Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO – UFRPE Professor: Edivan Rodrigues de Souza Semestre: 2013.1 Turma: EA3 Propriedades morfológicas e físicas 2 DEFINIÇÃO Refere-se à descrição de propriedades detectadas pelos sentidos da visão e do tato (manuseio). Analogia: Descrição dos alunos: cor, estilo da roupa, cabelo, perfume, cor da pele, etc. IMPORTÂNCIA Permitem inferências sobre a formação do solo e o comportamento em relação ao uso agrícola (manejo) 3 Características morfológicas e físicas 1. Cor 7. Cimentação 2. Textura 8. Presença de sulfetos 3. Estrutura 9. Presença de manganês 4. Porosidade 10.Presença de carbonatos 5. Consistência 11. Eflorescências 6. Cerosidade 12. Nódulos e concreções EXAME DE CAMPO X ANÁLISES DE LABORATÓRIO 4 REGISTRO E REDAÇÃO DAS DESCRIÇÕES DESCRIÇÃO GERAL - Rochosidade; - Relevo local - Relevo originário; - Erosão; - Drenagem; - Vegetação primária; - Uso atual; - Clima; - Pedólogo responsável - Perfil; - Data; - Classificação: SiBCS; - Localização, município, estado e coordenadas; - Situação, declive e cobertura - vegetal sobre o perfil; - Altitude; - Litologia; - Formação geológica; - Material originário; - Pedregosidade; 5 6 7 Características morfológicas e físicas 1. Cor 7. Cimentação 2. Textura 8. Presença de sulfetos 3. Estrutura 9. Presença de manganês 4. Porosidade 10.Presença de carbonatos 5. Consistência 11. Eflorescências 6. Cerosidade 12. Nódulos e concreções EXAME DE CAMPO X ANÁLISES DE LABORATÓRIO 8 IMPORTÂNCIA DA COR - A cor é considerada como uma das propriedades morfológicas mais importantes; - A cor auxilia na distinção das classes de solos (caráter ebânico), na delimitação de horizontes nos perfis; - Permite fazer deduções lógicas sobre os atributos físicos, químicos, biológicos e reflete características mineralógicas básicas que podem refletir a história biogeoquímica; - Indica sobre a fertilidade, já que a cor fornece indicações sobre o material de origem, conteúdo de matéria orgânica, condições de drenagem e teores de óxidos de Fe e Al (fixação de P). 9 Os solos podem apresentar variadas cores; Encontram-se solos amarelos, vermelhos, acinzentados, brunos (pardos), até negros; Os componentes predominantes no solo são os responsáveis pela sua coloração Ricos em óxidos de Fe e Al Variam do amarelo ao vermelho São mais escurosSolos humíferos Arenosos Ricos em quartzo Claros 10 Hematita Goethita 11 Hematita – Óxido de Ferro, α – Fe2O3 Responsável pela coloração vermelha dos solos, devido seu alto poder pigmentante. Goethita – Oxidróxido de Ferro, α – FeOOH Responsável pela coloração amarela dos solos. 12 COMO DEFINIDOR DE CLASSE: LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO LATOSSOLO VERMELHO LATOSSOLO AMARELO ARGISSOLO AMARELO ARGISSOLO VERMELHO 13 COMO SE DETERMINA A COR DO SOLO??? EXISTE UM PADRÃO??? 14 Carta de Cores Munsell para Solos 15 Histórico ROOD – O CRIADOR (1897): Rood, O. N. Modern chromatics, with applications to art and industry. D. Appleton and Company, New York 1897. MUNSELL – A NOTAÇÃO (1923): Munsell, A. H. . A Color Notation. Munsell Color Company, Baltimore, MD. 1923. MUNSELL SOIL COLOR CHARTS (1946) 16 Carta de Cores Munsell para Solos COMPONENTES: MATIZ, VALOR E CROMA MATIZ – pigmento (ver.; amar.; azul; verde e púrpura); VALOR – tonalidade (preto a branco); CROMA – intensidade (cores neutras e acinzentadas). 10 10 2,5 7,5 2,5 MATIZ - CORES PARA SOLOS R Y YR 5 5 5 GY G BG B PB P RP 18 VALOR branco preto 8 0 4 6 2 10 VALUE – Valor 2 - 8 19 CROMA CRHOMA – Croma 0 – 8 Pureza da Cor 20 Uso da Carta de Cores 21 Página do Matiz 10R 10R 6/3 22 Ao escrever a notação da cor Munsell, a ordem é: Nome da cor em Português , matiz (número e letras juntos), espaço, valor, barra diagonal, croma. 10R 6/3 23 Para solos absolutamente acromáticos (cinza- claro, branco ou preto) com zero de croma e nenhum matiz, a letra N (“Neutral) substitui a designação do matiz. Ex:cor cinzenta com valor 5 N5/. 24 Determinação das cores no campo A maioria dos critérios em que a cor é decisória na classificação de um solo, ou de um determinado horizonte diagnóstico, refere-se à amostra ligeiramente umedecida. Sua caracterização é feita em amostras seca (torrão seco), seca triturada (torrões triturados), úmida (torrão umedecido) e úmida amassada. Iluminação; 25 Prática simples: mas surgem dificuldades Pode-se usar a interpolação? Deve-se evitar no valor e no croma. Pode-se usar no matiz. Evite a divisão exata de dois matizes consecutivos, como 8,75YR 26 Alguns horizontes podem estar mesclados com mais de uma cor. Esse padrão recebe o nome de mosqueado ou variegado 27 MOSQUEADO O horizonte, muitas vezes, está marcado com manchas de outra(s) cor(es) recebendo o nome de mosqueado, devido: Presença de material pouco intemperizado; Drenagem imperfeita; Acumulações de materiais orgânicos 28 Quando o horizonte tiver várias cores, mas não houver predominância perceptível de determinada cor constituindo fundo, ele será descrito como apresentando coloração variegada. Ex: coloração variegada, composta de vermelho (2,5YR 4/6, úmido), bruno (10YR 5/3, úmido). 29 Em síntese, os cadernos ou cadernetas de cores para solos, contêm comumente sete cartas ou cartões de cores, correspondentes a sete notações de matiz, sendo cada uma delas constituída de duas páginas, ambas contendo o respectivo símbolo em sua parte superior. Na página da direita constam os vários padrões de cores pertinentes àquela notação de matiz, junto a perfurações em forma de círculo, que têm o objetivo de facilitar a comparação das amostras com os diversos padrões de cores. Na página da esquerda, constam os códigos de notação de valor e croma correspondentes a cada padrão de cor, junto ao nome da cor em inglês. 30 10R 2,5YR CROMA V A L O R MATIZES 31 TEXTURA DO SOLO Definição A textura do solo pode ser definida como sendo a proporção relativa dos diferentes grupos de partículas primárias nele existentes (Kiehl, 1979) Sinônimos: Separados do solo, separados mecânicos, separados físico-mecânicos, frações do solo, partículas primárias, separados texturais, partículas individuais 32 A TEXTURA DO SOLO constitui-se numa das características físicas mais estáveis e representa a distribuição quantitativa das frações sólidas minerais (menores que 2 mm de diâmetro) quanto ao tamanho. Areia, silte e argila são as três frações texturais do solo que apresentam amplitudes de tamanhos variáveis em função do Sistema de Classificação adotado (Ferreira, 2010). 33 Frações Sistemas USDA INSS SBCS Diâmetro (mm) Areia Muito Grossa 2 - 1 - - AREIA GROSSA 1 - 0,5 2 - 0,2 2 - 0,2 Areia Média 0,5 - 0,25 - - AREIA FINA 0,25 - 0,10 0,2 - 0,02 0,2 - 0,05 Areia Muito Fina 0,10 - 0,05 - - SILTE 0,05 - 0,002 0,02 - 0,002 0,05 - 0,002 ARGILA < 0,002 < 0,002 < 0,002 Frações granulométricas definidas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Desenvolvido pela Sociedade Internacional de Ciência do Solo (INSS) e da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS). Ferreira, 2010. 34 Constituição Macroclástica Para as frações com diâmetro superior a 2 mm (frações grosseiras) presentes no solo, são adotadas as seguintes denominações Frações Grosseiras Diâmetro Cascalho 2 mm - < 2 cm Calhaus 2 cm -20 cm Matacões > 20 cm 35 IMPORTÂNCIA DA DETERMINAÇÃO (INFERÊNCIAS) PROPRIEDADES FÍSICAS a) Porosidade; b) retenção de água; c) Infiltração; d) condutividade hidráulica; e) estrutura; f) estabilidade de agregados Propriedades Químicas a) CTC; b) Fertilidade Mineralogia a) Minerais primários; b) Minerais secundários.Classificação do solo a) Gradiente textural; b) Relação S/A; GF 36 MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO TESTE DE CAMPO: Correlaciona a sensibilidade ao tato com o tamanho e distribuição das partículas (aspereza - AREIA, sedosidade - SILTE e pegajosidade - ARGILA) LABORATÓRIO: DISPERSÃO [Mecânica (Rápida e Lenta) e QUÍMICA]; Separação das Frações (Peneiramento – partículas maiores que 50 µm = 0,05 mm; Sedimentação) 37 Dispersão da amostra do solo: É a separação de partículas compostas, tais como agregados, em areia, silte e argila Dispersão química: Consiste no acréscimo de uma solução constituída de um cátion de elevado raio iônico hidratado, geralmente sódio, para possibilitar a substituição daqueles presentes no complexo de troca catiônica, que favorecem a floculação de argilas. Influência do pH: Cargas variáveis (Com a elevação do pH, determinados argilominerais e óxidos de Fe e Al tendem a aumentar as cargas negativas e, consequentemente, a dispersão da amostra. 38 Dispersão física ou mecânica: Consiste na agitação da suspensão de solo, para contribuir à quebra dos pequenos agregados. AGITAÇÃO RÁPIDA: 12.000 rotações por minuto, durante 15 minutos; Problemas envolvidos AGITAÇÃO LENTA: 50 rotações por minuto, durante 16 horas; 39 AGITAÇÃO RÁPIDA: 5, 10 ou 15’ Agitadores tipo “coqueteleira” Hélices promovem quebra “NÃO É RECOMENDADA” 40 QUANTIFICAÇÃO DAS FRAÇÕES TEXTURAIS POR PENEIRAMENTO: Para partículas superiores a 0,05 mm de diâmetro. POR SEDIMENTAÇÃO: Para partículas inferiores a 0,05 mm de diâmetro. Sedimentação: A velocidade de queda de um objeto é função da(o): a) Viscosidade do meio, b) Diferença de densidades entre o meio e o objeto, c)Tamanho e a forma do objeto. 41 LEI DE STOKES (George Gabriel Stokes, 1851): Refere-se à sedimentação de partículas esféricas num meio viscoso Vs é a velocidade de sedimentação das partículas; g é a aceleração da gravidade; ρp é a densidade das partículas; ρf é a densidade do fluido; t é o tempo de sedimentação; d é o diâmetro das partículas η Viscosidade 𝑉𝑠 = 2 9 + 𝑟2𝑔 𝜌𝑃 − 𝜌𝐹 𝜇 η 𝑡 = 18 𝜇 ℎ 𝑔 𝜌𝑃 − 𝜌𝐹 𝑑2 η MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO a) DENSÍMETRO = hidrômetro = Bouyoucos; a) Pipeta 940 mL Proveta Hidrômetro = Densímetro 0 g L-1 60 g L-1 - 5 g L-1 Rotina, com 2 leituras: 40 s (Suspensão Argila + Silte); 02:00 h (Suspensão Argila) OBS: Pode ser mais detalhada Detalhes da Leitura Classes texturais (Combinações possíveis) Fonte: Santos et al., 2005 30 15 55 ARGILA NATURAL OU DISPERSA EM ÁGUA É determinada utilizando a água como dispersante. Índice de Dispersão e Índice de Floculação O ÍNDICE DE DISPERSÃO (ID) é a proporção da argila dispersa em água em relação à argila total. O ÍNDICE DE FLOCULAÇÃO (IF), seu complemento, representa a proporção de argila naturalmente floculada em relação à argila total. Cálculos: ID = Argila dispersa/Argila Total IF = 1 - ID ESTRUTURA DO SOLO Refere-se ao PADRÃO DE ARRANJAMENTO DAS PARTÍCULAS PRIMÁRIAS DO SOLO (areia, silte e argila) em unidades estruturais compostas chamadas agregados, separadas entre si pelas superfícies de fraqueza (Kiehl 1979; Brady 1989; Resende et al., 2002; Santos et al., 2005) DEFINIÇÃO MACROESTRUTURA - A macroestrutura do solo, ou seja, a estrutura descrita macroscopicamente no campo, é caracterizada segundo suas formas (tipo de estrutura), grau de desenvolvimento (grau de estrutura) e seu tamanho (classe de estrutura). IBGE, 2007 A FORMAÇÃO DOS AGREGADOS São formados pela FLOCULAÇÃO das partículas do solo e posterior CIMENTAÇÃO. Os fatores que interferem são: tipo e teor de argila, carbonato de cálcio, óxidos e hidróxidos de ferro, alumínio, exsudatos orgânicos de plantas, substâncias orgânicas provenientes da ação de microrganismos (Carvalho, 1991 & Maltoni, 1994 citados por Bastos et al, 2005). AUSÊNCIA DE AGREGAÇÃO DAS PARTÍCULAS - O material se apresenta em PARTÍCULAS INDIVIDUALIZADAS, sem coesão entre si. Neste caso, a estrutura deve ser registrada como GRÃOS SIMPLES. Esta situação é comum em horizontes ou camadas de textura arenosa. AUSÊNCIA DE AGREGAÇÃO DAS PARTÍCULAS - Há coesão entre as partículas, mas elas se apresentam como uma massa contínua, uniforme, sem que se consiga individualizar agregados naturais. Neste caso, a estrutura deve ser registrada como MACIÇA. (Exemplo: alguns horizontes coesos de solos dos tabuleiros, alguns horizontes E, Bh ou Bhs). PRESENÇA DE AGREGAÇÃO ENTRE AS PARTÍCULAS - se arranjam em formatos específicos. 52 A classificação generalizada da estrutura do solo é a de Nikiforoff Tipos: Laminar, Prismática, Blocos, Granular Tamanho: muito pequena, pequena, média, grande e muito grande. Grau: Sem unidades estruturais Com unidades estruturais: Fraca, moderada e forte; LAMINAR - aquela onde as partículas do solo estão arranjadas em torno de uma linha horizontal, configurando lâminas de espessura variável, ou seja, as dimensões horizontais são sempre maiores que as verticais. Exemplos: Regiões secas e frias com ocorrência de congelamento; compactação (pisoteio, motomecanização, implementos, etc.), comumente nos horizontes superficiais ( A e E) e em alguns casos podem ser herdados da rocha matriz, neste caso, são mais comuns nos horizontes C de alguns solos. PRISMÁTICA (Prismática e Colunar) - Estrutura onde as partículas se arranjam em forma de prisma (com faces e arestas), sendo sua distribuição preferencialmente ao longo de um eixo vertical e os limites laterais entre as unidades são relativamente planos. Portanto, as dimensões verticais são maiores que as horizontais. Exemplos: São típicas de horizonte B, sendo verificadas também no horizonte C. O subtipo colunar é característico de solos com horizonte plânico sódico. BLOCOS (poliédricas) - estrutura em que as partículas estão arranjadas na forma de polígonos mais ou menos regulares, ou seja, com tamanho equivalente para as três dimensões. É bastante difundida em solos e muito comum em horizontes B, particularmente B dos tipos textural, plânico e nítico, com textura argilosa. São reconhecidos dois subtipos: Blocos angulares - Tem as faces planas, formando arestas e ângulos aguçados. Blocos Subangulares - Ocorre mistura de faces planas e arredondadas, com poucas arestas e ângulos suavizados. GRANULAR - As partículas estão arranjadas em torno de um ponto, formando agregados arredondados, cujo contato entre as unidades não se dá através de faces e sim de pontos. São também reconhecidos dois subtipos: GRANULAR E GRUMOS, que se diferenciam pela porosidade, sendo que os grumos são mais porosos. CUNEIFORME E PARALELEPIPÉDICA – estruturas formadas por ação mecânica de cunhas (preenchimento das fendas originadas pela expansão/contração de argilas, por sedimentos) com presença de SLICKENSIDES (superfícies de fricção) em algumas de suas faces externas. Estritamente relacionadas a VERTISSOLOS ou a solos com alta concentração de argilas expansivas. Cuneiforme – Estrutura com superfícies curvas (elipsoidais) interligadas por ângulos agudos, lembrando cunhas. Paralelepipédica – Estrutura formada por superfícies planas, interligadas por ângulos agudos lembrando paralelepípedos. IBGE, 2007 Graus de estrutura - estão relacionados às condições de coesão dentro e fora dos agregados (percentual de agregação das partículas). Devem ser avaliados no campo, observando-se conjuntamente a maior ou menor facilidade de separação das unidades estruturais através das superfícies de fraqueza: Fraca, moderada e forte Classes de estrutura - Definidas pelo seu tamanho, de acordo com os seguintes critérios: Muito pequena, pequena, média, grande, muito grande e extremamente grande IMPORTÂNCIA - Menor densidade do solo e compactação; - Maior porosidade; - Maior capacidade de retenção de água; - Melhora a infiltração de água; - Favorece a troca gasosa entreo solo e a atmosfera; - Menores restrições mecânicas ao desenvolvimento das raízes; - Aumenta a atividade microbiana (ex. nitrificação) 62 DENSIDADE DO SOLO A DENSIDADE DO SOLO (ρ=Ds: g cm-3, kg dm-3 ou Mg m-3), no passado também denominada Densidade Aparente e Densidade Global, representa a relação entre a massa de solo seco em estufa (Ms, kg) e o seu respectivo volume total (V, m3), ou seja, o volume de solo incluindo os espaços ocupados pela ÁGUA (Va) e pelo AR (Var). Ds = Mss V Volume total (Sólido, Líquido e Gasoso) Massa do Solo Seco em Estufa 63 - Estrutura; - Textura; - Teor de matéria orgânica; - Uso e manejo do solo; - Compactação x adensamento. FATORES QUE INTERFEREM A Ds 64 IMPORTÂNCIA EM RELAÇÃO ÀS PLANTAS - Germinação de sementes; - Desenvolvimento radicular; - Trocas gasosas; - Permeabilidade, infiltração; - Armazenamento de água; - Práticas de conservação do solo e da água; 65 VARIAÇÃO DOS VALORES MÉDIOS DA Ds - Solos argilosos: 1,0 a 1,4 g cm-3 - Solos arenosos: 1,3 a 1,8 g cm-3 - Solos Orgânicos: 0,2 a 0,6 g cm-3 MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO -ANEL OU CILINDRO VOLUMÉTRICO; (textura média) - PROVETA (Textura arenosa) 66 AMOSTRAGEM Dependerá da agregação da amostra (areia) e do método a ser usado (torrão impermeabilizado; do anel volúmetrico) Amostras sem condições de formar agregados (arenosos) Nestes casos, e só nestes, usa-se o método da proveta ANEL OU CILINDRO VOLUMÉTRICO - Introduz-se na camada de solo um cilindro com volume conhecido; - A amostra de solo contida no cilindro é levada para secar em estufa a 105-110 ºC por 48 h; - A Ds será obtida pela relação entre a massa do solo seco e o volume do cilindro. h Diâmetro ATENÇÃO: No Volume total estão incluídos os volumes da parte sólida, líquida e gasosa Exercício: Coletou-se uma amostra de solo com estrutura indeformada de uma dada profundidade, por meio de amostrador, num anel volumétrico de diâmetro 7,5 cm e altura de 7,5 cm. Após a coleta, a amostra de solo não saturado foi colocada numa estufa a 105 ºC e, após 24 horas, verificou-se que a sua massa permaneceu constante e igual a 0,458 kg. Qual o valor da densidade do solo? 70 DENSIDADE DE PARTÍCULAS A DENSIDADE DE PARTÍCULAS ou Densidade dos Sólidos (ρs, kg m-3), em textos antigos também denominada Densidade Real, representa a relação entre a massa de solo seco em estufa (ms, kg) e o seu respectivo volume de sólidos ou partículas (Vs, m3). É um ATRIBUTO FÍSICO MUITO ESTÁVEL, cuja magnitude depende exclusivamente da composição das partículas sólidas. 71 A Dp pode ser considerada também como a média ponderada das massas específicas dos diversos componentes da fração sólida do solo Para os solos minerais comuns, a densidade dos sólidos de uma amostra de solo é dada por: Minerais, densidades e formas predominantes nas frações texturais MÉDIA: 2,65 g cm-3/ 2,65 kg dm-3 ou 2,65 Mg m-3 72 APLICAÇÕES - Cálculo da Porosidade total do solo; - Cálculo do tempo de sedimentação das partículas na análise textural; - Separação de minerais leves e pesados, em estudos mineralógicos, envolvendo a fração grosseira. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO - Método do balão volumétrico; MÉTODO DO BALÃO VOLUMÉTRICO Materiais necessários Balão volumétrico de 50 mL Bureta Álcool etílico; Balança digital; Estufa; Procedimentos - Pesa-se 20 g de TFSE (Terra Fina Seca em Estufa); - Coloca-se, com ajuda de um funil, no balão volumétrico de 50 mL; - Preenche a bureta graduada com álcool etílico; 50 mL Balão Volumétrico 50 mL 42,5 mL 20 g TFSE Dp = Mss Vs = 20 g 7,5 cm3 = 2,67 g cm−3 Exercício Em um balão volumétrico de 50 mL foram adicionados 18 g de uma amostra de solo em TFSE. O balão teve seu volume completado com etanol, lentamente, via bureta (50 mL), com movimentos circulares, para eliminação do ar da amostra. Após “tomados” todos os cuidados para aferir o menisco do balão, o volume de álcool gasto foi de 43,2 mL. Qual a densidade de partículas sólidas desta amostra de solo ? 77 POROSIDADE Refere-se ao volume do solo ocupado por ÁGUA e AR. Depende principalmente da textura e da estrutura do solo. Deve ser avaliada no perfil “in situ” e será descrita quanto ao tamanho e a quantidade dos poros. Pode também ser CALCULADA. Campo: utiliza uma lupa de aumento de 10x, POROSIDADE CALCULADA: Depende dos dados de DENSIDADE DO SOLO e DENSIDADE DE PARTÍCULAS 78 POROSIDADE A porosidade de um solo pode ser definida como sendo o VOLUME DE VAZIOS (POROS) ou ainda o espaço do solo não ocupado pela “matriz” (conjuntos de componentes orgânicos e inorgânicos). Refere-se ao volume do solo ocupado por ÁGUA E PELO AR. Depende principalmente da textura e da estrutura do solo. 79 Tipos de Porosidade Biológica Textural Estrutural 80 O TAMANHO DO PORO é definido como o diâmetro da maior esfera inscrita no interior do espaço ocupado pelo poro. Os poros do solo são classificados em termos de diâmetro do poro MACROPOROS: Poros com diâmetros maior que 100 μm. Sua principal função É AERAÇÃO DA MATRIZ DO SOLO E CONDUÇÃO DA ÁGUA DURANTE O PROCESSO DE INFILTRAÇÃO. Afetam, portanto, a aeração e a drenagem. MICROPOROS: Poros com diâmetro menor que 30 μm. São também chamados poros capilares e atuam no ARMAZENAMENTO DA ÁGUA. Nestes poros, a água se move, mas muito vagarosamente. 81 Classes de solos P (m 3 /m 3 ) Arenosos 0,35 – 0,50 Siltosos e francos 0,30 – 0,55 Argilosos 0,40 – 0,65 Orgânicos 0,60 – 0,80 Intervalos de valores de porosidade total encontrado na superfície dos solos cultivados 82 EXERCÍCIO A densidade do solo de uma amostra de um solo de mata foi de 1,35 g cm-3. O mesmo solo quando cultivado apresentou uma densidade do solo de 1,45 g cm-3. Se a densidade de partícula em ambos os casos foi de 2,70 g cm-3, qual a mudança na porosidade total? CONSISTÊNCIA DO SOLO A consistência do solo refere-se às MANIFESTAÇÕES DAS FORÇAS FÍSICAS DE COESÃO, entre as partículas do solo, e de adesão, entre as partículas e outros materiais. Varia com o conteúdo de água, textura, matéria orgânica, quantidade e natureza do material coloidal e o tipo de cátion adsorvido (Reicherdt et al., 2010); A consistência do solo QUANDO SECO é caracterizada pela DUREZA OU TENACIDADE. Para avaliá-la, deve-se selecionar um torrão seco e comprimi-lo entre o polegar e o indicador. Assim, tem-se: Determinação da consistência em amostra seca. Fonte: IBGE, 2007 SOLTA - Não coerente entre o polegar e o indicador. MACIA - Fracamente coerente e frágil, quebrando-se em material pulverizado ou grãos individuais sob pressão muito leve. LIGEIRAMENTE DURA - Fracamente resistente à pressão, sendo facilmente quebrável entre o polegar e o indicador. DURA - Moderadamente resistente à pressão. Pode ser quebrado nas mãos, sem dificuldade, mas dificilmente quebrável entre o indicador e o polegar. MUITO DURA - Muito resistente à pressão. Somente com dificuldade pode ser quebrado nas mãos. Não quebrável entre o indicador e o polegar. EXTREMAMENTE DURA - extremamente resistente à pressão. Não pode ser quebrado com as mãos. A consistência do solo quando ÚMIDO é caracterizada pela friabilidade que é determinada num estado de umidade aproximadamente intermediário entre SECO AO AR e a CAPACIDADE DE CAMPO. Para avaliação dessa consistência, deve-se selecionar e tentar esboroar entre o polegar e o indicador uma amostra (torrão) que esteja ligeiramente úmida, tendo-se: SOLTA - não coerente. MUITO FRIÁVEL - O material do solo esboroa-se com pressão muito leve, mas agrega-se por compressão posterior. FRIÁVEL - O material do solo esboroa-se facilmente sob pressão fraca e moderada entre o polegar e o indicador e agrega-se por compressão posterior. FIRME - O material do solo esboroa-se sob pressão moderada entre o indicador e o polegar, mas apresenta resistência distintamente perceptível. MUITO FIRME - o material do solo esboroa-sesob forte pressão. Dificilmente esmagável entre o indicador e o polegar. EXTREMAMENTE FIRME - O material do solo somente se esboroa sob pressão muito forte. Não pode ser esmagado entre o indicador e o polegar e deve ser fragmentado pedaço por pedaço. Consistência do solo QUANDO MOLHADO caracteriza a plasticidade e pegajosidade e é determinada em amostra pulverizada e homogeneizada, com conteúdo de água ligeiramente acima ou na capacidade de campo, tendo-se: a) PLASTICIDADE - É a propriedade que pode apresentar o material do solo de mudar continuamente de forma, pela ação da força aplicada, e de manter a forma imprimida, quando cessa a ação da força. b) PEGAJOSIDADE - É a propriedade que pode apresentar a massa do solo de aderir a outros objetos. Para avaliação de campo, a massa do solo quando molhada e homogeneizada é comprimida entre o indicador e o polegar, e a aderência é então observada. Para determinação de campo da plasticidade, rola-se, depois de amassado, o material do solo entre o indicador e o polegar e observa-se se pode ser feito ou modelado um fio ou cilindro fino de solo, com cerca de 4cm de comprimento, conforme figura abaixo: O grau de resistência à deformação é expresso da seguinte forma: NÃO PLÁSTICA - Nenhum fio ou cilindro fino se forma; LIGEIRAMENTE PLÁSTICA - Forma-se um fio de 6mm de diâmetro e não se forma um fio ou cilindro de 4mm; PLÁSTICA - Forma-se um fio de 4mm de diâmetro e não se forma um fio ou cilindro de 2mm e; MUITO PLÁSTICA - Forma-se um fio de 2mm de diâmetro, que suporta seu próprio peso. NÃO PEGAJOSA - após cessar a pressão não se verifica, praticamente, nenhuma aderência da massa ao polegar e/ou indicador; LIGEIRAMENTE PEGAJOSA - após cessar a pressão, o material adere a ambos os dedos, mas desprende-se de um deles perfeitamente. Não há apreciável esticamento ou alongamento quando os dedos são afastados; PEGAJOSA - após cessar a compressão, o material adere a ambos os dedos e, quando estes são afastados, tende a alongar-se um pouco e romper-se, ao invés de desprender- se de qualquer um dos dedos; e MUITO PEGAJOSA - após a compressão, o material adere fortemente a ambos os dedos e alonga-se perceptivelmente quando eles são afastados.
Compartilhar