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Curso: Ciências Contábeis PRÁTICAS CONTÁBEIS II Departamento Fiscal Professor: José Maria Ferreira São Mateus 2012 Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 1 CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS SOBRE A DISCIPLINA: PRÁTICA CONTÁBIL II A disciplina de PRÁTICA CONTÁBIL II, que tem como ferramenta básica esta apostila, abordará os principais procedimentos das práticas aplicadas no dia-a-dia dos escritórios contábeis relacionadas ao setor fiscal e processos jurídicos e administrativos. Dentre os quais, será trabalhado durante este período o seguinte conteúdo: Cálculos tributários, Interpretações legislativas. Técnicas de Planejamento Tributário, Etapas Operacionais, Escriturações Fiscais, Etc. O curso compreenderá aulas direcionadas às atividades práticas do Setor Fiscal, com aulas teóricas e exercícios práticas, de forma expositiva, incluindo apresentações de trabalhos e resolução de exercícios de forma prática, bem como demonstração de alguns softwares indispensáveis à atividade Fiscal. SOBRE O PROFESSOR: JOSÉ MARIA FERREIRA Atuação: Professor, Contador, Consultor Tributário, Consultor e mantenedor do Blog Tributos & Finanças (tributosefinancas.blogspot.com) Formação: Bacharel em Ciências Contábeis, Pós-Graduado em: o Auditoria, o Controladoria, o Perícia Contábil. Contatos: E-mail: professorjm@tributosefinancas.com.br Blog: tributosefinancas.blogspot.com Site: www.ecofisco.com.br Twitter: @josemariacontab Celular: (27)9819-9028 Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 2 Sumário: O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL ............................................................................. 3 ÁREA TRIBUTÁRIA FEDERAL ......................................................................................... 4 ÁREA TRIBUTÁRIA ESTADUAL ..................................................................................... 21 ÁREA TRIBUTÁRIA MUNICIPAL .................................................................................... 73 SIMPLES NACIONAL ...................................................................................................... 86 SIMEI SISTEMA MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL .............................................. 98 SPED – SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL ...................................... 100 REFERENCIAS ............................................................................................................. 105 Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 3 1. O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito. Direito Tributário é o ramo do direito que estuda os princípios e as regras aplicadas ao exercício do poder de tributos do Estado Democrático de Direito. Sujeito Ativo - Quem recebe Sujeito Passivo - Quem paga ● União Contribuinte ● Estados ● Pessoa Jurídica ● Distrito Federal ● Pessoa Física ● Municípios Dentre os tributos existentes, abordaremos neste curso os principais daqueles voltados ao setor fiscal das empresas, dos quais destacamos os impostos, as taxas e as contribuições. Falando do ponto de vista contributivo, podemos discriminar os tributos com as seguintes características: Impostos – Serve para atender as necessidades gerais da Coletividade. Taxas – Utilizadas para retribuir o ônus inerente ao exercício regular do poder de polícia e os serviços específicos e divisíveis (coleta de lixo, licenciamento de veículos, alvará, requerimentos, etc.). Contribuições – Objetivam a regulamentação da economia, os interesses de categorias profissionais, o custeio da seguridade social e educacional e subvenção aos órgãos públicos. Os Impostos e Contribuições que estudaremos são os seguintes: A) COMPETÊNCIA FEDERAL IRPJ – Imposto de Renda da Pessoa Jurídica IRPF – Imposto de Renda da Pessoa Física CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido IPI – Imposto Produtos Industrializados PIS/PASEP – Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social SIMPLES* - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de pequeno Porte. B) COMPETÊNCIA ESTADUAL ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação C) COMPETÊNCIA MUNICIPAL ISSQN – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza Aspectos Básicos dos tributos: Contribuinte: é a pessoa física ou jurídica, que por ter relação direta com o fato gerador, a lei atribui à obrigação de recolher o imposto. Fato Gerador: É o Motivo da Incidência do Tributo. Base de Cálculo: É o Conjunto de Valores, utilizado para cálculo de Tributos. Alíquota: É o Percentual aplicado sobre a base de cálculo, resultando assim o tributo para o recolhimento. Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 4 2. ÁREA TRIBUTÁRIA FEDERAL 2.1. TRIBUTOS FEDERAIS: A Receita Federal do Brasil tem o poder de recolher das empresas e seus associados, quando devido, e administrar os seguintes tributos, de competência federal: PIS, COFINS, IRPJ, CSLL, IPI e IRPF; que veremos a seguir: a) IRPJ – IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA JURÍDICA: Regulamentado pelo Decreto 3.000 de 26/03/1999 (RIR), o IRPJ tem as seguintes características: Fato Gerador: O lucro do período. Base de Cálculo: conforme o art. 219 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR). A base de cálculo do imposto, determinada segundo a lei vigente na data de ocorrência do fato gerador, é o lucro real, presumido ou arbitrado, correspondente ao período de apuração. Alíquota: 15% sobre o lucro real ou presumido. Período de Apuração: O imposto será determinado com base no lucro real, presumido ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. b) CSLL – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO: A CSLL e o IRPJ possuem algumas semelhanças quanto a forma de recolhimento, uma vez que ambos os tributos têm como fato gerador e base de calculo o lucro, seja real ou presumido. Fato Gerador: O lucro do período. Base de Cálculo: A base de cálculo da contribuição também é determinada, na data de ocorrência do fato gerador, o lucro real, presumido ou arbitrado, correspondente ao período de apuração. Alíquota: 9% sobre o lucro real ou presumido. Nesse caso, difere do IRPJ no aspecto de adicional, não sofrendo a incidência sobre excedente de lucro. Período de Apuração: O imposto será determinado com base no lucro real, presumido ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. c) PIS E COFINS: O Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) têm características comuns na sua forma de tributação, diferindo nas alíquotas. Fato Gerador: O PIS e COFINS têm como fatos geradores o auferimento de receita pela pessoa jurídica. Base de Calculo: A basede cálculo das contribuições devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, é o faturamento do mês, que corresponde à receita bruta. Entende-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas, sendo irrelevante o tipo de atividade exercida pela pessoa jurídica e a classificação contábil adotada para as receitas, consideradas as exclusões, deduções e isenções permitidas pela legislação e devoluções. Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 5 Alíquotas: PIS 1,65% COFINS 7,6% Para empresas que recolhem o IRPJ com base no Lucro Presumido, a alíquota do PIS é 0,65% e da COFINS é 3,0%. Além da receita bruta, para as entidades sem fins lucrativos, a legislação também prevê como base de cálculo para o PIS o valor da folha de pagamento de seus empregados. Nesse caso, a alíquota é de 1%. d) IPI – IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS Imposto federal cobrado sobre mercadorias industrializadas, estrangeiras e nacionais. O IPI é um imposto seletivo, porque sua alíquota varia de acordo com a essencialidade do produto, e não cumulativo, ou seja, em cada fase da operação é compensado o valor devido com o montante cobrado anteriormente. Fato Gerador São duas as principais hipóteses de ocorrência do fato gerador do IPI: Na importação: o desembaraço aduaneiro de produtos de procedência estrangeira; Na operação interna: a saída de produto de estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial. Contribuinte São obrigados ao pagamento do imposto como contribuinte: O importador, em relação ao fato gerador decorrente do desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; O industrial, em relação ao fato gerador decorrente da saída de produto que industrializar em seu estabelecimento, bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar; O estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato gerador relativo aos produtos que dele saírem, bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar; Os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, quando alcançado pela imunidade prevista na Constituição Federal. Atenção: considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial ou comerciante, em relação a cada fato gerador que decorra de ato que praticar. Base de Cálculo: Na operação interna: O valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial; Na importação: O valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do montante desses tributos e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou deste exigível. Alíquota: São várias e estão presentes na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI). Pode variar de 0 (zero) a 300% (isso mesmo: trezentos por cento) Período de Apuração: O período de apuração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), incidente nas saídas dos produtos dos estabelecimentos industriais ou equiparados a industrial, é: Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 6 Mensal, a partir de 1º de outubro de 2004. O período de apuração mensal não se aplica: Aos produtos classificados no código 2402.20.00, da Tabela de Incidência do IPI (Tipi), em relação aos quais o período de apuração é decendial; Ao IPI incidente sobre produtos de procedência estrangeira, na importação. Prazo de Recolhimento: São os seguintes os prazos de recolhimento do IPI: Até o terceiro dia útil do decêndio subsequente ao de ocorrência dos fatos geradores, no caso dos produtos classificados no código 2402.20.00, da Tipi; No caso dos demais produtos: até o último dia útil da quinzena subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores. 2.2. REGIMES TRIBUTÁRIOS Conforme já apresentado nas aulas anteriores, algumas empresas têm, dentre várias opções, escolherem a maneira de calcular seus tributos, através dos Regimes Tributários; de forma que possam fazer seus planejamentos tributários, no entanto, vale lembrar que essa opção é feita uma vez por ano, conforme o primeiro recolhimento de IRPJ da empresa no ano, ou inicio de suas atividades. Os regimes tributários são: Lucro Real Lucro Presumido Simples Nacional Simei – Sistema Microempreendedor Individual Veremos a seguir: Cálculos Tributários A princípio, demonstraremos os cálculos de apuração do Lucro Real e Lucro Presumido, deixando o Simples Nacional para ser demonstrado mais adiante. 2.2.1. LUCRO REAL A expressão Lucro Real significa o próprio lucro tributável, para fins da legislação do Imposto de Renda, distinto do lucro líquido apurado contabilmente. De acordo com o artigo 247 do RIR/99, lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal. O lucro real será determinado a partir do lucro líquido do período de apuração obtido na escrituração comercial (antes da provisão para o imposto de renda) e demonstrado no LALUR, observando-se que o confronto das receitas, subtraindo as deduções, custos e despesas resultam no lucro para efeito de apuração de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Ressalvadas situações especiais, a apropriação das despesas deverá ser feita no período de apuração em que os bens forem empregados ou os serviços consumidos, segundo o regime de competência, independentemente da época de seu efetivo pagamento. Também não se pode considerar como incorrida a despesa cuja realização está condicionada à ocorrência de evento futuro. Com base no „lucro real‟ da empresa é apurado o IRPJ e a CSLL aplicando-se as seguintes alíquotas: Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 7 A) IRPJ e CSLL: IRPJ = 15% sobre o Lucro Real CSLL = 9% sobre o Lucro Real RECEITAS R$ Receita Operacional Bruta (Faturamento) ( + ) 500.000,00 Impostos Sobre Vendas (ICMS, IPI, COFINS) ( - ) 21.500,00 Devoluções Sobre Vendas (Devoluções) ( - ) 33.000,00 Receita Operacional Líquida ( = ) 445.500,00 CUSTOS E DESPESAS R$ Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) Estoque inicial ( + ) 245.000,00 Compras ( + ) 350.000,00 Estoque final ( - ) 230.000,00 TOTAL DO C.M.V. ( = ) 365.000,00 Remuneração a dirigentes ( - ) 2.000,00 Salários ( - ) 16.000,00 Aluguel / Locação ( - ) 7.000,00 Água, Luz, Telefone ( - ) 5.000,00 Honorários Contábeis ( - ) 1.000,00 Encargos ( - ) 3.000,00 Tributos (Cont.Social, etc.) ( - ) 1.872,01 Despesas Financeiras(Juros, Tarifas) ( - ) 3.873,13 Manutenção ( - ) 3.302,82 Material de Expediente (Uso e Consumo) ( - ) 1.414,80 Publicidade ( - ) 7.783,37 Transporte / Combustíveis ( - ) 1.607,28 Seguros (Roubo, Incêndio, Veículos) ( - ) 4.000,00 Outros Despesas ( - ) TOTAL DAS DESPESAS ( = ) 57.853,41 Lucro Operacional antes do IRPJ e CSLL 22.646,59 Provisão p/ Contribuição Social (CSLL) ( - ) 2.038,19 Provisão p/ Imposto de Renda (IRPJ) ( - ) 3.396,99 Lucro Operacional Liquido( = ) 17.211,41 PREJUÍZOS ANTERIORES: Poderão ser compensados, total ou parcialmente, à opção do contribuinte, os prejuízos fiscais acumulados de períodos de apuração anteriores, desde que observado o limite máximo de 30% do lucro líquido atual. Quando o prejuízo acumulado anterior for inferior a 30% do lucro atual pode ser deduzido todo o prejuízo desse resultado Adicional de IRPJ Caso o lucro da empresa ultrapasse ao valor de R$ 60.000,00 no trimestre, ou a média mensal de R$ 20.000,00 deverá ser recolhido, além da alíquota normal (15%), um adicional de IRPJ em 10% sobre a diferença excedente ao R$ 60 mil. Para demonstrar melhor, exemplificamos uma empresa cujo lucro do 1º trimestre/2010 foi da seguinte forma: Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 8 Competência: Lucro Apurado Janeiro/2010: R$ 21.000,00 Fevereiro/2010: R$ 17.000,00 Março/2010 R$ 35.000,00 Total Trimestre: R$ 73.000,00 Cálculo IRPJ: 73.000,00 X 15% = 10.950,00 Adicional IRPJ (10%): 73.000,00 – 60.000 = 13.000,00 13.000,00 X 10% = 1.300,00 Total do IRPJ a recolher: R$ 10.950,00 R$ 1.300,00 R$ 12.250,00 CSLL: 73.000,00 X 9% = 6.570,00 Obs.: Para cálculos de CSLL não sofrerá incidência do adicional de 10% Tanto para o IRPJ quanto para a CSLL, os cálculos são efetuados de forma trimestral e os recolhimentos são efetuados até o último dia útil do mês subsequente ao período de apuração, mediante uso do DARF – Documento de Arrecadação da Receita Federal. TRIMESTRE VENCTO. 1º trimestre 30/04 2º trimestre 31/07 3º trimestre 30/10 4º trimestre 31/01 B) PIS e Cofins O PIS e a COFINS, tributos incidentes sobre o Faturamento, são recolhidos das empresas que apuram o IRPJ com base no Lucro Real de forma não-cumulativa, ou seja, a tributação incidente nas aquisições será compensada como crédito nas operações de saídas. O valor a recolher é calculado mediante aplicação das seguintes alíquotas, tanto na aquisição quanto na venda de mercadorias: Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 9 PIS: 1,65% COFINS: 7,6% Para as mercadorias com isenção o tributo ou tributação monofásica, sua receita não entra na base de cálculo. Suponhamos que num certo mês o faturamento da empresa foi de R$ 450.000 com incidência do PIS e COFINS; e comprou R$ 320.000,00 em mercadorias para revenda também tributado. Logo teremos os seguintes cálculos: PIS: Venda de Mercadorias: 450.000,00 X 1,65% = 7.425,00 Compra de Mercadorias: 320.000,00 X 1,65% = 5.280,00 Saldo a recolher = 2.145,00 Prazo para Pagto.: Dia 25 do mês seguinte COFINS: Venda de Mercadorias: 450.000,00 X 7,6% = 34.200,00 Compra de Mercadorias: 320.000,00 X 7,6% = 23.320,00 Saldo a recolher = 9.880,00 Prazo para Pagto.: Dia 25 do mês seguinte EXERCICÍOS PRÁTCOS: 1) A empresa OBJETIVA EMPREENDIMENTOS LTDA apura seu IRPJ com base no lucro real. Durante o 4º trimestre de 2011, que compreende os meses de outubro a dezembro, ocorreram as seguintes operações: OPERAÇÃO VALOR Total das vendas brutas 335.000,00 Cancelamento de vendas 15.000,00 Tributos das Vendas Líquidas (PIS, COFINS) 15.000,00 Estoque inicial 700.000,00 Compras 150.000,00 Estoque Final 590.000,00 Despesas operacionais diversas 13.000,00 a) Apure o lucro do período e calcule o IRPJ e CSLL Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 10 2.2.2. LUCRO PRESUMIDO Dentre as formas de apuração de tributos que a legislação tributária estabelece para fins de cálculo do Imposto de Renda (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) das pessoas jurídicas; detalharemos neste tópico a apuração com base no Lucro Presumido. As pessoas jurídicas impedidas de optar pelo Simples Nacional e não obrigadas ao Lucro Real ou Arbitrado poderão optar por esse regime tributário. O Lucro Presumido é uma forma simplificada de apuração do Imposto de Renda e da Contribuição Social e é determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano calendário, tendo como base o faturamento da empresa. A opção é manifestada com o pagamento da primeira quota ou quota única do Imposto de Renda devido correspondente ao primeiro período de apuração, sendo considerada definitiva para todo o ano calendário. Quem não pode optar pelo lucro presumido? Pessoa jurídica que tivera, no ano-calendário anterior, recebido receita bruta superior a R$ 48.000.000.00 ou média de R$ 4.000.000,00 dos meses de atividade no ano, quando inferior a 12; Exerça atividades de instituições financeiras ou a elas equiparadas submetidas à competência normativa do Banco Central do Brasil, de empresa de seguros privados, capitalização e previdência privada ou de factoring; Tiverem lucros, rendimentos ou ganho de capital oriundo do exterior; usufruam de redução ou isenção do Imposto de Renda sobre o lucro da exploração. A Presunção do Lucro Diferente do Lucro Real, em que a empresa precisa fazer a apuração do resultado, é permitido à empresa de Lucro Presumido considerar porcentagens de lucros já pré-fixados, ou seja, presumido sobre o faturamento. Em alguns casos existem presunções diferentes para cálculos de IRPJ e de CSLL, como mostra a tabela seguinte: a) Lucro Presumido para IRPJ: Como presunção de lucro para cálculo do IRPJ, a Receita Federal do Brasil, órgão responsável pela arrecadação e fiscalização do tributo, permite presunções diferenciadas para diferentes atividades, conforme demonstra a planilha abaixo, e esse lucro presumido servirá de base para cálculo do IRPJ. Espécies de atividades Lucro Presumido Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural 1,6% Venda de mercadorias ou produtos (exceto revenda de combustíveis para consumo) Transporte de cargas Serviços Médicos e Hospitalares Atividade rural, Industrialização de produtos em que a matéria-prima ou o produto intermediário ou o material de embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a industrialização Atividades imobiliárias Construção por empreitada, quando houver emprego de materiais próprios, em qualquer quantidade 8% Serviços de transporte (exceto o de cargas) 16% Serviços em geral, Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza Serviços de mão-de-obra de construção civil, quando a prestadora não empregar materiais de sua propriedade 32% Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 11 Com base na tabela anterior, efetuaremos o cálculo do IRPJ da empresa EXEMPLO LTDA, optante pelo Lucro Presumido, cujo faturamento trimestral foi da seguinte forma: Competência: Receita Comércio Janeiro/2011: R$ 95.000,00 Fevereiro/2011: R$ 150.000,00 Março/2011 R$ 115.000,00 Total Trimestre: R$ 360.000,00 Sendo assim, a empresa recolherá o IRPJ nesse trimestre com base nos seguintes cálculos: Receita Comércio: 360.000,00 X 8% = R$ 28.800,00 Desconsiderando o lucro que a empresa apurará no final do período, considera-se que, para apurar o IRPJ, o lucro da empresa seja R$ 28.800,00, independente do total de custos e despesas. Assim sendo, o IRPJ da empresa resultará nos seguintes valores a recolher: 28.800 X 15% = 4.320,00 Períodos de apuração e prazos para pagamentos:TRIMESTRE VENCTO. 1º trimestre (01/01 a 31/03) 30/04 2º trimestre (01/04 a 30/06) 31/07 3º trimestre (01/07 a 30/09) 30/10 4º trimestre (01/10 a 31/12) 31/01 Obs.: caso a data de vencimento seja num final de semana e/ou feriado, o pagamento deve ser antecipado para o último dia útil imediatamente anterior à data prevista. Pagamento fora do prazo: O Imposto pago fora do prazo deverá ser acrescido de: Multa de mora calculada a taxa de 0,33% ao dia de atraso, limitada ao percentual de 20%. Juros de mora calculados a partir do primeiro dia do mês seguinte ao do vencimento, calculado com base na taxa SELIC. Dedução: Do imposto devido no trimestre, a empresa poderá deduzir os valores já retidos anteriormente a título de Imposto de Renda Retido na Fonte – IRRF. Presunção Reduzida As empresas prestadoras de serviços (exceto hospitalares, de transporte e de sociedades civis de profissões regulamentadas) cujo faturamento do ano anterior não seja superior a R$ 120.000,00, poderá reduzir a presunção de lucro de 32% para 16%. Observando que se a empresa aproveitar-se desse beneficio e seu faturamento ultrapassar ao referido valor anual, deverá efetuar os cálculos de forma retroativa desde o inicio do período, devendo o DARF da diferença ser recolhido até o último dia útil do mês seguinte ao trimestre que tenha ocorrido o excedente do faturamento. Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 12 Adicional de IRPJ Assim como no Lucro Real, caso o lucro presumido da empresa ultrapasse ao valor de R$ 60.000,00 no trimestre, ou a média mensal de R$ 20.000,00 deverá ser recolhido, além do cálculo normal (15%), um adicional de IRPJ em 10% sobre a diferença excedente ao R$ 60 mil. Para demonstrar melhor, exemplificamos uma empresa comercial que vende mercadorias em geral e também exerce a prestação de serviços em geral, cuja receita do 1º trimestre/2010 foi da seguinte forma: Competência: Receita Comércio Receita Serviço Total da receita Janeiro/2011: R$ 95.000,00 R$ 35.000,00 R$ 130.000,00 Fevereiro/2011: R$ 150.000,00 R$ 54.000,00 R$ 204.000,00 Março/2011: R$ 115.000,00 R$ 42.000,00 R$ 157.000,00 Total Trimestre: R$ 360.000,00 R$ 131.000,00 R$ 491.000,00 Com base nas informações acima temos os seguintes cálculos: Atividade: Receita Presunção Lucro Presumido Receita Comércio: 360.000,00 X 8% = R$ 28.800,00 Receita Serviços: 131.000,00 X 32% = R$ 41.920,00 Lucro Presumido do Trimestre R$ 70.720,00 Assim sendo, o IRPJ da empresa resultará nos seguintes valores a recolher: 70.720,00 X 15% = 10.608,00 Adicional de IRPJ 10% 70.720,00 – 60.000,00 = 10.720,00 10.720,00 X 10% = 1.072,00 Total do IRPJ a recolher: 10.608,00 + 1.072,00 = R$ 11.680,00 Prazo para Pagto.: 30/04/2011 Dica Importante! Como forma prática de facilitar os cálculos tributários pode ser aplicada a alíquota referente à tributação final conforme a seguinte explicação: Sendo a presunção de 8% para alguns tipos de empresas, ao aplicar a alíquota de 15% sobre esse lucro dará o mesmo resultado que se fosse aplicado 1,2% diretamente à receita. Vejamos: Faturamento: R$ 100,00 Lucro Presumido: R$ 100,00 X 8%, ou também, R$ 100,0 X 0,08 = R$ 8,00 R$ 8,00 X 15%, ou, R$ 8,00 X 0,15 = R$ 1,20 R$ 1,20 corresponde a 1,2% de R$ 100,00 Esse mesmo exemplo pode ser aplicado em todas as demais tributações de IRPJ. Espécies de atividades Lucro Presumido Tributação Final Lucro presumido 1,6% 1,6% X 15% 0,24% Lucro presumido 8% 8% X 15% 1,2% Lucro presumido 16% 16% X 15% 2,4% Lucro presumido 32% 32% X 15% 4,8% Desse modo, caso precise encontrar a tributação final de uma prestação de serviço de R$ 850,00 na presunção de 32%, não seria necessário começar pelo cálculo da presunção de lucro. Aplicando apenas o percentual de 4,8% encontrará o mesmo valor. Vejamos: R$ 850,00 X 32 = 272,00 272,00 X 15% = 40,80 Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 13 Aplicando a porcentagem direta: 850,00 X 4,8% = 40,80 (o mesmo valor) 4,8% representa: (32% ou 32 ÷ 100 = 0,32) X 15% = 0,048 0,048 = 4,8% Obs.: usando esta maneira de apurar os tributos, será necessário calcular separado o adicional de 10% de IRPJ, caso houver. b) Lucro Presumido para CSLL: Diferente do IRPJ, na CSLL leva-se em conta no momento da presunção o fato de a empresa ser comercio ou serviço. Independente do tipo de comercio e do tipo de serviço que exerce, exceto os serviços médicos e hospitalares, e serviços de transportes de cargas e passageiros. Veremos a tabela seguinte: Espécies de atividades Lucro Presumido Comércio em geral Serviços Médicos e Hospitalares Serviços de transporte de cargas e de passageiros 12% Serviços em geral, não especificados anteriormente 32% Diferente do IRPJ, a CSLL não permite presunção redução reduzida para empresas com faturamentos inferiores ao limite do benefício para IRPJ. Da mesma forma, também não há adicionais de 10% caso o lucro ultrapasse a R$ 60 mil / ano. Faremos o cálculo da CSLL da mesma empresa exemplificada anteriormente no cálculo do IRPJ, consideramos também o mesmo faturamento, apenas nas atividades de comércio: Competência: Receita Comércio Janeiro/2010: R$ 95.000,00 Fevereiro/2010: R$ 150.000,00 Março/2010 R$ 115.000,00 Total Trimestre: R$ 360.000,00 Cálculo da CSLL: Lucro presumido: 360.000,00 X 12% = 43.200,00 Cálculo da CSLL: 43.200,00 X 9% = 3.888,00 Vencimentos: TRIMESTRE VENCTO. 1º trimestre (01/01 a 31/03) 30/04 2º trimestre (01/04 a 30/06) 31/07 3º trimestre (01/07 a 30/09) 30/10 4º trimestre (01/10 a 31/12) 31/01 No próximo exemplo, levamos em consideração que a empresa exercia atividades mistas, entre comercio e serviços, e seu faturamento foi realizado conforme demonstrado na tabela abaixo: Competência: Receita Comércio Receita Serviço Total da receita Janeiro/2010: R$ 95.000,00 R$ 35.000,00 R$ 130.000,00 Fevereiro/2010: R$ 150.000,00 R$ 54.000,00 R$ 204.000,00 Março/2010 R$ 115.000,00 R$ 42.000,00 R$ 157.000,00 Total Trimestre: R$ 360.000,00 R$ 131.000,00 R$ 491.000,00 Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 14 Com base nas informações acima faremos o cálculo da CSLL devida, porém, nesse caso, levamos em consideração cálculos individualizados por atividade empresarial, sendo a presunção das atividades comerciais separadas da presunção das atividades de prestação de serviços, assim temos os seguintes cálculos: Atividade: Receita Presunção Lucro Presumido Receita Comércio: 360.000,00 X 12% = R$ 43.200,00 Receita Serviços: 131.000,00 X 32% = R$ 41.920,00 Lucro Presumido do Trimestre R$ 85.120,00 CSLL a recolher: 85.120,00 X 9% = 7.660,80 Dica Importante! Da mesma forma de facilitar os cálculos de IRPJ, para a CSLL também é possível encontrar a tributação final de forma mais rápida. Vejamos: Espécies de atividades Lucro Presumido Tributação Final Lucro presumido 12% 12% X 9% 1,08% Lucro presumido 32% 32% X 9% 2,88% c) PIS e Cofins no Lucro Presumido Já vimos nas aulas anteriores que, para empresas que apuram o IRPJ pelo Lucro Real, os cálculos do PIS e da COFINS são dados de forma não-cumulativa. Para empresas que recolherem IRPJ com base no Lucro Presumido, devem apurar o PIS e a COFINS de forma cumulativa, ou seja, sem nenhuma permissão de créditos sobre aquisições de mercadorias. Porém, são calculados com uso de alíquotas reduzidas, conforme segue abaixo: PIS: 0,65% COFINS: 3,0% Uma vez que não é permitido o crédito das aquisições, o total de compras não influencia no cálculo desses tributos para as empresas que apuram IRPJ pelo Lucro Presumido. Da mesma forma que o total de custos e despesas não interferem nos cálculos de IRPJ e CSLL. Analisando todos os tributos que estudamos até agora que tem especificações conforme regimes tributários, é importante analisar alguns detalhes antes de escolher a opção. Cabe a você, futuro Contador, ter essa visão de planejamento, visão essa que chamamos de „Planejamento Tributário‟. Cabe a você, em parceria com seu cliente, o empresário, perceber qual o regime que dará a menor carga tributária possível de forma lícita, conforme permite as legislações vigentes. Diante das análises do IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, com tributação baseada no Lucro Real ou Lucro Presumido, percebe-se que para que seja vantajoso uma empresa enquadrar-se no Lucro Real, é preciso que o lucro da empresa seja baixo, para compensar no IRPJ e CSLL, e que as aquisições sejam com valor alto em relação às vendas, de forma que o PIS e a COFINS possam se aproveitar dos créditos, caso existam. Dificilmente conseguimos identificar essa economia tributária sem antes fazer uma análise. Vale ressaltar que tudo isso deve ser com respaldo legal. Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 15 EXERCICÍOS PRÁTCOS: Para apuração do Lucro Real são consideradas as receitas e despesas que a empresa obtém durante o trimestre. Como aspecto positivo apontamos que esta forma de tributação é a que mais se aproxima da apuração verdadeira do lucro/prejuízo auferido pela pessoa jurídica. Pode- se fazer uso dos benefícios fiscais previstos na legislação. Para as empresas que possuem muitas despesas, consideradas dedutíveis para fins de imposto de renda e contribuição social, esta pode ser a melhor forma de tributação a ser considerada. Como pontos negativos, citamos a onerosidade da manutenção de escrituração contábil regular; e a questão da limitação de utilização de prejuízo fiscal no lucro real dos trimestres subsequentes (30%). Exercício 1 a) Tome-se por base uma pessoa jurídica, que teve seu exercício conforme a tabela abaixo e calcule o IRPJ e a CSLL com base no Lucro Real. O CMV representa 60% do valor do faturamento dos respectivos meses. Mês Faturamento mensal (R$) Faturamento Trimestral (R$) Despesas Mensais (R$) CMV + Despesas Trimestrais (R$) Base cálculo faturamento (-) CMV e despesas IRPJ a recolher 15% CSLL a recolher 9% Jan 55.239,00 2.842,50 Fev 60.843,00 4.958,00 Mar 68.928,00 7.000,00 Abr 77.093,00 4.370,49 Mai 49.462,00 1.527,70 Jun 60.488,00 4.900,00 Jul 58.695,00 1.680,00 Ago 120.536,00 8.460,00 Set 106.918,00 6.124,30 Out 78.203,00 3.852,00 Nov 85.000,00 5.004,28 Dez 80.000,00 3.502,00 Total 901.405,00 54.221,27 Caso tenha, calcule os Adicionais de IRPJ (10%) No 1º trimestre: No 2º trimestre: No 3º trimestre: No 4º trimestre: Total dos adicionais de IRPJ: Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 16 b) Dentro das mesmas operações dessa empresa, ocorreram as seguintes compras, onde todas elas deram créditos de PIS e COFINS à empresa. Calcule o saldo desses tributos a recolher, também com base no Lucro Real. Mês Faturamento Mensal Aquisições Mensais Créditos PIS (R$) Débitos PIS (R$) Saldo PIS (R$) Débitos COFINS (R$) Créditos COFINS (R$) Saldo COFINS (R$) Jan R$ 55.239,00 33.500,00 Fev R$ 60.843,00 42,243,00 Mar R$ 68.928,00 31.754,00 Abr R$ 77.093,00 56.970,00 Mai R$ 49.462,00 21.300,00 Jun R$ 60.488,00 45.680,00 Jul R$ 58.695,00 102.310,00 Ago R$ 120.536,00 98.050,00 Set R$ 106.918,00 35.870,00 Out R$ 78.203,00 43.950,00 Nov R$ 85.000,00 27.300,00 Dez R$ 80.000,00 35.910,00 Total R$ 901.405,00 499.094,00 Sendo assim, temos: Total IRPJ................................... Total Adicional........................... Total da CSLL............................ Total do PIS................................ Total da COFINS....................... Total dos tributos e contribuições................. Exercício 2. a) Agora, deixando um pouco o Lucro Real, calcule os mesmos tributos pelo Lucro Presumido, dessa mesma empresa. A empresa exerce a atividade de comercio geral Mês Faturamento mensal (R$) Faturamento Trimestral (R$) Despesas Mensais (R$) CMV + Despesas Trimestrais (R$) Base cálculo faturamento (-) CMV e despesas IRPJ a recolher 15% CSLL a recolher 9% Jan 55.239,00 2.842,50 Fev 60.843,00 4.958,00 Mar 68.928,00 7.000,00 Abr 77.093,00 4.370,49 Mai 49.462,00 1.527,70 Jun 60.488,00 4.900,00 Jul 58.695,00 1.680,00 Ago 120.536,00 8.460,00 Set 106.918,00 6.124,30 Out 78.203,00 3.852,00 Nov 85.000,00 5.004,28 Dez 80.000,00 3.502,00 Total 901.405,00 54.221,27 Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 17 Caso tenha, calculo os Adicionais de IRPJ (10%) No 1º trimestre: No 2º trimestre: No 3º trimestre: No 4º trimestre: Total dos adicionais de IRPJ: b) Calcule os saldos do PIS e da COFINS pelo Lucro Presumido: Mês Faturamento Mensal Aquisições Mensais PIS – (R$) COFINS - (R$) Jan R$ 55.239,00 33.500,00 Fev R$ 60.843,00 42,243,00 Mar R$ 68.928,00 31.754,00 Abr R$ 77.093,00 56.970,00 Mai R$ 49.462,00 21.300,00 Jun R$ 60.488,00 45.680,00 Jul R$ 58.695,00 102.310,00 Ago R$ 120.536,00 98.050,00 Set R$ 106.918,00 35.870,00 Out R$ 78.203,00 43.950,00 Nov R$ 85.000,00 27.300,00 Dez R$ 80.000,00 35.910,00 Total R$ 901.405,00 499.094,00 Sendo assim, temos: Total IRPJ................................... Total Adicional........................... Total da CSLL............................ Total do PIS................................ Total da COFINS....................... Total dos tributos e contribuições................. Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 18 2.3. USO DO SICALC – SISTEMA DE CÁLCULO DA RECEITA FEDERAL Até esse momento, aprendemos a apurar os tributos federais incidentes às ativiades operacionais da empresa. Sendo que não basta só calcular os tributos, mas também recolhê-los (pagar), vamos gerar o documento para efetuar esses recolhimentos. O sistema SICALC – Sistema de Cálculo da Receita Federal foi desenvolvido para auxiliar o contribuinte no cálculo desses tributos e dos devidos acréscimos legais, caso tenha. Ele calcula o valor da multa e dos juros moratórios, quando devidos, e permite a impressão do DARF para pagamento dentro do vencimento ou em atraso. É importante frisar que os tributos federais só são recolhidos por meio de DARF, o Documento de Arrecadação da Receita Federal A Agenda Tributária fixa as datas para pagamento dos tributos e contribuições ao longo de cada mês. É publicada mensalmente no Diário Oficial da União, na última semana do mês anterior às datas de vencimento fixadas, mediante Ato Declaratório do Coordenador-Geral de Administração Tributária. Também pode ser consultada no site da Receita Federal do Brasil pelo endereço www.receita.fazenda.gov.br.Para instalar o programa Sicalc será necessário seguir os seguintes procedimentos: Acesse: www.receita.fazenda.gov.br e clique nos links, conforme os passos abaixo: 1. Downloads de Programas (lado esquerdo da página) 2. Programas para Empresas 3. Sicalc - Instalação Completa 4. Opção em arquivo único, para cópia no disco rígido 5. SETUP.EXE Nota Importante! Antes de clicar em “SETUP.EXE” para baixar o arquivo observe sempre a mensagem: “Arquivo para instalação completa Versão 4.40.49 de 1º/02/2012”, sendo que “1º/02/2012” representa o mês que será usado o programa. Para usar após esse mês, é necessario reiniciar o procedimento. Após instalar o aplicativo, no primeiro uso será necessario configurar o municipio de domicílio do contribuinte, lembrando que, se houver empresas de outros municipios, deve ser alterado. Para isso, siga os passos clicando em: 1. Funções 2. Personalizar 3. Município de Domicílio Tributário Uso do Sicalc passo-a-passo: Para gerar o DARF, deverá seguir os procedimentos abaixo, considerando as etapas anteriores que o programa já esteja instalado em seu computador. Após a instalação, e configuração do municipio de domicilio tributario do contribuite, marque a opção 1 para preenchimento do DARF de tributos operacionais. Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 19 No canto superior esquerdo selecione a data que realmente irá efetuar o pagamento, caso seja após o prazo. Essa informação só pode ser preenchida com data a partir do dia do preenchimento até o ultimo dia do mês. Continue preenchendo os demais campos, como código de receita, valor, etc. o valor não pode ser inferior a R$ 10,00. Não precisa selecionar o vencimento, o sistema dará essa informação automática. Após tudo pronto, clique em calcular. Caso queira gerar mais de um DARF, repita o processo. Após concluído, clique em “DARF” na parte inferior, e levará ao próximo passo. Como o sistema não é online, não reconhece o nome/razao social do contribuinte, devendo esse ser preenchido manual seguido de telefone e o respectivo CNPJ. Nas “Observações” não é obrigatorio preencher, porém, sugerimos preencher com a descrição do tributo, para facilitar identificação em arquivo, uma vez que os códigos de receita poderão ser confusos para identificação. Depois de preenchido todos os campos necessários, cliquem “Imprimir” e seu DARF estará pronto, conforme mostram as figuras seguintes. Observação: DARF‟s vencidos terão o cálculo automático de multas e juros, e estes não oferecem o código de barras. DARF impresso em duas vias 1ª via ampliada 31/01/2012 31/01/2012 24/02/2012 Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 20 Multas e Juros: Para consultar os índices da Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) clique em: 1. Funções 2. Consultar 3. Índices Será emitido um relatório contendo os índices mensais, devendo ser acumulado desde a data do vencimento do tributo até o mês de pagamento de forma somática. Sempre que surgirem dúvidas quanto ao uso do programa, poderão ser esclarecidas no link “Ajuda”, representado por um “?”, conforme mostra a figura: 2.4. 2.4. Obrigações Acessórias Além da apuração e recolhimento de tributos, como vimos até agora, a empresa ainda deve cumprir com obrigações acessórias, apresentando informações ao fisco sobre as operações do contribuinte em um determinado período. Principais Declarações Federais: DACON - Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais DCTF Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DIPJ Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica DIRF – Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte PER/DECOMP – Pedido Eletrônico de Restituição ou Ressarcimento e da Declaração de Compensação Dmed - Declaração de Serviços Médicos e de Saúde Dentre outras As declarações são transmitidas através os aplicativos próprios. Todos eles estão disponíveis para download no site da Receita Federal do Brasil, no site www.receita.fazenda.gov.br. Alem dos aplicativos, também é necessário o uso de Certificado Digital para transmissão de declarações. Esse que pode ser o e-CNPJ da empresa ou o e-CPF de um procurador, o Contador; isso para garantir a autenticidade de uma pessoa responsável pelas informações prestadas. Mais adiante, ainda neste período estudaremos mais detalhes do Certificado Digital. Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 21 3. ÁREA TRIBUTÁRIA ESTADUAL Assim como a União tem o poder de fiscalizar e arrecadar tributos, no uso de suas atribuições, o Estado também tem seus meios de arrecadação tributária. Dentre eles falaremos sobre os Impostos. De acordo com a Constituição Federal de 1988 e o Código Tributário Nacional, são impostos Estaduais na forma que determina: IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores; ITCMD ou ITCD – Imposto sobre Transmissão de Causas Mortis e Doações; ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação. Neste módulo, detalharemos as operações relativas ao ICMS e suas obrigações acessórias. 3.1. Informações básicas do ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços O imposto é de competência Estadual e também Distrital (Distrito Federal). As obrigações acessórias relativas ao imposto são regidas por meio de Convênios, Acordo, Ajustes e Protocolos, determinados pelo CONFAZ – Conselho Nacional da Política Fazendária. No Estado do Espírito Santo o imposto é regido pelo RICMS1 – Regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação, aprovado pelo Decreto 1.090-R, em vigor desde o dia 1.º de dezembro de 2002. a) Contribuinte: Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade: Importe mercadorias do exterior, ainda que as destine a consumo ou ao ativo permanente do estabelecimento; Seja destinatária de serviço prestado ou iniciado no exterior, Adquira em licitação de mercadorias apreendidas ou abandonadas; Adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização. b) Fato Gerador: Conforme o artigo 1º do RICMS, o imposto tem como Fato Gerador as operações relativas à circulação de mercadorias e as prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. Considera-se ocorrido o fato gerador: A saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular; 1 O RICMS pode ser consultado no site www.sefaz.es.gov.br por meio do link Legislações > ICMS. Este regulamento e outras legislações também podem ser baixados gratuitamente no mesmo endereço no link Legislações > Destaques. O arquivo está identificadopor RICMS consolidado - Texto e seus anexos RICMS consolidado - anexos Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 22 O fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer estabelecimento; A transmissão de propriedade de mercadoria, O inicio da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, de qualquer natureza (rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo); O ato final do transporte iniciado no exterior; As prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por qualquer meio; O do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços: O desembaraço aduaneiro das mercadorias importadas do exterior; O recebimento, pelo destinatário, de serviço (sujeito ao ICMS) prestado no exterior; A aquisição em licitação pública de mercadorias importadas do exterior, apreendidas ou abandonadas; A entrada no território do Estado de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização; c) Incidência: Conforme o artigo 2º do RICMS, o imposto incide sobre: Operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; Prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; Prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio; Fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios; Fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual. O imposto incide, também, sobre: Saídas de Mercadorias doadas e/ou bonificadas a outros (excetos instituições especiais) Entrada de bem ou mercadoria importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja sua finalidade; Serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; Entrada, no território deste Estado, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais; Entrada, no estabelecimento de contribuinte, de mercadoria oriunda de outra unidade da Federação, destinada a consumo ou a ativo fixo; d) Não Incidência O imposto não incide sobre: Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 23 Operações com livros e jornais periódicos, e o papel destinado a sua impressão; Operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, Operações interestaduais relativas à energia elétrica e a petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à industrialização ou à comercialização; Operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial; Operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie; Transferência para seguradoras, de bens móveis salvados de sinistro; Saídas de bens em decorrência de comodato ou locação; Fornecimento de energia elétrica e prestações de serviços de comunicação aos templos de qualquer culto (exceto a telefonia móvel celular); Serviço de comunicação de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita. e) Isenções: Nas operações sujeitas à tributação do ICMS, em alguns casos é permitida a isenção sobre operações específicas com produtos específicos. No artigo 5º do regulamento vigente são discriminadas essas operações, das quais relatamos abaixo algumas delas: Transporte de passageiros com característica urbana ou metropolitana; Saída, exceto quando destinada à industrialização, e a respectiva prestação de serviços de transporte, de: o Flores em estado natural; frutas frescas, nacionais ou provenientes dos países membros da Associação Latino Americana de Livre Comércio (ALALC), exceto de amêndoas, avelãs, castanhas e nozes, devendo o crédito relativo à aquisição ser estornado integralmente Saída, exceto quando destinada à industrialização, de produtos hortícolas em estado natural, e a respectiva prestação de serviços de transporte, dos seguintes produtos: o Abóbora, abobrinha, acelga, agrião, aipim, aipo, alface, alcachofra, almeirão, araruta, arruda, alecrim, alfavaca, alfazema, aneto, anis e azedim, batata, batata- doce, berinjela, bertalha, beterraba, brócolos e brotos de vegetais, cacateira, cambuquira, camomila, cará, cardo, catalonha, cebola, cebolinha, cenoura, chicória, chuchu, coentro, cogumelo, cominho, couve e couve-flor, endívia, erva- cidreira, erva-de-santa-maria, erva-doce, ervilha, escarola e espinafre, gengibre, gobo, hortelã, inhame, jiló e losna, macaxeira, mandioca, manjericão, manjerona, maxixe, milho verde, moranga e mostarda, nabiça e nabo, palmito, pepino, pimentão e pimenta, exceto a do reino, quiabo, rabanete, raiz-forte, repolho, repolho-chinês, rúcula, ruibarbo, salsa, salsão e segurelha, taioba, tampala, tomate, tomilho e vagem; ou demais folhas usadas na alimentação humana; Ovos, exceto dos férteis, e pintos de um dia; Caprinos e produtos comestíveis resultantes de sua matança; Saída de mercadoria, decorrente de doação efetuada à SEDU-ES; Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 24 Saída de mercadoria, decorrente de doação efetuada ao Estado, para distribuição gratuita a pessoas necessitadas ou a vítimas de catástrofes, e a prestação de serviços de transporte dessas mercadorias; Saída interna de veículos automotores, máquinas e equipamentos, quando adquiridos pelos corpos de bombeiros; Saída interna de veículos, quando adquiridos pela SESP-ES, vinculada ao Programa de Reequipamento Policial da Polícia Militar; e pela SEFAZ-ES, para reequipamento da fiscalização estadual; Saída de produtos típicos de artesanato regional, quando o trabalho não conte com o auxilio ou participação de terceiros assalariados; Saída de papel-moeda, moeda metálica e cupom de distribuição de leite, promovida pela Casa da Moeda do Brasil; Saída de embrião ou sêmen, congelado ou resfriado, de bovinos, de ovinos, de caprinos ou de suínos; Saída interna de produtos resultantes do trabalho de reeducação dos detentos, promovida pelos estabelecimentos do sistema penitenciário deste Estado; Saída interna de mudas de plantas, exceto as ornamentais; Saída de produtos que objetivem a divulgação das atividades preservacionistas promovidas pela Fundação Pró-Tamar e vinculadas ao Programa Nacional de Proteção às Tartarugas Marinhas; Saída de barra de apoio para portador de deficiência física; Cadeira de rodas e outros veículos para portador de deficiência física, mesmo com motor ou outro mecanismo de propulsão; Saídas de próteses articulares e outros aparelhos de ortopedia ou para fraturas; Operação interna de fornecimento de energia elétrica, destinada a consumo por órgãos da administração pública estadual direta e suas fundações e autarquias, mantidas pelo poder público estadual e regidas por normas de direito público, bem como a prestação de serviços de telecomunicaçãopor eles utilizados; Saída de óleo diesel nacional, a ser consumido por embarcações pesqueiras nacionais; Saídas internas e interestaduais promovidas pelos estabelecimentos fabricantes ou por seus revendedores autorizados, de automóveis novos de passageiros equipados com motor de cilindrada não superior a 2.000 cm³ (2.0l), quando destinados a motoristas profissionais (taxistas); Operação interna com veículos automotores adquiridos pela APAE, e prestações de serviços de transporte desses veículos; Operação com preservativos; Operações com os equipamentos e insumos destinados à prestação de serviços de saúde; Operação com leite de cabra; Prestação interna de transporte de calcário, desde que vinculada a programas estaduais de preservação ambiental; Operações de devolução obrigatória de embalagens vazias de agrotóxicos e respectivas tampas, realizada sem ônus; Operação que destine ao Ministério da Educação – MEC; Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 25 Saída de mercadorias em decorrência das doações, nas operações internas e interestaduais destinadas ao atendimento do Programa Fome Zero; Operação interna de fornecimento de alimentação, destinada a consumo por órgãos da administração pública estadual direta e suas fundações e autarquias, mantidas pelo poder público estadual e regidas por normas de Direito Público; Saídas, nas operações internas, de produtos vegetais destinados à produção de biodiesel; Saídas internas com veículos automotores, máquinas e equipamentos, para utilização exclusiva do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do ES; Operações internas e interestaduais com maçã e pêra; Doações de mercadorias destinadas aos Estados de Alagoas e Pernambuco, para prestação de socorro, atendimento e distribuição às vítimas das calamidades climáticas e prestação de serviço de transporte dessas mercadorias. IMPORTANTE: Grande parte das isenções é concedida ao contribuinte por tempo determinado. Algumas das operações listadas até aqui são isentas até 31/12/2012, conforme determina o artigo 5º do RICMS. f) Base de Cálculo: A Base de Cálculo é o valor da operação. Em alguns casos acrescentam-se à base de cálculo os valores referentes a outros impostos. Em outros casos, o Estado, por meios de decretos, pode conceder benefícios de redução de base de cálculos, permitindo ao contribuinte o pagamento de uma tributação menor (veremos adiante). g) Alíquotas: A alíquota do ICMS no Estado do Espírito Santo pode variar conforme a mercadoria ou ao tipo de operação, levando em conta algumas particularidades em relação à essencialidade. 4% - Quatro por cento: Serviço de transporte aéreo interestadual de passageiro, carga e mala postal, 12% - Doze por cento: Operações interestaduais que destinem mercadorias a contribuintes; Prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, Energia elétrica, consumida exclusivamente na produção agrícola; Energia elétrica para consumidores de até 50 KWh/mês Saídas internas e interestaduais de leite e banana; 25% - vinte e cinco por cento: Prestação de serviços de comunicação realizada no território deste Estado Motocicletas de cilindrada igual ou superior a 180cm³ Armas e munições, suas partes e acessórios Embarcações de esportes e recreação Bebidas alcoólicas2 Fumo e seus sucedâneos manufaturados Perfumes e cosméticos 2 Nas operações internas com Bebidas alcoólicas e Fumo e seus sucedâneos manufaturados serão adicionadas de dois pontos percentuais, cuja arrecadação será inteiramente vinculada ao Fundo Estadual de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais. Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 26 Asas-delta, balões e dirigíveis Fogos de artifícios Aparelhos de saunas elétricos Binóculos Jogos eletrônicos de vídeo (vídeo-jogo) Bolas e tacos de bilhar Cartas para jogar Confete e serpentinas Raquetes de tênis Bolas de tênis Esquis aquáticos Tacos para golfe Bolas para golfe Cachimbos Querosene de aviação, 27% - vinte e sete por cento: Nas operações internas, inclusive de importação, com: Gasolina Álcool de todos os tipos, inclusive o álcool carburante 17% - Dezessete por cento: Operações Internas não especificadas anteriormente Recebimento ou na entrada de mercadorias ou bens importados do exterior e sobre transporte iniciado no exterior h) Não-Cumulatividade: O imposto é não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas operações anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. É assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento. A competência do imposto é mensal e leva-se em conta para apurar o saldo a recolher o total de débitos incidentes nas operações próprias subtraindo dos créditos de aquisições e possíveis créditos acumulados de períodos anteriores, como segue o exemplo abaixo: Mês XX/2012 Aquisições Mensais Valor das Aquisições (R$) Alíq. ICMS Crédito ICMS (R$) Aquisições Tributadas 120.000,00 17% 20.400,00 Aquisições Isentas 30.000,00 - 0,00 Totais do mês 150.000,00 - 20.400,00 Saídas Mensais Valor das Saídas (R$) Alíq. ICMS Débito ICMS (R$) Saídas Tributadas 198.000,00 17% 33.660,00 Saídas Isentas 35.000,00 - 0,00 Totais do mês 233.000,00 - 33.660,00 Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 27 Saldo Credor: Caso ocorrer em um determinado período o montante de créditos ser superior ao montante de débitos, a diferença fica acumulada para deduzir nos períodos seguinte como forma de créditos acumulados. As expressões “Débitos e Créditos” para apuração de ICMS diferem dos lançamentos contábeis, invertendo a denominação. Observe: Créditos Acumulados de ICMS: lançado na Contabilidade na conta “Débito” nos Razonetes por se tratar de um direito da empresa, e no Ativo Circulante (direitos) do Balanço Patrimonial, caso tenha saldo ao encerrar o exercício. Débitos de ICMS: lançado na Contabilidade na conta “Crédito” nos Razonetes por se tratar de uma obrigação da empresa, e no Passivo Circulante (obrigações) do Balanço Patrimonial, caso tenha saldo para o exercício seguinte. O direito de utilizar o crédito extingue-se depois de decorridos cinco anos contados da data de emissão do documento fiscal que permite o crédito. 3.2. Operações Interestaduais: As operações internas no Estado do Espírito Santo e alguns casos externos são regulamentados pelo RICMS; da mesma forma ocorre nas outras Unidades da Federação com seus regulamentos próprios. Quando se fala em operações interestaduais, sendo que está em operação duas ou mais Unidades da Federação, segue a legislação nacional, e as alíquotas são dadas conforme a origem e destino da operação, e não o tipo de operação ou mercadoria, como vimos anteriormente. Tabela de Alíquotas do ICMS nas Operações Interestaduais: UF DE DESTINO U F D E O R IG E M AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO AC 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 1212 12 12 12 AL 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 AM 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 AP 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 BA 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 CE 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 DF 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 ES 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 GO 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 MA 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 MG 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 12 7 7 7 12 12 7 12 7 MS 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 MT 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 PA 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 PB 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 PE 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 PI 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 PR 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 7 7 7 7 7 12 7 7 7 12 12 7 12 7 RJ 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 7 7 7 7 7 12 7 7 7 12 12 7 12 7 RN 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 RO 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 RR 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 RS 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 7 7 7 7 7 12 12 7 7 7 12 7 12 7 SC 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 7 7 7 7 7 12 12 7 7 7 12 7 12 7 SE 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 SP 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 7 7 7 7 7 12 12 7 7 7 12 12 7 7 TO 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 Saldo a Recolher Cálculo (R$) Débito sobre Vendas 33.660,00 Crédito sobre Compras (-) 20.400,00 Saldo a recolher 13.260,00 Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 28 Analisando a tabela anterior é fácil notar que nas operações que tem o Estado do Espírito Santo como origem, e destinado a qualquer outra UF a alíquota aplicável é 12% (doze por cento). Da mesma forma, também fica fácil perceber que operações originadas da Região Sul (PR, RS e SC) e Sudeste (MG, RJ e SP) destinadas ao ES incide a alíquota de 7% (sete por cento). Dos demais Estados, a operação destinada ao ES é 12%. Observação: Nas operações interestaduais que destinem mercadoria ou bem a não-contribuinte do imposto deverá ser utilizada alíquota interna aplicável à respectiva mercadoria ou bem. EXERCICÍOS PRÁTCOS: O A empresa Supermercado Vale do Cricaré Ltda., tinha um crédito de ICMS acumulado do mês anterior no valor de R$ 1.260,00, e teve no mês de fevereiro de 2011 as seguintes operações: Compras de Mercadorias internas com ICMS a 12% R$ 5.560,00 Compras de Mercadorias internas com ICMS a 17% R$ 48.200,00 Compras de Mercadorias do Estado de MG para Revenda dentro do ES R$ 36.800,00 Compras de Mercadorias do Estado de BA para Revenda dentro do ES R$ 12.500,00 Entrada de Mercadorias de Bonificação de MG para revenda R$ 3.680,00 Venda de Mercadorias internas com alíquota a 17% R$ 112.300,00 Venda de Mercadorias para contribuinte do Estado de SC R$ 3.650,00 Venda de Mercadorias a não contribuinte do Estado de SP R$ 520,00 Doação interna de Mercadorias sujeita ao ICMS de 17% R$ 2.500,00 Diante das informações acima, apure o saldo de ICMS da empresa, informando os Créditos, os Débitos e o Saldo final. Valor da Operação Alíquota Débito Crédito R$ 5.560,00 % R$ 48.200,00 % R$ 36.800,00 % R$ 12.500,00 % R$ 3.680,00 % R$ 112.300,00 % R$ 3.650,00 % R$ 520,00 % R$ 2.500,00 % Saldo Cálculo ICMS: (+) Débitos das Operações Próprias: R$ (-) Créditos de Aquisições: R$ (-) Créditos Acumulados Anteriores R$ (=) Saldo final: R$ Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 29 3.3. DUA – Documento Único de Arrecadação Assim como o DARF (Documento de Arrecadação da Receita Federal) é o documento que servirá para efetuar os recolhimentos de tributos federais, o Estado também tem seu modelo de documento, o Documento Único de Arrecadação, mais conhecido pela sigla “DUA”. Diferente do DARF que precisa de um aplicativo instalado, o DUA é emitido de forma online, diretamente no endereço eletrônico da Secretaria de Estado da Fazenda – Sefaz, conforme demonstrado passo a passo abaixo: 1. Após calculado o imposto (conforme mostramos nas aulas anteriores), digite na barra de endereço do seu navegador o endereço: e-dua.sefaz.es.gov.br 2. Clique no link ICMS do lado esquerdo da janela 3. Feito isso, abrirá uma janela onde o contribuinte informará os dados referentes à apuração do imposto, em seguida clique OK 4. Marque o tipo de imposto a ser recolhido clicando no campo específico, nesse caso, iremos imprimir um DUA-ICMS de Comércio, caso seja outro tipo, selecione outro local. Esse serviço é permitido fazer um de cada vez, caso deseje gerar outro DUA, mesmo que seja para mesma empresa precisa voltar ao item 2. 5. Antes de imprimir o DUA é demonstrado o modelo de Simples Conferência. No campo “Informações Complementares” o contribuinte poderá preencher com textos que julgar necessário. 6. Depois de feito todas as etapas, é só efetuar o recolhimento nas Agencias do Banestes, Banco do Brasil, Bradesco, Bancoob / Sicoob, Caixa Econômica Federal ou Unibanco, dentro do prazo estabelecido. Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 30 7. Caso ultrapasse a data de vencimento, deve-se reiniciar o processo desse manual desde a etapa 1, mantendo a mesma data de vencimento alterando a data de pagamento. Quando isso ocorre o proprio sistema da SEFAZ faz os calculos de multas e juros devidos. Prazo para recolhimento: O Prazo para Recolhimento do Imposto nas operações normais de comércio é o dia 18 e indústria no dia 19 do mês seguinte. Para outros casos específicos, o prazo segue as normas do art. 168 do RICMS. RICMS - Art. 878 O imposto não recolhido no prazo regulamentar fica sujeito a juros de mora de um por cento por mês ou fração. 3.4. DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA DE ICMS Todos os contribuintes do ICMS são obrigados a recolher o ICMS relativo à diferença existente entre a alíquota interna (praticada no Estado destinatário) e a alíquota interestadual nas seguintes operações e prestações: Na entrada, de mercadorias de outra UF destinadas para uso e consumo neste Estado, bem como a respectiva prestação de serviços para o transporte interestadual dessa mercadoria; Na entrada, de mercadorias de outra UF destinadas para o ativo imobilizado neste Estado, bem como a respectiva prestação de serviços para o transporte interestadual dessa mercadoria; Somente existirá diferencial de alíquotas a ser recolhido caso o percentual da alíquota interna neste Estado ser superior ao da alíquota destacada na Tabela de Alíquotas do ICMS nas Operações Interestaduais. 3.4.1.Base de Cálculo do Diferencial de Alíquota A base de cálculo do diferencial de alíquota é o valor da operação que decorrer a entrada da mercadoria ou da prestação do serviço. Exemplo: Uma empresa situada no Estado do Espírito Santo resolve adquirir uma máquina do Estado de Minas Gerais no valor de R$ 65.000,00, a qual fará parte do Ativo Imobilizado. Conforme a tabela de alíquotas interestaduais o ICMS de operações originadas de MG EMPRESA ALUNOS UNIVC LTDA Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 31 destinadas ao ES é 7%, sendo que a alíquota interna desse bem no Estado capixaba é 17%, o estabelecimento adquirente deverá efetuar o recolhimento de ICMS a título de Diferencial de Alíquota no percentual de 10% sobre o valor da operação. Operação MG ES: 65.000,00 Alíquota Interestadual: 7% ICMS Interestadual: 4.550,00 Alíquota do produto em operações internas no ES: 17% Valor do ICMS em operações internas no ES: 11.050,00 11.050,00 – 4.550,00 = 6.500,00 (Diferencial de Alíquota) Ou simplesmente: 65.000,00 X 10% = 6.500,00 O mesmo ocorre se as operações iniciaram nos demais Estados, e no ES tenha outras alíquotas. ALÍQ. INTERESTADUAL ALÍQ. INTERNA DIFERENCIAL A RECOLHER 7% 12% 5% 7% 17% 10% 7% 25% 18% 7% 27% 20% 12% 12% 0% 12% 17% 5% 12% 25% 13% 12% 27% 15% 3.5. REDUÇÃO NA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO Existem muitas situações onde a mercadoria comercializada, ou até mesmo a mercadoria importada, possui redução de base de cálculo do ICMS. Entretanto, o contribuinte deve ter muita atenção ao apurar a Base de Cálculo e o respectivo ICMS que deve ser destacado no documento fiscal e pago em sua apuração mensal à secretaria da fazenda de sua jurisdição. As reduções de bases de cálculo são benefícios fiscais concedidos pelas administrações tributárias, através de Decretos do Poder Executivo, cujo objetivo é diminuir a carga tributária de determinados segmentos da economia, e consequentemente incentivarem o crescimento de determinados setores. No Estado do Espírito Santo as reduções de base de cálculo do ICMS são regidas pelo artigo 70 do RICMS, e diversos setores usufruem desse benefício. LEMBRE-SE: A redução ocorre na base de cálculo, e não na alíquota. Exemplo: No artigo 70 do RICMS prevê em seu inciso V uma redução de 80% da base de cálculo na saída de bens desincorporados do Ativo Imobilizado depois do uso normal após 12 meses de aquisição. Nesse caso, a venda de uma máquina usada no valor de R$ 3.500,00 terá a seguinte incidência de ICMS: Valor da Operação: R$ 3.500,00 Encontrando a Base de Cálculo: 3.500,00 X 80% = 2.800,00 3.500,00 – 2.800 = 700,00 Logo: Base de Cálculo = R$ 700,00 Alíquota: 17% ICMS a Recolher: 700,00 X 17% = 119,00 Resumo do Cálculo Valor da Operação: R$ 3.500,00 Base de Cálculo: R$ 700,00 Alíquota: 17% ICMS a recolher: R$ 119,00 Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 32 Mais Exemplos: No ES as operações internas com alguns produtos de cesta básica tem redução de base de cálculo de uma forma que a tributação final da operação resulte na tributação final do ICMS em 7%. Como Calcular: Para encontrar a base de cálculo de apuração do imposto é seguida a fórmula: Base de Cálculo = (Valor da Operação ÷ Alíquota do Produto) X Tributação Final Obs.: não use o sinal “% (porcentagem)” na fórmula acima Sendo que a alíquota do produto não sofre alteração, mas sim a base de cálculo, aplica-se a alíquota normal da operação/produto para calcular o imposto. Observe o detalhe seguinte: Alíquota: porcentagem aplicada sobre a base de cálculo para calcular o imposto, Tributação: percentual que o valor do imposto corresponde ao valor da operação. Caso a operação não tem redução na base de cálculo a tributação pode ser igual à alíquota, já nos casos de redução de base de cálculos a alíquota e a tributação não têm a mesma porcentagem. Vejamos o exemplo: A empresa Supermercado Vale do Cricaré Ltda., estabelecimento situado no ES teve no mês 02/2012 a seguinte operação de vendas: 80 pacotes de feijão carioca no valor de R$ 5,00 cada unidade; Sendo que este produto tem o benefício de redução de base no cálculo de ICMS tributação reduzido a 7%, encontre a base de cálculo e o respectivo valor do ICMS a recolher nessa operação (desconsiderando possíveis créditos de aquisição): Use a fórmula abaixo: Base de Cálculo = (Vr. Operação ÷ Alíq. Produto) X Trib. Final Condicionador: Alíquota 25% Valor total da Operação: 80 X 5 = R$ 400,00 Base de Cálculo: (400,00 ÷ 17) X 7 = R$ 174,71 Imposto a Recolher: 174,71 X 17% = R$ 28,00 Valor total da Operação: R$ 400,00 Base de Cálculo total: R$ 174,71 Alíquota ICMS: 17% ICMS total a recolher: R$ 28,00 Para comprovar se o cálculo está correto, poderá aplicar a porcentagem da tributação final desejada ao valor da operação: R$ 400,00 X 7% = 28,00 Esse cálculo direto (7%) é usado apenas para comprovar se o procedimento foi efetuado corretamente, porém, para a emissão da Nota Fiscal, escrituração de livros e envio de declarações como o Sintegra (veremos adiante) deve ser respeitada a fórmula de redução de base de cálculo do ICMS. Prática Contábil II Prof. José Maria Ferreira professorjm@tributosefinancas.com.br 33 Para a empresa calcular o preço de venda de certo produto e cobrar do cliente o valor do ICMS devido na operação de venda, deve-se usar a metodologia aplicando no fator a carga tributária e não a alíquota da operação; no exemplo anterior, 7%. Ao emitir uma nota fiscal de produtos com alíquotas diferenciadas deve-se fazer o cálculo individualizado desmembrando os em quantas alíquotas existirem. Vale lembrar que esses procedimentos de redução de base de cálculo é aplicado não somente nas reduções de 17% para 7%, mas sim em todas as alíquotas existentes que for concedida o beneficio de tributação reduzida. Isenção X Redução de 100% Existem produtos do mercado interno com isenção de ICMS (alíquota 0%) e também existem produtos com Base de Cálculo R$ 0,00 (zero), o que representa uma redução de 100%. É importante ressaltar que nessas duas operações NÃO representa a mesma regra fiscal, ainda que em ambas as situações a tributação final do imposto é R$ 0,00. Vejamos: Conforme já falamos nas aulas anteriores alguns produtos são isentos do ICMS. Suponhamos que um quilograma de Tomate seja vendido a R$ 2,00, e este produto é isento do imposto, temos o cálculo: R$ 2,00 X 0% = R$ 0,00 A mesma empresa que vende o produto anterior, também tem uma padaria interna. No art. 70, XLIV, c) do RICMS discrimina o benefício de redução de 100% na base de cálculo de Pão Francês ou de sal, com até 1 kg a unidade, este vendido por R$ 6,90 o quilograma. Nessa situação o cálculo terá a seguinte análise: Base de cálculo reduzida em 100% R$ 6,90 X 100% = 6,90 Redução em 100%: R$ 6,90 – R$ 690,00 = R$ 0,00 Logo: a base de cálculo será R$ 0,00. Mas vale lembrar que a base de cálculo foi reduzida, mas a alíquota não. Então teremos Valor da Operação: R$ 6,90 Base de Cálculo: R$ 0,00 Alíquota: 17% ICMS a recolher: R$ 0,00 EXERCICÍOS PRÁTCOS: Nas situações abaixo, a empresa precisa calcular algumas operações, das quais precisa descobrir: O cálculo do valor da operação total: O cálculo do valor da base de cálculo do ICMS: O cálculo do valor do ICMS sobre essa operação: 1) Uma empresa vende 10m³ de areia no valor total de R$ 400,00 e quer saber a forma de calcular o ICMS e sua base, sabendo que no inciso XLI
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