
notificação cópias dos documentos da retificação ou simplesmente a notícia de que tais documentos 
estão disponíveis na Serventia para análise dos confinantes. Caso o registrado faça a opção por 
encaminhar cópia da documentação, deverá enviar somente à planta de situação e o memorial 
descritivo do imóvel. Lembrando que tais cópias não precisam ser autenticadas, porque apenas o 
registrador precisa estar de posse dos originais.
Ainda sobre os confrontantes, cumpre destacar que a sua anuência expressa na planta ou 
tácita, presumida através do silêncio após a efetivação da notificação e transcurso do prazo a ele 
concedido, não conduz ao perecimento do seu direito de propriedade, caso verifique, posteriormente, 
lesão ao mesmo. Poderá, neste caso, recorrer à esfera judicial, uma vez que a retificação administrativa 
não faz coisa julgada e nem confere propriedade, apenas regulariza a propriedade já existente. Neste 
sentido, é de bom alvitre que o registrador tenha sempre a cautela de observar as possíveis tentativas 
de usucapião disfarçado de retificação de registro do imóvel. 
Sabe-se que não há limite de área, ou melhor, percentual de área ou de medidas, para se 
operacionalizar a retificação de registro. Assim, cada caso de retificação deve ser examinado com muita 
cautela, sem esquecer da função precípua do registrador de conferir segurança jurídica ao cadastro do 
imóvel, e nem abandonar a ideia original do legislador federal de agilizar as retificações de registro.
Com o intuito de simplificar o procedimento de retificação de registro, a LRP estabelece que 
confrontantes não são somente os proprietários dos imóveis contíguos, mas também seus eventuais 
ocupantes e o condomínio geral, da formaque tratam os artigos 1.314 e seguintes, do Código Civil. 
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Por sua vez, o condomínio geral será representado por qualquer dos condôminos e o condomínio 
edilício, de que tratam os artigos 1.331 e seguintes do Código Civil, será representado, conforme o 
caso, pelo síndico ou pela comissão de representantes.
Percebe-se, diante do exposto que, apresentada toda a documentação, o registrador efetuará 
o exame da legalidade ou qualificação do título, ou seja, verificará o atendimento dos princípios que 
regem o Direito Imobiliário. Estando apta, efetivará as notificações na forma que julgar conveniente e 
aguardará a manifestação dos confrontantes. Não havendo impugnação por parte dos confrontantes, 
a retificação será realizada sem a necessidade de instância judicial, o que torna bem mais célere tal 
procedimento, inserindo rapidamente o bem no mercado imobiliário, gerando riquezas e fomentando, 
assim, a economia pátria. Ao contrário do que acontecia outrora, quando empreendimentos 
imobiliários deixavam de ser lançados no mercado em virtude da precariedade do registro do imóvel, 
aguardando durante anos pelo final de uma ação judicial.
Importante
Merece grande destaque a previsão contida no artigo 213, parágrafo 13: “Não havendo 
dúvida quanto à identificação do imóvel, o título anterior à retificação poderá ser 
levado a registro desde que requerido pelo adquirente, promovendo-se o registro em 
conformidade com a nova descrição”. Assim, ultimada a retificação, o título pendente 
de registro não necessita ser adequado à nova caracterização do imóvel, o que facilita a 
concretização de muitos negócios jurídicos. Antes do advento desta norma, culminada 
a retificação, os interessados muitas vezes tinham que percorrer um longo processo 
judicial para retificar instrumentos expedidos pelo Judiciário, como, por exemplo, 
o adendo à Formal de Partilha ou providencia a retificação de escrituras públicas, 
quando outorgantes e outorgados nem mantinham mais contato.
Realizada a retificação solicitada, caso seja “verificado a qualquer tempo não serem verdadeiros 
os fatos constantes do memorial descritivo, responderão os requerentes e o profissional que o elaborou 
pelos prejuízos causados, independentemente das sanções disciplinares e penais”, nos termos do parágrafo 
14 do artigo 213, LRP. Nota-se, portanto, que a responsabilidade do registrador é restrita ao exame da 
legalidade dos documentos apresentados e da observância do procedimento estabelecido na LRP.
Havendo impugnação, o registrador dará ciência ao requerente e ao profissional responsável 
pela elaboração da planta e do memorial descritivo para se manifestarem sobre a impugnação, 
consoante prescreve o parágrafo 5º do artigo 213, anteriormente transcrito. Na manifestação, o 
requerente poderá acatar a impugnação e alterar o pedido de retificação ou apresentar argumentação 
contrária ao fundamento do confinante autor da impugnação. Caso o acatamento da impugnação 
resulte em alteração dos documentos que instruem o procedimento de retificação, o registrador deverá 
analisar se a alteração não afeta os demais confrontantes, caso afete, deverão os confiantes que não 
impugnaram ser novamente notificados sobre o teor da nova documentação apresentada.
Note-se que a impugnação somente será cientificada ao requerente e ao profissional inscrito 
no CREA se for fundamentada. Quem analisa a carência ou não de fundamentação é o registrador. 
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Entendendo ser infundada, é seu dever dar prosseguimento ao procedimento de retificação, 
desconsiderando a manifestação do confrontante. Esta postura do registrador é assaz importante, no 
sentido de afastar da retificação administrativa do registro, manifestações meramente protelatórias, 
formuladas apenas para dificultar o pleito do interessado, sem qualquer amparo legal.
Apresentada a impugnação fundamentada, consoante ao entendimento do registrador, este 
poderá promover reunião entre o requerente, o profissional inscrito no CREA e o confinante, no intuito 
de sanar a divergência e possibilitar a retificação do registro com segurança jurídica. Não havendo 
transação amigável, o oficial de registro indeferirá o pedido de retificação e a parte interessada poderá 
buscar o Judiciário para apreciar sua pretensão, assim como prevê o parágrafo 6º do artigo 213, da Lei 
6.015/73, abaixo transcrito:
Lei
§ 6º. Havendo impugnação e se as partes não tiverem formalizado transação amigável para 
solucioná-la, o oficial remeterá o processo ao juiz competente, que decidirá de plano ou após 
instrução sumária, salvo se a controvérsia versar sobre o direito de propriedade de alguma das 
partes, hipótese em que remeterá o interessado para as vias ordinárias.
A leitura do dispositivo acima transcrito poderá induzir à conclusão de que os documentos 
que compõem o procedimento de retificação administrativa do registro serão automaticamente 
encaminhados ao Judiciário, havendo impugnação fundamentada e não tendo as partes chegado a 
uma transação amigável. Todavia, não é esta a interpretação acertada. Nesta hipótese, o registrador 
fará nota devolutiva, informando sobre a impossibilidade de atender ao pedido formulado pelo 
interessado, indicando, na oportunidade, que o interessado somente terá seu pleito atendido por 
determinação judicial, oriunda do juízo competente.
Entenda-se por juízo competente, aquele a quem é atribuída a competência de julgar tais 
procedimentos, segundo o código de divisão e organização judiciária de cada estado. Normalmente, 
juízes das varas de registros públicos ou juiz corregedor. Instaurado o processo judicial, o legislador 
esclarece que o juiz pode julgar de plano, ou melhor, sem produção de novas provas além das já 
produzidas no registro imobiliário ou após instrução sumária.
O ato registral decorrente da retificação será uma averbação em que se tornará pública a nova 
caracterização do imóvel e, poderá ser aberta uma nova matrícula para proceder com a averbação ou 
poderá ser procedida na matrícula já existente, a critério do registrador.
Por fim, resta enfatizar que a existência de retificação administrativa anterior não impede o novo 
pedido de retificação, seja a anterior judicial ou administrativa. Podendo a retificação subsequente ser 
judicial ou administrativa, dependendo do enquadramento na legislação vigente abordada nesta pesquisa.
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As obras recomendadas abaixo devem complementar os estudos desta Unidade. O livro 
Manual de Direito Imobiliário é o mais atualizado sobre os atos registrais comentados 
nesta aula. O exemplar Retificação de Área e o Novo Código Civil também é indicado 
por ser uma publicação especificamente sobre o assunto que aborda.
1) RIOS, Arthur. Manual de Direito Imobiliário. 3ª ed. Curitiba: Juruá, 2006.
2) SILVA NETO, Joaquim Mariano. Retificação de Área e o Novo Código Civil. Belo 
Horizonte: Editora Apollo, 2006.
Leitura Complementar
Direito Imobiliário
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Referências Bibliográficas
AGHIARIAN, Hércules. Curso de Direito Imobiliário. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2001.
ARIMATÉA, José Rodrigues. O Direito de propriedade: Limitações e Restrições Públicas. 
São Paulo: Lemos & Cruz, 2003.
ARONNE, Ricardo. Propriedade e domínio: Reexame sistemático das noções nucleares 
de direitos reais. Rio de Janeiro: Renovar, 1999.
BERCOVICI, Gilberto. Constituição econômica e desenvolvimento: Uma leitura a partir 
da constituição de 1988. São Paulo: Malheiros, 2005.
BÍBLIA. A Bíblia. Tradução de Gabriel C. Galache et al. São Paulo: Paulinas, 1995. 
BONA, Avelino. Títulos Judiciais no Registro de Imóveis. Porto Alegre: Sagra-DC 
Luzzatto, 1996.
BRASIL, Lei n º 6.015/73, Lei de Registro Públicos. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/L6015original.htm. Acesso em: 13 de Junho de 2015.
CAMPOS, Antônio Macedo. Comentários

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