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AULA 01 e 02 - Apresentação da disciplina sociologia jurídica e judiciária. Sociologia jurídica e judiciária como ciência social

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SOCIOLOGIA JURÍDICA E JUDICIÁRIA
CURSO DE DIREITO
Prof. Carlos Bezerra
AULA 01 - Apresentação da disciplina sociologia jurídica e judiciária
AULA 02 - Sociologia jurídica e judiciária como ciência social
A Sociologia Jurídica e Judiciária 
no Campo das Ciências Sociais
A sociologia jurídica examina a influência dos fatores sociais sobre o direito e as incidências deste último na sociedade, ou seja, os elementos de interdependência entre o social e o jurídico, realizando uma leitura externa do sistema jurídico. SABADELL, Ana Lucia. Manual de Sociedade Jurídica. 4. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p.60.
A sociologia judiciária tem o poder judiciário e as funções auxiliares à Justiça como objeto de estudo.
A Sociologia e o Direito durante muito tempo ignoraram-se mutuamente, hostilizaram-se mesmo.
O encontro entre as duas ciências ocorreu paulatinamente a partir de 1882 – Principles of sociology – Herbert Spencer, onde há um capítulo dedicado às leis.
Culmina com Émile Durkheim. 
O Direito é para a Sociologia
uma ciência essencialmente 
social, oriunda da sociedade e
para a sociedade
1895
1893
A Sociologia Jurídica e Judiciária 
no Campo das Ciências Sociais
O que é o Direito?
“Conjunto de normas de conduta, universais, abstratas, obrigatórias e mutáveis, impostas pelo grupo social, destinadas a disciplinar as relações externas do indivíduo, objetivando prevenir e compor conflitos. “ 
CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de sociologia jurídica. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
SOCIALIZAÇÃO E CONTROLE
Do latim societas, que significa "associação amistosa com outros“
Característica principal: ORGANIZAÇÃO, ou seja, ocorre “divisão social do trabalho”: cada indivíduo executa funções coletivas ou específicas, mas todas interdependentes, para a sobrevivência ou expansão do grupo.
SOCIALIZAÇÃO E CONTROLE
SOCIEDADE
Humana
Animal
Regras derivam da vontade humana, são criadas
Regras são naturais, instintivas
SOCIALIZAÇÃO E CONTROLE
Montesquieu
Teoria dos três poderes
Há três habilidades ou poderes sobre “o espírito das leis”: criar as regras (legislar); julgá-las e a conformidade das ações (judiciar); e dar-lhes ação (executar). 
Somente os homens são capazes de construir sua própria sociedade e mudá-la conforme vontades, ao passo que os demais animais permanecem fortemente ligados aos padrões naturais herdados.
SOCIALIZAÇÃO E CONTROLE
Teoria tridimensional – Miguel Reale
DIREITO
OBJETIVO
SUBJETIVO
Conjunto de regras (leis, regulamentos, costumes) que preside a nossa sociedade
NORMA AGENDI
Faculdades de agir atribuídas a cada pessoa (física ou jurídica)
FACULTAS AGENDI
SOCIALIZAÇÃO E CONTROLE
SOCIALIZAÇÃO E CONTROLE
Teoria tridimensional – Miguel Reale
 Sociologia Jurídica 
O direito é um fato social ou uma função da sociedade. 
Os sociólogos do direito consideram que o direito possui uma única fonte: a vontade do grupo social. 
A sociologia jurídica deve pesquisar o fato do direito, cuja manifestação não depende da lei escrita, mas sim da sociedade, que produz estes fatos e cria relações jurídicas. 
A sociologia jurídica examina as causas (sociais) e os efeitos (sociais) das normas jurídicas. Objetivo de análise é a realidade jurídica, na tentativa de responder três questões fundamentais: 
Por que se cria uma norma ou um inteiro sistema jurídico? 
Quais são as conseqüências do direito na vida social? 
Quais são as causas sociais da decadência do direito, que se manifesta por meio do desuso e da abolição de certas normas ou mesmo mediante a extinção de determinado sistema jurídico?
 Sociologia Jurídica 
A Lei de Introdução ao Código Civil (LICC), em seu art. 5º, propõe uma regra de interpretação, in verbis: 
Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige a às exigências do bem comum. 
 Sociologia Jurídica 
Ubi societas ibi ius
		Onde está a sociedade, aí está o direito.
Ubi non est justitia, ibi non potest esse jus
		Onde não há justiça, não existe direito 
 Sociologia Jurídica 
“A sociedade sem o Direito não resistiria, seria anárquica, teria o seu fim. O Direito é a grande coluna que sustenta a sociedade. Criado pelo homem, para corrigir a sua imperfeição, o Direito representa o grande esforço para adaptar o mundo exterior às suas necessidades de vida” - Introdução ao Estudo do Direito - Paulo Nader
 Sociologia Jurídica 
MATERIAL COMPLEMENTAR
	ATIVIDADE
CASO 1 - A decisão a seguir foi proferida pelo Superior Tribunal de Justiça e exemplifica a presença cada vez mais constante de temas correlacionados à Sociologia Jurídica nos nossos tribunais. Leia e reflita, respondendo à questão proposta: 
“Tendo em vista as peculiaridades do caso concreto, faz-se imprescindível interpretar a lei deforma mais humana, teleológica, em que princípios de ordem ético-jurídica conduzam ao único desfecho justo: decidir pela preservação da vida. Não se pode apegar, de forma rígida, à lei, e sim, considerá-la com temperamentos, tendo-se em vista a intenção do legislador, mormente perante preceitos maiores insculpidos na Carta Magna garantidores do direito à saúde, à vida, e à dignidade humana, devendo -se ressaltar o atendimento das necessidades básicas dos cidadãos ”. (STJ, 1ª Turma, Min. José Delgado, ROMS n°11183/PR, DJU 04/09/00, p.121). A partir dos termos acima, analise a importância do estudo da Sociologia Jurídica para a compreensão e aplicação do Direito.
CASO 2 – 
 TJ/SP AUTORIZA INTERRUPÇÃO DE GRAVIDEZ DE FETO ANECEFÁLICO Foram os termos do fundamento dado pela 13ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo para autorizar a interrupção de gravidez de uma mulher que estava na 16ª semana de gestação. A autorização para o aborto foi dada por votação unânime diante da comprovação de que o feto era anencéfalo. C.L.A. entrou com recurso contra sentença da 2 ª Vara do Júri do Foro de Santana, na capital paulista, negando seu pedido. O juiz argumentou que o aborto não encontra amparo legal. site Conjur " É a vida que faz o Direito e não o Direito que faz a vida. A ausência de lei expressa não significa que o Judiciário não possa autorizar a interrupção da gravidez quando a vida fora do útero se mostra absolutamente inviável e constitui risco à saúde da gestante. Afrontaria elementar bom senso exigir que a mulher prossiga agasalhando em seu ventre feto absolutamente inviável. Permitir a interrupção da gravidez, em casos assim, exalta a prevalência dos valores da dignidade humana, da liberdade, da autonomia e da saúde, em absoluta consonância com os parâmetros constitucionais." 
Relacione este caso ao seguinte comentário de Cavalieri Filho (CAVALIERI FILHO, 2004, p.161): “é por isso que se diz não existir norma jurídica, senão norma jurídica interpretada”. 
 Nesse sentido, estude a previsão do artigo 5 º da LICC e avalie de que forma a Sociologia Jurídica e Judiciária se faz presente?
	ATIVIDADE
QUESTÃO OBJETIVA 
Diante da presença constante de temas correlacionados à Sociologia Jurídica nos julgados dos nossos tribunais, podemos concluir que:
 I. é desejável que o profissional do Direito se torne distante do meio social, para não ficar sujeito a transformações econômicas, políticas, culturais, religiosas e tecnológicas; 
II. o jurista por vezes deve se omitir diante de determinados assuntos e contendas sociais, para resguardar sua imagem; 
III. o jurista deve ser capaz de realizar uma análise da realidade social, com embasamento científico, que lhe proporcione uma aplicação equânime do Direito;
IV. a produção do Direito ocorre por profissionais com conhecimento jurídico-dogmático, isento de valores pessoais e sem influência de outras áreas científicas;
V. a participação multidisciplinar é capaz de garantir a produção e aplicação do Direito deforma mais adequada aos anseios da sociedade. 
Estão corretas as alternativas: 
I, II e III; 
 II, III e V; 
 III e IV;
III e V; 
 I, III e IV.
	ATIVIDADE
A Lei de Introdução ao Código Civil (LICC), em seu art. 5º, propõe uma regra de interpretação, in verbis: Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige a às exigências do bem comum. 
Lei o artigo: Qual é a polêmica jurídica que envolve o art. 5º da Lei de Introdução ao Código Civil?
Disponível em: http://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?idmodelo=6393
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Decisão histórica
 
Em 12 de abril, após oito anos de discussão, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, que mulheres que optam por abortar fetos anencéfalos e médicos que interrompem a gravidez não cometem crime. A maioria dos ministros entendeu que um feto com anencefalia é natimorto e, portanto, a interrupção da gravidez não é comparada ao aborto, considerado crime pelo Código Penal. Em vigor desde 1940, o Código prevê apenas dois casos para autorização de aborto legal: quando coloca em risco a saúde da mãe e em caso de gravidez resultante de estupro. Conforme médicos ouvidos na audiência pública realizada pelo STF em 2008, a gravidez de feto sem cérebro pode provocar uma série de complicações à saúde da mãe, como pressão arterial alta, risco de perda do útero e, em casos extremos, a morte da mulher. Por isso, ministros afirmaram que impedir a mulher de interromper a gravidez nesses casos seria comparável a uma tortura. “O que se pede é o reconhecimento desse direito que tem a mulher de se rebelar contra um tipo de gravidez tão anômala, correspondente a um desvario da natureza. Dar à luz é dar à vida e não à morte”, afirmou o ministro Ayres Britto.
O Brasil é o quarto país do mundo com maior prevalência de nascimentos de bebês com anencefalia (ausência parcial ou total do cérebro), segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). A incidência é de cerca de um caso para cada 700 nascimentos. O primeiro lugar é ocupado pelo País de Gales, onde são registrados de 5 a 7 casos para cada 1.000 nascimentos.
O Conselho Federal de Medicina definiu as regras a serem seguidas para o aborto de fetos anencéfalos
A interrupção da gestação só será recomendada quando houver um “diagnóstico inequívoco de anencefalia”
O exame ultrassonográfico deverá ser feito a partir da 12ª semana de gravidez (três meses de gestação)
O exame precisa ser assinado por dois médicos
É necessário o registro de duas fotografias que mostrem o feto verticalmente e outra em polo cefálico, detalhando a caixa encefálica
A cirurgia para interromper a gravidez deve ocorrer em local com estrutura adequada
Os conselhos regionais de medicina deverão atuar como “julgadores e disciplinadores” da decisão seguindo “a ética”
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