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A responsabilidade civil do Estado frente ao linchamento

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A responsabilidade do Estado frente os linchamentos
Jussara Cristina Laurett¹
Darwin Harnack²
RESUMO
Diante da criminalidade latente no Brasil, cresce junto linchamento, ou seja, a justiça popular executada por integrantes da sociedade, que saturados com a ineficácia do Estado na prestação dos serviços público, em especial a segurança pública, a qual, é direito fundamental elencado em nossa Constituição Federal de 1988. No presente trabalho, será abordado brevemente o tema da responsabilidade civil do Poder Público, visualizando especificamente na omissão estatal, se enseja a responsabilidade objetiva ou subjetiva do Estado na ocorrência dos linchamentos, uma vez que ocorrem diante da ausência da segurança pública como também pela insatisfação da sociedade pela morosidade do judiciário. Nesse cenário, a doutrina dominante defende que na ocorrência de agressão, como no caso de um linchamento, assalto, roubo, e demais crimes ocorridos na via pública não gera responsabilidade do Poder Público, salvo se existir o dever de estar no local do fato ou quando cientificado não agiu.
Palavras-Chave: Responsabilidade Civil. Estado. Segurança Pública.
1. INTRODUÇÃO
Contemporaneamente o que é mais perceptível pela sociedade é a ineficiência da segurança pública. Devido essa carência estatal, a qual é discutida nacionalmente devido ao crescimento da criminalidade, nasce o sentimento de injustiça, principalmente em regiões em que o Estado é mais ausente. Nesse passo, eis que surge o linchamento, sob a alegação de que o judiciário não faz nada e que nossas leis são ineficazes, refletindo todos os sintomas da teoria da anomia.
Atualmente no Brasil, o linchamento mostrar-se como uma realidade assustadoramente presente em nossos dias. A popular “justiça com as próprias mãos” tem como autores pessoas comuns em nossa sociedade que, insatisfeitas com a morosidade da justiça praticam a referida justiça popular como meio de punir o agente que cometera um crime, sendo que a sentença desse tribunal das ruas quase sempre é a pena de morte, salvo exceção, quando a polícia consegue intervir pela vítima.
O sociólogo e estudioso sobre os linchamentos no Brasil, José de Souza Martins, descreve em sua obra a crueldade praticada pelos linchamentos:
A violência coletiva se manifesta entre nós, sobretudo nos linchamentos praticados, não raro, por multidões. Violência quase sempre cruel, expressão de uma concepção fundante do que é o humano e do que não o é entre nós, é marcada por uma grande diversidade de procedimentos violentos, que vão da perseguição à vítima, seu apedrejamento, as pauladas, socos e pontapés, à sujeição física, ao arrastá-la, mutilá-la e queimá-la, mesmo estando ainda viva (MARTINS, 2015). 
Esses atos de barbárie representam de certa forma o que Hobbes traz na sua obra “Leviatã, que é homem é mau por natureza, ou seja, “o homem é o lobo do homem”, necessitando de um Estado presente que estabeleça a ordem, caso contrário, a sociedade tende a se rebelar, isto é, a crise política e moral vivenciada pelo país demonstra através do linchamento a descrença da sociedade na efetividade do Poder Judiciário “no geral, a população perdeu a confiança na polícia e na Justiça e cada vez mais faz justiça pelas próprias mãos” (MARTINS, 2015).
Frente ao colapso em que vivemos atualmente, poderíamos dizer que a situação se relaciona muito com a teoria da anomia, que representa a desordem social, no caso, a falência da justiça estatal bem como, a falta de efetivo policial, ensejam a atuação dos “justiceiros” na solução dos conflitos sociais, todavia, é um ato de covardia extrema contra a pessoa linchada, primeiro porque não interessa ao grupo em saber se a pessoa é culpada ou inocente, sendo que muitas vezes se baseiam apenas em falsos boatos, e segundo, porque busca apenas vingança e não justiça.
Os linchamentos expressam uma crise de desagregação social. São, nesse sentido, muito mais do que um ato a mais de violência dentre tantos e cada vez mais frequentes episódios de violência entre nós. Expressam o tumultuado empenho da sociedade em “reestabelecer” a ordem onde ela foi rompida por modalidades socialmente corrosivas de conduta social (MARTINS, 2015).
Sob esse âmbito, insta colocar que o senso de justiça é algo abstrato, pois o que pode ser justo para um pode parecer injusto para outro, essa discordância é bem acentuada principalmente quando esse conceito de justiça é aplicado a um desconhecido e outro quando a pessoa a ser julgada é um familiar, o que demonstra que o conceito de justiça não é absoluto nem mesmo para uma única pessoa. 
Mas o que leva um grupo de pessoas a praticar um ato tão cruel? Qual é a responsabilidade estatal?
2. O LINCHAMENTO
Entende-se por linchamento, como um ato praticado por uma multidão de pessoas movidas por sentimento de injustiça contra um ou mais indivíduos, objetivando punir por suposto crime com suas próprias mãos, espancando, chutando, arrastando, apedrejando até mata-lo. Eduardo Martins (2014) em sua matéria diz que essa atitude “resulta da decisão quase sempre repentina, impensada, de motivação súbita e, de modo geral, imprevisível”.
Contudo, essa pratica de linchar em público era muito comum na Idade Média, inclusive ainda é realizada entre os judeus, no entanto com outra denominação: a lapidação, onde mulheres adulteras e homossexuais são condenados pelo Tribunal Islâmico ao apedrejamento em praça pública, uma manifestação tão bárbara quanto cruel e que sobrevive em pleno século 21.
A prática de assassinatos por multidões era comum na antiguidade, no tempo do estado de natureza (Hobbes), onde não havia lei nem autoridades locais. Na época da colônia, no Brasil, foram inúmeros os massacres (sobretudo de índios e negros). Tudo com a garantia da absoluta impunidade. A queima de bruxas, nos séculos XV-XVIII, foi o maior “linchamento” promovido pela Igreja (tratou-se da guerra contra o Satanás que, segundo a crença então corrente, copulava com as mulheres, transformando-as em bruxas (GOMES, 2014).
Consigna o dicionário que “linchar” é justiçar sumariamente, sem qualquer espécie de julgamento legal, no entanto, em buscas pela internet sobre o tema, denota-se correlação com a Lei de Lynch, conforme explica Eduardo Martins:
Linchar e linchamento provêm do nome de um fazendeiro, William Lynch, da Virgínia, nos Estados Unidos: ele criou em 1776 um tribunal privado que aplicava um tipo de punição sumária – a morte por enforcamento, em geral – aos criminosos, deixando de lado as formalidades legais. A então chamada lei de Lynch se generalizou e hoje indica a execução, por um grupo de pessoas, de um assassino ou, pior, de um mero suspeito de crime. Existe, no entanto, quem atribua a origem da palavra ao verbo inglês to lynch (infligir castigo corporal) ou mesmo a outros cidadãos de sobrenome Lynch, que teriam praticado a justiça pelas próprias mãos (MARTINS, Folha Viva, 2014).
O que se percebe nos linchamentos, independentemente da época, é pluralidade de aspectos envolvidos na violência empregada contra a pessoa que praticou ou supostamente tenha praticado algum crime contra a ordem social. No entanto, insta colocar que essa prática se torna inadmissível em um país de Direito Democrático como o Brasil, onde a sociedade outorga o Estado como garantidor da lei, da ordem pública e do bem-estar social, sendo proibido o exercício da autotutela.
Nesse passo, é de todo oportuno salientar que em nosso ordenamento jurídico existe a proibição da autotutela, sendo somente aceita como exceção, senão vejamos:
Art. 345 - CP Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.
A conduta típica que o artigo remete na expressão “fazer justiça com as próprias mãos” é agir sumariamente, sem a tutela jurisdicional, utilizando-se da autotutela para buscar o que entende por justiça, a exemplo disso, temos a hipóteseda turbação, esbulho e justo receio de ameaça, prescrito no artigo 1.212 do Código Civil de 2002:
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
Como também, no artigo 23, inciso II do Código Penal, pela legítima defesa, onde a pessoa que pratica um crime objetivando defender a si ou outras pessoas de um crime, não lhe é imputado a pena por sua ação delituosa, no entanto, é analisado se não houve excesso na defesa, caso contrário, responderá criminalmente.
Nesse viés, é notório que nossa legislação pátria não traz nenhuma hipótese de autotutela referente a linchamento, e quando outorga a autotutela, especifica de como e quando, como também a força dispensada para exercê-la. 
No entanto, alguns entendem que o linchamento seria uma forma de “legítima defesa coletiva”, como defende a repórter âncora do SBT Brasil, Rachel Sheherazade:
O marginalzinho amarrado ao poste era tão inocente que em vez de prestar queixa contra seus agressores, preferiu fugir, antes que ele mesmo acabasse preso. É que a ficha do sujeito – ladrão conhecido na região – está mais suja do que pau de galinheiro. Num país que ostenta incríveis 26 assassinatos a cada 100 mil habitantes, arquiva mais de 80% de inquéritos de homicídio e sofre de violência endêmica, a atitude dos “vingadores” é até compreensível. O Estado é omisso. A polícia, desmoralizada. A Justiça é falha. O que resta ao cidadão de bem, que, ainda por cima, foi desarmado? Se defender, claro! O contra-ataque aos bandidos é o que eu chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite. E aos defensores dos Direitos Humanos, que se apiedaram do marginalzinho no poste, lanço uma campanha: Façam um favor ao Brasil. Adote um bandido!.
	A título de curiosidade sobre o comentário colacionado, a Carta Magna de 1988 protege a liberdade de imprensa, no entanto quando essa liberdade exorta um delito, como no caso da repórter, constitui-se apologia ao crime, uma vez que ela incita a prática do linchamento. Por esse norte, a pesquisadora Ariadne Natal (2014) ressalva que essa demonstração de apoio ao linchamento enseja a ocorrências de outros: “fazer comentários de apoio é dizer que isso é aceitável, que aquele que lincha tem o respaldo da comunidade para agir. Se não tivesse respaldo, o linchador não estaria em praça pública cometendo uma agressão”.
3. A FALTA DO TIPO PENAL PARA LINCHAMENTO
No Brasil, os linchamentos nos últimos anos têm crescido de forma progressiva e acelerada, principalmente depois de 2013, isso conforme pesquisas realizadas por alguns sociólogos que se basearam em notas jornalísticas, uma vez que não existe estatística policial, pois o linchamento não possui um tipo penal. Martins (2015) em suas pesquisas apurou que “nos últimos 60 anos, cerca de um milhão de brasileiros já participou de, pelo menos, um ato de linchamento ou de uma tentativa de linchamento”, e arremata dizendo que “o Brasil é o país que mais lincha no mundo”. 	Nessa seara, em um estudo sobre os linchamentos no estado de São Paulo, especificamente entre 1980 a 2009, realizado pela Socióloga Ariadne Natal, a qual, analisou 589 casos, constatou que apenas um caso foi a julgamento, e assevera que "é preciso que a polícia passe a ver os linchamentos como um problema, como um crime a ser investigado e punido, e não como uma solução", e prossegue afirmando:
O linchamento é um crime de difícil apuração. Apesar de ocorrer à luz do dia, em público, há um pacto de silêncio após o término. Juntando a isso a característica da Justiça brasileira, que busca individualizar a ação de cada pessoa, por não prever crimes coletivos, os linchamentos tornam-se situações onde a punição é rara.
[...]
Quem lincha sabe que tem respaldo social para isso no Brasil. Quem está ali linchando sabe que não haverá depoimentos de testemunhas nem maiores investigações ou punições. Do contrário, como explicar alguém que se dispõe a assassinar uma pessoa em praça pública, sem esconder identidade, à luz do dia, sendo até filmada?
	Defronte a esses dados, é importante dizer que não existe um tipo penal para o linchamento no ordenamento jurídico brasileiro, inclusive, pode ser essa uma das causas do aumento exacerbado dessa barbárie, como ressalta a socióloga. Analisando tão somente sob essa perspectiva, dá impressão de que o Estado não tem interesse em repudiar esse tipo de aglomeração de pessoas, a qual objetiva tão somente um sacrifício e não a justiça.
Destarte, essa situação reflete impunidade, permitindo a reincidência, uma vez que não tem como enquadrar o linchamento em nenhum artigo do Código Penal Brasileiro. Senão vejamos:
Art. 288 CP - Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes.
O artigo supracitado especifica que as pessoas necessariamente precisam estar conscientes de que vão cometer um crime juntas, o que não ocorre no linchamento, uma vez que as pessoas não se associam, dessa forma não se caracteriza quadrilha. Como também não se enquadra no § 1º, do art. 1º, da Lei 12.850/2013, que fala sobre as organizações criminosas. 
Nesse cenário, aos autores do linchamento é imputado apenas um resultado: lesões corporais ou homicídio da vítima, isso quando as investigações policiais conseguirem determinar a autoria, pois, com o fato consumado impera a “lei do silêncio”, onde além da difícil identificação da autoria existe a falta de testemunhas.
4. A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Conforme ensina Maria Silvia Di Pietro “A responsabilidade civil é de ordem patrimonial e decorre do artigo 159 do Código Civil, que consagra a regra, aceita universalmente, segundo a qual todo aquele que causa dano a outrem é obrigado a repará-lo” (DI PIETRO, 2008, p.374).
Nosso ordenamento jurídico como também, nos Tratados Internacionais de Direitos Humanos ratificados pelo Brasil, estabelecem que a responsabilidade do Estado frente um linchamento, é de proteger o cidadão, ou seja, deve evitar a ocorrência do linchamento, uma vez que o Estado é o garantidor do bem-estar social da sociedade, estando tal determinação no caput do art. 144 da CRFB/88:
A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I-polícia federal;
II-polícia rodoviária federal;
III-polícia ferroviária federal;
IV-polícias civis;
V-polícias militares e corpos de bombeiros militares.
Sob essa ótica, a polícia é o ente destinado a resguardar a segurança individual e a harmonia pública, cabendo as funções administrativas preventivas para garantir a ordem e a segurança pública, impedindo o cometimento de atos que coloquem em perigo a sociedade. 
A segurança pública é o que o cidadão almeja do Estado, sendo inclusive um dever para com a sociedade, mas, infelizmente não consegue assegurar a todos como a Constituição Federal Brasileira estabelece, assim, a omissão do Poder Público em prover a devida segurança à população é situação que ensejaria a responsabilidade do Estado, sendo essa o ponto nefrálgico da questão: a falha ou a omissão na segurança pública, enseja a responsabilidade civil do Estado?
A esse respeito, especifica-se primeiramente qual é a responsabilidade abarcada pela Constituição Federal de 1988:
A responsabilidade civil do Estado é objetiva, tendo tal afirmação fulcro, inclusive, em sede constitucional, conforme se verifica de uma simples leitura do § 6.º do art. 37 da Constituição Federalde 1988, in verbis:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
§ 6.º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2012, p.245).
Em síntese, o dispositivo legal traduz a responsabilidade objetiva do Estado, onde basta que a vítima comprove o dano, independentemente de culpa, que configura a teoria de risco, no entanto, a doutrina também traz a teoria do risco administrativo, na qual, se comprovado a culpa da vítima parcialmente ou concorrente a responsabilidade do Estado pode ser atenuada.
 Tal constatação aproxima-se do que Carlos Roberto Gonçalves ensina:
Há várias teorias tendentes a fundamentar o sistema da responsabilidade objetiva adotado pelo direito brasileiro, buscando atenuar as consequências de uma concepção levada a extremos. Observa-se, até hoje, uma certa confusão na doutrina a respeito das teorias já mencionadas, a do risco integral e a do risco administrativo. Essa confusão, no entanto, é mais de ordem semântica, pois todos partilham do entendimento de que as regras constitucionais impuseram a responsabilidade objetiva do Estado pela reparação do dano, não significando, contudo, que tal responsabilidade subsista em qualquer circunstância, mas podendo ser excluída em caso de culpa da vítima ou de força maior. (GONÇALVES, 2012 p.198).
Paralelamente, tem muitos doutrinadores que defendem a responsabilidade subjetiva do Estado, baseada pela culpa ou dolo, onde o dano caracteriza-se através da omissão, uma vez que o prejuízo ocorre alheio ao Estado. 
Nesse diapasão, Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona (2012) defendem dentro da responsabilidade subjetiva do Estado, a teoria da falta de serviço, e explicam:
A teoria epigrafada toma como espeque a visão de que a falta do serviço estatal caracteriza a culpa da Administração, não havendo necessidade de investigar o elemento subjetivo do agente estatal, mas sim, somente, a falta do serviço em si mesmo (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2012, p.246)
De encontro com o mesmo entendimento, Maria Sylvia Zanella di Pietro (et al, 2008, p.411) define que “a culpa do Estado ocorre com o não funcionamento do serviço público (inexistência), com o seu funcionamento atrasado (retardamento) ou, ainda, quando funciona mal (mau funcionamento)”.
Nestes três casos, ocorrerá a culpa do serviço, independentemente de qualquer inquirição a respeito da falta do funcionário. Assim, o que nos parece relevante, na adoção dessa teoria, é justamente que, além dos três elementos essenciais para a caracterização da responsabilidade civil, prove-se também, para o reconhecimento da omissão estatal, justamente o seu dever de agir, com a demonstração de que, não se omitindo, haveria real possibilidade de evitar o dano (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2012, p.246)
Considerando esse contexto, a teoria da falta do serviço demonstra três hipóteses na falha do serviço estatal: não funcionando quando deveria funcionar ou funcionou atrasado, ou quando teve mal funcionamento, devendo o Estado responder subjetivamente pela sua omissão.
 Nesse passo, frente ao linchamento, a doutrina dominante entende que não gera responsabilidade do Poder Público pela omissão da prestação de serviço, fundado na teoria da falta de serviço, como explica Stocco (2004, p.1065):
Se o Estado passar a responder por qualquer ato lesivo causado por terceiro, “como um assalto em via pública, uma enchente qualquer, uma agressão sofrida em local público, o lesado poderia sempre arguir que o “serviço não funcionou”; mas, agindo desta maneira, o Estado passaria a ser um segurador universal. Em outra perspectiva, questão distinta seria se ocorresse um assalto em via pública, e policiais, devidamente avisados, se omitissem e não tomassem as providências necessárias; então, neste caso, teríamos, sim, a responsabilidade objetiva por omissão do Estado.
Com efeito, a responsabilidade do poder público por atos omissivos não se configura apenas com a ausência do serviço público e o dano, é necessário a comprovação de que o Estado agiu com culpa ou dolo, todavia, importa salientar que é necessário existir uma norma legal determinando a atuação estatal naquela situação, ou seja, deve haver a obrigação jurídica que impeça o dano e o Estado não age ou age deficientemente, incidindo na conduta ilícita, pelo que responderá por sua culpa.
Aliás, o entendimento jurisprudencial segue o mesmo norte:
TURMA RECURSAL FAZENDÁRIA Proc. nº 0119661-77.2014.8.19.0001 RECORRENTE : DANIEL FERREIRA DE SOUZA RECORRIDO : ESTADO DO RIO DE JANEIRO Juiz Sentenciante : DR. MARCELO MONDEGO DE CARVALHO LIMA R E L A T Ó R I O Trata-se de AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS alegando a parte autora que hackers invadiram o site da Policia Militar e divulgaram seus dados pessoais em página de rede social. O Estado apresentou contestação alegando a ilegitimidade passiva por flagrante ato de terceiros; a falta de interesse de agir por impropriedade da via eleita; a inexistência de responsabilidade objetiva por ausência de ato comissivo do Estado; a inexistência de responsabilidade subjetiva por ausência de ato omissivo do Estado; a inexistência de dano moral a ser indenizado.
 [...]
Ao contrário do que alega o Recorrente, na Responsabilidade Civil do Estado por ato omissivo, como cuida a presente hipótese, eis que o suposto dano causado à parte autora teria sido em razão de ato omissivo do Estado que em princípio não teria adotado medidas eficazes para que evitasse os ataques dos "hackes", é mitigada, senão vejamos. A responsabilidade do Estado ou responsabilidade da Administração Pública, conforme a denominação de parte da doutrina, encontra guarida constitucional, em especial, na disposição do art. 37, § 6º, da Constituição Federal de 1988. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Um dos pontos nodais na discussão acerca da responsabilidade por atos omissivos consiste em saber se o verbo "causarem" expresso no art. 37, 6º, da CF/88, abarca, também, as condutas omissivas, ou se só diz respeito aos atos comissivos. Neste caso a responsabilidade objetiva só atingiria estes atos. A teoria da responsabilidade subjetiva por atos omissivos, capitaneada por Celso Antônio Bandeira de Mello, seguindo os ensinamentos de seu pai Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, ladeado por Maria Sylvia Zanella Di Pietro, José dos Santos Carvalho Filho, dentre outros, sustenta, ressalvadas pequenas variações de pensamentos, que a omissão estatal não é causa do resultado danoso, mas sim sua condição, pelo que para haver a responsabilização do Estado por sua conduta omissiva imprescindível a análise do elemento subjetivo. Destarte, o Estado não seria, propriamente, o autor do dano. Sua omissão ou deficiência constituiria condição do dano, esta considerada como um evento que não ocorreu, mas se tivesse ocorrido seria capaz de impedir o resultado. Argumenta-se que não seria razoável o Estado responder objetivamente por um dano que, a rigor, não causou, mas apenas não atuou no sentido de impedi-lo. Segundo os defensores da teoria subjetiva, nas condutas omissivas o Estado responderá subjetivamente com fundamento na teoria da culpa do serviço, ou faute du service, comodenominada pelos franceses. A culpa do serviço, falta do serviço ou, simplesmente, culpa anônima da administração estará caracterizada em três situações, a saber: a ausência do serviço, o serviço defeituoso ou o serviço demorado. Nesse particular, destaca-se a precisa lição de Celso Antônio Bandeira de Mello: Quando o dano foi possível em decorrência de uma omissão do Estado (o serviço não funcionou, funcionou tardia ou ineficientemente) é de aplicar-se a teoria da responsabilidade subjetiva. Com efeito, se o Estado não agiu, não pode, logicamente, ser o autor do dano. E se não foi o autor, só pode responsabilizá-lo caso esteja obrigado a impedir o dano. Isto é: só faz sentido responsabilizá-lo se descumpriu dever legal que lhe impunha obstar o evento lesivo. Deveras, caso o Poder Público não estivesse obrigado a impedir o acontecimento danoso, faltaria razão para impor-lhe o encargo de suportar patrimonialmente as conseqüências da lesão. 
[...]
1. O julgamento do Recurso Especial, para fins de afastar a condenação do Estado do Espírito Santo, pressupõe, necessariamente, o reexame dos aspectos fáticos da lide - especificamente para descaracterizar o nexo causal -, atividade cognitiva inviável nesta instância especial (Súmula 7/STJ). 2. Agravo Regimental desprovido. Diante do exposto, fica evidente a necessidade da prova pericial, razão pela qual VOTO pelo CONHECIMENTO e DESPROVIMENTO do Recurso, condenando o Recorrente ao pagamento das custas judiciais e honorários de advogado que fixo em R$ 500,00 (quinhentos reais), cuja cobrança deverá fic ar suspensa na forma do art. 12 da lei nº 1.060/50. Rio de Janeiro, 07 de maio de 2015 MARIA DO CARMO ALVIM PADILHA GERK Juíza Relatora (TJ-RJ - RI: 01196617720148190001 RJ 0119661-77.2014.8.19.0001, Relator: MARIA DO CARMO ALVIM PADILHA GERK, Data de Julgamento: 28/11/2014, Primeira Turma Recursal Fazendária, Data de Publicação: 15/06/2015 00:00) (grifou-se).
Stocco (2004, p.1065), coloca que “o Estado brasileiro se encontra falido, não consegue manter a segurança pública de acordo com os ditames da Constituição Federal”, ainda segundo o ilustre jurista “não há como responsabilizar o Estado simplesmente pelo mal funcionamento de suas autoridades constituídas, a exemplo das polícias, Ministério Público e Poder Judiciário, nem como se responsabilizar pela carência de verbas destinadas a estas áreas”. 
Doutro modo, na hipótese de cabimento a responsabilidade civil do Estado tanto objetiva ou subjetiva, cabe sustentar a existência das cláusulas excludentes de responsabilidade, no caso em tela, por força maior, sob alegação da impossibilidade de ter efetivos policiais em todas as áreas da cidade.
Art. 393 - CC O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou de força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
Diante desse contexto, ao redirecionar para a questão da excludente de responsabilidade civil por força maior, convém referenciar que:
É de considerar mais razoável o entendimento segundo o qual tanto a força maior como o caso fortuito tratam de acontecimentos inevitáveis. Entretanto, a força maior é o acontecimento cuja inevitabilidade é absoluta, ainda que possa o fato em si ser até previsível (a imprevisibilidade seria, pois, relativa). Já o caso fortuito trata de um fato que poderia ter sido evitado, se houvesse sido previsto. A impossibilidade do caso fortuito relaciona-se com a ideia de imprevisibilidade (LISBOA, 2012, p.323).
Em síntese, depreende-se da jurisprudência dominante e da doutrina majoritária que a responsabilidade do Estado diante um linchamento, somente poderia ser responsabilizado objetivamente se houvesse norma legal sobre a matéria, o que não ocorre, por outro lado, na hipótese de arguir a responsabilidade subjetiva pela omissão do serviço estatal, além de caber as excludentes de responsabilidade, será necessário a demonstração da culpa efetiva pela omissão de efetivo policial.
5. CONCLUSÃO
Ao término do presente estudo e fundamentando-se nas argumentações expostas, pode-se compreender a responsabilidade do Estado diante a sua deficiência na prestação dos serviços públicos, entre eles, a segurança pública. No entanto, cabe salientar que se trata de um direito fundamental de aplicabilidade imediata, onde a omissão pode gerar responsabilidade estatal se existir uma obrigação de fazer ou se agir com dolo ou culpa.
Não obstante, a sociedade não pode ficar a mercê do caos da criminalidade, que cresce e domina as ruas, fazendo com que justiça popular opere nacionalmente quase que todos os dias, julgando pessoas culpadas ou não sem o devido processo legal, sendo ainda que a punição desse crime é quase zero.
	Além dessa impunidade latente, as coberturas jornalísticas apresentadas por “Datenas da vida”, que para dar o dito “IBOPE” alimentam a sociedade com a desgraça humana, seriam um outro fator para o crescimento exacerbado dos linchamentos, uma vez que incentivam indiretamente a sociedade, pois, quanto mais destaques dão para uma notícia sobre a violência urbana, a impunidade da justiça, a corrupção, a morosidade do poder judiciário, maior é a decepção da sociedade com a atuação estatal.
Em suma, vários são os fatores que colaboram para o avanço da barbárie, no entanto, mesmo que o nosso sistema jurídico seja ineficiente, lento e corrupto, sendo imperfeito, sem ele o que nos restaria seria a anarquia. O linchamento pode até eliminar um “criminoso”, mas no processo cria vários, e consequentemente, um crime não justifica o cometimento de outro, se fosse assim, a família do linchado teria o direito de linchar os linchadores? Qualquer pessoa pode ser vítima de um linchamento, inclusive aquele que defende e pratica esse crime.
Por fim, mesmo perceptível a presença anômica em nossa sociedade através dos linchamentos, temos que lutar da forma correta objetivando reverter esse quadro, saber exigir nossos direitos perante o Estado, mas saber também cumprir os deveres que nos é cobrado. O Estado tem a obrigação de garantir a nossa segurança, mas também é nossa responsabilidade.
Todos somos detentores de direitos, sendo que muitos são inerentes da condição humana, dentre deles o direito a vida. Não outorgamos o Estado a tirar o bem maior, muito menos demos a legitimidade para que a sociedade mate uns aos outros para mostrar ao Estado o que ele deve fazer, basta apenas que mostremos nossa indignação nas urnas, mas, o grande problema da sociedade é que sofre de memória curta, e em tempos de eleições, as suas angustias, problemas e indignação perante a ineficiência das instituições públicas, são esquecidas. 
REFERÊNCIAS
1 - Acadêmica do curso de Direito – 8ª fase no Centro Universitário Católica de Santa Catarina
2 - Docente na Instituição Católica de Santa Cataria – Responsabilidade Civil
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