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Imuno - 4

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Curso de 
Imunologia Clínica 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
71 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
MÓDULO IV 
 
 
6. DOENÇAS RELACIONADAS AO SISTEMA DO COMPLEMENTO 
 
O sistema complemento é parte fundamental da imunidade inata contribui na 
remoção de complexos imunes e na ativação de processos inflamatórios. Essas proteínas 
representam um meio rápido e eficiente de proteção do hospedeiro contra 
microorganismos invasores. 
Associações entre complemento e doenças são observadas em situações de 
deficiência do complemento, anormalidades na regulação do complemento e nas 
inflamações. Ativação imprópria ou excessiva do complemento pode levar a 
conseqüências lesivas em virtude da grave destruição tecidual inflamatória. 
Evidências clínicas e experimentais ressaltam o papel do complemento na 
patogênese de inúmeras doenças inflamatórias, que incluem não apenas doenças por 
imune-complexos e auto-imunes, como também falência de órgãos subseqüentes a 
sepses, traumas múltiplos e queimaduras. 
O polimorfismo genético tem sido descrito para diversos componentes de 
membrana, proteínas solúveis de controle e receptores do sistema complemento. 
Atualmente, o polimorfismo dos componentes do complemento pode ser estudado 
usualmente, tanto pela pesquisa fenotípica das variantes protéicas (fenotipagem) como 
pela caracterização genômica do DNA (genotipagem), e tem contribuído para o 
entendimento da patogênese de diferentes enfermidades causadas pela desregularão do 
sistema complemento. 
Doenças imunológicas estão associadas às variantes alotípicas do complemento, 
em particular lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatóide, esclerose múltipla, doença 
celíaca, deficiência de IgA e IgG4, entre outras. 
 
7. DOENÇAS AUTO-IMUNES 
 
A doença auto-imune é a situação médica na qual se desenvolve uma doença a 
partir de uma agressão do organismo contra elementos constitutivos normais, através de 
 
 
 
 
 
 
 
72 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
anticorpos. Uma proteína normal do corpo, por exemplo, é reconhecida como estranha. 
Contra ela o sistema imune desencadeia uma inflamação, buscando eliminá-la. 
Doenças desta estirpe surgem quando a resposta imune é efetuada contra alvos 
existentes no próprio indivíduo. As respostas auto-imunes são freqüentes, porém 
transitórias e reguladas, entretanto, a auto-imunidade como causadora de doença não é 
freqüente, uma vez que existem mecanismos que mantém um estado de tolerância com 
relação às moléculas do próprio organismo. As doenças auto-imunes têm 
etiopatonogênese complexa e multifatorial. 
Imagine um time de futebol atacado por um surto enlouquecedor, em que os 
jogadores saem marcando gol desvairadamente contra a própria equipe. É isso o que o 
corpo faz quando acometido por doenças auto-imunes. O sistema de defesa do 
organismo (sistema imunológico) deixa de reconhecer o próprio corpo e, em vez de 
combater apenas substâncias estranhas (partículas virais, bactérias e fungos), passa a 
atacar células ou tecidos saudáveis do organismo. 
Não é à toa que as doenças auto-imunes tanto assustam. De início, o paciente 
tem dificuldade para compreender que, além de vítima, é "autor" desse mecanismo de 
agressão. Já os médicos também não compreendem por que as células de defesa do 
corpo perdem o controle, ou seja, a causa das doenças auto-imunes, as quais também 
não têm cura. 
A incidência da doença duplicou nos últimos 40 anos. E também não se sabe por 
que, mas há quem acredite que este aumento esteja relacionado com o aprimoramento 
nos diagnósticos e à precisão dos testes laboratoriais. O fato é que, só nos EUA são 50 
milhões de pessoas por ano diagnosticadas com uma doença desse tipo. Em todo o 
mundo, médicos e pesquisadores presumem que ela chegue a atingir de 15% a 20% da 
população, e as maiores vítimas são mulheres. 
E o que mais se sabe com certeza? Que existem, reconhecidos pela medicina, 30 
tipos de doenças auto-imunes. Cada uma destas doenças auto-imunes tem seus 
respectivos sintomas e atinge um órgão diferente (Quadro 2). 
Alguns estudos revelam que as doenças infecciosas é que afetariam o 
funcionamento do sistema imunológico. Por exemplo, na febre reumática, sabe-se que o 
organismo ataca células do coração, porque as confunde com um aminoácido presente 
na bactéria estreptococo. 
 
 
 
 
 
 
 
73 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Embora existam várias hipóteses acerca do desenvolvimento das doenças auto-
imunes sabe-se que, para desenvolver uma doença auto-imune, são necessárias três 
condições. A primeira é ter predisposição genética para a doença. Outro requisito é o 
problema ser desencadeado por um fator do ambiente externo, como exposição ao sol ou 
a uma situação estressante. E a terceira é o desequilíbrio das células do sistema 
imunológico. Além disso, quem tem uma doença auto-imune tem maior chance de 
desenvolver outras do mesmo gênero. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Doenças 
mediadas por 
células T
Diabetes 
mellitus 
dependente de 
insulina
Lupus 
eritematoso 
sistêmico
Tiroidite de 
Hashimoto
Artrite 
reumatóide
Nefrite, 
vasculite, artrite
Artrite
Diabetes 
(Hiperglicemia)
Hipotiroidismo
Doenças 
mediadas por 
imunocomplexo
Deposição de 
imunocomplexo
Linfócitos Th1, 
macrófagos
Linfócitos T
Linfócitos T, 
macrófagos, 
anti-
tireoglobulina
Antígenos 
nucleares entre 
outros
Desconhecida
Células b do 
pâncreas
Antígenos
tiroidianos
Aspectos 
clínicos
Mecanismos 
efetores Especificidade 
Esclerose 
múltipla
Uveíte 
autoimune Oftalmia
Paralisia
Linfócitos Th1, 
macrófagos
Linfócitos Th1, 
macrófagos
Antígenos da 
úvea 
Mielina
Aspectos 
clínicos
Mecanismos 
efetores Especificidade 
Doenças 
mediadas por 
células T
Diabetes 
mellitus 
dependente de 
insulina
Lupus 
eritematoso 
sistêmico
Tiroidite de 
Hashimoto
Artrite 
reumatóide
Nefrite, 
vasculite, artrite
Artrite
Diabetes 
(Hiperglicemia)
Hipotiroidismo
Doenças 
mediadas por 
imunocomplexo
Deposição de 
imunocomplexo
Linfócitos Th1, 
macrófagos
Linfócitos T
Linfócitos T, 
macrófagos, 
anti-
tireoglobulina
Antígenos 
nucleares entre 
outros
Desconhecida
Células b do 
pâncreas
Antígenos
tiroidianos
Aspectos 
clínicos
Mecanismos 
efetores Especificidade 
Esclerose 
múltipla
Uveíte 
autoimune Oftalmia
Paralisia
Linfócitos Th1, 
macrófagos
Linfócitos Th1, 
macrófagos
Antígenos da 
úvea 
Mielina
Aspectos 
clínicos
Mecanismos 
efetores Especificidade 
Principais doenças auto-imunes mediadas por linfócitos T, 
imuno-complexos e mediadas por anticorpos
Quadro 2.Principais doenças auto-imunes mediadas por linfócitos T, 
imuno-complexos e mediadaspor anticorpos
Quadro 2.
 
 
 
 
 
 
 
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Anemia hemolítica
autoimune
Pênfigo vulgar
Síndrome de 
Goodpasture
Penfigóide bolhoso
Púrpura 
trombocitopênica 
autoimune
Nefrite, 
proteinúria, 
hemorragias 
pulmonares
Hemólise, anemia
Trombocitopenia, 
hemorragias
Diminuição da 
adesão entre 
queratinócitos 
(vesículas cutâneas)
Descolamento de 
células epidérmicas 
(vesículas cutâneas)
Doenças mediadas 
por autoanticorpos
Complemento, 
neutrófilos
Fagocitose, lise
Fagocitose
Anticorpos que 
estimulam proteases 
epiteliais
Ruptura da junção 
dermoepidérmica
Colágeno tipo IV 
(membrana basal)
Proteínas da 
membrana do 
eritrócito
Proteínas da 
membrana das 
plaquetas
Junções 
intercelulares das 
células epidérmicas
Proteínas da 
membrana basal 
epidérmica
Aspectos clínicos Mecanismos efetores Especificidade 
Doença de Graves
Anemia Perniciosa
Miastenia gravis Debilidade muscular
Hipertiroidismo
Eritropoiese 
anormal (deficiência 
de vitamina B12)l
Bloqueio ou 
modulação do 
receptor
Estimulação do 
receptor
Neutralização do 
fator intrínseco
Receptor da 
acetilcolina
Receptor do TSH
Fator intrínseco
Anemia hemolítica
autoimune
Pênfigo vulgar
Síndrome de 
Goodpasture
Penfigóide bolhoso
Púrpura 
trombocitopênica 
autoimune
Nefrite, 
proteinúria, 
hemorragias 
pulmonares
Hemólise, anemia
Trombocitopenia, 
hemorragias
Diminuição da 
adesão entre 
queratinócitos 
(vesículas cutâneas)
Descolamento de 
células epidérmicas 
(vesículas cutâneas)
Doenças mediadas 
por autoanticorpos
Complemento, 
neutrófilos
Fagocitose, lise
Fagocitose
Anticorpos que 
estimulam proteases 
epiteliais
Ruptura da junção 
dermoepidérmica
Colágeno tipo IV 
(membrana basal)
Proteínas da 
membrana do 
eritrócito
Proteínas da 
membrana das 
plaquetas
Junções 
intercelulares das 
células epidérmicas
Proteínas da 
membrana basal 
epidérmica
Aspectos clínicos Mecanismos efetores Especificidade 
Doença de Graves
Anemia Perniciosa
Miastenia gravis Debilidade muscular
Hipertiroidismo
Eritropoiese 
anormal (deficiência 
de vitamina B12)l
Bloqueio ou 
modulação do 
receptor
Estimulação do 
receptor
Neutralização do 
fator intrínseco
Receptor da 
acetilcolina
Receptor do TSH
Fator intrínseco
(continuação) Principais doenças auto-imunes mediadas por 
linfócitos T, imuno-complexos e mediadas por anticorpos
Quadro 2. (continuação) Principais doenças auto-imunes mediadas por 
linfócitos T, imuno-complexos e mediadas por anticorpos
Quadro 2.
 
 
 
 
 
 
 
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8. DOENÇAS LINFOPROLIFERATIVAS 
 
Algumas anormalidades congênitas nas respostas imunológicas são cada vez 
mais reconhecidas à medida que os nossos conhecimentos aumentam sobre a base 
molecular da ativação dos linfócitos. 
Estas doenças afetam tanto os linfócitos B como os linfócitos T, e estão 
associadas com o aumento exagerado da imunidade humoral ou mediada por células, 
respectivamente. 
Muitas doenças linfoproliferativas envolvem seletivamente um ou alguns tipos de 
anticorpos. A síndrome de hiper IgM ligada ao cromossomo X é um distúrbio raro que está 
associado ao reposicionamento defectivo dos linfócitos B para os isotipos de IgA e IgG. 
Estes anticorpos estão ausentes nesta síndrome e, portanto ocorre um aumento 
compensatório na produção de IgM. O defeito é causado por mutações no gene que 
codifica o ligante CD40 (molécula co-estimuladora da ativação de linfócitos B). 
Nesta síndrome comumente ocorre a deficiência na produção de IgA, que 
acomete cerca de 1 em cada 700 indivíduos. As características clínicas são variáveis, 
onde muitos pacientes se mostram totalmente normais, enquanto que outros apresentam 
infecções respiratórias e diarréias ocasionais. Raramente alguns pacientes apresentam 
infecções recorrentes e graves, que levam a lesões intestinais e das vias respiratórias 
permanentes, com distúrbios auto-imunes associados. 
Quando ocorre a deficiência na produção de IgG, geralmente está ligada a 
deficiência na produção de uma ou mais subclasses. É mais comum encontrar defeito na 
produção da subclasse de IgG3. E a deficiência da subclasse de IgG2 está associada à 
deficiência de IgA. Alguns indivíduos com estas deficiências apresentam infecções 
bacterianas recorrentes, mas muitos não apresentam quaisquer problemas clínicos. A 
deficiência seletiva de subclasses de IgG geralmente ocorre pela diferenciação anormal 
dos linfócitos B e raramente por deleções homozigóticas de vários genes da região 
constante da molécula da imunoglobulina. 
Entre os linfócitos T a ocorrência de doenças linfoproliferativas é rara, mas 
quando ocorrem, os defeitos estão associados às moléculas necessárias para ativação e 
 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
função dos linfócitos T. Exemplos incluem comprometimento na expressão ou função do 
complexo TCR causadas por mutações ou falta da expressão dos receptores de citocinas. 
 
9. DEFICIÊNCIAS IMUNOLÓGICAS 
 
A integridade do sistema imunológico é essencial para a defesa contra 
microorganismos infecciosos e seus produtos tóxicos, portanto, para a sobrevivência de 
todos os indivíduos. Defeitos em um ou mais componentes do sistema imunológico 
podem levar a distúrbios graves, e muitas vezes fatais, tais distúrbios são chamados de 
deficiências imunológicas (ou imunodeficiências). As imunodeficiências têm como causa 
principal a susceptibilidade aumentada para as infecções e certos tipos de tumores. 
Estas doenças são classificadas, grosso modo, em deficiências imunológicas 
congênitas (primárias) e deficiências imunológicas adquiridas (secundárias). 
As deficiências primárias são defeitos genéticos que resultam em uma maior 
susceptibilidade para infecções que se manifestam com freqüência na infância. No 
entanto, as deficiências secundárias desenvolvem-se como seqüência de desnutrição, 
câncer disseminado, tratamento com drogas imunossupressoras ou infecções virais 
(como, HIV). 
 
10. ALERGIAS 
 
Alergia é uma reação hipersensível, imunologicamente mediada por anticorpos 
ou linfócitos T contra um antígeno estranho (alérgeno). O alérgeno é um termo geral 
usado para descrever algo que causa uma reação alérgica. Os alérgenos são proteínas 
minúsculas encontradas em certas substâncias. Alguns alérgenos são transportados pelo 
ar, enquanto outros são encontrados em alimentos. 
Devido ao alérgeno ser ambiental (estranho ao corpo), a pele e o trato 
respiratório são os órgãos mais freqüentemente afetados. As hipersensibilidades alérgicas 
podem também afetar a vasculatura, o trato gastrointestinal e outros órgãos viscerais. 
Uma alergia pode se referir a vários tipos de reações imunológicas, na qual o 
organismo da pessoa desenvolve anticorpos contra proteínas típicas. Os sinais e 
 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
sintomas das alergias são caracterizados pela resposta inflamatória local ou sistêmica aos 
alérgenos. Os sintomas locais são,inchaço da mucosa nasal (rinite alérgica), vermelhidão 
e coceira da conjuntiva (conjuntivite alérgica), broncoconstrição seguida de uma 
respiração difícil, dispnéia e algumas vezes ataques de asma. Pode ainda, ser 
representado por várias erupções como eczema, urticária e dermatite de contato. 
A resposta alérgica sistêmica também é chamada de anafilaxia. A anafilaxia é a 
forma mais extrema de uma reação hipersensível alérgica de caráter sistêmico. E 
dependendo da severidade, ela pode causar reações cutâneas, broncoconstrição, edema, 
hipotensão, coma e até morte. 
Provavelmente, o fator mais importante no tratamento de pessoas com alergia 
seria não expô-la a fonte dos alérgenos do ambiente e evitar lugares onde o contato com 
alérgenos fosse inevitável (terapia de fuga) (Quadro 3). 
 
Quadro 3. Terapia de fuga ou renovação 
TERAPIA DE FUGA OU REVOGAÇÃO 
Esta é uma das terapias mais importantes e mais efetiva. Terapia de fuga significa 
ficar longe de substâncias que tem potencial alérgeno, é um controle ambiental, 
principalmente no lar da pessoa. Estas substâncias são: pólens - (seu nível no ar 
depende da temperatura e da velocidade do vento). A liberação de polens no ar
ocorre mais pela manhã; animais - se a alergia é leve, apenas não deixe o animal 
(cão ou gato) ficar em sua cama ou sofá. Se a alergia é mais forte, você deve 
retirar o animal de casa; poeira de casa - colchão e travesseiro devem ser 
encapados com um material à prova de ácaros. O ambiente não pode conter 
carpetes, e as cortinas devem ser lavadas constantemente. 
 
Além das proteínas alheias encontradas em transfusões de sangue e vacinas, os 
alérgenos mais comuns são: pólens de plantas, esporos de mofo, drogas (penicilina), 
sulfonamidas, anestésicos, salicilatos, alimentos (nozes, frutos do mar, gergelim, clara de 
ovo, alguns legumes, soja, leite, trigo, milho ou maizena), picada de inseto e pêlos de 
animais. 
 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
As três medidas básicas para o controle dos alérgenos são: encapar colchões e 
travesseiros com capas de proteção, limpar constantemente os cômodos sem usar 
produtos com cheiro forte ou aparelhos à base de água e, finalmente, retirar o excesso de 
objetos, como livros, bichos de pelúcia, brinquedos, etc. Usar acaricidas, purificadores de 
ar com filtro e desumidificadores (quando a umidade estiver acima de 60%). Evitar o mofo 
nas paredes ou armários e manter sempre o quarto muito arejado. 
A hipersensibilidade mais comum é a do tipo I, que é caracterizada pela ativação 
excessiva de mastócitos pela IgE (Figura 30), e leva a uma resposta inflamatória 
sistêmica que pode resultar desde sintomas benignos, como escorrimento do nariz, a 
sintomas graves, como choques anafiláticos. E o tratamento pode variar de temporário até 
prolongados por toda a vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alergeno
Alergeno +
Grânulos 
inflamatórios
Mastócito
Alergeno
Alergeno +
Grânulos 
inflamatórios
Mastócito
 Representação do processo de degranulação de um 
mastócito após contato com o alérgeno com as IgE.
Fig. 30.Representação do processo de degranulação de um 
mastócito após contato com o alérgeno com as IgE.
Fig. 30.
 
 
 
 
 
 
 
79 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Os testes específicos para IgE (cutâneo e in vitro) revelam uma resposta imune a 
um alérgeno particular. Um exame positivo deve ser correlacionado com uma história de 
exposição a este alérgeno. 
O teste cutâneo produz uma ferida pruriginosa e quente, sendo máxima em 15-20 
minutos após a inoculação. É usado mais freqüentemente para diagnosticar doenças 
alérgicas do aparelho respiratório (rinite e asma), mas pode ser também usado para 
casos suspeitos de alergia alimentar ou a drogas e hipersensibilidade à picada de insetos. 
Os alérgenos usados no teste são extraídos de polens, animais e fungos, selecionados de 
acordo com a área geográfica do paciente. 
Nenhuma droga antialérgica pode ser usada antes do teste, porque pode 
atrapalhar a sua realização. Este teste é mais sensível do que o in vitro, porque 
demonstra a presença de IgE nos tecidos e sua atividade biológica. É muito importante (e 
muito usado) quando se quer saber se a pessoa está ou não alérgica à penicilina. 
O teste in vitro detecta anticorpos IgE no soro por radioalergoabsorvente (RAST) 
ou pelo ELISA. É menos sensível, mas é muito utilizado para fins de diagnóstico. Não é 
afetado por anti-histamínicos. É um método que detecta particularmente IgE contra 
toxinas alergênicas específicas. 
O Quadro 4 mostra os tipos de reações hipersensíveis associadas com os 
sintomas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Quadro 4. Classificação dos distúrbios de hipersensibilidade 
TIPO I - HIPERSENSIBILIDADE MEDIADA PELA IGE (IMEDIATA) 
Anticorpos IgE ocupam receptores em mastócitos. Dentro de poucos minutos de 
exposição ao alérgeno um antígeno multivalente se junta a IgE, e ativa a 
desgranulação dos mastócitos. Mediadores pré-formados ou formados na hora 
são liberados, e causam vasodilatação, contração do músculo liso visceral, 
estimulação da secreção de muco pelas glândulas do corpo, aumento da 
permeabilidade vascular. Mediadores do ácido aracdônico, citocinas e outras 
proteínas induzem a fase tardia da resposta inflamatória que ocorre algumas 
horas depois. Existem 2 subgrupos de alergias IgE - mediada. 
A. ATOPICA 
É o grupo de doenças (rinite alérgica, asma, dermatite, 
gastroênteropatia alérgica) que ocorre em certas pessoas com 
uma tendência hereditária a desenvolver anticorpos IgE contra 
múltiplos órgãos envolvidos com antígenos ambientais. 
B.ANAFILAXICA 
Certos alérgenos (especialmente drogas, picada de insetos, látex 
e alimentos) podem induzir à resposta mediada pela IgE, 
causando uma generalizada liberação de mediadores pelos 
mastócitos que resulta numa anafilaxia sistêmica. Esta é 
caracterizada por hipotensão ou choque pela vasodilatação total, 
broncoespasmo, contração uterina e gastrointestinal, urticária ou 
angioedema. É uma condição potencialmente fatal e pode afetar 
pessoas com alergia atópica ou não. Urticária e angioedema são 
formas cutâneas da anafilaxia muito comuns, e tem o melhor 
prognóstico. 
 
TIPO II - HIPERSENSIBILIDADE MEDIADA POR ANTICORPO (CITOTÓXICA) 
A reação citotóxica envolve uma reação entre IgG ou IgM contra antígeno aderido 
à célula (do órgão afetado). Isso tipicamente resulta em ativação da cascata do 
complemento e destruição da célula, a qual o antígeno está aderido. Um exemplo 
é a anemia hemolítica ou doença hemolítica do recém nascido. 
 
 
 
 
 
 
 
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TIPO III - HIPERSENSIBILIDADE MEDIADA POR IMUNOCOMPLEXO 
Anticorpos IgG ou IgM podem formar complexos com o alérgeno e este 
imunocomplexo se deposita nos tecidos e pode ativar o complemento. Com 
concentração similar de anticorpo e alérgeno, a reação de Arths, uma resposta 
inflamatória cutânea e subcutânea, ocorre da mesma forma que doença do soro 
(uma doença sistêmica caracterizada por febre, artralgias e dermatites).TIPO IV - HIPERSENSIBILIDADE TARDIA MEDIADA POR CÉLULAS T 
A manifestação mais comum deste tipo é a dermatite de contato, no qual o 
alérgeno causa inflamação na derme por contato direto com a pele. A reação 
ocorre depois de um período latente de 1-2 dias. A pneumonite hipersensível ou 
alveolite alérgica é uma doença pulmonar mediada por células T. 
Quadro 2 (continuação). Classificação dos distúrbios de hipersensibilidade 
 
11. TUMORES 
 
O tumor é causado por um erro genético. A todo o momento, o corpo humano 
produz células defeituosas. No organismo sadio, estas células tumorais são destruídas 
por proteínas. O tumor só vinga quando um erro na estrutura do RNA impede a síntese 
das proteínas defensoras. 
Na ausência dessa barreira natural, as células tumorais se multiplicam em 
velocidade assustadora, muito superior à do restante das células do organismo. Se nada 
for feito contra o avanço da doença, as células tumorais criam uma rede de vasos 
sangüíneos para garantir a própria nutrição. As células tumorais espalham-se, num 
processo chamado, metástase. As células doentes migram pelas veias e vasos linfáticos, 
contaminando órgãos e tecidos vizinhos. Fixam-se nos ossos e vísceras, como pulmões e 
fígado. 
No tumor há um colapso da imunidade e resistência do organismo. O fato dos 
tumores crescerem está relacionado com a eficiência dos processos de imunidade. 
Assim, se o sistema imunológico encontra-se "desequilibrado", a probabilidade do 
desenvolvimento da doença aumenta. Como o sistema imunológico é também controlado 
 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
pelo sistema límbico, podemos acreditar que o paciente com câncer apresenta todo um 
conjunto de elementos psicossomáticos. 
Três pesquisadores em 1987 constataram que o lado psicológico da doença é tão 
importante quanto o físico e o biológico. Estudaram um grupo de 40 mulheres sem 
sintomas, mas com teste de papanicolau denotando predisposição ao tumor. Tentaram 
prever as que desenvolveriam a doença, com base em entrevistas e testes de 
personalidade. Previram que o câncer de colo de útero iria ocorrer naquelas em que 
detectaram fortes sentimentos de desesperança ao longo da vida e/ou como reação a 
perdas recentes e significativas. Acertaram em cerca de 75% dos casos. 
Supõe-se que o câncer de mama tem a ver com a vivência, pela mulher, de 
relações conjugais empobrecidas e insatisfatórias. Com base nesta informação vários 
trabalhos científicos mostram que há uma clara relação entre a eclosão do tumor e 
situações de perda, levando à depressão. 
O perfil psicológico do paciente também é importante quando consideramos a 
evolução da doença. Mesmo aqueles que negam a importância do psiquismo no 
desencadear da doença concordam que, sua evolução seja influenciada pela 
personalidade do doente, sua maior ou menor resistência psíquica e ainda por sua maior 
ou menor disposição de lutar pela vida. 
Aqueles que renunciam e se entregam evoluem mal e morrem logo. Os que têm 
atitudes positivas, força de vontade e objetivos na vida, evoluem melhor, vivem mais e 
podem até curar-se. Ou, mesmo que venham a morrer, o período entre o conhecimento 
da doença e sua morte será não só maior como também melhor, em termos de bem-estar 
e qualidade de vida. 
 
12. TOLERÂNCIA E REGULAÇÃO IMUNOLÓGICA 
 
A tolerância imunológica é definida como a não resposta a um determinado 
antígeno, induzida pela exposição prévia a este antígeno. Quando linfócitos específicos 
encontram os antígenos, o linfócito seria ativado iniciando uma resposta imunológica a 
contra este antígeno, mas estes linfócitos ficam inertes (sem ação) pelo processo de 
tolerância imunológica. 
 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Os antígenos que apresentam a capacidade de induzir tolerância são chamados 
de tolerógenos, ou antígenos tolerogênicos, para distingui-los dos imunógenos que geram 
resposta. 
A forma mais comum de gerar tolerância é frente a antígenos próprios e o 
processo é chamado de autotolerância (propriedade fundamental do sistema imune). 
Todos os indivíduos herdam essencialmente os mesmos genes para receptores de 
antígenos, e estes genes são expressos nos linfócitos após diferenciação na medula 
óssea. 
A necessidade da manutenção da tolerância ao próprio é considerada 
fundamental desde os primeiros dias da imunologia. O conceito de discriminação entre o 
próprio e não próprio é habilidade do sistema imune. A tolerância ao próprio é mantida por 
diferentes mecanismos a fim de evitar uma reação imune contra o próprio. Se ocorrer 
alguma falha na tolerância o resultado seria uma reação imunológica contra estruturas 
próprias, chamadas de autoimunidade. 
Alguns antígenos estranhos são administrados por vias que inibem a resposta 
imune e induzem a tolerância em linfócitos. E esta indução de tolerância imunológica 
pode ser explorada em abordagens terapêuticas para prevenir uma resposta indesejável. 
A tolerância ao próprio pode ocorrer nos órgãos linfóides primários como 
conseqüência de uma reação de linfócitos imaturos que reconhecem os antígenos 
próprios. Esta tolerância é chamada de tolerância central. A tolerância também pode 
ocorrer nos sítios periféricos como resultado de uma reação de linfócitos maduros que 
podem encontrar os antígenos próprios sob condições especiais. Esta tolerância é 
chamada de tolerância periférica. 
Os principais mecanismos da tolerância de linfócitos são: i) indução de morte 
celular por apoptose, chamada de eliminação clonal (deleção), ii) inativação funcional sem 
a morte celular, chamada de anergia e iii) supressão da ativação e função efetora dos 
linfócitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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13. IMUNIZAÇÕES 
 
No século XVIII, Edward Jenner descobriu a vacina anti-varíola, a primeira que se 
tem registro. Através de uma experiência ele mostrou que, ao inocular uma secreção 
purulenta de alguém com a doença em outra pessoa saudável, a pessoa saudável 
desenvolvia sintomas muito mais brandos e tornava-se imune à patologia em si. Ele 
desenvolveu a vacina a partir de outra doença, a cowpox (tipo de varíola que acometia as 
vacas), pois percebeu que as pessoas que ordenhavam as vacas desenvolviam 
imunidade à varíola humana. Conseqüentemente, a palavra vaccina, que em latim, 
significa “de vaca”, por analogia, passou a designar todo o inóculo dotado de ação 
antigênica. 
A partir deste fato na história da imunologia a vacinação tornou-se uma prática 
comum sendo utilizada como medida estratégica de bloqueio diante da ameaça de surtos 
e epidemias. 
As vacinas são produtos biológicos que servem para a imunização contra 
diversas doenças causadas por vírus e bactérias, também conhecidos como 
microorganismos, ou seja, organismos tão pequenos que só podem ser vistos pelo 
microscópio. Os imunobiológicos (ou vacinas) são feitos com os próprios 
microorganismos que causam as doenças, sendo estes atenuados ou parcialmente 
utilizados. 
Desta forma, ao tomar a vacina, a pessoa não desenvolve a doença, mas forma 
anticorpos contra ela e fica imunizado, caso haja um contato posterior com o micróbio 
ativo. As instituições do mundo inteiro vêm investindo crescentemente nos processos de 
pesquisa e desenvolvimento de novas vacinas. As vacinas são mais úteis e mais efetivasno controle de doenças infecto-contagiosas do que o uso de medicamentos para sua 
cura, além de serem um método mais barato para controle da saúde pública. 
No Brasil, a vacinação foi responsável pela erradicação da varíola e da 
poliomielite (paralisia infantil). As vacinas são administradas mediante um calendário 
básico e são oferecidas gratuitamente nos postos de vacinação de todo o país ou por 
equipes de vacinadores que levam periodicamente os produtos a áreas de difícil acesso e 
ainda, em algumas ocasiões, são realizadas campanhas de vacinação (Quadro 5). 
 
 
 
 
 
 
 
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Quadro. 5. Calendário de vacinação 
Ao nascer 
BCG - ID 
VHB - contra hepatite B 
Tuberculose 
Hepatite B 
1 mês VHB - contra hepatite B Hepatite B 
2 meses 
DPT - (tríplice bacteriana) 
OPV - (Sabin) 
Hib - contra Haemophilus 
influenzae tipo b 
Difteria, tétano e coqueluche 
Poliomielite (paralisia infantil) 
Meningite e outras infecções causadas 
pelo Hib. 
4 meses 
DPT - (tríplice bacteriana) 
OPV - (Sabin) 
Hib - Haemophilus influenzae 
tipo b 
Difteria, tétano e coqueluche 
Poliomielite (paralisia infantil) 
Meningite e outras infecções causadas 
pelo Hib. 
6 meses 
DPT - (tríplice bacteriana) 
OPV - (Sabin) 
Hib - Haemophilus influenzae 
tipo b 
VHB - contra hepatite B 
Difteria, tétano e coqueluche 
Poliomielite (paralisia infantil) 
Meningite e outras infecções causadas 
pelo Hib. 
Hepatite B 
9 meses 
VSPG - contra sarampo 
FA - contra febre amarela 
Sarampo 
Febre amarela 
15 meses 
DPT - (tríplice bacteriana) 
OPV - (Sabin) 
SRC - tríplice viral 
Difteria, tétano e coqueluche 
Poliomielite (paralisia infantil) 
Sarampo, rubéola e caxumba 
6 - 10 anos BCG - ID Tuberculose 
10 – 11 anos 
dT - (dupla adulto) 
FA - contra febre amarela 
Difteria e tétano 
Febre amarela 
No pós-parto e 
pós-aborto 
imediatos 
VCR - rubéola monovalente 
RS - dupla viral ou tríplice 
viral (SRC) 
Rubéola e SR congênita 
Sarampo, rubéola e caxumba 
 
Mais de 120 milhões de doses de vacinas foram produzidas em Bio-Manguinhos, 
cerca de 60% da demanda nacional das vacinas. Duas grandes linhas regem as atuais 
 
 
 
 
 
 
 
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atividades de desenvolvimento do Instituto: atualização das tecnologias e introdução de 
vacinas combinadas. 
Dentro da perspectiva do desenvolvimento de produtos baseados na tecnologia 
do DNA, Bio-Manguinhos fez, nos últimos anos, uma opção tecnológica da maior 
importância para a FIOCRUZ com o investimento em projetos voltados para a produção 
de proteínas recombinantes em células eucarióticas e procarióticas para o 
desenvolvimento de vacinas de DNA. O domínio dessas promissoras tecnologias é 
imprescindível para o país, particularmente dentro do moderno contexto do 
desenvolvimento de vacinas e reagentes, pois essas tecnologias dominarão o 
desenvolvimento e a produção de imunobiológicos neste novo século. É importante 
ressaltar que a capacitação interna de Bio-Manguinhos vem abrindo uma janela de 
oportunidades e cooperação para a instituição, tanto nas vacinas bacterianas quanto nas 
recombinantes. 
A vacina contra a tuberculose (BCG - Bacilo de Calmette-Guérin) é elaborada a 
partir de uma bactéria atenuada de origem bovina (Mycobacterium bovis), que é 
semelhante ao microorganismo causador da doença (Mycobacterium tuberculosis). A 
BCG não impede a infecção e nem o desenvolvimento da tuberculose pulmonar, mas 
pode conferir certo grau de proteção para a meningite tuberculósica para as formas 
disseminadas da doença. O uso da BCG, que é bastante controverso, basicamente 
restringe-se aos países de maior prevalência da doença. No Brasil a BCG está no 
Calendário Básico de Vacinação e sua aplicação é feita por via intradérmica no primeiro 
mês de vida. A indicação de doses subseqüentes de BCG na profilaxia da tuberculose 
ainda mais desprovida de comprovação científica quanto à eficácia. Não é recomendada 
a aplicação desta vacina em adultos. 
Após aplicação intradérmica da vacina é esperado o aparecimento de uma 
pápula ("pequeno caroço") avermelhada no local da aplicação em 2 a 6 semanas. Esta 
pápula pode atingir até 3 mm ao final da sexta semana e, a partir daí, regredir até 
desaparecer, deixando uma pequena cicatriz. 
Os eventos adversos mais comumente associados a BCG ocorrem no local de 
aplicação da vacina. Em até 10% dos vacinados, ocorre formação de uma lesão ulcerada 
de cicatrização lenta (meses). É possível também a ocorrência de aumento dos gânglios 
linfáticos, em especial na cadeia axilar próxima ao local de aplicação que, por vezes, 
 
 
 
 
 
 
 
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evolui para supuração (produção de pus), exigindo intervenção terapêutica. Podem 
ocorrer manifestações sistêmicas (febre, cansaço, cefaléia, dores musculares). As 
reações alérgicas graves (anafilaxia) são raras. 
A BCG está contra-indicada em indivíduos que tenham apresentado reação 
alérgica grave a dose prévia da vacina ou a seus componentes. É absolutamente contra-
indicada em pessoas imunodeficientes, mesmo quando assintomáticas. É prudente adiar 
a vacinação em indivíduos com doença aguda grave ou crônica descompensada. 
A profilaxia contra o sarampo (Measles), caxumba (Mumps) e rubéola (Rubella) 
pode ser feita com a MMR (SRC ou "tríplice viral"). Trata-se de uma suspensão de vírus 
vivos atenuados e veiculados em um meio estéril, destinada à aplicação por via 
intramuscular ou subcutânea. A administração simultânea destes componentes é tão 
eficaz (>95%) quanto o uso de cada vacina isolada, com a vantagem de reduzir o número 
de aplicações. A vacina que foi utilizada na campanha, que teve como população alvo 
mulheres entre 15 e 29 anos, foi a "dupla viral" (sarampo e caxumba). 
A MMR deve ser administrada preferencialmente após o primeiro ano de vida, no 
intuito de minimizar uma possível interferência na resposta ao estímulo vacinal do 
sarampo por anticorpos maternos, adquiridos passivamente pela criança durante a 
gestação. No calendário básico de vacinação está prevista a aplicação da MMR para 
crianças em duas doses, a primeira aos doze meses e a segunda entre 4 e 6 anos. A 
vacina também está disponível nos centros municipais de saúde para adolescentes e 
adultos (mulheres até 49 anos e homens até 39 anos). 
A difteria ("crupe") é uma doença imunoprevinível e potencialmente fatal, causada 
pela toxina produzida por uma bactéria, o Corynebacterium diphtheriae. A difteria que 
pode acometer pessoas susceptíveis (não adequadamente vacinadas) de qualquer idade 
e não apenas as crianças, como era mais comum antes da utilização sistemática da 
vacina. A transmissão se faz de pessoa a pessoa, através de gotículas de secreção 
respiratória contendo a bactéria (e eventualmente secreção de lesões cutâneas). 
A bactéria causadora da difteria pode ser encontrada na garganta (orofaringe) e 
também na pele de pessoas contaminadas (doentes ou não). A maioria das pessoas 
portadoras da bactéria não apresenta qualquer manifestação da doença (portadores 
sãos). Como não é possível detectar todos os portadores sãos, para controlar a 
disseminação da doença, é essencial que toda a população seja adequadamente 
 
 
 
 
 
 
 
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vacinada, independente da idade. Cabe ressaltar que como a difteria não confere 
imunidade, os doentes também precisarão ser vacinados para a proteção futura. 
Todas as vacinas antidiftéricas são produzidas a partir da toxina diftérica 
inativada que atua como antígeno que estimula a produção de anticorpos. Além disso, 
contém timerosal (Mertiolate®) como estabilizador, hidróxido de alumínio como adjuvante 
vacinal. 
É importante ressaltar que existem preparações diferentes da vacina dupla 
(vacina contra tétano e difteria) para crianças e adultos, que diferem na quantidade de 
toxóide diftérico. A dT (para adultos) contém relativamente menos toxóide diftérico o que 
reduz significativamente as reações a este componente nos adultos (na verdade indicada 
para os maiores que sete anos). 
No esquema básico de vacinação na infância começa no primeiro ano de vida. E 
é feito com três doses de DTP (vacina contra difteria, tétano e coqueluche, adequada para 
crianças), aos dois, quatro e seis meses, seguindo-se de um reforço aos 15 meses e 
outro entre quatro e seis anos de idade. A partir daí, a cada dez anos, deve ser feito um 
reforço com dT, para assegurar proteção adequada. 
A vacina contra a febre amarela é elaborada com o vírus vivo atenuado, sendo 
produzida inclusive no Brasil (Rio de Janeiro). Em 95% das pessoas o efeito protetor 
(imunidade) ocorre uma semana após a aplicação. Confere imunidade por, pelo menos, 
10 anos (provavelmente por toda a vida). Pode ser utilizada a partir dos 9 meses de idade 
e é aplicada por via subcutânea na região deltóidea (braço). 
O Ministério da Saúde, desde 1998, está intensificando a vacinação contra a 
febre amarela (anti-amarílica), que está incluída nos calendários de vacinação. 
A gripe é uma doença infecciosa, transmissível, causada pelo vírus influenza. É 
transmitida de uma pessoa para outra por via respiratória com extrema facilidade, 
causando febre, coriza, tosse seca, dor de garganta, dor de cabeça e dor no corpo. As 
pessoas idosas e as portadoras de doenças crônicas têm maiores risco de complicações 
como a pneumonia, o que pode tornar necessário à internação hospitalar. A vacinação 
contra a gripe reduz o risco de infecção com o vírus influenza. 
A vacina mais comumente utilizada é a injetável, que é elaborada a partir de vírus 
influenza cultivados em ovos de galinha. A vacina tem componentes de várias cepas do 
vírus influenza, inativados e fracionados. Além disto, existem na sua composição 
 
 
 
 
 
 
 
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pequenas quantidades de timerosal (Mertiolate®) e de neomicina (um antibiótico). É 
importante ressaltar que, por ser produzida com vírus inativado, a vacina pode ser 
administrada com segurança em pessoas com deficiência do sistema imunológico e se 
administrada em gestantes, não representa risco para o feto. 
A vacina antipneumocócica reduz o risco de infecções graves causadas pelo 
Streptococcus pneumoniae ("pneumococo"). Esta bactéria é causa comum de infecções 
respiratórias (otite, sinusite, pneumonia), e também pode ocasionar infecções 
generalizadas (meningite, sepse). 
A vacina protege contra as formas mais graves de doença (pneumonia, meningite 
e sepse). Além disso, diminui a transmissão do S. pneumoniae de uma pessoa para outra, 
o que é importante em asilos para idosos (ou ambientes semelhantes). 
A vacinação ocorre preferencialmente em pessoas com mais de 60 anos, 
principalmente se residirem em asilos ou casas de apoio a idosos. Além de pessoas com 
mais de 2 anos que apresentem condições que predisponham (direta ou indiretamente) às 
infecções pneumocócicas recorrentes, particularmente às formas graves, como: 
esplenectomia (cirúrgica ou funcional, como na anemia falciforme), deficiência de 
imunoglobulinas, neoplasias malignas, AIDS, fístula liquórica, doenças pulmonares 
(enfisema, brônquite crônica, bronquiectasias), insuficiência cardíaca, renal ou hepática, 
diabetes e alcoolismo. 
A vacina atualmente em uso é produzida com os 23 sorotipos do S. pneumoniae 
que causam doenças com mais freqüência. Além disso, entra na sua composição, como 
conservante, pequena quantidade de fenol. 
A poliomielite é uma doença infecciosa causada pelo poliovírus (sorotipos 1, 2 e 
3), que pode determinar paralisia flácida (permanente ou transitória) ou óbito. A infecção é 
mais comum em crianças ("paralisia infantil"), mas também ocorre em adultos. 
As vacinas disponíveis, Sabin (oral, com vírus atenuado) e Salk (injetável, com 
vírus inativado), produzem imunidade contra os três sorotipos do poliovírus e têm eficácia 
comparável. A Sabin é a vacina utilizada em imunizações de rotina no Brasil. Os 
indivíduos que recebem a Sabin eliminam os vírus junto com as fezes por cerca de seis 
semanas, o que pode levar a uma "vacinação" secundária de outras pessoas. 
A vacina oral Sabin contra a poliomielite não deve ser utilizada em pessoas com 
imunodeficiência (inclusive portadores assintomáticos de HIV). Os indivíduos com 
 
 
 
 
 
 
 
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imunodeficiência, além do risco maior de poliomielite vacinal, podem eliminar o vírus pelas 
fezes por períodos prolongados (meses, anos), o que facilita a ocorrência de mutação 
("reversão") e constitui um risco para pessoas não vacinadas. 
Em uma situação de baixa cobertura vacinal na população, o vírus vacinal 
mutante pode levar a uma epidemia de poliomielite, como já ocorreu no Egito (1983-1993) 
e, atualmente, ocorre na República Dominicana e no Haiti. 
O risco de transmissão da varicela (catapora) existe em qualquer lugar do mundo, 
especialmente nas áreas urbanas com grandes aglomerados populacionais. É uma 
infecção altamente transmissível, e por este motivo, a maioria das pessoas adultas já teve 
varicela e, portanto, está imune à doença. 
A vacina contra a varicela foi desenvolvida no Japão no início dos anos 70, mas 
apenas em meados da década de 90 passou a ser mais amplamente utilizada nos países 
ocidentais. É produzida a partir do vírus varicela-zóster atenuado e é altamente eficaz. 
Uma única dose da vacina (via subcutânea) resulta em proteção em 97 % de 
crianças até 13 anos. Resultados semelhantes são obtidos em pessoas maiores de 13 
anos com a aplicação de duas doses da vacina. 
A vacina contra a varicela tem custo relativamente elevado. No Brasil, a vacina 
ainda não faz parte do calendário básico definido pelo Programa Nacional de Imunizações 
(PNI), não estando disponível nos centros de saúde para uso geral, mas pode ser 
encontrada na rede privada. Na rede pública está disponível apenas nos centros de 
referência para imunobiológicos especiais (CRIE), exclusivamente com indicação médica, 
para vacinação de susceptíveis (não imunes). 
A vacinação também reduz o risco de infecções graves e em situações de 
desastres, como inundações, há uma demanda natural da população por medidas que 
possam minimizar os efeitos e os riscos decorrentes. As ações para minimizar os riscos 
de infecções e de suas possíveis conseqüências devem ser imediatas e efetivas. É 
essencial que as populações atingidas tenham acesso: a informações corretas e 
adequadas, água tratada, medicamentos e abrigos seguros. 
As inundações aumentam os riscos da aquisição de doenças infecciosas 
transmitidas pela água contaminada (através de contato ou ingestão) ou por fatores 
facilitadores para ferimentos.91 
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A vacinação em massa contra o tétano é uma medida útil. O tétano é causado 
pela contaminação de ferimentos com o Clostridium tetani, uma bactéria que é encontrada 
normalmente no ambiente (solo, esterco, superfície de objetos). Ao contrário, pode criar 
uma falsa sensação de segurança. Uma pessoa que nunca tenha sido vacinada não 
ficará imunizada contra o tétano com apenas uma dose. A profilaxia do tétano é feita mais 
adequadamente em uma unidade de saúde, uma vez que envolve cuidados com o local 
do ferimento e depende da história de vacinação. Se o indivíduo nunca foi vacinado ou 
estiver com o esquema vacinal incompleto, o que é o caso de grande parte da população 
adulta pode ser necessário que, dependendo do tipo de ferimento, além dos cuidados 
com o local do ferimento e da vacina, receba também imunização passiva (imunoglobulina 
antitetânica ou, na sua falta, soro antitetânico). Em adultos não vacinados, o esquema 
completo é feito com três doses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
 
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LEVINSON, WARREN; JAWETZ, E. Microbiologia médica e imunologia. 4º ed Porto 
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