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Caderno TRIBUTÁRIO

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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO III
 
Código: DIR 526
Carga Horária Semestral: 30
Duração/Semana: 15
N° de Créditos: Teórica: 02
                          Prática: 00
                          Total: 02
Pré-requisitos: DIR 525
Natureza: Obrigatória
 
 
Ementa:
Vigência, interpretação, integração e aplicação da legislação tributária. A obrigação tributária. O crédito tributário. Suspensão da exigibilidade do crédito. Extinção do crédito tributário. Exclusão do crédito tributário. A administração pública e suas prerrogativas.
 
Objetivo:
O objetivo da disciplina é possibilitar ao discente a compreensão da obrigação tributária, desde o momento de seu nascimento, passando por sua exigência, até a sua extinção. Destaca-se que a matéria visa a oferecer ao aluno maior interação com a prática tributária, e portanto exigirá do mesmo uma postura crítica sobre a atuação da administração pública e as decisões judiciais. Além disso, a disciplina propõe-se a construir sistematicamente os pilares do ordenamento tributário codificado através da Lei nº 5.672/66.
 
 
Conteúdo Programático:
 
UNIDADE 1
Vigência, Interpretação, Integração e Aplicação da Legislação Tributária.
       A expressão legislação tributária do art. 96.
       Aplicação espacial da legislação.
       As normas complementares tributárias:
-        A vigência das normas tributárias.
-        Irretroatividade das modificações nos critérios de apuração do tributo.
       A majoração dos tributos:
-        A questão da modificação das alíquotas, base de cálculo e a correção monetária.
       A retroatividade benéfica ao contribuinte:
-        Possibilidades.
       A interpretação das normas tributárias:
-        Utilização dos conceitos de direito privado e o abuso de formas. O confronto aparente entre os artigos 109 e 110 do CTN.
-        Interpretação restritiva e interpretação favorável ao contribuinte.
-        Integração da legislação tributária.
       Os tratados internacionais, a Constituição Federal de 1988 e o CTN.
-        Validade dos tratados.
       A superioridade dos tratados em relação à legislação parcial da União, Estados e Municípios.
-        A questão das isenções.
 
UNIDADE 2
A Obrigação Tributária.
       O art.113 do CTN e as obrigações principais e acessórias:
-        A questão das multas por infrações tributárias.
       O fato gerador:
     -  A norma geral anti-elisiva.
       A inadequação da terminologia “fato pendente”.
        O sujeito ativo da obrigação tributária.
        O sujeito passivo da obrigação tributária:
-        Conceito. Contribuinte e responsável.
-        Solidariedade em matéria fiscal.
-        Sujeição passiva direta substituição tributária e o contribuinte.
-        Sujeição passiva indireta:
 Por sucessão.
 Por imputação legal.
 Por vontade das partes.
-        A responsabilidade tributária objetiva e a análise da causa da infração tributária.
-        Denúncia espontânea.
 
UNIDADE 3
O Crédito Tributário.
       O crédito tributário como objeto da obrigação tributária.
       Alterações no crédito tributário e o princípio da legalidade.
       Lançamento:
-        Conceito.
-        Natureza do lançamento.
-        O lançamento e os procedimentos preparatórios e revisionais - inexistência de lançamento provisório.
-        Modalidades de lançamento no direito brasileiro e sua análise crítica:
 Lançamento de ofício.
 Lançamento por homologação.
 Lançamento  por declaração
-        Decadência do direito de lançar ou rever o lançamento.
 
UNIDADE 4
Suspensão da Exigibilidade do Crédito.
       A moratoria e o parcelamento.
       O depósito judicial e administrativo.
       Medidas liminares.
       Recurso administrativo.
 
UNIDADE 5
Extinção do Crédito Tributário.
       O pagamento:
-        Local e data.
-        Imputação do pagamento.
-        Pagamento a menor e lançamento.
-        Consignação judicial do pagamento.
-        Pagamento indevido e repetição do indébito:
 Restituição e repercussão jurídica obrigatória.
 Prescrição da ação de restituição.
       Compensação.
       Transação.
       Remissão.
       A prescrição do crédito tributário e a decadência do direito da Fazenda em cobrá-lo.
       Decisões:
 Decisões administrativas irrecorríveis.
 Decisões judiciais transitadas em julgado.
 
UNIDADE 6
Exclusão do Crédito Tributário.
       Impropriedade da terminologia.
        Diferença entre isenção, imunidade e redução fiscal.
        Isenções:
-        Conceito.
-        Concessão.
-        Revogação.
        Anistia.
 
UNIDADE 7
A Administração Pública e suas Prerrogativas.
       Privilégios e garantias da Fazenda Pública.
-        O patrimônio do  contribuinte como garantia do crédito tributário.
-        Créditos tributários e juízos universais.
 A massa falida.
 O inventário.
       A administração tributária.
-        O direito de fiscalizar e seus limites:
 O dever fazendário de vistoriar e informar seus limites. O
 O sigilo bancário e fiscal.
 A imprestabilidade de provas emprestadas. E
 Excesso de exação.
       Dívida Ativa. O fornecimento de certidões de situação fiscal do contribuinte.
 
 
 
	BIBLIOGRAFIA BÁSICA
 
Curso de direito tributário brasileiro. Sacha Calmon Navarro Coêlho (FORENSE).
Direito tributário brasileiro. Aliomar Baleeiro (FORENSE).
Direito tributário brasileiro. Luciano Amaro. (SARAIVA)
	BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
	Curso de direito constitucional tributário. Roque Antonio Carrazza (MALHEIROS)
Curso de direito tributário. Hugo de Brito Machado (MALHEIROS).
Curso de direito tributário. Paulo de Barros Carvalho (SARAIVA).
Direito processual tributário brasileiro. James Marins (DIALÉTICA).
Direito tributário brasileiro. Aliomar Baleeiro (FORENSE).
24/02/2015
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO (Pág. 189 a 219)
CF -> é onde se encontra os limites ao poder de tributar. Também dita a competência de cada tipo de lei e dita também quem tem a competência para instituir tributos. Dita cada tipo tributário (perfil do tributo).
LC -> desenvolve os princípios básicos enunciados na CF e complementação das disposições constitucionais (ex: regular as limitações constitucionais ao poder de tributar). Estabelece normas gerais de direito tributário (aumenta o grau de detalhamento dos modelos presentes na CF) regulando as limitações e compondo os conflitos de competência. Tem o papel também de instituir alguns tributos (nesse caso terá o nome, mas não a natureza de lei complementar).
CTN -> princípio da recepção: o CTN tem natureza de lei ordinária, mas foi recepcionado como lei complementar pela CF, salvo naqueles aspectos que contrariam preceitos substantivos da CF. Entretanto, as mudanças a serem realizadas no CTN reclamam a necessidade de leis complementares. O CTN tem a função de padronizar as regras tributárias para todo o país.
LO -> Institui, cria o tributo, definindo-o exaustivamente em sua definição abstrata. A definição concreta (nascimento da obrigação tributária) se expressa quando da ocorrência do fato gerador (subsunção do fato à norma abstratamente estabelecida). Instrumento formal mediante o qual se exercita a competência tributária.
Lei delegada -> pode instituir tributos, mas é pouco usada em função da existência da MP.
MP -> Tem força de lei ordinária. Age como sucedâneo da lei. Tem que ter relevância e urgência (isso serve para controlar a legitimidade do exercício do excepcional poder). Tem que ser aprovado pelo Congresso. Se não for aprovado ou nem apreciado, perde o efeito de forma ex-tunc. Se na instituição ou majoração de impostos sujeitos ao princípio da anterioridade, a MP deve ser convertida em lei até o último dia do exercício de sua edição, sob pena de não ser eficaz no exercício seguinte àquele. Parte da doutrina só admitem as MP em matéria tributária para a criação de impostos extraordinários (de guerra) e empréstimos compulsórios de calamidadepública e guerra externa (matérias que competem a LC).
Tratados internacionais (TI) -> Estabelecem mecanismos que evitam a dupla tributação internacional de rendimentos e reduzem ou excluem ônus tributários no comércio internacional. “Revogam (na verdade não revogam) ou modificam (não revoga parcialmente) a legislação interna e serão observados (quem deve observar é o intérprete) pela que lhes sobrevenha” (98, CTN). O aparente conflito normativo entre tratado e lei interna se resolve pela aplicação do preceito do tratado, que, no caso, está para a lei interna (seja federal, estadual ou municipal) assim como a norma especial está para a norma geral (existe harmonia e não confronto entre preceito convencional e legislação interna). Isso é expressão da eficácia natural dos tratados e não de um primado dos tratados sobre a lei interna. Os tratados têm um efeito negativo, já que não criam, mas sim autorizam os tributos. Visão monista: os tratados incorporam-se ao direito interno quando da sua vigência. Visão dualista: tratados precisam de ser convertidos em lei interna. A jurisprudência tem rechaçado o preceito explícito no art. 98 do CTN, uma vez que concorda com a posição de que lei interna (lei orgânica federal) posterior ao tratado “revoga” o tratado, já que hierarquicamente estaria em igual posto. Sendo assim, no plano internacional, o País ficaria sujeito às eventuais sanções previstas no tratado.
Poder executivo pode alterar as alíquotas dentro dos limites previstos pela LO para II, IE, IPI e IOF.
NORMAS COMPLEMENTARES: A observância delas fazem presumir a boa-fé do contribuinte. Servem para explicitar preceitos legais, ou instrumentar o cumprimento de obrigações fiscais. Esclarecem dúvidas do sujeito passivo e dirimem eventuais conflitos que poderiam ser gerados pela equivocada interpretação da lei. São os atos normativos expedidos pela autoridade administrativa. São as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa a que a lei atribua eficácia normativa (papel uniformizador na aplicação da lei). Além disso, são as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas. E por fim, são os convênios que entre si celebrem a U,E, DF e M. Estão hierarquicamente abaixo da lei. Fazem parte da legislação tributária. 
Proteção da confiança (dos administrados na administração pública): uma portaria determina o pagamento de um imposto em um dia e a lei determina em outro dia. O contribuinte não pode ser penalizado por seguir a orientação da portaria, feita pelo chefe do executivo, ao qual se pressupõe um dever de ter uma consciência geral a respeito da legislação.
Obs: empréstimo compulsório e impostos sobre grandes fortunas só podem ser instituídos por lei federal.
% da alíquota x base de cálculo: valor do imposto 
A mera atualização da base de cálculo não constitui a sua majoração. O índice de atualização dos tributos deve estar previsto em lei. 
03/03/2015
VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA (pág. 219)
VIGÊNCIA NO ESPAÇO -> Ideia de auto-consentimento da lei tributária: Para evitar um impasse de legitimidade e representação, o território é o limite espacial da soberania, no caso do Estado nacional e da autonomia, no caso dos Estados-membros, DF e Municípios. 
Extraterritorialidade: ocorre no caso dos convênios.
VIGÊNCIA NO TEMPO -> Para normas complementares, isto é, os atos expedidos pelas autoridades vigem a partir de sua publicação e os efeitos normativos passam a vigorar trinta dias após a publicação.
Art. 104 (pág. 225)
Imposto de renda e fatos geradores pendentes (a terminologia é errada): fatos complexos x fatos instantâneos. Na prática, ocorre a retroatividade, usando a lei nova para reger todo o ano anterior ao pagamento. Segundo o Thiago, isso está errado. Só poderia usar a lei para reger os fatos geradores que ocorrem após ela. No caso do IR, o certo é que houvesse a vigência da lei em um ano (ano x), e só no outro ela seria aplicada para reger os fatos geradores do ano seguinte (ano y) ao nascimento da lei. No outro ano então (ano z) é que haveria o pagamento.
LEI INTERPRETATIVA -> É inconciliável com o princípio constitucional da irretroatividade. Seria inútil, uma vez que sofre todas as limitações aplicáveis às leis retroativas. Ou ela inova o direito anterior, sendo por isso retroativa e, por conseguinte, inconstitucional (nesse caso ela será inoperante); ou ela se limita a repetir o que já dizia a lei anterior (nesse caso ela será inócua). Engessar a interpretação que deveria ser usada pelos órgãos julgadores é entrar no mérito dos casos concretos, cuja função é do poder judiciário.
RETROATIVIDADE BENIGNA -> Sanção às infrações tributárias x tributo. Aplica-se retroativamente a lei nova quando mais favorável ao acusado do que a lei vigente à época da ocorrência do fato. Prevalece a lei mais branda (lex mitior). Deve ser, obviamente, ato não definitivamente julgado. Do art. 112, prevaleceria a alínea A in dubio pro reo, uma vez que é a mais favorável ao réu.
10/03/2015
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA
O tributo é uma norma de rejeição social.
Se antes a intepretação era ditada por quem detinha poder, agora, o Estado está submetido ao Direito. Por isso, pelo menos em última instância, quem interpreta é o judiciário, uma vez que nenhuma ameaça de direito será excluída da apreciação do judiciário. Para tanto, o primeiro a interpretar é o contribuinte. 
É possível que caminhemos para a consensualidade entre contribuinte e estado, sob a via da transação tributária. Hoje existe uma grande litigiosidade. 
“Interpretação é atividade que se presta a transformar disposições (textos/enunciados) em normas; é meio de expressão dos conteúdos normativos das disposições, meio através do qual o juiz desvenda as normas contidas nas disposições” (Eros Grau)
Desvendar?
Ex: Trajes de banho
INTERPRETAÇÃO
Métodos
- Gramatical: literal, o texto da lei consegue ser claro e aponta a interpretação que deve ser dada, sem que o intérprete precise de se valer de recursos interpretativos como o histórico, o sistemático, etc.
- Histórico: para se identificar a melhor interpretação, deve-se considerar o contexto histórico em que a lei foi feita para que consigamos tentar adivinhar quais eram os valores que o legislador, por uma questão de demanda, pretendia proteger.
- Sistemático: Nenhum dispositivo será interpretado separadamente, deve-se considerar o sistema de forma integral e interpretar a lei à luz desse ordenamento, desse sistema de forma geral.
- Teleológico: tenta descobrir qual o era fim buscado pelo legislador no momento. 
Pluralismo metodológico: não se ater a apenas um método. “O intérprete deve partir do exame do texto legal, perquirindo o sentido das palavras utilizadas pelo legislador (na chamada interpretação literal ou gramatical); cumpre-lhe, todavia, buscar uma inteligência do texto que não descambe para o absurdo, ou seja, deve preocupar-se com dar à norma um sentido lógico (interpretação lógica), que harmonize com o sistema normativo em que ela se insere (interpretação sistemática), socorrendo-se da análise das circunstâncias históricas que cercaram a edição da lei (interpretação histórica), sem descurar das finalidades a que a lei visa (interpretação finalística ou teleológico).
Paradoxo da simplificação do direito: O direito, para ser acessível, deve ser simples. Mas para ser simples, ele tem que desconsiderar muitas particularidades. Se o direito serve para reger as pessoas, nós deveríamos ter a condição de saber o que ela está dizendo.
Como aplicar o direito em uma sociedade “de alta rapidez” e fluida? 
Kelsen -> interpretação é um ato de vontade, mas não é um mero ato de vontade, porque é balizado pelo texto da lei.
Interpretação e integração
- Integração: processo pelo qual, diante da omissão ou lacuna da lei, se busca preencher o vácuo. Após se esgotar o trabalho de interpretação sem que se descubra preceito no qual determinado caso deva subsumir-se, utilizam-se os processos de integração,a fim de dar solução à espécie.
- Interpretação: processo pelo qual se procura identificar o que determinado preceito legal quis dizer.
Entretanto, o uso da integração pressupõe a interpretação, para que se possa firmar premissa de que a lei é lacunosa. Ademais, a arte de preencher as lacunas da legislação não se faz à margem do direito, embora se desenvolva fora dos limites do texto expresso da lei. Portanto, a integração persegue também a identificação da melhor qualificação jurídica para determinado fato, que é exatamente o escopo visado pela interpretação, quando posta como etapa necessária à aplicação do direito. 
O CTN, contrariando a lógica acima, conceitua interpretação e integração de formas distintas. 
Princípio da legalidade -> submissão do estado à lei: Não se pode valer da analogia (integração) para criar um tributo que não foi expressamente indicado na lei. A integração, e portanto, a analogia, na lei tributária, pode ser usada para outros fins. É inclusive, uma obrigação do juiz, que na falta de lei expressa, deve recorrer à analogia. (§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.)
“Incompletude incompletável”
Texto e norma
Art. 107. A legislação tributária será interpretada conforme o disposto neste Capítulo.
Deve-se interpretar usando recursos da hermenêutica jurídica que ultrapassa os dispositivos deste capítulo, uma vez que ela é deficiente e lacunosa, e alguns de seus preceitos nem sequer resistem à aplicação dos critérios interpretativos por ele exigidos. 
A regra é justamente a submissão do direito tributário ao conjunto de métodos interpretativos fornecidos pela teoria da interpretação jurídica; por exceção, nas situações disciplinadas expressamente, o intérprete deve procurar (na medida em que isso seja possível) dar preferência aos critérios indicados pelo CTN. 
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I - a analogia;
II - os princípios gerais de direito tributário;
III - os princípios gerais de direito público;
IV - a eqüidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. (princípio da reserva da lei)
§ 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.
No caso dos §s, a legalidade funcionará nos dois sentidos, não só impedindo de tributar além, como aquém do que a lei determina. Alguns autores defendem que o art. 108 deve ser seguido pelo fiscal tributário, mas não pelos juízes.
O art. 108 busca orientar o aplicador da lei, em sentido amplo.
Não tem fundamento a hierarquização dos instrumentos de integração segundo a ordem indicada pelo CTN. A prevalência de um ou mais instrumentos, uma vez que podem ser combinados, se dá no caso concreto. A enumeração do art. 108 não é taxativa. Ex: princípios gerais do direito.
Analogia
Consiste na aplicação a determinado caso, para qual inexiste preceito expresso, de norma legal prevista para uma situação semelhante. Enquanto a interpretação extensiva teria por objetivo identificar o “verdadeiro” conteúdo, alcance da lei, e hipótese de incidência, insuficientemente expresso no texto normativo, a integração (cuja analogia é espécie) visa preencher a lacuna legislativa. Num caso, a lei se omitiu porque foi mal escrita; no outro, ela também se omitiu, embora por motivo diverso, qual seja, o de não se ter pensado na hipótese.
 Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
 I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Portanto, é proibida a analogia também nos temas acima. 
Princípios gerais de direito tributário e analogia
Por meio dos princípios gerais do direito tributário, a solução para a lacuna acha-se por meio de processo lógico de conformação do regramento do caso concreto com o conjunto do direito vigente, o que supõem que se invoquem os princípios integrantes desse sistema, e não uma norma; a utilização de certa norma posta no sistema traduziria hipótese de analogia legis.
O caminho da analogia juris é parecido com o da interpretação sistemática; nesta, tem –se uma norma, cuja interpretação se busca em harmonia com o sistema jurídico em que ela se insere; na analogia juris, procura-se construir norma para o caso concreto que se harmonize com o sistema jurídico em que a disciplina desse caso deve ser inserida. 
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida (...).
A interpretação restritiva é de regra no caso de dúvidas em matéria de infrações e penalidades: in dubio pro reo.
Equidade
A equidade não atua, portanto, somente no plano da integração da legislação tributária.
Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:
I - à situação econômica do sujeito passivo;
II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato;
III - à diminuta importância do crédito tributário;
IV - a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso;
V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.
Nesse caso a remissão atua no efeito da incidência da norma e não no plano de subsunção do fato.
A vedação de utilizar a equidade para dispensar tributo é dirigida ao aplicador da lei, e não ao legislador.
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
O ideal do justo pode levar a ter-se de mitigar o rigor da lei, ou a construir, para o caso concreto, uma norma que lhe dê tratamento justo. A equidade pode levar: A) A optar, entre as possíveis consequências legais de determinada situação concreta, por aquela que mais se ajuste ao conceito de justiça (interpretação benigna; in dubio pro reo, in dubio pro libertare); ou b) a criar, para o caso concreto, uma norma que, excepcionando a dura lex, ou preenchendo uma lacuna legal, dê àquela situação concreta uma disciplina jurídica justa, que seria aquela que, provavelmente, teria dado o legislador, se tivesse presentes, ao editar a lei, as características materiais ou pessoais específicas daquela situação concreta (interpretação por equidade).
§ 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. (não só na ausência de disposição legal, mas de forma geral, não permitindo ao legislador criar uma norma de exceção -> reserva legal)
Princípios gerais de direito privado
Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários.
O instituto de direito privado é “importado” pelo direito tributário com a mesma conformação que lhe dá o direito privado, sem deformações, nem transfigurações. O direito forma um único sistema, onde os conceitos jurídicos (não só do direito privado, mas do direito como um todo) têm o mesmo significado, salvo se a lei tiver expressamente alterado tais conceitos.
Os efeitos tributários desse negócio jurídico não deverão ser pesquisados com o emprego de “princípios gerais de direito privado”.
Conceitos jurídicos não utilizados para definir a competência tributária podem ser alterados (para fins fiscais, obviamente) pela lei tributária.
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competênciastributárias.
Não é a o intérprete, mas sim ao legislador que o dispositivo diz que, em tais ou quais circunstâncias, a lei não pode modificar este ou aquele conceito.
O legislador não pode expandir o campo de competência tributária que lhe foi atribuído, mediante o artifício de ampliar a definição, ou conteúdo ou o alcance de institutos de direito privado utilizados para definir aquele campo. 
Isso acontece porque a lei tributária não tem competência para expandir o alcance do tributo. A CF outorga à lei complementar a regulação das chamadas “limitações constitucionais do poder de tributar”. Ou seja, a LC só pode limitar. 
Interpretação estática (continuidade): continua tributando considerando conteúdo expresso pelo legislador constitucional.
Interpretação dinâmica (descontinua): o direito tributário deve seguir as alterações conceituais realizadas após os conceitos dados pela constituição.
INTERPRETAÇÃO LITERAL
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
 I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
O inciso II foi redundante, porque o I já engloba ele.
I: 
 Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
  I - moratória;
 II - o depósito do seu montante integral;
  III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;
  IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
  V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)    
  VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)  
  Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes.
II:
Art. 175. Excluem o crédito tributário:
I - a isenção;
II - a anistia.
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente.
Nessas matérias, quer o Código que o intérprete se guie preponderantemente pela letra da lei, sem ampliar seus comandos nem aplicar a integração analógica ou a interpretação extensiva.
INTERPRETAÇÃO BENIGNA
Deve-se atentar para o fato de que interpretação benigna, a exemplo da retroatividade benigna, só é aplicável em matéria de infrações e penalidades. No campo da interpretação do tributo, deve-se caminhar, em regra, para uma interpretação mais estrita.
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
I - à capitulação legal do fato;
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
I a III:
Não se cuida da identificação do sentido e do alcance da lei, mas sim da valorização (interpretação) dos fatos. A questão atém-se à subsunção, mas a dúvida que se põe não é sobre a lei, e sim sobre o fato. 
IV:
Se refere tanto a dúvidas sobre o fato ocorrido como sobre o conteúdo e alcance da norma punitiva.
31/03/2015 – pág 249 a 267	
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Essa parte da matéria procura definir como a legislação deve ser interpretada diante de certos comportamentos do indivíduo, que, em geral de modo voluntário, procura estruturar seus negócios e suas atividades seguindo caminhos que se revelam fiscalmente menos onerosos. 
Consenso -> os autores aceitam que o indivíduo possa escolher, entre dois caminhos lícitos, aquele que fiscalmente seja menos oneroso. 
Se a atuação do indivíduo percorre trilhas lícitas (no pressuposto de que, por outras sendas, seria tributado), diz-se que ele procedeu à evasão lícita, ou elisão, ou economia de imposto. Ao contrário, se, na tentativa de encontrar um percurso livre de ônus fiscais, o indivíduo adotou um roteiro ilegal, diz-se que ele praticou evasão ilegal (ou evasão). 
Deve-se verificar se o indivíduo evitou a ocorrência do fato gerador (com o uso dos meios formais que tenha engendrado) ou se ocultou (disfarçou, mascarou) o gato (gerador) efetivamente ocorrido, mediante o emprego de certos instrumentos formais que não retratem os fatos reais. No primeiro caso, ter-se-ia a economia lícita de tributo; no segundo, a evasão fraudulenta. 
Dissenso -> em que circunstâncias o meio utilizado é ou não lícito, na perspectiva da lei fiscal. 
SIMULAÇÃO E DISSIMULAÇÃO DO FATO GERADOR 
Simulação é quando acontece uma situação real e na qual a sua situação formal correspondente aponta para a ocorrência de um fato gerador de tributo. Entretanto, o contribuinte simula a existência de uma situação formal diferente da situação real, uma vez que nessa situação formal ocorreria a não incidência. Portanto simula-se a não-incidência.
Já na Dissimulação, o contribuinte não assume nem que a situação real aconteceu, isto é, a dissimulação ocorre num estágio anterior à simulação. Dissimula-se a situação real, e por isso, o fato gerador, pois sabe-se que, se se assumisse a existência da situação real, ocorreria o fato gerador.
Planejamento tributário: utilização de forma lícita para evitar, reduzir ou retardar a incidência tributária em uma determinada operação. Por que? Para manter-se vivo. Aumentar os lucros. 
 - Simulação relativa: elisão fiscal e elusão. 
Elusão fiscal está no meio do caminho: é lago entre a elisão e a evasão. A pessoa faz tudo de acordo com a lei, mais no intuito de contrariá-la. 
Existem controvérsias até mesmo terminológicas a respeito desse tema. 
“Se o legislador quiser tributar a forma alternativa, basta fazê-lo de modo expresso, sem deixar para o intérprete a tarefa (ilegal) de estender o tributo para situações não previstas.
- Simulação absoluta (evasão): uma vez comprovada, autoriza o Fisco a determinar os efeitos tributários decorrentes do negócio realmente realizado, no lugar daqueles que seriam produzidos pelo negócio retratado na forma simulada pelas partes. Exemplo: se “A” formalizar a doação de um bem para “B”, e “B” formalizar a “doação” de uma quantia em dinheiro para “A”. em operações “casadas”, o fato assim instrumentado é (e terá tratamento tributário de) uma compra e venda, pois as “doações” estarão viciadas por simulação.
Evasão fiscal: Ocorre o fato gerador, o contribuinte tenta esconder a existência do fato gerador, burlando o fisco. Está evidentemente na esfera da ilicitude.
CC – 167: É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
Visão conservadora (dá mais liberdade ao contribuinte), visão inovadora (menos liberdade ao contribuinte).
Art. 116: Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.       
O questionado parágrafo não revoga o princípio da reserva legal, não autoriza a tributação por analogia, não introduz a consideração econômica no lugar da consideração jurídica. O que permite à autoridade fiscal nada mais é do que, ao identificar a desconformidade entre os atos ou negócios efetivamente praticados (situação jurídica real) e os atos ou negócios retratados formalmente (situação jurídica aparente), desconsiderar a aparência em prol da realidade. 
Dever de prova: 
CAPÍTULO II
Constituição de CréditoTributário
SEÇÃO I
Lançamento
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
 Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
O vínculo obrigacional se instaura com a ocorrência do fato gerador do tributo (situação material, legalmente prevista, que configura o suporte fático da incidência tributária).
O Código utiliza como critério de discriminação entre as obrigações tributárias principais e acessórias a circunstância de o seu objeto ser ou não de conteúdo pecuniário, ou seja, será principal a obrigação que tiver como objeto uma prestação de dar dinheiro (a título de tributo ou de penalidade pecuniária).
O “fato gerador” da obrigação tributária principal que tenha por objeto o pagamento de penalidade é a infração. A sanção – pecunária embora – não é tributo. 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Obrigação acessória é aquela sem conteúdo pecuniário, que se traduz em prestações positivas ou negativas (obrigações de fazer ou não fazer), no interesse da fiscalização ou arrecadação de tributos. A acessoriedade da obrigação dita “acessória” não significa que a obrigação tributária assim qualificada dependa da existência de uma obrigação principal à qual necessariamente se subordine. Elas objetivam dar meios à fiscalização tributária para que esta investigue e controle o recolhimento de tributos (obrigação principal). Elas são instrumentais e só há obrigações instrumentais na medida da possibilidade de existência das obrigações para cuja fiscalização aquelas sirvam de instrumento.
Obrigações de adimplemento exigido pela lei e obrigações de adimplemento subordinado a providência do sujeito ativo
A obrigação de pagar tributo, ainda quando dependa da consecução do lançamento pelo sujeito ativo, já nasceu com a ocorrência do fato gerador do tributo, cabendo ao sujeito ativo a prática de um ato vinculado (portanto, obrigatório) de notificação do sujeito passivo, sob pena de responsabilidade funcional. Já a obrigação acessória de, por exemplo, atender ao pedido de informações do sujeito ativo não nasce se e enquanto a solicitação não for apresentada. 
O pagamento da penalidade tributária cominada para sancionar a infração irá também depender de providência do sujeito ativo (por exemplo, a lavratura de “auto de infração”). Antes de adotada essa providência, pode o infrator afastar sua responsabilidade pela infração por meio de denúncia espontânea:
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Pode, por outro lado, a autoridade fiscal deixar de aplicar a penalidade por considerações de equidade (somente a obrigação de pagar tributo é que não pode ser dispensada pela autoridade, com base em razões de equidade). Estas disposições sobre infrações e aplicação de penalidade estão corretas; o que precisava ter sido evitado é o artifício criado pelo Código, ao baralhar os conceitos de fato gerador do tributo e infração, pondo, como consequência “comum” de ambos, o surgimento de uma “obrigação tributária”.
TÍTULO II
Obrigação Tributária
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
Principal: consiste em recolher tributos.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
Acessória: consiste em ações positivas e negativas realizadas pelo sujeito passivo da obrigação tributária. 
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
No direito tributário, o acessório não segue o principal.
Ex: IR – obrigação principal é pagar o imposto e a acessória é declarar.
ISS – obrigação principal é pagar o imposto e a acessória é emitir nota fiscal
CUSTO BRASIL: Um dos países com maior número de obrigações acessórias. Isso traz um problema pra gente: no fim das contas, o risco de errar a declaração aumenta, precisa-se de mais pessoal para fazer declarações, e assim aumenta o custo pelo fato de se pagar imposto no Brasil.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
Não decorre exatamente da legislação tributária, porque pode decorrer de mecanismos infra legais. 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
Tributo e multa não se confundem: conversão para efeitos de execução, isto é, executa multa e obrigação acessória de forma conjunta.
CAPÍTULO II
Fato Gerador
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.
Fato gerador de tributo e de penalidade.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Fato gerador de obrigações instrumentais positivas e negativas.
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos:
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.       (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento;
II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio.
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.
CAPÍTULO III
Sujeito Ativo
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.
Alguns sujeitos ativos, embora não tenham competência tributária (isto é, não possuam a aptidão para criar tributos), detêm capacidade tributária ativa, isto é, são habilitadas a figurar no polo ativo de obrigações tributárias. Nesse sentido é que deve ser entendido o art. 119, ao falar de competência para exigir o cumprimento da obrigação tributária.
Ao falar de pessoa jurídica de direito público, o CTN desconsiderou outras formas de tributo, levando em contaapenas a trilogia do art. 5º: Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.
Existe a possibilidade da capacidade tributária ser delegada a terceiro que não seja pessoa jurídica de direito público, nem seja uma pessoa que seja titular da competência jurídica. Ex: autarquia (não é o titular da competência para exigir).
Uma coisa é a competência tributária (aptidão para instituir o tributo) e outra é a capacidade tributária (aptidão para ser titular do polo ativo da obrigação, vale dizer, para figurar como credor na relação jurídica tributária. A coincidência entre o criador e o credor do tributo ocorre, em geral, com impostos. Já não é isso o que geralmente se passa com as contribuições fiscais
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
CAPÍTULO IV
Sujeito Passivo
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
Sujeito passivo é gênero que abrange duas espécies: o contribuinte e o responsável.
O sujeito passivo da obrigação principal (gênero) depende apenas de verificar quem é a pessoa que, à vista da lei, tem o dever legal de efetuar o pagamento da obrigação, não importando indagar qual o tipo de relação que ela possui com o fato gerador.
Vemos que o sujeito passivo da obrigação principal (gênero) é sempre alguém “relacionado” com o fato gerador dessa obrigação. Se essa relação for de certa natureza (“pessoal e direta”), o sujeito passivo diz-se contribuinte. Se tal relação (ou vínculo, consoante o art. 128) for de diversa natureza (a contrario sensu, “não pessoal e direta”), o sujeito passivo qualifica-se especificamente como responsável.
Ao falar em relação pessoal, o que se pretendeu foi sublinhar a presença do contribuinte na situação que constitui o fato gerador. Ele deve participar pessoalmente do acontecimento fático que realiza o fato gerador. É claro que essa presença é jurídica e não necessariamente física.
Contribuinte seria o sujeito passivo direito, enquanto o responsável seria o sujeito passivo indireto. Se alguém é devedor da obrigação principal e não é definível como contribuinte, ele será responsável.
Responsável como terceiro: decorre de razões que vão da conveniência até a necessidade. Há situações em que a única via possível para tornar eficaz a incidência do tributo é a eleição do terceiro responsável. Esse terceiro é elegível como sujeito passivo à vista de um liame indireto como o fato gerador.
Contribuinte: suposta relação pessoal e direta com o fato gerador.
Crítica: onde está a pessoalidade na relação entre uma pessoa física e uma pessoa jurídica. Seria melhor relação direta. 
Ex: IPVA -> proprietário do veículo automotor; IR: 
Como diferenciar o contribuinte com o responsável? 
Quando decorrer de disposição expressa de lei? Mas o contribuinte já não decorre expressamente da lei? Claro que decorre, pelo princípio da legalidade tributária! Portanto a diferenciação do contribuinte e responsável não se pode dar pela disposição expressa da lei. Por exclusão, já que o inciso II é impróprio para diferenciar, vamos ao inciso I e verificamos que o contribuinte seria o agente que tem relação direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador, enquanto o responsável seria aquele que não tem uma relação direta.
Obrigação principal e obrigação acessória (deveres colaterais)
Sujeito passivo da obrigação principal e sanções pecuniárias: a obrigação tributária pode não ter por objeto um tributo, mas sim uma penalidade (que é sanção por infração da lei sobre tributos – e nessa acepção é que se fala em penalidade tributária – mas não configura tributo). Se alguém que tem “relação pessoal e direta” com o fato gerador do tributo é contribuinte, quem tem a “relação pessoal e direta” com uma infração é infrator, nunca contribuinte.
Temos pessoas que são beneficiárias de imunidades e isenções, e por isso não precisam pagar alguns tributos. Mas, ainda assim, essas pessoas podem ser obrigadas a cumprir inúmeras obrigações acessórias. 
Ex: art. 150, VI, “c” (CF) principal – art.14, III (CTN) acessória
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
No direito civil a obrigação acessória segue o principal. No direito tributário não é assim.
Os deveres colaterais servem para a fiscalização. 
As técnicas de definição do sujeito passivo responsável: Na substituição, a lei desde logo põe o “terceiro” no lugar da pessoa que naturalmente seria definível como contribuinte, ou seja, a obrigação tributária já nasce com seu polo passivo ocupado por um substituto legal tributário. Diversamente, na transferência, a obrigação de um devedor (que pode ser um contribuinte ou um responsável) é deslocada para outra pessoa, em razão de algum evento. 
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto.
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
SEÇÃO II
Solidariedade
Art. 124. São solidariamente obrigadas:
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal;
II - as pessoas expressamente designadas por lei.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais.
A isenção, quando objetiva (isto é, definida com atenção a aspectos do próprio fato material, abstraídas as condições pessoas do indivíduo), aproveita a todos. Cuidando-se isenção subjetiva (vale dizer, definida em função das condições pessoas do indivíduo). O fato é gerador, mas apenas em relação às pessoas que não preencherem tais condições. Se inexiste o interesse comum e a solidariedade decorre de outros eventos, por força dos quais a lei tenha elegido terceiro como responsável solidário, a solução e não responsabilizar o terceiro. Havendo interesse comum, o rateio obedecerá à porção de interesse de cada um na situação. Se o interesse é de um só e este faz o pagamento, não cabe rateio; se é o outro que paga, há direito de regresso pelo valor total. 
SEÇÃO III
Capacidade Tributária
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:
I - da capacidade civil das pessoas naturais; (x direito civil)
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividadescivis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional.
O CTN é pensado para proteger o fisco.
SEÇÃO IV
Domicílio Tributário
Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal:
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade;
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da entidade tributante.
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior.
CAPÍTULO V
Responsabilidade Tributária
SEÇÃO I
Disposição Geral
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
É claro que o art. 128 tem de ser referido à obrigação tributária, e não ao “crédito tributário” (no sentido de obrigação objeto de lançamento já efetuado).
Não é qualquer tipo de vínculo com o fato gerador que pode ensejar a responsabilidade de terceiro. Para isso ser possível, é necessário que a natureza do vínculo permita a esse terceiro, elegível como responsável, fazer com que o tributo seja recolhido sem onerar seu próprio bolso. A fonte pagadora de renda é elegível como responsável pelo tributo incidente sobre os rendimentos que ela pague, mas a lei lhe dá a condição de reter o tributo, descontando-o do valor devido ao beneficiário. 
Sujeição passiva direta: contribuinte ou substituto tributário.
Sujeição passiva indireta: transferência de responsabilidade total ou por cumulação. 
Súmula do STF: É inadmissível a apreensão de bens para coagir o contribuinte a pagar os impostos. 
A legislação permite que o tomador de serviço pague em nome prestador do serviço -> Retenção na fonte
Se fizer a retenção, o fisco vai cobrar prestador. Se não fizer, o tomador que paga.

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