Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PLANO CRUZADO O Plano Cruzado foi um plano econômico lançado durante o governo de José Sarney. O plano foi criado em 1986 pelo ministro da Fazenda (Dilson Funaro), o Brasil vivia um grande estado de euforia (grandes inflações, eleições, escassez de alguns produtos...). Foi um ano conturbado, pois em 1985 havia morrido o presidente eleito Tancredo Neves. As principais medidas tomadas pelo plano Cruzado foram: - A moeda corrente brasileira que era o Cruzeiro foi transformada em Cruzado, seguido de sua valorização (O cruzado valia 1000 vezes mais); - Congelamento dos preços em todo o varejo, os quais eram fiscalizados por cidadãos comuns (fiscais do Sarney); - Antecipação do salário mínimo (O governo garantia a antecipação de parte do salário mínimo visando assim estimular o consumo); - Correção automática do salário para acompanhar a inflação. Motivos do fracasso: - O principal motivo de fracasso do plano foi o congelamento de preços, que fez a rentabilidade dos produtores caírem para perto de zero quando não faziam os mesmos ter prejuízo, a falta de mobilidade de preços fez os produtos ficarem ausentes do mercado e até leite não era mais encontrado para se comprar, foi a época de os consumidores fazerem “estoque” de produtos em casa; - O governo não era responsável o suficiente para controlar seus gastos, além de fazer o país perder grandes quantias de reserva internacional; - A proximidade das eleições fez com que o governo tomasse algumas atitudes populistas, evitando tomar atitudes impopulares para garantir a sobrevida do plano Cruzado. PLANO REAL Plano Real foi o programa brasileiro de estabilização econômica que promoveu o fim da inflação elevada no Brasil, situação que já durava aproximadamente trinta anos. Até então, os pacotes econômicos eram marcados por medidas como congelamento de preços. O Plano passou por três fases: O Programa de Ação Imediata, a criação da URV (Unidade Real de Valor) e a implementação da nova moeda, o Real. O PAI – Programa de Ação Imediata - foi um conjunto de medidas econômicas elaborado em julho de 1993, que “preparou a casa” para o lançamento do Plano Real um ano depois. Nessa época, o presidente era Itamar Franco, sendo que Fernando Henrique Cardoso já era o Ministro da Fazenda. O Programa de Ação Imediata apontou as seguintes necessidades: - Corte de gastos públicos – de aproximadamente 6 bilhões de dólares no orçamento de 1993, em todos os ministérios. - Recuperação da Receita – através do combate a evasão fiscal, inclusive das grandes empresas. - Austeridade no relacionamento com Estados e Municípios – através do corte de repasses inconstitucionais, forçando Estados e Municípios a equilibrarem seus gastos através de cortes. - Ajustes nos Bancos Estaduais – em alguns casos, através da intervenção do Banco Central, buscando cortes de gastos e punindo irregularidades com a Lei do Colarinho Branco. - Redefinição das funções dos Bancos Federais – buscando o enxugamento da estrutura, evitar a concorrência recíproca e predatória, e punir irregularidades através da Lei do Colarinho Branco. - Privatizações - De empresas dos setores siderúrgicos, petroquímico e de fertilizantes, por entender que as empresas públicas estarem reféns de interesses corporativos, políticos e econômicos. A segunda etapa do Plano, a criação da URV ocorreu em 27 de maio de 1994, inicialmente convertendo os salários e os benefícios previdenciários, promovendo a neutralidade distributiva. No dia 30 de junho de 1994, foi editada a Medida Provisória que implementou a nova moeda, o Real. Essa era a terceira fase do plano. Todo o programa tinha como base as políticas cambial e monetária. A política monetária foi utilizada como instrumento de controle dos meios de pagamentos (saldo da balança comercial, de capital e de serviços), enquanto a política cambial regulou as relações comerciais do país com os demais países do mundo. Foi estabelecida a paridade nos valores de reais e dólares, defendida através da política de intervenção, na qual o governo promoveu a venda de dólares e o aumento das taxas de juros nos momentos de pressão econômica. O capital especulativo internacional foi atraído pelas altas taxas de juros, o que aumentou as reservas cambiais, mas causou certa dependência da política cambial a esses investimentos não confiáveis em caso de oscilações econômicas. As políticas econômicas neoliberais originadas no governo Collor foram reforçadas, através de políticas públicas como: a privatização de empresas estatais, a abertura do mercado, da livre negociação salarial e da liberação de capital, entre outras. Tais medidas alteraram o padrão de acumulação de capital do Brasil. O Plano Real possibilitou a vitória de Fernando Henrique Cardoso nas eleições para a Presidência em 1994, sendo reeleito nas eleições seguintes. Após algumas crises internacionais, as políticas econômicas foram revistas e modificadas, mas a estabilidade da moeda permaneceu, comparando com as décadas em que a realidade era a hiperinflação. POLÍTICA ECONÔMICA ATUAL A queda de 1,9% do PIB no 2º trimestre em relação ao anterior foi mais forte do que estava sendo esperado por instituições financeiras (entre 1,4% e 1,8%). Além disso, o próprio número do trimestre anterior foi revisado de uma queda de -0,2% para -0,7%. De acordo com economistas, isso puxa a expectativa de recessão em 2015 para o patamar de 2,5%, acima do 2,06% previsto no último Boletim Focus. Chamaram a atenção a queda do consumo das famílias pelo segundo trimestre consecutivo e a queda de 11,9% nos investimentos na comparação anual, o maior tombo desde o primeiro trimestre de 1996. A construção civil teve um recuo de 8,4%, o maior já registrado na série das contas trimestrais, e contribuiu sozinha com 0,4 ponto percentual na queda trimestral do PIB. O consumo do governo continuou positivo em relação ao trimestre anterior (0,7%), mas caiu na comparação anual (1,1%) - e isso porque os efeitos do ajuste fiscal ainda não apareceram totalmente. Os números de desemprego só estão subindo de forma mais acentuada agora: de 6,9% para 7,5% (últimos números da Pesquisa Mensal do Emprego) e de 7,9% para 8,3% (últimos números da PNAD Contínua). Isso deve continuar pressionando os salários para baixo. Um respiro poderia estar vindo do setor externo, já que a queda do real torna os produtos brasileiros mais competitivos e os importados menos atrativos. E de fato, as exportações subiram 7,5% e as importações caíram 11,7% na comparação anual. Mas a contribuição é mais baixa do que em períodos anteriores (como 2003) por causa de dois fatores: não é só o real que está depreciando, e a demanda do mundo não está ajudando.
Compartilhar