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Artigo - 2012 - Sistemas de Comunicação via Satélite operando em Banda Ka (1)

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ISSN 1809-0648 Outubro/Nov/Dezembro 2012 16
N.28 Ano 7 Ed. Paralogike - Santos - SP Brasil ATC3 12/ 2012 
Sistemas de Comunicação via Satélite 
operando em Banda Ka 
 
Rolden Baptista1,2 e Carlos Nazareth Mottas Marins3 
 
 
 Baptista, R. Marins, C. N. M. 
 rolden.baptista@unimonte.edu.br carlosn@inatel.br 
 
1UNISANTA – Universidade Santa Cecília 
Departamento de Pós Graduação - Programa de Mestrado em Engenharia Mecânica 
Rua Oswaldo Cruz, 288 Boqueirão - Santos- SP - Brasil - CEP- 11045-000 
 
2UNIMONTE – Centro Universitário Monte Serrat 
Rua Comendador Martins, 52, Bairro Vila Mathias 
CEP: 11015-530 – Santos/SP 
 
3INATEL - Instituto Nacional de Telecomunicações 
Avenida João de Camargo, 51 - CEP 05508-900 
Santa Rita do Sapucaí - MG- Brasil 
 
Resumo - A comunicação via satélite está sendo revolucionada com a exploração da banda Ka principalmente na transmissão de 
dados e acesso à Internet. Com a utilização de uma pequena antena, um modem e um computador pessoal conecta-se através 
de feixes diretivos a um satélite de altíssima tecnologia que por sua vez concentra num gateway a saída para a Internet. Esta 
nova tecnologia está globalizando e universalizando o acesso banda larga em lugares antes não possíveis. O desvanecimento 
do sinal pela chuva é seu grande empecilho, mas está sendo contornado por técnicas de Modulação e Codificação Adaptativas, 
Controle de Potência no Up-link e distribuição geográfica dos gateways. 
 
Palavras chave: Banda-Ka, Banda larga, Satélite, Internet, desvanecimento pela chuva, VSAT. 
 
Abstract - The satellite communication is being revolutionized by the exploitation of the Ka-band mainly in data transmission 
and Internet access. With the use of a small antenna, a modem and a computer connects to the direct beam through a high-tech 
satellite which in turn focuses the output into a gateway to the Internet. This new technology is globalizing and universalizing 
broadband access in places previously not possible. The fading of the signal by rain is its major drawback, but is being 
circumvented by techniques Adaptive Coding and Modulation, Power Control Up-link and the geographical distribution of 
gateways. 
 
Keywords: Ka-band, Broadband, Satellite, Internet, Rain fading, VSAT. 
 
 
I. INTRODUÇÃO 
 
A comunicação via satélite tem sido sinônimo de altíssima 
tecnologia e ótima qualidade nas transmissões e recepções de 
qualquer tipo de informação (Figura 1). 
 
Fig. 1. Transmissão e Recepção via satélite (UPLINK e 
DOWNLINK) [1]. 
Os satélites geoestacionários operam em variadas faixas 
de freqüência tais como as bandas C, X, Ku, K e mais 
recentemente a Ka (K above). 
A Figura 2 mostra a largura de faixa de freqüência para 
cada uma das bandas citadas e na Tabela I há a abertura das 
freqüências em UPLINK e DOWNLINK. 
 
 
G
H
z
G
H
z
G
H
z
G
H
z
G
H
z
G
H
z
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G
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z
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4 5 6 7 8 9 1
0
1
1
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2
1
3
1
4
1
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6
1
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1
8
G
H
z
G
H
z
G
H
z
G
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G
H
z
G
H
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G
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G
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G
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G
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G
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G
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z
G
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1
8
1
9
2
0
2
1
2
2
2
3
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4
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5
2
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2
9
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3
1
3
2
3
3
3
4
3
5
3
6
3
7
3
8
3
9
4
0
K Ka
C X Ku
 
 
Fig. 2. Banda das Freqüências C, X, Ku, K e Ka. 
 
 
 ISSN 1809-0648 Outubro/Nov/Dezembro 2012 17
N.28 Ano 7 Ed. Paralogike - Santos - SP Brasil ATC3 12/ 2012 
 
TABELA I 
FREQUÊNCIAS DE UPLINK E DOWNLINK POR BANDA 
Banda UPLINK DOWNLINK
C 5,925 - 6,425 GHz* 3,7 - 4,2GHz
X 8 GHz 7 GHz
Ku 12,75-13,25 13,75-14,5GHz 10,7-12,75GHz
Ka 27,5 - 30,0 GHz 17,7-20,2GHz
* Extended C - Uplink 6,425-6,725 GHz, downlink 3,4-3,7GHz. 
 
A banda C é a grande protagonista e concentra a maior 
parte dos tipos de comunicação como Truncking (Telcos), 
Broadcasting (TV’s) e Networking (bancos, empresas de 
petróleo e governo) com antenas receptoras grandes 
tipicamente da ordem de 1,8 a 2,4m de diâmetro. A banda C 
tem sofrido diversos casos de saturação dos receptores nas 
áreas de TV (TVRO – Television Receive Only) e dados 
(VSAT - Very Small Aperture Terminal) localizados 
próximos aos transmissores das estações do sistema WiMAX 
(Worldwide Interoperability for Microwave Access) 
(operando entre 3,4 e 3,6GHz). Isto tem sido resolvido com a 
substituição dos filtros dos equipamentos [2]. A banda X é 
usada especificamente para fins militares. Para as bandas Ku 
e Ka as antenas receptoras são tipicamente da ordem de 0,2 a 
0,9m de diâmetro e operam principalmente no serviço de 
Televisão DTH (Direct to Home) e comunicação de dados 
com estações VSAT em aplicações corporativas. 
Uma revolução na comunicação via satélite está ocorrendo 
através da exploração da banda Ka principalmente para 
transmissão de dados e mais especificamente nas conexões de 
acesso à Internet. Com alta robustez, alto desempenho e 
altíssima velocidade, este novo serviço está sendo explorado 
por algumas operadoras na Europa e EUA. Como o tráfego 
de dados está crescendo num ritmo muito mais rápido do que 
o tráfego de voz há um grande interesse entre os projetistas 
de rede por satélite em aplicações de tecnologias avançadas, 
visando aumentar a capacidade de manipulação de dados dos 
transponders dos satélites existentes e principalmente dos 
previstos. 
A grande desvantagem da utilização da comunicação via 
satélite na banda Ka e Ku é o desvanecimento do sinal 
principalmente pela chuva em regiões de clima tropical e 
equatorial, diferentemente da banda C onde este efeito é 
muito baixo. Esta desvantagem pode ser contornada por 
técnicas de Codificação e Modulação Adaptativas e Controle 
de Potência no Uplink. 
 
 
II. SATÉLITE OPERANDO EM BANDA Ka 
 
Atualmente um grande problema para a evolução das 
comunicações sem fio e também para as comunicações via 
satélite é a limitação do espectro de freqüência. As 
freqüências abaixo de 10GHz estão congestionadas e as 
bandas Ku e Ka estão sendo exploradas com aplicações via 
satélite a fim de fornecer nova opção para novos serviços. 
A banda Ka tem a vantagem de poder disponibilizar 
serviços com velocidades de transmissão muito elevadas e 
sua utilização vem crescendo mundialmente marcando 
presença nos mercados Europeu e Americano. 
As comunicações via satélite em altas velocidades na 
banda Ka proporcionam compartilhar dados e informações 
com muitos usuários através de um sistema global muito 
vantajoso tanto para os usuários como para as empresas 
operadoras que podem ampliar sua prestação de serviço em 
mercados muito amplos. Um fato de grande destaque 
aconteceu em abril de 2008 onde foi lançado o satélite 
SPACEWAY 3 de banda Ka com a capacidade de 10 Gbps 
de throughput e múltiplos feixes diretivos com flexibilidade 
de capacidade de alocação de recursos, possibilitando novos 
serviços para empresas, consumidores e aplicações do 
governo [3]. 
No segundo trimestre de 2010 somente uma empresa nos 
EUA já tinha um parque de clientes ativos com mais de 550 
mil assinantes de banda larga satelital [4]. 
Para próximageração de satélites está sendo prevista uma 
capacidade de throughput de 100Gbps, ou seja, 100 vezes 
maior que a capacidade de um satélite típico de banda Ku [5]. 
Com esta nova concepção de satélites será possível 
aperfeiçoar o acesso à banda larga, ter múltiplos feixes 
diretivos de banda Ka, avançar as taxas de modulação de 
ordem superior e principalmente muito mais velocidade de 
downloads para o usuário final. 
 
 
III. REUSO DE FREQÜÊNCIAS COM FEIXES DIRETIVOS 
 (SPOT-BEAMS) 
 
A utilização de spot-beams é uma técnica de reuso de 
freqüência devido ao seu espectro ser um recurso cada vez 
mais escasso. A quantidade de espectro disponível para 
comunicações espaciais está ficando muito limitada e a 
demanda por comunicações continua a aumentar. Uma 
solução é utilizar-se de frequências mais altas e outra é 
empregar técnicas de reutilização das mesmas freqüências 
muitas vezes. 
Na Banda Ka há a possibilidade de utilização do reuso de 
freqüência com feixes bastante diretivos denominados spot-
beams que divide a área de cobertura como se fossem 
pequenas células com diâmetro da ordem de 500km [6]. 
Fazendo-se um isolamento espacial e geográfico entre os 
diferentes pontos de gateways há a possibilidade do reuso de 
espectro de freqüências numa mesma polarização. Desta 
forma, cada diferente gateway se comunica com o satélite 
como se fosse uma sub-rede deste, operando de forma 
racional o recurso de espectro disponível. 
A comunicação através dos feixes conectados do satélite 
aos terminais remotos (VSATs) é denominada como user 
beam e a comunicação dos feixes conectados do satélite às 
estações concentradoras gateways é conhecida como gateway 
beam. A portadora de comunicação do sentido gateway-
 
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N.28 Ano 7 Ed. Paralogike - Santos - SP Brasil ATC3 12/ 2012 
VSAT é chamada de Forward Link ou Outbound e no sentido 
contrário, ou seja, VSAT-gateway é chamada de Return Link 
ou Inbound conforme Figura 3. 
Na arquitetura dos sistemas via satélite de banda Ka 
emprega-se a técnica de feixes diretivos para obter uma 
máxima eficiência do reuso da freqüência. Assim, a banda 
Ka, pode cobrir uma determinada região como se esta fosse 
dividida por células. 
 
 
Fig. 3. VSAT-Satélite-Gateway [6]. 
 
Desta forma, consegue-se um incremento da capacidade 
do sistema. Em geral, esta técnica de utilização dos feixes 
diretivos de banda Ka pode prover de 30 a 60 vezes a 
capacidade dos sistemas de primeira geração em Bandas Ku 
ou C [7]. 
Esta arquitetura em células de feixes diretivos traz a 
vantagem de operar com EIRP (Equivalent Isotropic 
Radiated Power) e G/T (Gain to noise Temperature ratio) do 
satélite com níveis bastante elevados tipicamente na ordem 
de 70dBW e 20dB/k para banda Ka enquanto que para a 
banda Ku estes valores são tipicamente da ordem de 50dBW 
e 4,5dB/k, respectivamente para EIRP e G/T [1]. 
Na Figura 4 há um exemplo de uma operadora dos EUA 
que utilizou o reuso de frequência com feixes diretivos de 
banda Ka. 
 
 
Fig. 4. Exemplo de feixes diretivos (Operadora – WildBlue 
EUA) [8]. 
A cobertura demonstrada na Figura 4 para os Estados 
Unidos é feita com 31 feixes diretivos (spot-beams) e com 
isto obteve-se um ganho de 10 vezes sobre a capacidade de 
banda Ku. Esta operadora possui atualmente mais de 500mil 
clientes ativos nos EUA [8]. 
Praticamente todas as antenas de feixes diretivos possuem 
lóbulos que sobrepõem outros feixes e também possuem 
imperfeitas isolações de polarização. A maioria dos centros 
populacionais está próximo uns dos outros e isto 
freqüentemente delibera feixes com sobreposição adjacente 
para que não se perca cobertura entre os feixes. Um caso bem 
realista é o visto na Figura 4, na cobertura de uma operadora 
de banda Ka nos EUA. Na Figura 5 pode-se didaticamente 
representar que há 20 feixes circulares e quatro diferentes 
frequências. Os feixes adjacentes devem ter frequências 
diferentes. 
Por exemplo, têm-se sete feixes denominados de “2” e 
estão separados entre si. Supondo-se que há m feixes e a 
frequência é dividida em quatro partes iguais, no total do 
reuso teórico há m/4 e neste caso m será 20 e, portanto, há 
disponível 5 reusos possíveis. 
A sobreposição de feixes é um tema muito estudado e que 
ainda apresenta muitas limitações. Por exemplo, uma área de 
cobertura num deserto possui pequeno tráfego enquanto que a 
mesma cobertura numa grande cidade exigirá maior 
capacidade de tráfego. Isto irá requerer uma desigual 
distribuição de freqüências e reduzirá o número teórico de 
reuso de freqüência e a capacidade de canal. 
As antenas de satélite continuam sendo customizadas para 
prover cobertura em certas partes do planeta e ignorando 
outras. 
 
 
 
 Fig. 5. Cluster de feixes diretivos spot beams (números 
mostram sub-banda de freqüência) [9]. 
 
 
IV. ATENUAÇÃO PELA CHUVA 
 
Os fatores que afetam a propagação de ligações de qualquer 
banda por satélite são: atenuação por chuvas, antena 
molhada, despolarização devido à chuva e gelo, absorção de 
gases, atenuação na nuvem, atenuação da camada de fusão e 
cintilação ionosférica [7]. No entanto, dentre todos estes 
 
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N.28 Ano 7 Ed. Paralogike - Santos - SP Brasil ATC3 12/ 2012 
fatores, a atenuação por chuva é a mais significativa, 
principalmente em regiões de clima tropical e equatorial. 
Na atenuação por chuva pode-se fazer um comparativo 
para cada banda de freqüência (C, Ku, K e Ka) através do 
fator de atenuação por chuva ( ) por enlace que é 
calculado através dos coeficientes numéricos , e a 
taxa pluviométrica conforme apresentado na equação (1). 
 
 (1) 
 é a taxa pluviométrica para 0,01% da média anual e 
neste breve comparativo utiliza-se o valor de 95mm/h. 
Cruzando-se os coeficientes numéricos e com as 
referidas freqüências obtém-se os valores dos coeficientes 
para cada banda (Figuras 6 e 7). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim pode-se chegar a valores típicos para o fator de 
atenuação em cada banda conforme a Tabela II. 
O comparativo da Tabela II mostra que o fator de 
atenuação fica mais alto para frequências muito altas. 
Tipicamente estes são os valores para as frequências dos 
satélites geoestacionários para uma taxa pluviométrica em 
0,01% da média anual em 95mm/h. 
Percebe-se que nas bandas Ku, K e Ka o fator de 
atenuação por chuva é muito mais alto se comparado com a 
banda C. Isto demonstra uma desvantagem do sistema para 
regiões com alta taxa pluviométrica. 
A transmissão na frequência da banda Ka é extremamente 
afetada por condições meteorológicas de chuvas fortes em 
regiões de clima tropical e equatorial, diferentemente da 
banda C onde este efeito é muito baixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 6. Gráfico coeficiente pela freqüência [10]. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 6. Gráfico coeficiente pela freqüência [10]. 
 
 
 
Fig. 7. Gráfico coeficiente pela freqüência [10]. 
 
 
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N.28 Ano 7 Ed. Paralogike - Santos - SP Brasil ATC3 12/ 2012 
 
TABELA II 
COMPARATIVO FATOR DE ATENUAÇÃO PARA CADA BANDA 
 
 
 
Os cenários de desvanecimentode sinal do enlace do 
satélite pela chuva podem produzir diversas taxas de 
transmissão e recepção de dados variando de acordo com as 
tecnologias usadas para compensação, tais como a modulação 
e codificação adaptativas e o controle de potência no 
UPLINK. 
Para regiões de alto desvanecimento pela chuva pode-se 
melhorar a disponibilidade usando-se antenas maiores [6]. 
 
 
V. MODULAÇÃO E CODIFICAÇÃO ADAPTATIVA 
 
Modulações de ordem superior estão sendo estudadas pelos 
projetistas para poder aumentar a quantidade de bits por 
segundo realizáveis por hertz (bps/Hz) em comparação com o 
QPSK (Quadrature Phase Shift Key). As modulações mais 
comuns de ordem superior disponíveis para comunicação via 
satélite são 16-APSK, 32-APSK (Amplitude and Phase-Shift 
Keying), 8-PSK (Phase Shift Keying) e 16-QAM (Quadrature 
Amplitude Modulation) [7]. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atualmente para aperfeiçoar a utilização da banda de 
transmissão e aumentar sua velocidade os sistemas de 
Televisão Digital têm utilizado o sistema DVB-S (Digital 
Video Broadcasting-Satellite) que está evoluindo para o 
DVB-S2 que prevê serviços de HDTV (High Definition 
Television), serviços interativos, acesso à Internet e 
transmissão de dados. 
O DVB-S2 é uma alternativa para a operação da banda Ka, 
pois através de um forte esquema de codificação baseado em 
VCM (Variable Coding e Modulation) e ACM (Adaptative 
Coding e Modulation) otimizam a utilização da banda de 
transmissão [11]. 
A tecnologia ACM é uma evolução da tecnologia VCM e 
tem a capacidade de configurar a modulação e a codificação 
de forma dinâmica. Por meio de um canal de retorno, o 
modulador é informado pelo receptor do estado de qualidade 
de um canal em sua recepção conforme na Figura 8. O 
modulador ajusta seus limiares somente se forem necessários, 
ou seja, se for atingida uma condição marginal na recepção. 
Isto ocorre simultaneamente para vários serviços distintos. 
 
 
VI. CONTROLE AUTOMÁTICO DE POTÊNCIA NO UPLINK 
 
Um sistema de controle de potência no UPLINK basicamente 
pode prover uma compensação automática da EIRP em 
portadoras transmitidas de uma estação terrena. 
O nível de EIRP da antena receptora do satélite é fixado 
pelo controle de potência no UPLINK com as compensações 
necessárias [12]. 
 O conceito deste dispositivo está primeiramente em 
se ter conhecimento do nível de potência utilizado no 
UPLINK numa condição sem desvanecimento, ou seja, de 
céu totalmente limpo de nuvens. Assim o sistema aumenta ou 
diminui a EIRP conforme a variação das condições do clima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 8. Diagrama em Bloco da Compensação do Sinal. 
 
 
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Esta percepção da variação das condições do clima é tratada 
através de tensão CC (corrente contínua) percebida no 
receptor e assim através de um algoritmo de controle de EIRP 
as compensações necessárias são feitas numa tentativa de se 
voltar para as condições de EIRP sem desvanecimento [12]. 
 
 
VII. ACESSO INTERNET VIA SATÉLITE NA BANDA Ka 
 
A Banda Ka está sendo utilizada para o serviço de acesso à 
Internet e suas redes são do tipo estrela. Para o acesso à 
Internet são necessários: uma antena diretiva pequena da 
ordem de 0,2 a 0,9m de diâmetro conforme Figura 9, um 
modem e um computador pessoal. A instalação do conjunto 
de equipamentos consome aproximadamente uma hora [6]. 
 
 
 
 
Fig. 9. Foto ilustrando uma antena de banda Ka [13]. 
 
Os terminais VSATs se comunicam com estações 
concentradoras denominadas gateways através do satélite 
conforme Figura 10. Estes gateways necessitam ter uma 
grande capacidade de troncos de entrada e saída, pois 
concentram a comunicação e o tráfego com a Internet [1]. 
 
 
 
 
Fig. 10. Rede VSAT-Internet (Distribuição geográfica de 
Gateways) [9] 
Na Europa há uma operadora que está investindo numa 
cobertura de banda Ka de alto rendimento e assim poderá 
atender às demandas regionais em áreas afastadas como nas 
áreas rurais, por exemplo. Os internautas europeus poderão 
desfrutar dos mesmos direitos de acesso sem importar onde 
se encontram. Este sistema na Europa será uma mudança 
total e radical no que é a telecomunicação. Qualquer pessoa 
em qualquer lugar poderá ter acesso à banda larga em alta 
velocidade onde antes era absolutamente impossível. Não 
somente as zonas rurais como também nas grandes cidades 
[6]. Uma melhora que os internautas europeus já tinham 
esperado muito e com altas taxas de transmissão e recepção. 
Pelas condições meteorológicas da Europa se espera que não 
ocorram problemas na hora que mais se necessita do serviço. 
Planos mais audaciosos e ambiciosos estão sendo 
estruturados pelas empresas operadoras em parceria com os 
fabricantes de satélites. A empresa Inglesa Inmarsat anunciou 
em agosto de 2010 que contratou a Boeing, fabricante 
aeroespacial dos EUA, para a compra de três satélites com 
base na plataforma 702HP de banda Ka. Esta constelação 
denominada de Inmarsat-5 permitirá uma única rede global 
de alta velocidade para o serviço de banda larga móvel [14]. 
Com operação prevista para 2014, a constelação Inmarsat-
5 irá suportar um serviço Global de próxima geração 
denominado de Global Xpress que terá como alvo um 
mercado incremental de US$1,4bilhão em serviços VSAT. A 
Global Xpress proporcionará uma cobertura global de banda 
larga móvel sem precedentes com velocidades de até 50Mbps 
(Downlink) para terminais VSAT com antena de 0,2 a 0,9m 
de diâmetro. 
A Boeing concordou em se tornar parceira de distribuição 
da Inmarsat nos serviços de bandas Ka com o pré-
compromisso de compra de mais de 10% da capacidade da 
meta do Inmarsat em banda Ka. A Inmarsat estima que o 
custo total da constelação Inmarsat-5 e Global Xpress será da 
ordem US$1,2 bilhão ao longo de quatro anos e meio e 
estima um retorno de US$500 milhões após cinco anos do 
lançamento deste serviço global. Cada satélite da constelação 
do Inmarsat-5 terá 89 spot-beams proporcionando 
flexibilidade de capacidade em todo o mundo e permitindo 
que a Inmarsat possa se adaptar às mudanças nos padrões de 
perfil do usuário final durante os 15 anos de vida projetada 
para os satélites [15]. 
 
 
VIII. CONCLUSÃO 
 
Verifica-se que a globalização e a universalização do acesso à 
Internet encontra um grande aliado nesta nova tecnologia de 
comunicação via satélite disponível através da banda Ka. 
Percebe-se que o pioneirismo das operadoras que ingressaram 
nos mercados americano e europeu está dando encorajamento 
para planos ainda maiores e mais ousados. 
A aposta na capacidade e robustez da banda Ka está cada 
vez mais intensa e os investimentos tanto na produção de 
satélites quanto no domínio das técnicas de acesso são altos 
pois, a demanda por transmissão de dados via satélite está 
 
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cada vez maior. O satélite SPACE WAY 3 com capacidade 
de 10Gbps lançado em 2008 foi um marco importante na 
história do acesso à internet via comunicação por satélite. A 
próxima geração de satélite de alto rendimento denominado 
de JUPITER tem previsão de lançamento para o segundo 
quadrimestre de 2012 e terá capacidade de 100Gbps. 
Seguindo a tendência mundial as novas gerações de satélites 
em banda Ka serão de maior capacidade. 
Os pontos a favor desta tecnologia são muitos, masum 
ponto muito crítico a ser levado em consideração é o 
desvanecimento do sinal através da chuva. Como as 
freqüências utilizadas na banda Ka são muito altas, nas 
regiões de clima tropical e equatorial, onde o índice 
pluviométrico é muito elevado, sofrem com este fenômeno. 
Algumas opções estudadas pelos pesquisadores para poder 
contornar o problema de desvanecimento pela chuva são as 
técnicas de Modulação e Codificação Adaptativas e o 
Controle de Potência no Uplink. Pode-se concluir que a 
transmissão de dados via satélite através da banda Ka está 
revolucionando o acesso à Internet e colaborando na 
convergência dos serviços de telecomunicações de voz, vídeo 
e dados com altíssima qualidade, confiabilidade, 
disponibilidade e taxas de transmissão altíssimas de Gbps/Hz. 
A otimização do espectro de freqüência, o domínio das 
técnicas de modulação, reuso de freqüências e distribuição 
geográfica diminuem os impactos negativos de se utilizar esta 
nova banda de comunicação via satélite. 
 
 
IX. REFERÊNCIAS 
 
[1] Iannelli, Antônio Paolino “Multiplicação da Capacidade: 
Uso de Spot-Beams em Banda Ka” – Apresentação 
StarOne, 2010, pp. 2-5. Disponível em 
http://www.sspi.com.br/portal/images/stories/pdfs/spectr
umday2010/spectrum-day-2010-star-one-2.pdf consulta 
realizada em Junho de 2011. 
[2] http://www.sspi.com.br/portal/images/stories/pdfs/spectr
um-day-2009-Star-One-RF.pdf consulta realizada em 
Março de 2012. 
[3] Rezende, Marcelo – “High Throughput Satellites in ka-
band” - Apresentação da Empresa Hughes, 2010, pp.13, 
17-19. Disponível em 
http://www.sspi.com.br/portal/images/.../HUGHES_SSPI
_VSAT_Day_2010.pdf consulta realizada em Junho de 
2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
[4] http://www.teletime.com.br/02/09/2010/hughes-estuda-
parcerias-para-banda-ka-na-america-
latina/tt/197898/news.aspx consulta realizada em Março 
de 2012. 
[5] http://www.hughes.com/ProductsAndTechnology/Jupiter
/Pages/default.aspx consulta realizada em Março de 
2012. 
[6] “Ka-Sat Tooway” Vídeo ilustração no Youtube 
disponível em 
http://www.youtube.com/watch?v=A1m9qzAca6M 
consulta realizada em Junho de 2011. 
[7] KOTA, SASTRI L. “Quality of Service for Broadband 
Satellite internet – ATM and IP Services” Paper - 
Department of Electrical and Information Engineering, 
Telecommunication Laboratory, University of Oulu, 
2002, pp. 25-60. 
[8] Wildblue – “WildBlue Satellite Internet Spot Beam's”. 
Disponível em http://www.mybluedish.com/spot-beams 
consulta realizada em Julho de 2011. 
[9] L. Morgan, Walter e D. Gordon, Gary “Principles of 
Communications Satellites” Wiley-Interscience 
Pulication, John Wiley & Sons, Inc, USA, 1993, pp. 
101-184. 
[10] Nazareth Motta Marins, Carlos “Estudo Analítico e 
Numérico de um Enlace Digital de Comunicação via 
Satélite em condição orbital Geoestacionária” - Inatel 
“Instituto Nacional de Telecomunicações”, Dissertação 
de Mestrado, Santa Rita do Sapucaí, 2004, pp. 110-117. 
Disponível em 
http://www2.inatel.br/mestrado/Dissertacoes/Carlos%20
Nazareth%20Motta%20Marins.pdf consulta realizada em 
Março de 2012. 
[11] http://en.wikipedia.org/wiki/DVB-S2 consulta realizada 
em Março de 2012. 
[12] EUTELSAT - Information Notice 9 – System Operations 
Division – Note 2000/008/ - Subject: “USE OF UPPC 
(UP-LINK POWER CONTROL UNITS)”. 
[13] http://www.kusat.com/Telesat/Surfbeam-kit/ consulta em 
Março de 2012. 
[14] http://www.computerworld.com.au/article/357746/inmar
sat_angling_nbn_50mbps_satellite_service/ consulta 
realizada em Março de 2012. 
[15] Inmarsat – “Inmarsat buys three Ka-band satellites for 
mobile broadband”. Disponível em 
http://www.inmarsat.com/About/Our_satellites/The_Inm
arsat-5s consulta realizada em Julho de 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rolden Baptista 
Graduado em Engenharia Elétrica com ênfases em Energia e Sistemas de Automação pela UNISANTA 
“Universidade Santa Cecília” de Santos - SP. Possui especialização em Engenharia de Telecomunicações e em 
Gestão Empresarial (INATEL-MG/FECAP-SP). Atua como Engenheiro de Planejamento no Setor de 
Telecomunicações. Também é professor Universitário na UNIMONTE (Universidade Monte Serrat - Santos- SP) nos 
Cursos de Manutenção Industrial, Engenharias (Produção, Ambiental e de Petróleo e Gás) e de Gestão em Recursos 
Humanos e Processos Gerenciais. Mestrando no programa de pós-graduação em engenharia da UNISANTA - 
Universidade Santa Cecília – Santos-SP. 
 
Carlos Nazareth Mottas Marins 
Doutor em Engenharia Elétrica pela Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da UNICAMP 
Departamento de Semicondutores, Instrumentos e Fotônica em 2010. Mestre em Telecomunicações, pelo Instituto 
Nacional de Telecomunicações INATEL em 2004. Graduado em Engenharia Elétrica, ênfase em Eletrônica e 
Telecomunicações, pelo INATEL, em 1994. Atualmente é Vice-Diretor e Coordenador do Curso de Engenharia de 
Telecomunicações do INATEL. Atua como professor dos cursos de graduação e pós graduação e é consultor do 
Inatel Competence Center para projetos de P&D com empresas na área de telecomunicações e eletrônica.

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